segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DECRETO SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA NA IGREJA



 
 
Vatican
 
(...)
 
A vocação missionária
 
23. Embora a todo o discípulo de Cristo incumba a obrigação de difundir a fé conforme as suas possibilidades(1), Cristo Senhor chama sempre dentre os discípulos os que Ele quer para estarem com Ele e os enviar a evangelizar os povos (2). E assim, mediante o Espírito Santo, que para utilidade comum reparte os carismas como quer (3), inspira no coração de cada um a vocação missionária e ao mesmo tempo suscita na Igreja Institutos (4), que assumem, como tarefa própria, o dever de evangelizar, que pertence a toda a Igreja.
 
De facto, são marcados com vocação especial aqueles que, dotados de índole natural conveniente e das qualidades e talentos requeridos, estão prontos para empreender o trabalho missionário (5), quer sejam nativos quer estrangeiros: sacerdotes, religiosos e leigos. Enviados pela legítima autoridade, partem, movidos pela fé e obediência, para junto dos que estão longe de Cristo, escolhidos para uma obra à qual foram destinados (6) como ministros do Evangelho, «a fim de que a oblação dos gentios seja aceite e santificada no Espírito Santo» (Rom. 15,16).
 
Espiritualidade missionária
 
24. Porém, ao chamamento de Deus, o homem deve responder de forma tal que, sem se deixar guiar pela carne e sangue(7), todo ele se entregue à obra do Evangelho. Mas esta resposta não pode ser dada senão por impulso e virtude do Espírito Santo. O enviado entra, portanto, na vida e missão d'Aquele que «a si mesmo se aniquilou tomando a forma de servo» (Fil. 2,7). Por conseguinte, deve estar pronto a perseverar toda a vida na vocação, a renunciar a si e a todas as suas coisas, e a fazer-se tudo para todos (8).
 
Anunciando o Evangelho aos povos, dê a conhecer confiadamente o mistério de Cristo, do qual é legado, de maneira que ouse falar d'Ele como convém (9), não se envergonhando do escândalo da cruz. Seguindo os passos do seu mestre, manso e humilde de coração, mostre que o Seu jugo é suave e leve a Sua carga (10). Mediante uma vida verdadeiramente evangélica (11), com muita paciência, longanimidade, suavidade, caridade sincera (12), dê testemunho do seu Senhor até à efusão do sangue, se for necessário. Alcançará de Deus virtude e força para descobrir a abundância de gozo que se encerra na grande prova da tribulação e da pobreza absoluta (13).
Persuada-se que a obediência é a virtude peculiar do ministro de Cristo que, pela Sua obediência, redimiu o género humano.
 
Os pregadores do Evangelho, para não negligenciar a graça que em si têm, renovem continuamente o seu espírito (14). Por sua vez, os Ordinários e os Superiores reunam os missionários em tempos determinados, a fim d.e mais se robustecerem na esperança da vocação e se renovarem no ministério apostólico, fundando até, para isso, casas apropriadas.
 
Formação espiritual e moral
 
25. Para tão sublime empresa, há-de o futuro missionário preparar-se com esmerada formação espiritual e moral (15). Deve, com efeito, ser capaz de tomar iniciativas, constante para levar a cabo as obras, perseverante nas dificuldades, suportando com paciência e fortaleza a solidão, a fadiga, o trabalho infrutuoso. Com espírito aberto e coração dilatado, irá ao encontro dos homens; abraçará de boa vontade os trabalhos que lhe confiarem; adaptar-se-á também generosamente aos diversos costumes e variadas condições dos povos; com ânimo concorde e mútua caridade colaborará com seus irmãos e com todos quantos se consagram à mesma empresa, de maneira que, juntamente com os fiéis, imitando a comunidade apostólica, tenham um só coração e uma só alma (16).
 
Estas disposições de espírito sejam diligentemente exercitadas, cuidadosamente cultivadas, elevadas e alimentadas com a vida espiritual, já desde o tempo da formação. Cheio de fé viva e esperança indefectível, o missionário seja homem de oração; arda no espírito de fortaleza, de caridade e de temperança (17); aprenda a bastar-se com o que tem (18); pelo espírito de sacrifício, leve em si o estado de morte de Jesus, a fim de que a vida de Jesus opere naqueles aos quais é enviado (19); com verdadeiro zelo gaste tudo e desgaste-se a si mesmo pelo bem das almas (20), de tal forma que «mediante o exercício diário do seu ministério, cresça no amor de Deus e do próximo» (21). Desta sorte, obedecendo com Cristo à vontade do Pai, continuará a Sua missão sob a autoridade hierárquica da Igreja, e cooperará no mistério da salvação.
 
Formação doutrinal e apostólica
 
26. Os que forem enviados aos diversos povos, como bons ministros de Cristo, devem ser alimentados «com a palavra da fé e da boa doutrina» (1 Tim. 4,6), a qual haurirão primeiramente na Sagrada Escritura, perscrutando o mistério de Cristo, de quem serão arautos e testemunhas.
 
E assim, todos os missionários sacerdotes, irmãos, irmãs, leigos sejam preparados e formados, cada qual segundo a sua condição, de maneira a estarem à altura das exigências do trabalho futuro (22). Já desde o começo, de tal modo se processe a sua formação doutrinal, que abranja tanto a universalidade da Igreja como a diversidade das nações. E isto vale tanto de todas as disciplinas, em que se formam para o desempenho do ministério, como das disciplinas úteis para o conhecimento dos povos, das culturas, das religiões, com vistas não só ao passado mas também ao tempo presente. Aquele, pois, que é destinado a outra nação, tenha em grande apreço o seu património, língua e costumes. Ao futuro missionário importa sumamente que se aplique aos estudos missiológicos, isto é, a conhecer a doutrina e as normas da Igreja em matéria de actividade missionária, a informar-se sobre os caminhos percorridos pelos arautos do Evangelho, ao longo dos séculos, como também sobre a condição presente das missões e sobre os métodos considerados hoje mais eficazes (23).
 
Embora toda a formação deva estar imbuída de solicitude pastoral, ministre-se-lhes, contudo, peculiar e bem orientada formação apostólica, quer teórica quer prática (24).
Forme-se o maior número possível de irmãos e de irmãs em catequética, para darem maior colaboração no apostolado.
 
Mesmo aqueles que se dedicam só por algum tempo à acção missionária, devem adquirir a formação adequada à sua condição.
 
Estas diversas espécies de preparação, porém, devem ser completadas nas próprias terras de missão, de modo que os missionários adquiram mais profundo conhecimento da história, das estruturas sociais e dos costumes dos povos, e se inteirem da ordem moral e dos preceitos religiosos, bem como do verdadeiro pensamento que esses povos, conforme suas tradições sagradas, possuem acerca de Deus, do mundo e do homem (25). Quanto às línguas, aprendam-nas de modo a usá-las com facilidade e elegância, e terem, assim, mais fácil acesso à inteligência e ao coração dos homens (26). Finalmente, sejam devidamente iniciados nas necessidades pastorais características da terra.
 
Haja também pessoal preparado de modo mais profundo em Institutos missiológicos ou noutras Faculdades ou Universidades, que possa desempenhar cargos de maior responsabilidade (27), e, com a sua ciência, auxiliar os outros missionários no exercício da obra evangelizadora, que, na hora actual, apresenta tantas dificuldades e oportunidades. Além disso, é muito para desejar que as Conferências episcopais regionais tenham à sua disposição um bom número destes peritos e que, nas necessidades do próprio cargo, façam proveitoso uso do seu saber e experiência. Nem falte igualmente quem saiba usar com perícia os instrumentos técnicos e de comunicação social, cuja importância todos reconheçam devidamente.
 
Institutos missionários
 
27. Tudo isto, embora absolutamente necessário a cada um dos enviados ao campo do apostolado, na realidade, dificilmente pode ser conseguido pelos indivíduos isolados. Visto que a mesma obra missionária, como prova a experiência, não pode ser realizada pelos indivíduos isolados, a vocação comum reuniu-os em Institutos, nos quais, pelo esforço comum, se formassem convenientemente e executassem essa tarefa em nome da Igreja e segundo a vontade da autoridade hierárquica.
 
Os Institutos, desde há muitos séculos que têm suportado o peso do dia e do calor, consagrando-se inteiramente ou em parte à empresa apostólica. Muitas vezes a Santa Sé confiou à sua evangelização vastos territórios, nos quais reuniram para Deus um novo povo, uma igreja local à volta dos seus próprios pastores. A essas igrejas, fundadas à custa do seu suor e até do seu sangue, prestarão serviço com zelo e experiência em fraterna cooperação, já na cura das almas, já em cargos especiais em função do bem comum.
 
Algumas vezes, tomarão a seu cargo em toda uma região certos trabalhos mais urgentes, como por exemplo, a missionação de grupos ou de povos que, devido a especiais razões, ainda não receberam a boa nova do Evangelho, ou a ela resistiram até ao presente (28).
 
Se for preciso, dediquem-se a formar e ajudar com a sua experiência aqueles que se consagram por um tempo determinado à acção missionária.
Por todos estes motivos, e porque há ainda numerosas gentes para conduzir a Cristo, os Institutos continuam a ser da máxima necessidade.
 
CAPÍTULO V
A ORGANIZAÇÃO DA ACTIVIDADE MISSIONÁRIA
 
Introdução: sua necessidade
 
28. Os fiéis, em virtude de possuirem dons diferentes (1), devem colaborar no Evangelho, cada um segundo as suas possibilidades, aptidões, carismas e ministérios (2); é ainda necessário que todos, os que semeiam e os que segam (3), sejam um só (4), a fim de que, «conspirando livre e ordenadamente para o mesmo fim» (5), empreguem unânimemente as suas forças na edificação da Igreja.
Por isso, os trabalhos dos arautos do Evangelho e os auxílios dos restantes fiéis devem ser orientados e unidos de modo a que tudo se faça com ordem (1 Cor. 14,40) em todas as actividades e esferas da cooperação missionária.
 
Organização geral
 
29. O cuidado de anunciar o Evangelho em todas as partes da terra pertence, antes de mais, ao corpo episcopal (6); por isso, o Sínodo episcopal ou «Conselho permanente de Bispos para toda a Igreja» (7), entre os assuntos de importância geral (8), deve atender de modo especial à actividade missionária, que é a principal e a mais sagrada da Igreja (9).
 
Para todas as missões e para toda a actividade missionária, haja um só dicastério competente, a saber, a Congregação de «Propaganda Fide», que orientará e coordenará, em todo o mundo, tanto a actividade como a cooperação missionária, ressalvando-se, contudo, o direito das Igrejas orientais 1°.
 
Embora o Espírito Santo suscite, de muitos modos, na Igreja de Deus, o espírito missionário, e não poucas vezes se anteceda à acção dos que governam a vida da Igreja, este dicastério, contudo, deve promover, da sua parte, a vocação e a espiritualidade missionária, o zelo e a oração pelas missões, e uma exacta e adequada informação sobre elas. Suscite e distribua os missionários, segundo as necessidades mais urgentes das regiões. Organize um plano de acção; dele promanem as normas directivas, os princípios para a evangelização, e dele procedam os impulsos. Incite e coordene a recolha eficaz de subsídios, que devem distribuir-se segundo a medida da necessidade ou da utilidade, da extensão do território, do número de fiéis e infiéis, das obras e das instituições, dos auxiliares e dos missionários
 
Em união com o «Secretariado para a união dos cristãos», procure os meios de realizar e ordenar a colaboração fraterna e a convivência com as iniciativas missionárias doutras comunidades cristãs, a fim de se evitar, quanto possível, o escândalo da divisão.
 
Por isso, importa que este dicastério seja tanto instrumento de administração como órgão de direcção dinâmica, empregando os métodos científicos e os instrumentos adaptados às condições actuais, e tendo em conta a actual investigação da teologia, metodologia e pastoral missionária.
 
Na direcção deste dicastério, tenham parte muito activa, com voto deliberativo, representantes escolhidos de todos aqueles que trabalham na obra missionária: os Bispos de todo o mundo, depois de ouvidas as Conferências episcopais, e os Superiores dos Institutos e das Obras pontifícias, segundo as normas e proporções que o Romano Pontífice estabelecer. Todos estes, que hão-de ser convocados em datas fixas, exerçam, sob a autoridade do Sumo Pontífice, a suprema orientação de toda a obra missionária.
 
Esteja à disposição deste dicastério um grupo permanente de consultores peritos, de reconhecida ciência e experiência, aos quais pertence, entre outras coisas, reunir uma informação oportuna sobre as condições locais das várias regiões, a mentalidade dos diferentes grupos humanos, os métodos de evangelização a empregar, e propor conclusões cientificamente fundadas para a cooperação missionária.
Estejam convenientemente representados os Institutos de religiosas, as obras regionais a favor das missões, e as organizações de leigos, sobretudo as internacionais.
 
Organização local das missões
 
30. Para que, no exercício da obra missionária, se atinjam os fins e os resultados, devem todos os operários missionários ter um «só coração e uma só alma» (Act. 4,32).
Pertence ao Bispo, como regra e centro de unidade no apostolado diocesano, promover, dirigir e coordenar a actividade missionária, mas de tal modo que se conserve e fomente a iniciativa espontânea dos que participam na obra. Todos os missionários, mesmo os religiosos isentos, estão sob a sua jurisdição nos vários trabalhos que dizem respeito ao exercício do apostolado (11). Para melhor coordenação, constitua o Bispo, na medida do possível, um Conselho pastoral, em que participem, por meio de delegados escolhidos, os clérigos, os religiosos e os leigos. Procure ainda que a acção apostólica não se limite aos convertidos, mas que os operários e os subsídios se destinem equitativamente à evangelização dos não-cristãos.
 
Organização regional
 
31. As Conferências episcopais resolvam, de comum acordo, as questões mais graves e os problemas mais urgentes, sem menosprezarem, contudo, as diferenças locais (12). Para não dissipar o número já insuficiente de pessoas e de subsídios e não multpilicar sem necessidade as iniciativas, recomenda-se a fundação de obras comuns que sirvam o bem de todos; por exemplo, seminários, escolas superiores e técnicas, centros de pastoral, catequética, liturgia e dos meios de comunicação social.
Organize-se igualmente uma oportuna cooperação entre as diversas Conferências episcopais.
 
Actividade dos Institutos missionários
 
32. E ainda da máxima importância coordenar as actividades exercidas pelos Institutos ou Associações eclesiásticas. Todos eles, seja qual for o seu género, devem secundar o Ordinário do lugar, em tudo o que se relaciona com a actividade missionária. Por isso, aproveitará muito realizar acordos particulares, em que se regulem as relações entre o Ordinário do lugar e o Superior do Instituto.
Quando a um Instituto for confiado um território, o Superior eclesiástico e o Instituto tenham muito a peito orientar tudo para que a nova comunidade cristã se transforme em igreja local, a qual, no momento oportuno, será governada por pastor próprio, com o seu clero.
Ao acabar o encargo do território, surge uma nova condição. Então, as Conferências episcopais e os Institutos, de comum acordo, estabeleçam as normas que hão-de reger as relações entre os Ordinários de lugar e os Institutos (13). Contudo, pertence à Santa Sé estabelecer os princípios gerais, pelos quais se organizarão os acordos regionais ou até particulares.
 
Os Institutos devem estar prontos a continuar a obra começada, colaborando no ministério ordinário da cura de almas: mas, com o aumento do clero local, deve providenciar-se a que os Institutos, na medida em que for conforme à sua finalidade, se mantenham fiéis à própria diocese, encarregando-se generosamente de obras especiais ou de alguma região.
 
Coordenação dos Institutos missionários
 
33. Os diversos Institutos que se dedicam à actividade missionária no mesmo território procurem os processos e os modos de coordenar as suas obras. Serão, portanto, de grande utilidade, as Conferências de religiosos e as Uniões de religiosas, em que participem todos os Institutos da mesma nação ou região. Vejam Conferências o que podem fazer com o esforço comum e mantenham estreitas relações com as Conferências episcopais.
 
Tudo isto, por igual motivo, convém estendê-lo à colaboração dos Institutos missionários na sua pátria de origem, de modo que mais facilmente e com menos despesas se possam resolver os assuntos e empreendimentos comuns, como, por exemplo, a formação doutrinal dos futuros missionários, os cursos para missionários, as relações para com as autoridades civis ou organismos nacionais e internacionais.
 
Coordenação dos Institutos científicos
 
34. Como o recto e ordenado exercício da actividade missionária exige que os operários evangélicos se preparem cientificamente para a sua função, sobretudo para o diálogo com as religiões e culturas não-cristãs, e que sejam ajudados eficazmente na execução, é de desejar que colaborem entre si fraterna e generosamente a favor das missões todos os Institutos científicos que estudam missiologia e outras disciplinas ou artes úteis às missões, como a etnologia e a linguística, a história e a ciência das religiões, a sociologia, a pastoral e outras coisas semelhantes.
 
CAPÍTULO VI
A COOPERAÇÃO
 
Introdução. Consciência da responsabilidade
 
35. Dado que a Igreja é toda ela missionária, e a obra da evangelização é um dever fundamental do Povo de Deus, o sagrado Concílio exorta todos a uma profunda renovação interior, para que tomem viva consciência das próprias responsabilidades na difusão do Evangelho e assumam a parte que lhes compete na obra missionária junto dos gentios.
 
Dever missionário de todo o povo de Deus
 
36. Como membros de Cristo vivo e a Ele incorporados e configurados não só pelo Baptismo mas também pela Confirmação e pela Eucaristia, todos os fiéis estão obrigados, por dever, a colaborar no crescimento e na expansão do Seu corpo para o levar a atingir, quanto antes, a sua plenitude(1).
Por isso, todos os filhos da Igreja tenham consciência viva das suas responsabilidades para com o mundo, fomentem em si um espírito verdadeiramente católico, e ponham as suas forças ao serviço da obra da evangelização. Saibam todos, porém, que o primeiro e mais irrecusável contributo para a difusão da fé, é viver profundamente a vida cristã. Pois o seu fervor no serviço de Deus e a sua caridade para com os outros é que hão-de trazer a toda a Igreja o sopro de espírito novo que a fará aparecer como um sinal levantado entre as nações (2), como «luz do mundo» (Mt. 5,14) e «sal da terra» (Mt. 5,13). Este testemunho de vida produzirá mais facilmente o seu efeito, se for dado conjuntamente com as outras comunidades cristãs, segundo as normas do decreto sobre o ecumenismo (3).
 
Deste espírito renovado brotará espontâneamente a oferta de orações e de obras de penitência a Deus, para que fecunde com a sua graça a acção dos missionários; dele nascerão vocações missionárias e sairão os recursos de que as missões necessitam.
Porém, para que todos e cada um dos fiéis conheçam plenamente o estado actual da Igreja no mundo e oiçam a voz das multidões que clamam: «Vem em nosso auxílio» (4) facilitem-se, até pelos meios modernos de comunicação social, notícias missionárias tais que os façam sensíveis à actividade missionária e lhes abram o coração a tão profundas e imensas necessidades dos homens par lhes poderem valer.
É também necessária uma coordenação das notícias e a cooperação com os organismos nacionais e internacionais.
 
Dever missionário das comunidades cristãs
 
37. Como o Povo de Deus vive em comunidades, sobretudo diocesanas e paroquiais, e é nelas que, de certo modo, se torna visível, pertence a estas dar também testemunho de Cristo perante as nações.
A graça da renovação não pode crescer nas comunidades, a não ser que cada uma dilate o campo da sua caridade até aos confins da terra e tenha igual solicitude pelos que são de longe como pelos que são seus próprios membros.
 
Assim, toda a comunidade reza, coopera e exerce actividade entre os gentios, por meio dos seus filhos a quem Deus escolheu para este importantíssimo encargo.
É muito útil que, contanto que não crie desinteresse pela obra missionária universal, manter relações com os missionários oriundos da própria comunidade ou com determinada paróquia ou diocese das missões, para tornar visível a comunhão entre as comunidades e contribuir para mútua edificação.
 
Dever missionário dos Bispos
 
38. Todos os Bispos, como membros do corpo episcopal, sucessor do Colégio apostólico, são consagrados não só em benefício duma diocese mas para salvação de todo o mundo. O mandato de Cristo de pregar o Evangelho a toda a criatura (5) afecta-os, primária e imediatamente a eles, com Pedro e sob Pedro. Daí nascem aquela comunhão e cooperação das igrejas, hoje tão necessárias para levar a cabo a obra da evangelização. Em virtude desta comunhão, cada uma das igrejas leva em si a solicitude por todas as outras, manifestam umas às outras as próprias necessidades, comunicam entre si as suas coisas, pois a dilatação do corpo de Cristo é dever de todo o Colégio episcopal (6).
 
Na sua diocese, o Bispo, que forma uma só coisa com ela, ao suscitar, promover e dirigir a obra missionária, torna presentes e como que palpáveis o espírito e o ardor missionário do Povo de Deus, de maneira que toda a diocese se torna missionária. É da responsabilidade do Bispo suscitar no seu povo e sobretudo entre os doentes e os oprimidos, almas que ofereçam a Deus, de todo o coração, orações e penitências pela evangelização do mundo; favorecer de bom grado as vocações de jovens e até de clérigos para os Institutos missionários, aceitando reconhecido que Deus escolha alguns para a actividade missionária da Igreja; exortar e ajudar as Congregações diocesanas para que assumam a sua parte nas missões; promover junto dos seus fiéis as obras dos Institutos missionários, mas sobretudo as Obras missionárias pontifícias. Com todo o direito se deve dar o primeiro lugar a estas Obras, uma vez que são meios quer para dar aos católicos um sentido verdadeiramente universal e missionário logo desde a infância, quer para promover colectas eficazes de subsídios para bem de todas as missões segundo as necessidades de cada uma (7).
 
Como cresce de dia para dia a necessidade de operários na vinha do Senhor e os sacerdotes diocesanos desejam, eles também, ter parte cada vez maior na evangelização do mundo, o sagrado Concílio deseja que os Bispos, ponderando a gravíssima penúria de sacerdotes que impede a evangelização de muitas regiões, enviem, depois da devida preparação, alguns dos seus melhores sacerdotes que se ofereçam para as missões, para as dioceses mais carecidas de clero, com o fim de exercerem aí o ministério missionário em espírito de serviço, pelo menos durante um tempo determinado (8).
 
Mas, para que a actividade missionária dos Bispos a bem de toda a Igreja se possa exercer mais eficazmente, convém que as Conferências episcopais tomem a direcção de todos os assuntos que dizem respeito a uma ordenada cooperação da própria região.
 
Nas suas Conferências tratem os Bispos dos sacerdotes do clero diocesano que devem dedicar à evangelização dos gentios; da contribuição fixa que cada diocese, em proporção com os seus recursos, deve oferecer todos os anos para a obra das missões (9); da direcção e organização das formas e dos meios de ajudar directamente as missões; do auxílio e, se for preciso, até da fundação de Institutos missionários e seminários do clero diocesano para as missões; do estreitamento dos laços entre estes Institutos e as dioceses.
 
Às Conferências episcopais pertence também fundar e promover instituições que fraternalmente recebam e ajudem, com o devido interesse pastoral, os que, por razões de estudo ou de trabalho, emigram das terras de missão. Por eles, com efeito, povos longínquos tornam-se em certo modo vizinhos, e às comunidades cristãs mais antigas oferece-se uma óptima ocasião de dialogar com nações que ainda não ouviram pregar o Evangelho e de lhes mostrar no próprio exercício do amor e da ajuda, o genuíno rosto de Cristo (10).
 
Dever missionário dos sacerdotes
 
39. Os sacerdotes representam a pessoa de Cristo e são cooperadores da ordem episcopal, na tríplice função sagrada, que por sua natureza tem relação com a missão da Igreja (11). Entendam, pois, muito bem que a sua vida foi consagrada também ao serviço das missões. Uma vez que pelo seu mesmo ministério que consiste principalmente na Eucaristia, que aperfeiçoa a Igreja estão em comunhão com Cristo cabeça e trazem os outros a essa comunhão, não podem deixar de sentir quanto falta ainda para o pleno crescimento do corpo e quanto há que fazer, portanto, para que vá crescendo cada vez mais. Organizarão, pois, de tal maneira o trabalho pastoral que contribua para a dilatação do Evangelho entre os não-cristãos.
 
Os sacerdotes, no trabalho pastoral, farão por excitar e alimentar entre os fiéis o zelo pela evangelização do mundo, instruindo-os com a catequese e a pregação sobre o dever que a Igreja tem de anunciar Cristo aos gentios; persuadindo as famílias cristãs da necessidade e da honra de cultivar as vocações missionárias entre os próprios filhos e filhas; fomentando o fervor missionário entre os jovens das escolas e associações católicas, de maneira a sairem dentre eles futuros arautos do Evangelho. Ensinem os fiéis a orar pelas missões e não tenham vergonha de lhes pedir esmolas, feitos como que mendigos por Cristo e pela salvação das almas (12).
 
Os professores dos Seminários e Universidades elucidarão os alunos sobre a verdadeira situação do mundo e da Igreja, para que abram os olhos à necessidade duma evangelização mais intensa dos não-cristãos e o seu zelo se acenda. E ao ensinar as questões dogmáticas, bíblicas, morais e históricas, chamem a atenção para os aspectos missionários nelas contidos, para desse modo se ir formando a consciência missionária dos futuros sacerdotes.
 
Dever missionário dos Institutos
 
40. Os Institutos religiosos de vida contemplativa e activa tiveram até agora e continuam a ter a maior parte na evangelização do mundo. O sagrado Concílio reconhece gostosamente os seus méritos e dá graças a Deus por tantos esforços prestados à causa da glória de Deus e do serviço das almas e exorta-os a prosseguir incansàvelmente na obra começada, sabendo, como sabem, que a virtude da caridade, que por vocação têm de cultivar com mais perfeição, impele e obriga a um espírito e a um trabalho verdadeiramente católicos (13).
 
Os Institutos de vida contemplativa, pelas suas orações, penitências e tribulações, têm uma importância máxima na conversão das almas, visto que é Deus quem pelas nossas orações envia operários para a Sua messe (14), abre as almas dos não-cristãos para ouvir o Evangelho (15), e fecunda nos seus corações a palavra da salvação (16). Pede-se até a esses Institutos que fundem casas nas terras de missão como já bastantes fizeram, para que, levando aí uma vida acomodada às genuínas tradições religiosas dos povos, dêem entre os não-cristãos um testemunho brilhante tanto da majestade e da caridade de Deus como da sua união em Cristo.
 
Por seu lado, os Institutos de vida activa, quer tenham um fim estritamente missionário quer não, examinem sinceramente diante de Deus se podem alargar mais a sua actividade em ordem à expansão do reino de Deus entre os gentios; se podem deixar a outros, certos ministérios, para dedicar às missões as suas forças; se podem começar a ter actividades nas missões, adaptando, se for preciso, as suas Constituições, embora segundo a mente do fundador; se os seus membros participam quanto podem na actividade missionária; se o seu modo de viver é um testemunho do Evangelho adaptado à índole e às condições do povo.
 
Uma vez que, sob a inspiração do Espírito Santo, crescem de dia para dia na Igreja os Institutos seculares, a sua ajuda, sob a autoridade do Bispo, pode ser a muitos títulos proveitosa para as missões, como sinal duma entrega plena à evangelização do mundo.
 
Dever missionário dos leigos
 
 41. Os leigos colaboram na obra de evangelização da Igreja e participam da sua missão salvífica (17), ao mesmo tempo como testemunhas e como instrumentos vivos sobretudo se, depois de chamados por Deus, são incorporados pelos Bispos nesta empresa.
 
Nas terras já cristãs, os leigos concorrem para a obra de evangelização, fomentando em si e nos outros o conhecimento e o amor pelas missões, suscitando vocações na própria família, nas associações católicas e nas escolas, oferecendo auxílios de toda a espécie para que o dom da fé, que eles receberam de graça, possa ser também oferecido a outros.
 
Nas terras de missão, os leigos, quer estrangeiros quer nativos, exerçam o ensino nas escolas, administrem as coisas temporais, colaborem na actividade paroquial e diocesana, iniciem e promovam as várias formas de apostolado dos leigos, para que os fiéis das igrejas jovens possam assumir quanto antes a sua parte na vida da Igreja (18).
 
Finalmente, prestem os leigos, de bom grado, colaboração económico-social aos povos em vias de desenvolvimento; essa colaboração será tanto mais de louvar, quanto mais se relaciona com a criação daquelas instituições que atingem as estruturas fundamentais da vida social ou se ordenam à formação daqueles que têm responsabilidade de governo.
 
São dignos de particular louvor aqueles leigos que nas Universidades ou em Institutos científicos promovem, com as suas investigações históricas ou científico-religiosas, o conhecimento dos povos e das religiões, ajudando assim os pregadores do Evangelho e preparando o diálogo com os não-cristãos.
 
Colaborem fraternalmente com os outros cristãos, com os não-cristãos, sobretudo com os membros das organizações internacionais, tendo sempre diante dos olhos e preocupação de que «a edificação da cidade terrena se alicerce no Senhor e para Ele se oriente»(19).
 
Para desempenhar todas estas funções, precisam os leigos da necessária preparação técnica e espiritual, que se deve dar em Institutos a isso destinados, para que a sua vida seja entre os não-cristãos um testemunho de Cristo, segundo a palavra do Apóstolo: «Não deis ocasião de escândalo nem a judeus nem a gentios nem à Igreja de Deus, como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando a minha própria utilidade, mas a dos outros, a fim de que sejam salvos» (1Cor. 10, 32-33).
 
CONCLUSÃO
 
42. Os Padres do Concílio, em união com o Romano Pontífice, sentindo vivamente a obrigação de difundir por toda a parte o reino de. Deus, saudam muito afectuosamente todos os pregadores do Evangelho, sobretudo aqueles que sofrem perseguição pelo nome de Cristo, e associam-se aos seus sofrimentos (20).
Também eles se sentem inflamados do mesmo amor em que Cristo ardia pelos homens. Mas, conscientes de que Deus é quem faz com que o seu reino venha ao mundo, unem as suas preces às de todos os cristãos para que, por intercessão da Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos, as nações sejam quanto antes conduzidas ao conhecimento da verdade (21) e a glória de Deus, que resplandece no rosto de Jesus Cristo, comece a brilhar para todos pelo Espírito Santo (22).


domingo, 7 de agosto de 2011

A Justa Estima de Si - Formação Shalom

Níveis de Identidade:



1 - A IMPORTÂNCIA DO HOMEM CONHECER-SE:

"Conhecer-se a si mesmo é uma necessidade e um dever ao qual ninguém pode subtrair-se.
O homem tem necessidade de saber quem é. Não pode viver, se não descobre que sentido tem sua vida. Arrisca-se a ser infeliz, se não reconhecer sua dignidade" ( Amarás o Senhor teu Deus - Amadeo Cencini - pág. 8 - Edições Paulinas).



Nesta busca de conhecer a si mesmo o homem pode ter um conhecimento errado sobre si mesmo o que poderá levá-lo a sofrer de muita pouca auto-estima, que gera a INSEGURANÇA. Vivemos em um mundo que incentiva a reivindicação do homem para ser autoridade absoluta de conduzir a própria vida, de viver independente de Deus.



É exatamente por sermos homens e religiosos autênticos que precisamos ter uma confiança fundamental em nós mesmos, pois aquele que se sente "incapaz" não pode pensar em conduzir sua vida de forma verdadeira e corajosa. Nem muito menos pode pensar em "perder-se, como lhe convida o Evangelho. Torna-se realmente um problema viver, por sentir-se inadequado e inseguro para assumir a sua missão, o seu batismo, a sua vida cristã e até mesmo para viver uma vocação específica em uma comunidade religiosa.



É uma necessidade fundamental para o homem ter um conceito correto e real de si próprio, pois somente aquele que descobre aonde está o seu verdadeiro valor, permite uma aceitação serena de si mesmo e de suas limitações que lhe proporcionará a segurança necessária para viver a sua vida segundo a vontade de Deus.



É absolutamente indispensável uma auto-imagem verdadeira para que seja substancialmente positiva e sólida, principalmente para aqueles que desejam anunciar a mensagem de fé em Deus e no próprio homem, para aqueles que desejam ser autênticas testemunhas de Deus.



2 - NÍVEIS QUE O HOMEM PODE SE IDENTIFICAR:


2.1. Nível Corporal
2.2. Nível Psíquico ( homem psíquico)
2.3. Nível Ontológico ( homem espiritual)


2.1. NÍVEL CORPORAL:

O nível corporal é a primeira possibilidade teórica de auto-identidade. Este é o nível mais elementar de auto-identificação. É o nível em que a pessoa se identifica pelo seu corpo. O conceito de si mesmo permanece limitado, total ou parcialmente porque dá excessiva importância as precisas habilidades físicas e qualidades estéticas, isto é, a pessoa que se identifica neste nível acha que seu valor como pessoa está no corpo.
Em conseqüência disto a pessoa:



- tem uma preocupação exagerada para manter o corpo sadio, bonito, forte, juvenil, o que a leva a ter uma excessiva preocupação com algum defeito estético, por uma possível doença ou por uma fraqueza orgânica progressível e inevitável.





- tem um excessivo cuidado com a "aparência": quanto ao vestir e quanto as presumidas qualidades estéticas (contempla a própria beleza).
- tem uma preocupação ingênua e, às vezes, até ridícula, de querer esconder os sinais de envelhecimento.
- tem um cuidado exagerado com a própria saúde (hipocondríaca).



- rejeita ou não aceita tudo o que pode prejudicar a saúde, a beleza e a jovialidade (não aceitam a doença e não sabem envelhecer). Tem dificuldade de perder-se pelo Reino de Deus, de fazer penitência, jejum, de abandonar-se.



- tem preocupação com a potência sexual, com a conquista e o sexo se torna "símbolo da imortalidade", como uma espécie de ídolo que leva o homem a iludir-se de que não é limitado, de ser todo-poderoso, dominador, fascinante e até mesmo imortal, que lhe fará sentir como uma morte o fato de renunciar o uso do sexo, o relacionamento amoroso.



Podemos entrar numa comunidade vocacional para protegermos o nosso corpo, para termos casa, comida, segurança, saúde, porque ao enfraquecer o seu corpo acha que perdeu o valor como pessoa.
Quem se identifica em nível corpóreo não conseguirá manter o matrimônio eternamente como nos pede o Evangelho, porque não suportará conviver com o outro ao se tornar gordo, magro, velho, barrigudo, desdentado, doente, como também se sentirá muito inseguro no relacionamento quando se sentir perdendo a jovialidade. Os feios, os doentes, os velhos são totalmente rejeitados por esta pessoa, porque para ela não possuem valor.



O namoro será baseado na beleza, na sensualidade. Rejeita o celibato, a pobreza, a renúncia, a penitência, o jejum, a morte, porque é sinônimo de desvalor, já que se identifica a nível corporal.



2.2. NÍVEL PSÍQUICO:



É uma outra possibilidade de nos definirmos, de nos auto-identificar. Este nível é superior ao primeiro e menos superficial. A pessoa que se identifica neste nível, que encontra sua identidade e seu valor neste nível é totalmente apegada as riquezas do ser: os talentos e qualidades.



Exemplo:
- O próprio QI
- A capacidade de sair-se bem numa determinada tarefa
- Afirmação no trabalho e no ministério
- A própria retidão de comportamento ou perfeição moral


A pessoa enfatiza tudo o que possui e que espera conquistar com os "seus próprios meios e maneiras e com suas próprias forças.
Consequentemente terá tal consciência de suas possibilidades e potencialidades, que busca sua auto-realização nisto, acreditando, plena e unicamente ser o criador e senhor de si e dono do que possui.
O homem "psíquico" confia as próprias esperanças de valor nas qualidades, dotes, talentos e só se aceita quando constata que os possui ou na certeza de sair-se bem em muitas coisas.
Sua dignidade e amabilidade dependem da existência, ou não, dessas mesmas qualidades. Baseado nelas, ele se sentirá um fracassado ou um super-homem.
Na sua perspectiva vocacional sua identidade dependerá das suas capacidades. Serão elas que irão sugerir, programar a escolha do estado de vida, profissão e até mesmo da escolha dos valores e critérios pelos quais edificará sua existência (serei capaz - não serei capaz, isto é abafar as aspirações e qualidades da pessoa).



Isto o levará a escolher quais conceitos evangélicos viverá porque estes dependerão de suas capacidades ou não. Tem muita dificuldade de se lançar na graça de Deus e na condução do Espírito Santo.


CONSEQÜÊNCIAS:


1. Talento:
- Nunca exige de si mesmo mais do que tem certeza de saber fazer, pois não arrisca a própria imagem para tentar coisas novas e um tanto audaciosas. Então será uma pessoa que terá dificuldade de aceitar as exigências do Evangelho, só aceitará aquelas exigências que estão dentro da sua capacidade de realiza-las.
- Preferem ser medíocre e infantil do que arriscar a sua imagem.


2. Dependência da função:
Dependente do talento a pessoa se torna dependente de uma série de coisas, como:


2.1. Função:
- Apoia-se nela inteiramente, chegando a identificar-se com ela, porque a função lhe garante a possibilidade de mostrar as suas capacidades, os seus talentos, as suas aptidões, onde residem o valor de si mesmo.



Perdendo a função perde até mesmo a possibilidade de viver, de existir, de se afirmar e de sentir o seu valor. A assume como uma roupa que não quer tirar mais. Perdendo a função se sente profundamente inseguro, porque é como se perdesse o seu próprio valor como pessoa.
- Não está por nada disposto "sacrificar" suas qualidades, a perder, ainda que só parcial ou momentaneamente, a ocasião de manifestar algumas delas, e no entanto como cristãos ou como consagrados à uma vocação específica não é raro se exigir este tipo de disponibilidade e de renúncia, em vista, de um bem maior ou dos interesses do Reino de Deus.



Será muito difícil que tais pessoas tenham esta liberdade interior para renunciar a estas capacidades que são a sua própria segurança e valor. Muitas vezes é exatamente graças a este sacrifício, que uma pessoa descobre ser capaz e dotada também em outros aspectos, percebe que o seu valor não está nestas qualidades, ao contrário as utiliza como meio e nunca como fim.
2.2. Dependência do resultado positivo:
- Quando uma pessoa identifica seu valor com a função sente-se obrigada a ter sucesso em tudo ou a ter bom resultado porque se julga por aquilo que faz ou por aquilo que dá, pela qualidade da função que desempenha, pelos resultados visíveis e positivos.



Esta dependência leva a buscar com todas as forças o resultado excelente, dando excessiva importância à toda situação em que a pessoa se exibe. Então ela se identifica com o sucesso, não só tem sucesso, mas ela é o sucesso, devido o mesmo ser uma questão de "sobrevivência" do eu como algo positivo e de valor.
- Sente necessidade não só de saber, de perceber, se possível, de mostrar que possui muitas qualidades, para que também os outros possam valorizá-las positivamente e garantir-lhe o valor, a segurança e o seu lugar no mundo.
- Por causa disto os outros se tornam juízes naturais de sua prestação de serviço, porque na verdade não vive o serviço como uma ocasião de manifesta o dom que é a sua pessoa e sim para manifestar os seus talentos.
- Como o julgamento deles é importante a pessoa procura adequar-se, mais ou menos conscientemente, ao que eles esperam.
- Entrega a própria vida e paz a esses juízes e poderá passar toda a vida a mendigar estima.


2.2.1. Conseqüências da dependência dos outros e dos resultados concretos de tudo o que faz:
- Contamina a pureza do anúncio, da consagração, do serviço a Jesus Cristo, porque não está mais agindo em função do reino, mas do aplauso dos outros.
- Manifesta apenas aquelas qualidades pessoais mais apreciadas pelos outros ou que provocam um imediato impacto no ambiente.
- Dessa forma subestima, esconde e não desenvolve aquelas qualidades pessoais menos apreciadas, menos quotadas, ou que não estão muito na moda, o que gera um atrofiamento no amadurecimento humano, pois nunca dará oportunidade para vencer os obstáculos e as próprias limitações, coisas estas tão necessárias para promover amadurecimento como pessoa humana.
2.3. Horror ao fracasso:
Temerão o fracasso porque ele é uma afronta à própria personalidade, como uma negação do seu valor como pessoa.
Se a sua imagem é diminuída perante os outros a pessoa tem a impressão de não valer mais nada, ou se sente uma pessoa inútil.


2.3.1. Conseqüências:
- Depressão, desconforto com afastamento da situação, juntamente com frases cheias de lamentos e auto-compaixão: Eu não sirvo para nada... Eu bem que avisei não ter capacidade para isto.
- Sentimento de culpa ou de inferioridade, além de admitirem isso diante dos outros porque significa muita desvalorização.
- Sobrevem a raiva-colera súbita, agredindo a situação com palavras cheias de orgulho, de auto-afirmação ou descarrega a culpa em cima dos outros. Neste nível é proibido errar.


2.4. Não aceitação do pecado:
Esta conseqüência se refere mais diretamente à vida espiritual: é a incapacidade de admitir e de aceitar com serenidade o próprio pecado porque também isso é tido como um fracasso ou como uma negação do valor da pessoa.
A santidade é tida sobretudo como uma conquista pessoal, fruto de penosos atos de virtudes e de "meritórios" esforços da vontade, como se fosse possível alguém santificar-se com suas próprias forças ou como se a santidade fosse um bem exclusivamente pessoal, um embelezar o rosto que nos faz parecer melhores do que os outros, e não um dom de Deus para o bem de todos.
A experiência cotidiana do pecado desmente essa pretensão, torna-se frustradora e desperta na pessoa um estranho sentimento de culpa que não é o perfeito arrependimento por ter ofendido a Deus, mas a desilusão, raiva de descobrir-se imperfeito, fraco, limitado, capaz de tanto atos e sentimentos que não são nobres. Reconhecer isto é humilhante demais.


2.4.1. Conseqüências:
Em vez de buscar a perfeição colaborando com a graça de Deus, a pessoa busca avidamente ser perfeccionista, o que gera:
- Escrúpulos e rigidez de comportamento, ilusões e depressões.
- Presunção e ousadia de não ter pecados ou de ter apenas alguma pequena imperfeição, tão pequena que não chega a provocar crises e permite que a pessoa continue se julgando melhor que os outros porque os julga pobres pecadores.
- Perda ou deformação da própria consciência de pecado.
- Impede que a pessoa sinta necessidade da misericórdia dos homens, e muito menos, da de Deus. Impedindo a experiência do perdão de Deus.


2.5. Complexo de Inferioridade:
Enquanto isso, nasce e cresce dentro da pessoa uma perigosa sensação de desvalorização pessoal que poderá tornar-se um verdadeiro e real sentimento de inferioridade, totalmente diferente da virtude da humildade e do reconhecimento da própria pequenez.



O sentimento de inferioridade leva a pessoa a se fechar em si mesma por não compreender e perceber aonde se fundamenta o seu valor como pessoa. Será alguém que não consegue ter a exata estima de si e nem muito menos amará a Deus e aos seus irmãos.
Este sentimento gera insegurança, amargura, tristeza, raiva de si e dos outros, inclusive de Deus, ciúmes, inveja, desejos de complicar a vida dos outros, competição ou ao contrário, profunda paralisação.


3. NÍVEL ONTOLÓGICO:
Ter consciência de possuir um corpo saudável, jovial e muitas qualidades é muito importante, mas não é suficiente para dar ao homem o sentido adequado do próprio eu, um sentido substancial e estavelmente positivo da própria identidade, o valor do ser como pessoa.
Para isso é preciso descer a um nível mais profundo: é preciso saber para quem e por que, de que maneira e por quais objetivos, usar o corpo e os talentos e qualidades.
O nível ontológico nos define por aquilo que somos e por aquilo que somos chamados a ser.
Não é mais simplesmente "aquilo que possuímos" (corpo e capacidades) que irá decidir o nosso valor como pessoa, mas "o que somos" no mais profundo de nossa identidade como seres humanos, como cristãos, como batizados, justificados, filhos de Deus e como pessoas consagradas. É uma estima positiva, é um valor que ninguém pode tirar.
Portanto, a pessoa que se identifica a nível ontológico vive de forma diferente, como pessoa livre daquilo que antes buscava ansiosamente para provar o seu valor.
Toda riqueza do nível corporal e psíquico é interpretada e administrada dando-lhe um significado totalmente novo.


Metacorporal (além do corpo)
NÍVEL ONTOLÓGICO
Metapsíquico (além do psíquico)


3.1.METACORPORAL:
O nível corporal é reassumido pela dimensão ontológica e totalmente reinterpretado (além do corpóreo), que não coloca seu valor na dependência do corpo. Vê a realidade do próprio corpo como a fonte única e particularmente positiva de valor pessoal, mas sim como objeto e lugar de doação.



Renuncia até a posse de sua vida física e coloca suas qualidades físicas a serviço do valor interior que descobriu como pessoa. O corpo está a serviço do seu ser como pessoa e não mais como um fim em si mesmo. O corpo é importante porque é um meio para manifestar a sua identidade de pessoa, a sua imagem e semelhança de Deus.



É um instrumento importante para realizar o dom que é como pessoa. Sem ele a pessoa não poderia ser um dom. Como já vimos o corpo ajuda a pessoa a locomover-se, tomar posse de coisas, cuidar delas, construir outras, escolher e amar, comunicar-se, realizar trabalhos.


A pessoa que se identifica a nível ontológico:
- Já não se preocupa tanto consigo mesma, com a saúde, com seu descanso, com sua beleza, com sua jovialidade e exuberância, com sua aparência, com seu próprio prazer, com a sua própria vida, e com tudo o que isto pode lhe proporcionar. Ex: casa, comida, roupas, remédios...
- Está disposta a arriscar tudo isso, por amor do Reino de Deus.
- Vive cada dia com simplicidade e perseverança, a coragem do martírio, do comprometimento e multiplica as forças, tornando a vida um dom maravilhoso a serviço de Deus e dos outros.
- Ver o próprio corpo e o dos outros como um dom e não como propriedade exclusiva sua, para o seu próprio prazer, para o seu próprio uso. Este entendimento leva a pessoa a interpretar corretamente aquela misteriosa união de corpos que se dá no matrimônio, porque descobriu uma atração pelo outro que não é só corporal e o encontro sexual passa a ser expressão da entrega de si mesmo e do desejo de integração recíproca, de união verdadeira, de comunhão e não mais fonte de prazer pelo prazer. Isto implica maravilha e gratidão, além de provocar prazer e emoção intensa e verdadeira.
- Percebe a virgindade do corpo como dom e nunca como um paradoxo. A sua afetividade e sua vida sexual são projetadas para um mundo de significados que não mais limitam ao corpo. Aliás, o próprio supera a sua dimensão corporal e isto permite amar mais pessoas e com real profundidade, sentir as alegrias mais profundas do relacionamento humano porque percebeu que não é a potência sexual e nem o poder de fascinação conquistadora que fundamentam o valor da pessoa.


Quem se identifica a nível ontológico, além do corpóreo, não tem necessidade de buscar ilusões que o consolem e conseguem dominar as paixões desordenadas porque encontra a razão do seu viver ou morrer naquilo que é chamado a ser como pessoa.
Descobre que a razão verdadeira de viver ou morrer é ser sempre um dom. A vida que é um bem recebido tende "naturalmente" a se tornar um bem doado através da morte. E é nisto que reside o seu valor como pessoa: ser sempre um dom.
Dessa forma vê o enfraquecimento físico, a velhice, a doença, a fraqueza, as limitações e a morte "não como um acontecimento negativo por excelência, sinistro, temido e suportado, maldito e rejeitado e sim como a lógica conseqüência de uma vida vivida plenamente, sem mesquinharias e sem economia de energias, sem temores pagãos de vier menos, e sem a pretensão irreal do próprio bem-estar" (Amarás o Senhor teu Deus



- Amadeo Cencini - pág. 49 - Edições Paulinas). Compreendeu que a morte é a oferta suprema de uma vida que se tornou, paulatinamente, dom para os outros e que não tem o poder de destruir o seu valor pessoal porque este ultrapassa a própria morte.


3.2. METAPSIQUICO (além do psiquico):
A pessoa vê a própria realidade psíquica de capacidades e qualidades de um novo ponto de vista, isto é, vê tudo como um dom recebido de Deus e que deve compartilhá-lo com seus irmãos.
3.2.1. Cria-se, primeiramente, na vida da pessoa uma nova hierarquia de valores:
- O que aparece como mais importante e decisivo já não são as próprias qualidades e capacidades, pois as mesmas não são mais aquilo que determina o seu valor como pessoa e de auto-realização.
Reconhece que elas são importantes, originais e significativas, mas se foram usadas em função de alcançar sempre mais o seu valor interior verdadeiro. Compreende que essas qualidades são dons e carismas para a edificação do Reino de Deus ou estão a serviço do carisma vocacional, são um meio e não um fim para se viver melhor a própria identidade vocacional.


3.2.2. Tudo é dom:
Esta nova visão leva a perceber todas as riquezas do nível psíquico tornam-se não mais uma propriedade, mas, sim, um dom, um carisma, são antes de tudo um dom recebido. Fazem parte do dom maior que é a própria vida, a qual não se sustenta por contrato, e sim, pela gratuidade e doação, recebeu seus talentos de graça e constata, cada dia, que tudo o que é, que tem, que faz e oferece, antes o recebeu de Deus.
Deste reconhecimento nasce espontaneamente uma gratidão profunda por aquele que nos cumulou de bens, e com a gratidão, uma alegria serena por todo bem que temos, que não é pouco, e por aquele que vemos nos outros.
Não há lugar para a inveja, para o complexo de inferioridade, competição, ira, desunião e desamor.
A pessoa se aceita: descobre e se alegra com o que tem de positivo e reconhece a sua fraqueza, o seu nada e não se desespera, aprende a conviver com suas dificuldades. Já não é e não precisa ser mais super-herói e nem vítima.


3.2.3. Tudo está a serviço do amor:
A pessoa sabe que além de seus fracassos possui um valor radical e inatacável e torna-se uma pessoa feliz e finalmente livre para amar, para se doar. Livre para perceber que não há nada de mais belo e natural do que colocar suas capacidades à disposição dos outros (parábola dos talentos), porque reconhece que tudo recebeu gratuitamente e que precisa dar tudo de forma gratuita também.


A pessoa que se identifica a nível ontológico na área psíquica:
- Não se vangloria das suas qualidades ou talentos porque sabe que os recebeu gratuitamente de Deus.
- Reconhece que tudo o que tem não é propriedade sua, por isto não o usa para a realização dos seus próprios interesses e projetos pessoais (não se sente dono e administra tudo segundo a vontade de Deus).
- Reconhece que deve colocar seus talentos e capacidades à disposição de todos, o que os leva a crescer e se desenvolver sempre mais.
- Reconhecer que é um dom e deseja sê-lo sempre mais (não coloca limites na doação da sua vida). Aquele que se doa torna-se servo porque há uma profunda relação entre ser dom e ser servo.


O que é ser servo?
- É doar-se aos outros de acordo com os critérios e projetos de Deus e não pelos nossos próprios interesses.
- É amar verdadeiramente o outro em vez de desfrutar, de usar o outro.
- É não retomar aquilo que já foi dado a Deus.
- É deixar-se guiar por Deus, através das suas mediações precisas, como a sua Palavra, a Igreja, o diretor espiritual, os sinais dos tempos, as necessidades dos que nos rodeiam, a família, a comunidade, a regra, as autoridades, etc... (não devemos exigir que as mediações humanas sejam perfeitas, porque toda mediação humana é limitada, mas devemos ter uma atitude de confiança, de realismo, de otimismo e disponibilidade para se abrir e obedecer).


4. ABERTURA TOTAL PARA A RENÚNCIA DAS QUALIDADES E CAPACIDADES:
Deus pode chegar a exigir de nós estas capacidades e qualidades em vista de um bem maior, exatamente, exatamente estas que sentimos que são nossas, que são parte de nós mesmos, principalmente quando as adquirimos com sacrifícios e fomos bem sucedidos por causa delas.
Exemplo: deixar um ministério que temos total unção e bom desempenho, uma atividade que sabemos fazer sem dificuldades, ou um lugar, ou ainda, um cargo que nos dão oportunidade de manifestar nossos talentos.
Somente a pessoa que se identifica a nível ontológico terá a capacidade de fazer esta renúncia que parece um paradoxo sem desespero porque seu valor está fundamentado no seu ser como pessoa e não nas suas qualidades e talentos. Ao contrário esta renúncia revela exatamente aonde está o seu valor verdadeiro.


5. Dar muitos frutos (Jo 15)
A pessoa que interpreta seus dons a nível ontológico é capaz de vivê-los e manifestá-los em toda a sua plenitude, o que fará frutificá-los ao cêntuplo, pois não tem a preocupação de mostrar suas qualidades, nem se deixa paralisar pelo medo de errar ou de fracassar, ou ainda pela ânsia de sempre ter sucesso. Será um pessoa que não enterrará seus talentos e qualidades, ao contrário fá-los-á render o máximo porque deseja manifestá-los somente por querer dar tudo de si, por querer manifestar o dom que é para todos.
A justa estima de si é a imagem correta e real, isto é, em todo o homem e em toda mulher existem virtudes e defeitos, riquezas notáveis e impulsos incoerentes, no entanto o seu valor não está nisto, se encontra no seu ser como pessoa, como filhos de Deus.
A verdadeira imagem do homem está escondida em Deus. O conhecimento sobre nós mesmos e o nosso destino está implicitamente ligado ao conhecimento de Deus e de sua vontade criadora. Quanto mais conhecemos a verdadeira imagem de Deus, mais descobrimos a nossa verdadeira imagem. A essência verdadeira do nosso eu está em nos assemelhar a Deus.
Quando Deus fala de si, de certa forma ele também fala de nós mesmo porque nossa identidade é chamada a se conformar e complementar a identidade dele.
A Palavra de Deus também é fonte de revelação da nossa verdadeira imagem pois através dela descobrimos quem nós somos, de onde viemos e para onde vamos.
E finalmente podemos descobrir a nossa verdadeira identidade, desta vez de uma forma mais pessoal e específica, através de uma vocação religiosa onde a pessoa se descobre única e irrepetível, como também a si mesma e sua missão.
Formação: Shalom
Fonte:http://www.comshalom.org/formacao/formhumana/a_justa_estima_de_si.html

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Testemunhos do Tecendo o Fio de Ouro- Comunidade Luz da vida




                      Augusta







Fonte: Luz da Vida:http://youtu.be/ISqmpwTRZiI





Com muita abertura de coração dei um testemunho para a Tv, em Goiânia, na Comunidade Luz da Vida e parte deste testemunho foi postado no Youtube.





Obviamente tiveram que abreviar devido a quantidade de testemunhos dados, principalmente para colocar na internet.





Agora vocês poderão ouvir os testemunhos, relativos ao Retiro de 10 dias que fizemos, no Tecendo o Fio de Ouro e inclusive o meu.





Vejam.





Augusta Moreira dos Santos

Vazante-MG

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Turma do Tecendo o Fio de Ouro- Comunidade Luz da Vida







                               Augusta





Obs. O retiro foi realizado em julho e não em agosto como consta na digitalização










Num clima de muita descontração, a turma que fez o Retiro Tecendo o Fio de Ouro, se reuniu para glorificar o Senhor através da música.





Nesta altura do campeonato, o Espírito Santo já tinha contagiado a todos com a sua luz curadora e transformadora.





A alegria reinou no local, a união ficou evidente e assim, fomos tecendo o fio de ouro, ordenando tudo para o amor.





Aquilo que era dor se transformou, o que era tristeza virou alegria e o fracasso se evidenciou na vitória.





Pudemos perceber a misericórdia de Deus e entender que Deus é o que é. Ou seja, ele é o amor. E quando não vivo o amor, não estou vivendo em Deus.





Há se o mundo soubesse como é bom ter fé, como é bom ir caminhando rumo a maturidade espiritual.





Como seria bom, se as pessoas percebessem que só Deus é a resposta para tudo nesta vida.





Deus é amor e por ser amor ama de uma forma incondicional e tudo que ele quer é que sejamos livres.





E para termos essa liberdade de filhos de Deus, precisamos fazer um inventário da nossa vida. 





Temos que abrir um processo relativo a nossa vida, descongelar aquele passado arquivado e no presente ordená-lo para o amor.





Vejamos a alegria expressada nos participantes do Retiro.





Augusta Moreira dos Santos

Amizade feita no Tecendo Fio de Ouro




           Augusta








Augusta e Ana Júlia








Bem, prometi a Ana Júlia que iria fazer um artigo sobre ela e colocaria no blog.





É muito interessante, a forma como ela chegou no Retiro e mais ainda, como ficou no decorrer do mesmo.





Ana Júlia, ficou no mesmo quarto que eu, éramos em número de quatro, no mesmo quarto.





Quando a vi, com aquela cara fechada, jeito introvertido, imaginei, coitada, é um portão de Cemitério.





É cada coisa que me acontece, mas sem problemas, pensei.





Então, de uma forma divina fomos fazendo amizade e quando percebi Ana Júlia estava literalmente embriagada, mas lógico que não de bebida, mas sim, do Espírito Santo de Deus, tal como está escrito em Atos dos Apóstolos.





Era contagiante a sua alegria e o bom disso, é que ela tem só 18 anos e fazendo um Retiro que transforma vidas. Assim, quando ela for constituir família, não cometerá os mesmos erros das outras pessoas, pois sabe a consequência de atos errados.





Quando Ana Júlia foi me apresentar para a sua mãe, ela disse para ela que a forma de me descrever seria como que o TEMPERO para ela no Retiro.





Que bonitinho, não é mesmo? Pois é, essa linda moça, pude adotá-la no Retiro e dar conselhos, brincar, conversar, compreender e entender.





É bem verdade, que não tínhamos muito tempo, mas o pouco tempo que tivemos foi essencial para entender que Deus sabe o que faz.





Augusta Moreira dos Santos




Tecendo o Fio de Ouro - Comunidade Luz da Vida, transformando vidas







            Augusta


































É incrível a misericórdia do Senhor. É bem verdade, que desde o início do ano de 2011, tenho feito inúmeros Retiros, tanto de cura e libertação, quanto de formação e percebo nitidamente as transformações que Deus tem feito em mim.





O Tecendo Fio de Ouro, é uma oportunidade única, de podermos analisar a nossa história de vida.





As pessoas têm medo de voltar ao passado e passar por sofrimentos. Mas te digo, que o Senhor, faz novas todas as coisas e precisamos descongelar esse passado e ordenar tudo para o amor.





Esse Retiro transforma a vida das pessoas. Dá tempero onde não há mais sabor.





Queira Deus, que você tenha a mesma oportunidade que tive do conhecimento interior.





Augusta Moreira dos Santos

Retiro ministrado pela Comunidade Luz da Vida- Tecendo o Fio de Ouro




                   Augusta








































Dando continuidade a divulgação do Retiro Tecendo o Fio de Ouro, estou publicando no blog algumas fotos tiradas lá, que mostram o empenho da equipe em aplicar o Retiro. 





Alíás, não podemos deixar de mencionar, esse Retiro é oriundo da Comunidade Shalom, que possui além de estrutura, uma grande formação humana em todo o país.





Augusta Moreira dos Santos









Tecendo o Fio de Ouro - Comunidade Luz da Vida













                    Augusta













Participei do dia 22 ao dia 31 de julho de 2011, do Retiro Tecendo o Fio de Ouro, e vamos no decorrer dos dias colocando vídeos e fotos, sobre o mesmo.





Esse Retiro foi ministrado pela Comunidade Luz da Vida, em Goiânia-GO e, durante 10 dias pude saborear a palavra de Deus, participar da Santa Missa diariamente, ter assistência e acompanhamento espiritual.





Pude analisar a minha própria vida, abrindo assim um processo, descongelando o meu passado e ordenando as situações vividas para o amor.





Foram dias maravilhosos e vou repassando para vocês aos poucos.





Augusta Moreira dos Santos