segunda-feira, 19 de março de 2012

O Milagre da Escada de São José.


























Não se pode escrever um livro sobre a Santíssima Virgem sem falar da predestinação de São José, de sua eminente perfeição, do caráter próprio de sua missão excepcional, de suas virtudes e de seu atual papel na santificação das almas.


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Sua preeminência sobre todos os outros santos cada vez mais afirmada na Igreja



A doutrina segundo a qual São José é o maior dos santos depois da Virgem Maria tende a tornar-se uma doutrina comumente aceita na Igreja, que não teme declarar o humilde carpinteiro superior em graça e em beatitude aos patriarcas, a Moisés, aos maiores dos profetas, a São João Batista, e também aos apóstolos, a São Pedro, a São João, a São Paulo, e por mais forte razão superior em santidade aos maiores mártires e aos maiores doutores da Igreja. O menor, por sua profunda humildade, é em razão da conexão das virtudes, o maior pela elevação da caridade: “Qui minor est inter vos, hic major est” (Luc. IX, 48).





Essa doutrina é ensinada por Gerson[1] e por São Bernardino de Sena[2]. A partir do século XIV, torna-se cada vez mais corrente, é admitida por Santa Teresa, pelo dominicano Isidoro de Isolanis, que parece ter escrito o primeiro tratado sobre São José[3], por São Francisco de Sales, por Suárez[4], mais tarde por Santo Afonso Maria de Ligório[5], mais recentemente pelo cônego Sauvé[6], pelo cardeal Lepicier[7]e por M. Sinibaldi[8]; essa doutrina está bem exposta no Dicionário de Teologia Católica, no artigo Joseph (saint),  por A-M. Michel.





Além disso recebeu a aprovação de Leão XIII na encíclica Quanquam pluries, de agosto de 1899, escrita para proclamar o patrocínio de São José sobre a Igreja universal. Ele diz: “Certamente a dignidade da Mãe de Deus é tão alta que nada pôde ser criado acima dela. No entanto, como José foi unido à bem-aventurada Virgem pelo laço conjugal, não se pode duvidar que ele se tenha aproximado, mais do que ninguém, dessa dignidade supereminente pela qual a Mãe de Deus ultrapassa tanto todas as naturezas criadas. A união conjugal é, com efeito, a maior de todas; em razão de sua própria natureza, ela acompanha-se da comunicação recíproca dos bens dos dois esposos. Se, pois, Deus deu à Virgem José como esposo, certamente não somente o deu como apoio na vida, como testemunho de sua virgindade, guarda de sua honra, mas o fez também participar, pelo laço conjugal, da eminente dignidade que ela recebeu.”[9]





Tendo Leão XIII afirmado que São José se aproximou mais do que ninguém da dignidade supereminente da Mãe de Deus, segue-se que, na glória, ele está acima de todos os anjos? Não o poderíamos afirmar com certeza; contentemo-nos em exprimir a doutrina cada vez mais aceita pela Igreja, dizendo: De todos os santos, José é o mais elevado no céu depois de Jesus e Maria; ele está entre os anjos e os arcanjos.





A Igreja, na oração A cunctis, nomeia-o imediatamente depois de Maria e antes dos apóstolos. Se não está mencionado no Cânon da missa,[10] não só tem um prefácio especial mas todo o mês de março lhe é consagrado como o protetor e defensor da Igreja universal.





A ele, em sentido real, ainda que oculto, é particularmente confiada a multidão de cristãos de todas as gerações que se sucedem. 





É o que exprimem as belas ladainhas aprovadas pela Igreja que lhe resumem as prerrogativas: “São José, ilustre filho de Davi, luz dos patriarcas, Esposo da Mãe de Deus, guarda da Virgem pura, nutrício do Filho de Deus, zeloso defensor de Cristo, chefe da Sagrada Família, José justíssimo, castíssimo, prudentíssimo, fortíssimo, obedientíssimo, fidelíssimo, espelho de paciência, amador da pobreza, exemplo dos trabalhadores, honra da vida doméstica, custódia das virgens, amparo das famílias, alivio dos miseráveis, esperança dos enfermos, padroeiro dos moribundos, terror dos demônios, protetor da santa Igreja.” Nada é tão grande depois de Maria.





A razão dessa supereminência






Qual é o principio dessa doutrina cada vez mais admitida desde há cinco séculos?


O princípio invocado, e cada vez mais explicitado por São Bernardo, São Bernardino de Sena, Isidoro de Isolanis, Suárez e autores mais recentes, é um principio tão simples quanto elevado; foi formulado por Santo Tomás a propósito da plenitude da graça em Jesus e da santidade de Maria. Ele se exprime assim: uma missão divina excepcional requer uma santidade proporcionada.





Esse princípio explica por que a santa alma de Jesus, estando unida pessoalmente ao Verbo, na fonte de toda a graça, recebeu a plenitude absoluta da graça, que devia transbordar sobre nós, segundo a palavra de São João (I, 16): “De plenitude ejus omnes accepimus.[11]





É também a razão por que Maria, tendo sido chamada para ser a Mãe de Deus, recebeu desde o instante de sua concepção uma plenitude inicial de graça, que já ultrapassava a graça final de todos os santos reunidos. Mais, perto da fonte de toda a graça, ela devia beneficiar-se disso mais do que qualquer outra criatura[12].





Foi também por essa razão que os Apóstolos, mais perto de Nosso Senhor que os santos que viriam em seguida, conheceram mais perfeitamente os mistérios da fé. Para pregar infalivelmente o Evangelho no mundo, eles receberam em Pentecostes uma fé eminentemente esclarecida e inabalável, princípio de seu apostolado[13].





Esse mesmo princípio explica a preeminência de São José sobre qualquer outro santo.


Para compreender bem este ponto, é preciso notar que as obras de Deus que são feitas diretamente por Ele são perfeitas. Não se poderia encontrar nelas nem desordem nem imperfeição sequer.





Assim foi a obra divina no dia da criação, desde as mais altas hierarquias angélicas até as criaturas mais ínfimas[14]. Ainda é assim para os grandes servidores que Deus mesmo escolhe excepcionalmente e diretamente, sem intermediação de alguma escolha humana, ou que são suscitados por ele para restaurar a obra divina perturbada pelo pecado. No princípio enunciado mais acima, todas as palavras devem ser pesadas: “Uma missão divina excepcional requer uma santidade proporcionada.”





Aqui não se trata de missão humana, por mais alta que seja, nem de missão angélica, mas de missão propriamente divina, e não missão divina ordinária, mas tão excepcional que no caso de São José é de fato única no mundo em todo o decorrer dos tempos.


Percebe-se melhor ainda a verdade desse principio, tão simples quanto elevado, quando se considera, por contraste, como procede muitas vezes a escolha humana. Muitas vezes os homens escolhem para altas funções de um governo difícil pessoas incapazes, medíocres, imprudentes. O que leva um país à ruína se não houver uma reação salutar.





Não se poderá encontrar nada de parecido nos que são diretamente escolhidos por Deus mesmo e preparados por ele para ser ministros excepcionais na obra da Redenção. O Senhor lhes dá uma santidade proporcionada, pois Ele opera tudo com medida, força e suavidade.





Assim como a alma de Jesus recebeu, desde o instante de sua concepção, a plenitude absoluta de graça, que não aumentou em seguida; como Maria, desde o instante de sua concepção imaculada, recebeu uma plenitude inicial de graça que era superior à graça final de todos os santos e que não cessou de aumentar até sua morte; 





assim, guardadas as devidas proporções, São José deve ter recebido uma plenitude relativa de graça proporcionada à sua missão, já que foi diretamente e imediatamente escolhido não pelos homens, por nenhuma criatura, mas por Deus mesmo e unicamente por Ele para essa missão única no mundo. Não se poderia precisar em que momento teve lugar a santificação de São José, mas o que temos direito de afirmar é que, em razão de sua missão, ele foi confirmado na graça desde seu casamento com a Santíssima Virgem.[15]


A que ordem pertence a missão excepcional de José?






É evidente que ela ultrapassa a ordem da natureza, não somente a da natureza humana mas a da natureza angélica. Será somente da ordem da graça como a de São João Batista, que prepara as vias da salvação, como a missão universal dos Apóstolos na Igreja para a santificação das almas ou como a missão particular dos fundadores de ordens?





Se a olharmos de perto, vê-se que a missão de São José ultrapassa a própria graça, e que confina por seu termo com a ordem hipostática constituída pelo próprio mistério da Encarnação. Mas é preciso compreendê-lo bem, evitando qualquer exagero como qualquer diminuição.


A ordem hipostática limita-se à missão única de Maria, a maternidade divina, e também em certo sentido à missão escondida de São José. Esse ponto de doutrina é afirmado por São Bernardo, por São Bernardino de Sena, pelo dominicano Isidoro de Isolanis, por Suárez e, cada vez mais, por vários autores recentes.





São Bernardo diz de José: “Ele foi o servidor fiel e prudente que o Senhor constituiu como o sustentador de sua Mãe, o pai nutrício de sua carne, e o único cooperador fidelíssimo na terra do grande desígnio da Encarnação.”[16]





São Bernardino de Sena escreve: “Quando Deus escolhe alguém para uma missão muito elevada, confere-lhe todos os dons necessários para essa missão. É o que se verifica eminentemente com São José, pai nutrício de Nosso Senhor Jesus Cristo e esposo de Maria…”[17]


Isidoro de Isolanis chega a pôr a vocação de São José acima da dos Apóstolos. Ele nota que a vocação dos Apóstolos tem por fim pregar o Evangelho, esclarecer as almas, reconciliá-las, mas que a de José é mais diretamente relativa ao próprio Cristo, já que é o esposo da Mãe de Deus, o pai nutrício e defensor do Salvador[18].





Suárez também diz: “Alguns ofícios saem da própria ordem da graça santificante, e, no gênero, os Apóstolos tiveram a graça mais elevada, e também tiveram necessidade de mais socorro gratuito que os outros, sobretudo no que concerne aos dons gratuitamente dados e à sabedoria. Mas há outros ofícios que confinam com a ordem da união hipostática, em si mais perfeita, como se vê claramente na maternidade divina da bem-aventurada Virgem Maria; é a essa ordem de ofícios que pertence o ministério de São José.”[19]





Há alguns anos Mons. Sinibaldi, bispo titular de Tiberíades e secretário da Sagrada Congregação dos Estudos, especificou este ponto de doutrina. Observou que o ministério de São José pertence, em certo sentido, por seu termo, à ordem hipostática: não que São José tenha intrinsecamente cooperado, como instrumento físico do Espírito Santo, na realização do mistério da Encarnação; 





deste ponto de vista seu papel é muito inferior ao de Maria, Mãe de Deus; mas, enfim, ele foi predestinado a ser, na ordem das causas morais, o guarda da virgindade e da honra de Maria e ao mesmo tempo o pai sustentador e protetor do Verbo feito carne. “Sua missão pertence, por seu fim, à ordem hipostática não por uma cooperação intrínseca, física e imediata, mas por uma cooperação extrínseca, moral e mediata (por Maria), o que é ainda, no entanto, verdadeira cooperação[20].





A predestinação de José nada mais é que o próprio decreto da Encarnação



O que acabamos de dizer aparecerá mais claramente ainda se considerarmos que o decreto eterno da Encarnação não se refere apenas à Encarnação em geral, abstração feita às circunstâncias de tempo e de lugar, mas à Encarnação hic et nunc, quer dizer, a Encarnação do Filho de Deus que, em virtude da operação do Espírito Santo, deve ser concebido em tal instante pela Virgem Maria, unida a um homem da casa de Davi que se chama José: 





“Missus est angelus Gabriel a Deo in civitate Galileæ, cui nomem Nazareth, ad virginem desponsatam viro, cui nomem erat Joseph, de domo David – Foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade  da Galiléia,  chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, que se chamava  José, da casa de Davi. (Luc., 1, 26-27).





Tudo leva a crer que José foi predestinado a ser o pai adotivo do Verbo feito carne antes de ser predestinado à glória. A razão é que a predestinação do Cristo como homem à filiação divina natural é anterior à de qualquer homem eleito, pois o Cristo é o primeiro dos predestinados[21]. Ora, a predestinação do Cristo à filiação divina natural não é outra senão o próprio decreto da Encarnação, o qual se refere à Encarnação hic et nunc. Esse decreto implica por si mesmo a predestinação de Maria à maternidade divina, e a de José a ser pai adotivo e protetor do Filho de Deus feito homem.





Assim como a predestinação do Cristo à filiação divina natural é superior à sua predestinação à glória e a precede, como admitem os tomistas (in IIIam.,q. 24, a. 1 e 2); e como a predestinação de Maria à maternidade divina precede (in signo priori) sua predestinação à glória, como vimos no principio desta obra; assim a predestinação de José a ser pai adotivo do Verbo feito carne precede para ele a predestinação à glória e à graça. Em outros termos, José foi predestinado ao mais alto grau de glória depois de Maria e, em seguida, ao mais alto grau de graça e de caridade, porque seria chamado a ser o digno pai adotivo e protetor do Homem Deus.





Vê-se por aí a elevação de sua missão, única no mundo, já que sua predestinação primeira pertence ao próprio decreto da Encarnação. É o que se diz correntemente quando se afirma que José foi criado e posto no mundo para ser o pai adotivo do Verbo feito carne, e, para que fosse digno pai, Deus quis para ele um altíssimo grau de glória e de graça.





O caráter próprio da missão de São José



Esse ponto é admiravelmente bem exposto por Bossuet no seu primeiro panegírico desse grande santo (3° ponto), quando diz: “Entre todas as vocações, chamo a atenção para duas que, nas Escrituras, parecem diametralmente opostas: a primeira, a dos apóstolos, a segunda a de São José.





 Jesus foi revelado aos apóstolos para anunciá-lo por todo o universo; foi revelado a José para calá-lo e para escondê-lo.Os apóstolos são as luzes para mostrar Jesus Cristo ao mundo. José é um véu para cobri-lo; e sob esse véu misterioso se esconde a virgindade de Maria e a grandeza do Salvador das almas… Aquele que glorifica os apóstolos com a honra da pregação glorifica José pela humildade do silêncio.” A hora da manifestação do mistério da Encarnação não chegara ainda; essa hora deve ser preparada por trinta anos de vida escondida.





A perfeição consiste em fazer aquilo que Deus quer, cada um segundo a sua vocação; mas no silêncio e na obscuridade a vocação de José ultrapassa a vocação dos apóstolos, porque toca mais de perto o mistério da Encarnação redentora. José, depois de Maria, foi quem esteve mais próximo do autor da graça, e, no silêncio de Belém, durante a estada no Egito e na casinha de Nazaré, recebeu mais graça do que nenhum outro santo jamais recebeu.





Sua missão foi dupla.





Em relação a Maria, ele preservou-lhe a virgindade contratando com ela um verdadeiro casamento, porém absolutamente santo. O anjo do Senhor lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria como esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo” (Mat.,1, 20; Luc., 2, 5). Maria é sua esposa, é um verdadeiro casamento, como explica Santo Tomás (IIIª, q. 29, a. 2) mostrando suas conveniências: nenhuma suspeita devia surgir, por menor que fosse, quanto à honra do Filho e à de sua Mãe; 





se alguma vez essa honra estivesse em causa, José, o testemunho mais autorizado e menos suspeito, estaria lá para atestar-lhe a integridade. Além disso, Maria encontrava em José ajuda e proteção. Ele a amou com o amor mais puro, mais devotado, um amor teologal, pois a amava em Deus e por Deus. Era a união sem mancha mais respeitosa com a criatura mais perfeita que jamais existiu, no mais simples contexto, o de um pobre operário de aldeia. 





Assim, José se aproximou mais intimamente do que qualquer santo daquela que é a Mãe de Deus e a Mãe espiritual de todos os homens, dele mesmo, José, e a distribuidora de todas as graças. A beleza de todo o universo não é nada ao lado da sublime união dessas duas almas, união criada pelo Altíssimo, que enche de admiração os anjos e alegra o próprio Senhor.





Em relação ao Verbo feito carne, José velou por ele, protegeu-o, contribuiu para sua educação humana. Chamam-no pai nutrício, ou melhor, pai adotivo, mas esses nomes não podem exprimir plenamente essa relação misteriosa e cheia de graça. É acidentalmente que um homem se torna pai adotivo, ou alimentador de uma criança, ao passo que não foi por acidente que José se tornou o pai adotivo do Verbo feito carne; ele foi criado e posto no mundo para isso; esse é o objeto primeiro de sua predestinação e a razão de todas as graças que recebeu. Bossuet exprime-o admiravelmente[22]: 





“Quando não é a natureza que dá um pai paternal, onde encontrar um coração paternal? Em uma palavra, São José, não sendo pai natural, como teria um coração de pai por Jesus? É aí que é preciso entender que o poder divino age nessa obra. É por um efeito desse poder que José tem um coração de pai, e, se a natureza não lho dá, Deus lhe faz um com suas próprias mãos. Pois é d’Ele que está escrito que dirige como quer as inclinações… Ele faz um coração de carne em alguns quando os enternece pela caridade… E não faz em todos os fiéis um coração não de escravo, mas de criança, quando lhes envia o Espírito de seu Filho? Os apóstolos tremiam ao menor perigo, mas Deus lhes deu um coração novo, e sua coragem tornou-se invencível… 





Pois foi essa mesma mão que deu um coração de pai a São José e um coração de filho a Jesus. Por isso Jesus obedecia a São José, e José nele mandava sem temor. E de onde vem essa ousadia de mandar em seu Criador? É que o verdadeiro pai de Jesus Cristo, esse Deus que o engendra desde toda a eternidade, tendo escolhido o divino José para servir de pai, no meio dos tempos, a seu Filho único, fez de alguma maneira correr no seio de José um raio ou um brilho desse amor infinito que Ele 





tem por seu Filho; foi o que lhe mudou o coração, foi o que lhe deu um amor de pai; de tal modo, que o justo José, que sente em si mesmo um coração paternal, formado de uma vez pela mão de Deus, sente também que Deus lhe ordena usar de autoridade paternal, e ousa assim comandar aquele que reconhece ser o seu mestre.” Quer dizer, José foi predestinado primeiramente para “servir de pai ao Salvador, que não podia ter um aqui em baixo”, e depois todos os dons lhe foram concedidos para que ele fosse o digno protetor do Verbo feito carne.





Ademais, há que dizer com que fidelidade José guardou o triplo depósito que lhe fora confiado: a virgindade de Maria, a pessoa de Jesus Cristo e o segredo do Pai eterno, o da Encarnação de seu Filho, segredo para ser guardado até que chegasse a hora da manifestação desse mistério[23].





O Papa Pio XI, em discurso pronunciado na sala do consistório no dia da festa de São José, em 19 de março de 1928, dizia, após ter falado da missão de João Batista e da de são Pedro: “Entre essas duas missões aparece a de José: recolhida, tácita, quase despercebida, desconhecida, que não devia iluminar-se senão alguns séculos mais tarde, um silêncio a que devia suceder, sem dúvida, mas muito tempo depois, um esplendoroso cântico de glória. 





E, de fato, lá onde é mais profundo o mistério, onde mais espessa é a noite que o cobre, e maior o silêncio, é justamente lá que está a mais alta missão, mais brilhante o cortejo de virtudes requeridas e de méritos chamados, por uma feliz necessidade, a lhe fazer eco. Missão única, altíssima, a de guardar o Filho de Deus, o Rei do mundo, a missão de guardar a virgindade, a santidade de Maria, a missão única de entrar em participação no grande mistério escondido aos olhos dos séculos e de cooperar assim na Encarnação e na Redenção! – O que quer dizer que foi em vista dessa missão única que a Providência concedeu a José todas as graças que ele recebeu; em outros termos: José foi predestinado primeiramente a servir de pai ao Salvador, depois à glória e à graça que convinham a tão excepcional vocação.





As virtudes e os dons de São José


As virtudes de São José são sobretudo as virtudes da vida escondida, em grau proporcionado ao da graça santificante: a virgindade, a humildade, a pobreza, a paciência, a prudência, a fidelidade, que não pode ser abalada por nenhum perigo, a simplicidade, a fé esclarecida pelos dons do Espírito Santo, a confiança em Deus e a caridade perfeita. Ele guardou o depósito que lhe foi confiado com uma fidelidade proporcionada ao valor desse tesouro inestimável. Cumpriu o preceito: Depositum custodi.





Sobre essas virtudes da vida escondida Bossuet faz este apanhado geral[24]: “Um vicio ordinário nos homens é dar-se inteiramente às coisas de fora e negligenciar as de dentro; trabalhar para se mostrar e para aparecer, desprezar o efetivo e o sólido; sonhar muitas vezes com o que querem parecer e não pensar no que devem ser. É por isso que as virtudes que são estimadas são aquelas que se misturam nos negócios e que entram no comércio dos homens; ao contrário, as virtudes escondidas, interiores, onde o público não toma parte, onde tudo se passa entre Deus e o homem, não só não são seguidas mas nem sequer compreendidas. 





E no entanto é nesse segredo que consiste todo o mistério da verdadeira virtude… É preciso considerar um homem em si mesmo, antes de meditar qual o lugar que se lhe dará entre os outros; e, se não trabalharmos sobre esse fundo, todas as outras virtudes, por mais brilhantes que sejam, não passarão de virtudes de vitrina… elas não fazem o homem segundo o coração de Deus. – Ao contrário, José, homem simples, procurou Deus, José, homem retraído, encontrou Deus.”





humildade de José deve ser confirmada pelo pensamento da gratuidade de sua vocação excepcional. Ele devia perguntar-se: Por que o Altíssimo me deu seu filho único para guardar, a mim, José, e não a qualquer outro homem da Judéia, da Galiléia, ou de qualquer outra região ou de outro século? Foi unicamente pelo livre agrado de Deus, prazer que é em si mesmo sua razão, e pelo qual José foi livremente preferido, escolhido, predestinado desde toda a eternidade antes de tal ou qual outro homem, a quem o Senhor poderia ter concedido os mesmos dons e uma mesma fidelidade a fim de o preparar para essa excepcional missão. Vemos nessa predestinação um reflexo da gratuidade da predestinação do Cristo e da de Maria.





O conhecimento do valor dessa graça e de sua gratuidade absoluta, longe de prejudicar a humildade de José, confirmou-a. Pensava em seu coração: “O que tens que não recebestes?”


José aparece como o mais humilde de todos os santos depois de Maria, mais humilde do que qualquer dos anjos; e, se é o mais humilde, é por isso mesmo o maior de todos, pois, sendo conexas as virtudes, a profundeza da humildade é proporcionada à elevação da caridade, como a raiz da árvore é tanto mais profunda quanto mais alta é a árvore: “Aquele dentre vós todos que é o menor”, disse Jesus, “este será o maior” (Luc., 9, 48).





Como nota ainda Bossuet: “Possuindo o maior tesouro, por uma graça extraordinária do Pai eterno, José, longe de se vangloriar dos seus dons ou de mostrar suas vantagens, esconde-se tanto quanto pode aos olhos dos mortais, gozando pacificamente com Deus do mistério que lhe foi revelado, e das riquezas infinitas que Ele lhe deu para guardar.”[25] – “José tem em casa o que atrairia os olhos de toda a terra, e o mundo não o conhece; possui um Deus-Homem, e não diz palavra; é testemunha de um grande mistério, e saboreia-o em segredo, sem o divulgar.”[26]





Sua fé é inabalável apesar da obscuridade do inesperado mistério. A palavra de Deus transmitida pelo anjo esclarece acerca da concepção virginal do Salvador: José poderia ter hesitado em crer em coisa tão extraordinária; acreditou firmemente com a simplicidade de seu coração. Por sua simplicidade e sua humildade ele ascende às alturas de Deus.





A obscuridade não tarda a reaparecer: José era pobre antes de ter recebido o segredo do Altíssimo; torna-se mais pobre ainda, observa Bossuet, quando Jesus vem ao mundo, pois vem com seu despojamento e desapegado de tudo para unir-se a Deus. Não há lugar para o Salvador na última das hospedarias de Belém. José deve ter sofrido por não ter nada para dar a Maria e seu Filho.





Sua confiança em Deus manifesta-se na provação, pois a perseguição começa pouco depois do nascimento de Jesus. Herodes quer matá-lo. O chefe da Sagrada Família deve esconder Nosso Senhor, partir para um país longínquo, onde ninguém o conhece e onde não sabe como poderá ganhar a vida. Ele parte, pondo toda a confiança na Providência.





Seu amor de Deus e das almas não cessa de crescer na vida escondida de Nazaré, sob a constante influência do Verbo feito carne, lar de graças sempre novas e sempre mais altas para as almas dóceis que não põem obstáculo naquilo que Ele lhes quer dar. Dissemos mais acima, a propósito do progresso espiritual de Maria, que a ascensão dessas almas é uniformemente acelerada, quer dizer, elas voltam-se tanto mais ligeiramente para Deus quanto mais d’Ele se aproximam ou quanto mais são atraídas por Ele. Essa lei da gravidade espiritual das almas justas se realiza em José; a caridade não cessa de crescer nele cada vez mais prontamente até a morte; o progresso de seus últimos anos foi muito mais rápido do que o dos primeiros anos, pois, encontrando-se mais perto de Deus, era mais fortemente atraído por Ele.





Com as virtudes teologais cresceram também incessantemente nele os sete dons do Espírito Santo, que são conexos com a caridade. Os dons de inteligência e de sabedoria tornaram-lhe viva a fé viva, e, cada vez mais encantada, sua contemplação voltava-se para a infinita bondade do Altíssimo, de modo muito simples, mas muito elevado. Foi, em sua simplicidade, a contemplação sobrenatural mais alta depois da de Maria.





Essa contemplação amorosa lhe era muito doce, mas lhe pedia a mais perfeita abnegação e o mais doloroso sacrifício, quando se lembrava das palavras do velho Simeão: “Essa criança será um sinal de contradição”, e das que disse a Maria: “E a vós uma espada vos traspassará a alma.” A aceitação do mistério da Redenção pelo sofrimento aparecia a José como a consumação dolorosa do mistério da Encarnação, e ele precisava de toda a generosidade de seu amor para oferecer a Deus, em sacrifício supremo, o Menino Jesus e sua santa Mãe, aos quais ele amava incomparavelmente mais do que a sua própria vida.





A morte de São José foi uma morte privilegiada; como a da Santíssima Virgem, foi, como diz São Francisco de Sales, uma morte de amor[27]. Ele admite também, com Suárez, que José estaria entre os santos que, segundo São Mateus (27, 52 e ss), ressuscitaram depois da ressurreição do Senhor e se manifestaram na cidade de Jerusalém; e sustenta que essas ressurreições foram definitivas e que 





José entrou no céu de corpo e alma. São Tomás é muito reservado quanto a este ponto: depois de ter admitido que as ressurreições que se seguiram à de Jesus foram definitivas (in Mt 27, 52, e IV Sent., 1, IV, dist. 42, q. 1, a. 3), mais tarde, examinando as razões inversas dadas por Santo Agostinho, achou que estas eram muito mais sólidas (cf. IIIª, q. 53, a. 3, ad. 2).





O atual papel de São José na santificação das almas


Tanto o humilde carpinteiro teve uma vida escondida na terra quanto é glorificado no céu. Aquele a quem o Verbo feito carne foi submisso aqui em baixo conserva no céu um poder de intercessão incomparável.


Leão XIII, na encíclica Quamquam pluries, encontra na missão de São José em relação à Sagrada Família “as razões por que ele é o padroeiro e protetor da Igreja Universal… Assim como Maria, Mãe do Salvador, é Mãe espiritual de todos os cristãos… assim a José lhe foi confiada a multidão dos cristãos… Ele é o defensor da Santa Igreja, que é verdadeiramente a casa do Senhor e o reino de Deus na terra.”





O que impressiona nesse papel atual de São José até o fim dos tempos é que ele une admiravelmente prerrogativas aparentemente opostas.





Sua influência é universal sobre toda a Igreja, que ele protege, e no entanto, a exemplo da Providência, se estende aos menores detalhes; “modelo dos operários”, interessa-se por cada um que lhe implora. É o mais universal de todos os santos pela sua influência e faz encontrar um par de sapatos a um pobre que os esteja precisando.





Evidentemente, sua ação é sobretudo de ordem espiritual, mas estende-se também às coisas temporais; é o “sustentáculo das famílias, das comunidades religiosas, a consolação dos infelizes, a esperança dos doentes”.





Vela pelos cristãos de todas as condições, de todos os países, pelos pais de família, pelos esposos, como pelas virgens consagradas; pelos ricos, para lhes inspirar uma distribuição caridosa de seus bens, como pelos pobres, para socorrê-los.





Está atento aos maiores pecadores como às almas mais avançadas. É o padroeiro da boa morte, o das causas desesperadas, é terrível para com os demônios que parecem triunfar, e é também, diz Santa Teresa, o guia das almas interiores nas vias da oração.





Ele tem em sua influência um reflexo maravilhoso da “Sabedoria divina que atinge com força de uma à outra extremidade do mundo e dispõe tudo com doçura” (Sb 8, 1).


O esplendor de Deus esteve e permanece eternamente sobre ele; a graça não cessou de frutificar nele, e ele quer que dela participem todos os que aspiram verdadeiramente à “vida escondida em Deus com Cristo” (Col 3, 3.).





(Capítulo VII  do livro A Mãe do Salvador e seu amor por nós. Tradução: PERMANÊNCIA)


[1] Sermo in Nativitatem Virginis Mariæ, IVª consideratio.


[2] Sermo I de S. Joseph, c. III. Opera, Lion, 1650, t. IV, p. 254.


[3] Summa de donis S. Joseph, 1522, nova edição do p. Berthier, Roma, 1897.


[4] In Summam S. Thomæ, IIIª, q. 29, disp. 8, sect. I.


[5] Sermone de S.Giuseppe. Discorsi morali, Nápoles, 1841.


[6] Saint Joseph intime, Paris, 1920.


[7] Tractatus de S. Joseph,Paris, s.d. (1908).


[8] La Grandezza di San Giuseppe, Roma,1927, pp. 36 ss.


[9] Epist. Encíclica “Quanquam pluries”, 15 de agosto de 1899.


[10]  Ainda não o estava na época em que este livro foi escrito. [N. do T.]


[11] Cf. Santo Tomás, IIIª, q. 7ª, 9.


[12] Cf. ibidem, q. 27, a. 5.


[13] Cf. ibidem, IIª IIæ, q. 1, a. 7, ad. 4.


[14] Cf. Santo Tomás, Iª, q. 94, a. 3.


[15] Cf. Dic. Teol. Cat., art. José (São), col. 1518.


[16] Homil. II super Missus est, prope finem.


[17] Sermo I de S. Joseph.


[18] Summa de donis sancti Joseph (obra muito louvada por Bento XIV), Paris IIIª, c. XVIII. Todo esse capítulo expõe a superioridade da missão de São José sobre a dos Apóstolos. – Ver também ibidem, c. XVII: “De dono plenitudinis gratiæ (in S. José).”


[19] In Summum S. Thomæ, IIIª, q. 29, disp. 8, s. 1.


[20] Cf. Mons. Sinibaldi, La grandessa di San Giuseppe, Roma, 1927, pp. 36 ss.


[21] Cf. Santo Tomás, IIIª, q. 24, a. 1, 2, 3, 4.


[22] Primeiro panegírico de São José, 2° ponto, ed. Lebarcq, t. II, pp. 135 ss.


[23] Cf. Bossuet, ibidem, preâmbulo.


[24] Segundo panegírico de São José, preâmbulo.


[25] Primeiro panegírico de São José, preâmbulo.


[26] Segundo panegírico de São José, 3° ponto.


[27] Tratado do amor de Deus, I. VII, cap.XIII.


[1] Sermo in Nativitatem Virginis Mariæ, IVª consideratio.


[2] Sermo I de S. Joseph, c. III. Opera, Lion, 1650, t. IV, p. 254.


[3] Summa de donis S. Joseph, 1522, nova edição do p. Berthier, Roma, 1897.


[4] In Summam S. Thomæ, IIIª, q. 29, disp. 8, sect. I.


[5] Sermone de S.Giuseppe. Discorsi morali, Nápoles, 1841.


[6] Saint Joseph intime, Paris, 1920.


[7] Tractatus de S. Joseph,Paris, s.d. (1908).


[8] La Grandezza di San Giuseppe, Roma,1927, pp. 36 ss.


[9] Epist. Encíclica “Quanquam pluries”, 15 de agosto de 1899.


[10]  Ainda não o estava na época em que este livro foi escrito. [N. do T.]


[11] Cf. Santo Tomás, IIIª, q. 7ª, 9.


[12] Cf. ibidem, q. 27, a. 5.


[13] Cf. ibidem, IIª IIæ, q. 1, a. 7, ad. 4.


[14] Cf. Santo Tomás, Iª, q. 94, a. 3.


[15] Cf. Dic. Teol. Cat., art. José (São), col. 1518.


[16] Homil. II super Missus est, prope finem.


[17] Sermo I de S. Joseph.


[18] Summa de donis sancti Joseph (obra muito louvada por Bento XIV), Paris IIIª, c. XVIII. Todo esse capítulo expõe a superioridade da missão de São José sobre a dos Apóstolos. – Ver também ibidem, c. XVII: “De dono plenitudinis gratiæ (in S. José).”


[19] In Summum S. Thomæ, IIIª, q. 29, disp. 8, s. 1.


[20] Cf. Mons. Sinibaldi, La grandessa di San Giuseppe, Roma, 1927, pp. 36 ss.


[21] Cf. Santo Tomás, IIIª, q. 24, a. 1, 2, 3, 4.


[22] Primeiro panegírico de São José, 2° ponto, ed. Lebarcq, t. II, pp. 135 ss.


[23] Cf. Bossuet, ibidem, preâmbulo.


[24] Segundo panegírico de São José, preâmbulo.


[25] Primeiro panegírico de São José, preâmbulo.


[26] Segundo panegírico de São José, 3° ponto.


[27] Tratado do amor de Deus, I. VII, cap.XIII.



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Milagre da Escada de São José.





Tudo o que pedirdes com fé na oração,
 vós o alcançareis.
 
(Mt. 21, 22)





        A piedosa tradição


Há na cidade de Santa Fé, no Estado do Novo México, EUA, uma capela conhecida como Loretto Chapel. Nela destaca-se uma bela e despretensiosa escada. A piedade tradicional atribui a construção a São José.


 


Cidade de Santa fé, no Estado do Novo México nos EUA 





Em 1898 a Capela passou por uma reforma. Um novo piso superior foi feito, porém faltava a escada para subir. As Irmãs consultaram os carpinteiros da região e todos acharam difícil fazer uma escada numa Capela tão pequena.




As religiosas, então, rezaram uma novena a São José para pedir uma solução. No último dia da novena, apareceu um homem com um jumento e uma caixa de ferramentas. Ele aceitou fazer a escada, porém exigiu que fosse com as portas fechadas.




Meses depois a escada estava construída como queriam as Irmãs. No momento de pagar o serviço, o homem desapareceu sem deixar vestígios. As religiosas puseram anúncios no jornal local e procuraram por toda a região sem encontrar quaisquer notícias ou informações sobre o ignoto carpinteiro. Nesse momento as Irmãs perceberam que o homem poderia ser São José, enviado por Jesus.



 





Há vários elementos que reforçam a aura de piedoso mistério que envolve a construção da escada: A madeira utilizada não é da região, e ninguém sabe como foi parar lá. Também não foi utilizado prego na escada, apenas pinos de madeira.




Além do mais, hoje soa misterioso que ela se mantenha em pé pois é do tipo caracol e não tem apoio central. Na verdade apenas um apoio colateral metálico foi acrescentado a posteriori que não resolve a essência do incógnita. Diz-se que engenheiros e arquitetos não conseguiram desvendar a física por trás da obra.




Por fim, a escada tem 33 degraus, a idade de Jesus Cristo, o que reforça ainda mais a suposição de um fenômeno de origem sobrenatural.




A Capela recebe em média 200 casamentos e mais de 250 mil visitantes por ano. Ela ficou conhecida como a Escada Milagrosa. Grande número de artigos e programas de TV foram dedicados a ela e seus “mistérios”.



 





O milagre Segundo São Tomás de Aquino.




Milagre equivale a cheio de admiração, quer dizer, aquilo que tem uma causa oculta em absoluto e para todos. Esta causa é Deus.




“Portanto, chamam-se milagres aquelas coisas feitas por Deus fora da ordem de causas conhecidas por nós. (...) O milagre é uma obra difícil porque excede a natureza. Pela mesma razão se diz que é insólito porque acontece fora da ordem costumeira.”(Suma Teológica, I, q. 107, art 7).




Santo Tomás divide os milagres em três categorias:




A primeira, e a mais impressionante, é a dos fenômenos que contradizem as regras da natureza. Por exemplo, se o sol voltar atrás ou parar. Estes são os milagres maiores.




A segunda categoria é a dos fatos admiráveis produzidos por alguém ou algo que não tem capacidade para realizá-los. Por exemplo, um santo ressuscitar um morto ou fazer andar um paralítico.




O santo, por exemplo, é um ser humano e não pode fazer isso, logo se conclui que interveio a propósito dele uma força superior capaz de fazer o prodígio. E esta força só pode ser sobrenatural, Angélica ou Divina. São os milagres de segunda grandeza.




Por fim, a terceira categoria, é a dos fatos que excedem a natureza pelo modo e pela ordem que são produzidos. Por exemplo, um encadeamento de fenômenos que é inexplicável para os homens. Em si cada elo da corrente é explicável, mas a sucessão é tão rara que na prática nunca acontece.




Enche de maravilha por tanto que aconteça, e tem propósito falar de milagre, pois interveio uma causa sobrenatural que fez funcionar a natureza com um modo e com uma ordem que maravilha aos homens. É a categoria ínfima dos milagres.



Fonte: Site Oficial da Capela. http://www.lorettochapel.com/staircase.html






Identidade da RCC






"A Renovação carismática é um acontecimento religioso que já não se pode desconhecer.  Nascido na Igreja e para a Igreja, em poucos anos assumiu proporção tão expressiva que se estendeu ao mundo inteiro.


Pretender definí-la é ao mesmo tempo fácil e difícil. Fácil, porque seus pontos fundamentais estão bem definidos; eles nada têm de complexos, a partir do momento em que são compreendidos nas suas linhas essenciais.


Difícil, porque sua riqueza, como tudo o que está enraizado no Evangelho, na palavra divina, ultrapassa qualquer coisa que possa caber numa definição, por mais exata que possa ser".(Benigno Juanes SJ)


I. O Que é a renovação Carismática


É a redescoberta experiencial do poder do Espírito Santo na vida dos cristãos, e a abertura à sua ação para viver o Evangelho em plenitude, para evangelizar com poder sobrenatural, sendo testemunhas de Cristo Ressuscitado (até suas últimas consequências), e contribuindo para renovar todas as formas de presença e de serviço de Cristo na Igreja e no mundo.


Observação importante sobre o Termo "Carismática":


O uso do termo "carismático" é explicado pelas diversas expressões da ação do Espírito Santo, que são o que poderíamos chamar de "momentos fortes" de Sua manifestação. A Renovação "manifesta-se primeiro exteriormente, por um conjunto de reuniões de oração, seja de louvor e de aclamação de Deus, ou com a intenção de curar ou de libertar as pessoas, em um clima de alegria e inclusive de exaltação espiritual"(G. Thils).


Explicação da definição:


a) Redescoberta experiencial do poder do Espírito Santo e a abertura à Sua ação:


"É uma espécie de experiência espiritual, como uma graça de "desbloqueio" e de descobrimento místico, que tem como efeito radical a reatualização do batismo e da confirmação, como em um novo Pentecostes. É como se a vida cristã, vivida e mantida desde sempre, fosse objeto de uma súbita descoberta no impulso do Espírito Santo.


Tal estado, sempre latente e avivado com facilidade, caracteriza-se por três elementos: conversão pessoal, reconhecimento de Jesus Cristo e nova abertura para a ação do Espírito Santo"(Gustavo Thils - Existencia y santidad en Jesucristo, Edic. Sígueme, Salamanca, 1987,54).





a.1) Conversão pessoal: A autenticidade da experiência do Espírito Santo e de seus dons não depende de uma análise dessa experiência em si, mas pode ser discernida por seus efeitos na vida das pessoas:


"De entrada, um dom incondicional da própria pessoa a cristo vivo, no sentimento de uma radical miséria de nossa vida; uma abertura ao Espírito Santo, através do qual age o senhor vivo; uma acolhida filial àquilo que Ele queira fazer em nós e por nós; uma oferenda confiada de nós mesmos à oração de irmãos cristãos visitados ou habitados pelo Espírito Santo.


Então acontece uma coisa. Nada de um golpe, nada de automático. Mas as vidas mudam, ficam em paz e alegria, animadas por um novo gosto pela oração, sobretudo de louvor; por um novo gosto pela Palavra de Deus; por uma serena e diligente abertura ao próximo; uma vontade de sermos instrumentos poderosos para a Igreja e para o mundo, através dos carismas do Espírito Santo"(Palavras do grande teólogo Y. Congar) .


"A descoberta de nossa verdade - o nosso pecado está compreendido nela - impede que continuemos adormecidos na mediocridade. A leitura das Escrituras nos leva a esse radicalismo do Evangelho que ainda levamos tão pouco a sério.


O louvor libera em nós uma confiança que nos empurra para a frente. Depois vem o exemplo dos irmãos: aqueles que deram um passo mais decisivo do que nós; aqueles que aceitaram sua morte como uma feliz renúncia; aqueles que se viram afastados das drogas, da prostituição, da ambição; aqueles que se libertaram de suas amarguras e da vida aborrecida que levavam. Vemos a força do Espírito Santo em ação na sua Igreja (...) Existe uma conversão de cada dia; e há momentos fortes de conversão, que nossa falta de fé torna cada vez mais necessários (...) A obra de regeneração alcança em nosso ser diferentes graus de profundidade, exigindo que prossigamos. A conversão cristã dá direito, sobretudo, a novas conversões, pois não existe santidade já adquirida. Nunca deixaremos de ter necessidade da intercessão dos irmãos "(Benigno Juanes SJ).


a.2) Reconhecimento de Jesus Cristo(como Senhor e Salvador pessoal):


Efésios 1,3-14:Este hino resume, com vigor e clareza, a finalidade do Criador para cada homem: Reproduzir em nós mesmos, com o próprio esforço, e sobretudo com a ajuda do Espírito Santo, a conduta de Deus. Este chamado, que resume toda a história da Salvação, só pode ser respondido pelo homem que "anda no amor de Deus e do próximo" e vive na santidade, em Cristo, Seu Filho, que é o consumador de toda santidade.





"A Renovação Carismática Católica é profunda e essencialmente cristocêntrica: proclama a Jesus como Salvador e Senhor " (Declaração Pastoral sobre a Renovação Carismática, dos Bispos Norte -Americanos, de Março de 1984)


- A Renovação Carismática proclama a Jesus como o Salvador. E não há outro a não ser Ele (Ato 4,12). Tudo o mais são instrumentos de Sua Salvação, recebendo Dele o poder, a missão e a Graça de cooperar na Sua obra Salvífica. Este anúncio opõe-se à influência de um novo pelagianismo sentido de maneira profunda no mundo, e que consiste na atuação, na prática, com a impressão de que o homem pode salvar a si mesmo por meio da ciência, da tecnologia, de métodos psicológicos de autorealização e outros meios meramente naturais. A salvação é uma obra sobrenatural, que só pode acontecer em Jesus Cristo, o único Salvador do homem todo e de todos os homens. E o Espírito Santo é que vem em auxílio à fraqueza humana trazendo primeiramente a convicção disto, para que o homem possa se colocar ao alcance da salvação trazida por Jesus Cristo. - A Renovação Carismática proclama a Jesus como Senhor, opondo-se ao individualismo que grassa o homem de hoje. "A Renovação Carismática reconhece que o erro fundamental e o desvio teórico e prático no reconhecimento do Senhorio de Jesus é a razão de fundo de uma convivência humana profunda e essencialmente viciada por todo tipo de injustiças"(Benigno Juanes SJ).


"Como um movimento dentro da Igreja, a Renovação Carismática tem suas raízes no testemunho da tradição do Evangelho: Jesus é o Senhor, pelo poder do Espírito Santo, para a glória do Pai. A Renovação continua no seu propósito de assimilar aquele testemunho evangélico"(Declaração Pastoral sobre a Renovação Carismática, dos Bispos Norte-Americanos, de Março de 1984, no seu n.1).


O reconhecimento de Jesus Cristo como Senhor não consiste apenas numa confissão de fé em Jesus cristo como o Senhor, mas "O senhorio de Cristo, dado em plenitude pelo pai a partir da ressurreição (Ato 2,36), deve ser uma realidade que envolva todo o indivíduo na totalidade de sua pessoa.


Não deve existir área alguma que não esteja, de fato, submetida a esse senhorio amoroso de Jesus. A Ele corresponde de direito próprio, reinar na família, na comunidade, no mundo. Nada se deve subtrair a seu domínio, a seu reinado de paz, de amor, de entendimento e serviço mútuos. O senhorio de Jesus não nega a realidade, o valor e a relativa autonomia das realidades humanas.





No entanto, envolvendo-o, elevando-o, colocando-o a serviço dos homens e para a glória de Deus, o senhorio de Jesus deve desfrutar de lugar privilegiado"(Benigno Juanes SJ).


a.3) Abertura para a ação do Espírito Santo: A Renovação Carismática nos liga com a atuação do Espírito Santo na Igreja, o que é imprescindível na vida cristã. "A força da Renovação Carismática está em criar o constante Pentecostes que o Espírito Santo realiza na Igreja e em cada um de seus membros"(Documento do Encontro Episcopal latino-Americano, realizado em la ceja, Colômbia, Setembro de 1987) " A ação do Espírito Santo é total.


Queremos dizer que sua obra tende a nos assemelhar a Cristo, por meio da santificação para dentro e, para fora, pela efusão de sua força, que nos permite realizar o trabalho apostólico, colaborar em seu Reino até além de nossas forças.


Esta dupla ação foi a obra característica do Espírito Santo em Pentecostes: santificá-los e equipá-los com seus carismas para que pudessem realizar a missão de evangelizar 'com poder' (At 1,5-8; 2,1ss.) "(S. Carrillo Alday, La Renovacion en el Espíritu Santo, Instituto de Teologia, México, 1984).


"A redescoberta do poder do Espírito Santo significa também a redescoberta dos seus Carismas. A Renovação Carismática está consciente de que esses dons gratuitos de Deus não foram privilégio da Igreja primitiva. Pertencem à vida normal da Igreja. Todo o seu valor está em serem dados para a construção da Igreja na caridade. (ICor 12-14).


Não representam um fim em si, mas têm uma importância fundamental na edificação da Igreja com poder. Todos eles, até os que poderiam parecer mais insignificantes, devem ser apreciados como dons do Espírito Santo para contribuir poderosamente para a expansão e aprofundamento do Reino de Cristo. Por isso, precisamente nos nossos dias, eles são mais necessários neste mundo que nega o senhorio de Jesus.


Eles, os Carismas, manifestam isso e ajudam a testemunhar que Jesus Cristo está vivo e atuante por intermédio do Espírito Santo"(Documento do Encontro Episcopal Latino-Americano, realizado e La ceja, Colômbia, em Setembro de 1987, n.31)


c) Para viver o Evangelho em plenitude: A renovação Carismática tenta restituir ao Espírito Santo o mesmo papel que teve nos primeiros momentos da Igreja. Pelo poder do Espírito santo os primeiros cristãos podiam descobrir Jesus ressuscitado como Senhor e Salvador, viver uma fraternidade impressionante, viver em comum com desconhecidos, partilhar o pouco que tinham, amar os não amáveis, perdoar a ponto de dar "a outra face", suportar perseguições e até o martírio...





Esse poder só tem origem na Graça do Espírito Santo. "Daí ser absolutamente necessário apelar à Graça, aceitá-la como um dom e fazer do Espírito Santo o protagonista principal de toda a Renovação e até dos compromissos mais árduos. Na Renovação Carismática trata-se de fazer vida de toda esta teologia"(P Villarroel, Vida Nueva, 1981).


A obra do espírito Santo, ao provocar esta corrente de graça, também age e faz com que se dê uma confissão de fé, pelo louvor, o testemunho, a ardorosa vida sacramental, a adesão à Palavra de Deus, o amor e o compromisso com o próximo, no Senhor, especialmente com os mais necessitados, de muitas e diferentes maneiras; como faz que se verifique também a obediência àqueles que Deus chamou à Igreja para nos dirigir e discernir os caminhos do Espírito Santo.


d) Para evangelizar com poder sobrenatural: Hoje, podemos encontrar em diversos setores da sociedade, inclusive nos meio de cristãos, um materialismo que tem desprezado os valores cristãos e transformado o homem em escravo de ídolos como o dinheiro, o sexo e o poder. E o "secularismo", que relega Deus à condição de apenas um "ente" a mais, sem preocupar-se com sua existência, e acreditando que pode construir e viver eficazmente sua vida, encontrando a felicidade e a paz à margem Dele. De fato, esta é a tentação e o pecado de nossas origens: Ignorar a existência e a intervenção de Deus na vida e no mundo, crendo ser capaz de construir algo de bom por si mesmo.


O secularismo, junto com o materialismo têm como consequência o desprezo à vida eterna e a todas as realidades sobrenaturais a serem vividas na vida temporal. A Renovação Carismática, ao usar os dons e carismas do Espírito Santo, levando a experimentar a verdade de que Deus existe e age sobrenaturalmente em todos os aspectos da vida humana, vai contra o materialismo e secularismo que têm arrastado o homem do bem Supremo e do fim último de sua vida.


e) Sendo testemunhas de Cristo Ressuscitado: Tomar Atos 2, 29-33. No dia de Pentecostes, após o derramamento do Espírito Santo, Pedro anunciou a Ressurreição de Cristo e o derramamento do Espírito santo como obras associadas: "Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvirdes. E São Paulo que teve a experiência com Cristo Ressuscitado pregou: "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé...E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados...





Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima"(I Cor 15,14.17.19). A RCC leva o homem a EXPERIMENTAR a verdade de que Cristo ressuscitou, e disto resulta uma transformação de valores e vida concreta que o torna testemunha viva desta verdade.


f) Contribuindo para renovar todas as formas de presença e de serviço de Cristo na Igreja e no mundo: O fato de a Renovação Carismática destacar a ação do espírito santo não diminui a dimensão cristológica da vida cristã. Jesus é será sempre o centro de toda espiritualidade sadia, dado pelo Pai (Rom 8,29).


A obra do Espírito santo é precisamente nos levar até Jesus, inserir-nos Nele, fazer-nos acreditar Nele e nos incentivar a trabalhar como Ele, no Reino que o Pai Lhe deu como prêmio, no momento de sua morte (...) . Segundo a expressão de São Paulo, todo cristão é um embaixador de Cristo (II Cor 5,20), ou um cooperador de sua obra (I Cor 3,5-9)"(Benigno Juanes).


Para isto existe a Renovação carismática, para levar mais e mais homens a viver com plena consciência, na Igreja e no mundo, o seu compromisso batismal, saindo de nós mesmos para nos entregarmos a Cristo, na pessoa dos nossos irmãos.


Aqui entra a dimensão da abertura para o próximo, para todos os que precisam de nossa ajuda, em especial aqueles a quem o Senhor privilegiou com sua atenção durante sua vida, coisa que agora certamente deseja continuar fazendo por nosso intermédio: servir aos pobres, os oprimidos, os doentes e os pecadores (Ver Lc 4,18-19 e Jo 14,12).





Observação importante sobre o serviço da RCC:


" A renovação Carismática é uma graça para a Igreja"(Ives Congar). Essa afirmação é repetida sobretudo na voz dos supremos pastores da Igreja: Paulo VI, em seu discurso aos líderes da RCC em 1975 e João Paulo II em diversas oportunidades, manifestaram os mesmos sentimentos em relação à Renovação Carismática.


Isto não deve ser motivo de orgulho, mas de consciência da Graça e da responsabilidade que lhe cabe, de ser fiel na escuta e na obediência à Deus sem nunca esquecer de que tudo o que fizer e que empreender tem de ser por obediência e sob a autoridade daqueles a quem o Senhor constituiu como sucessores dos apóstolos e guias de Sua Igreja.


Uma observação ainda sobre a identidade da RCC:





Tendo em vista tudo o que já foi visto, cabe aqui mencionar um erro já apontado por pessoas eminentes como o Cardeal Suenens, durante muitos anos delegado pessoal de Paulo Vi e, depois, de João Paulo II, para a Renovação Carismática, e de Monsenhor R, Coffy, arcebispo de Marselha. que durante algum tempo foi coordenador da RCC na França perante a Conferência Episcopal francesa.


"Não devemos permitir que a RCC seja vista como um 'movimento de oração', porque ela é mais uma corrente de conversão. Apoia-se com insistência na oração como ligar de acolhida do Espírito Santo, que faz nascer de novo (Jo 3,5) e muda de cima a baixo as nossas vidas para construir a Igreja"(ver Atos 2) .


A RCC não é um movimento a mais, junto com os outros movimentos. Tampouco se trata de um super movimento; nem pretende encampar a obra do Espírito Santo ou entrar em comparação com os movimentos religiosos que o senhor tem provocado no seio da sua Igreja, e dos quais ela se beneficia constante e abundantemente.


O fato de, na prática, a Renovação poder funcionar como os movimentos, em nível diocesano e paroquial, não deve enfraquecer sua própria 'identidade', sem a qual deixaria de ser o que realmente é, e os próprios Sumos Pontífices querem que seja. Tampouco deve impedir que realize a missão que lhe é própria.


"O que diferencia a RCC de qualquer renovação ou movimento autêntico na Igreja é sua interpretação de que o papel do Espírito Santo não mudou na Igreja desde os primeiros séculos, e que hoje podemos experimentar sua efusão, seu poder e seus dons da mesma maneira que os cristãos primitivos "( Do Documento apresentado ao Papa João Paulo II pelo escritório Internacional da Renovação Carismática, em Roma, 1979).


Assim, podemos concluir que, em virtude de seus elementos essenciais, que vamos conhecer abaixo, ela não pode ser considerada um "movimento", mas uma "corrente de graça", enquanto que em virtude das suas estruturas, ou seja, dos meios através dos quais se manifestam os elementos essenciais, aí sim, pode-se considerá-la também como "movimento". Como a mais íntima realidade da RCC é constituída por seus elementos essenciais, é mais exato chamá-la de "corrente de graça".


III. Elementos Essenciais e meios Utilizados pela RCC


A Renovação Carismática encarna os elementos essenciais do Evangelho a fim de testemunhá-los, e o faz através de meios específicos:


Os elementos essenciais que encarna são os da Boa-Nova:





- O amor de aliança do Pai


- O senhorio de Jesus


- O poder do Espírito Santo


- A vida Sacramental


- A vida comunitária


- A oração


- A necessidade de evangelizar


Os meios utilizados são elementos que configuram a Renovação Carismática a partir de fora. Eles incluem:


- Os grupos de oração


- As comunidades de Aliança


- Os Seminários de Vida no Espírito


- Os retiros


- As assembléias e Conferências


- As publicações


- Os diversos ministérios que assumem e os compromissos que implicam


Os meios são o modo concreto com que a Renovação encarna os elementos essenciais do Evangelho. Eles são opcionais, mas nem por isto perdem sua importância, pois eles representam canais por onde passa a "corrente da Graça", como já é clássico denominar a RCC na sua realidade mais íntima.


Usando de uma comparação, os elementos essenciais da RCC são como um rio, e os opcionais são como o leito por onde o rio corre. O rio deve correr pelo leito, sob pena de que a correnteza transborde ou seja enfraquecida. Assim, podemos dizer que os elementos principais são a finalidade principal dos meios, mas, por sua vez, necessitam dos meios para realizar-se em crescente plenitude.


Tão unidos se encontram os meios aos elentos essenciais, que vêm a ser importante para sua identidade. Por isso, purificar e fortalecer esses meios, é levar à maturidade a renovação Cristã na sua mais íntima realidade. Sem os meios, ou com eles mal utilizados, ver-se-iam ameaçados os elementos essenciais; a ação do Espírito Santo, na Renovação


Carismática, sofreria na sua eficácia; os carismas se enfraqueceriam; a conversão pessoal e comunitária ver-se-ia freada.


III. Missão da RCC e suas Metas





A Carismática, como "corrente de graça", tem um propósito específico: a explosão da força do Espírito Santo nos indivíduos e em toda a Igreja, para renová-los desde o seu mais profundo íntimo, com todas as suas consequências, de modo que possam realizar em si e em outros uma autêntica vida cristã, conforme o modelo dado pelo Pai: Jesus Cristo (Rm 8,29).


Como "movimento", tem um propósito pluriforme: em resumo, cabe enunciá-lo dizendo que procura penetrar com a mentalidade descrita, toda pessoa, todo treinamento, seja ele apostólico, sacerdotal, laical.


Assim, "O propósito da Renovação Carismática é penetrar nos indivíduos, nos movimentos, nas instituições, não para mudar sua 'identidade', mas para que suas vidas sejam transformadas em profundidade, e sejam equipados com os dons do Espírito Santo, para trabalhar com poder no Reino de Cristo, em todas as suas manifestações.


Quanto às suas metas, podemos sintetizá-las da seguinte maneira:


a) Levar os indivíduos a uma profunda conversão pessoal a Jesus cristo como Salvador e senhor, que se torne cada vez mais consciente e intensa;


b) Prepará-los para receberem a efusão do Espírito santo em um intinerário de conversão e de entrega total a Jesus;


c) Levá-los a compreender e experimentar pessoalmente o poder do próprio Espírito Santo, também pela aceitação e o uso dos dons espirituais carismáticos, para louvor do pai e construção de uma Igreja no amor. De outro modo, renovar o compromisso e a unção do Espírito Santo, dos Sacramentos do Batismo e da Confirmação;


d) Conduzi-los ao desenvolvimento de uma sólida espiritualidade cristã, de uma maturidade na qual cada um é fortalecido pelo Espírito Santo para realizar um trabalho específico no reino de Cristo, nos mais árduos compromissos por Ele, sobretudo pelo testemunho de vida e na evangelização;


e) E tudo isso em um contexto de fé, de esperança, de caridade e de uma práxis plenamente católica e eclesial".


Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=1379

domingo, 18 de março de 2012

Como fazer seu Grupo de Oração crescer (I)








  Foto: Na Igreja São Francisco de Assis de Vazante-MG




Por Maria Beatriz Spier Vargas


Secretária-Geral do Conselho Nacional da RCC do Brasil


O grupo de oração é um grupo de pessoas que, por um desígnio de Deus, um dia (o dia em que foram pela primeira vez ao grupo) tiveram suas vidas tocadas pela bondade infinita do Senhor e foram descricaos a viver uma vida nova, a vida no Espírito. Existe uma passagem na carta de São Paulo a Tito, capítulo 3, versículos de 4 a 7, que descreve bem o que acontece com cada um de nós quando começamos a frequentar um Grupo de Oração: “Mas um dia apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens. 


E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido em profusão, por meio de Cristo, nosso Salvador, para que a justificação obtida por sua graça nos torne, em esperança, herdeiros da vida eterna.”


É essa a missão do Grupo de Oração: fazer com que as pessoas recebam o Batismo no Espírito Santo e tenham suas vidas renovadas, resgatadas, e guardem, para sempre, no coração, a esperança da vida eterna, a alegria da salvação. Pessoas batizadas no Espírito Santo são as que deixam transparecer entusiasmo em evangelizar, a fim de que outros também possam ter acesso a essa fonte de vida nova. São pessoas que com a sua vida testemunham que Jesus Cristo é o Senhor.


Se isso não está acontecendo nos nossos grupos de oração, se as pessoas que vão ao Grupo não estão sendo transformadas, então o coordenador do Grupo, juntamente com a sua equipe de servos, deve parar diante do Senhor e perguntar a Ele o que está acontecendo, o quê está impedindo o Grupo de Oração de cumprir com sua missão de mudar vidas. Além de nos colocarmos em oração, talvez fosse interessante rever alguns pontos-chave da nossa vida carismática: conversão de vida, louvor, perdão, oração pessoal, leitura diária da Palavra e frequência aos sacramentos.


Conversão de vida


Este é um ponto que tem sido negligenciado. Não podemos esquecer nunca que vivemos a nossa vida sob o olhar de Deus que tudo sonda e tudo perscruta. O salmo 138 diz: “Senhor, vós me perscrutais e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos, quando ando e quando repouso, vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda não me chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão” ( Sl 138, 1-5).


E o salmo 50 nos lembra: “Eu reconheço a minha iniqüidade; diante de mim está sempre o meu pecado. Só contra vós pequei: o que é mau fiz diante de vós” (Sl 50, 5-6).


O livro da Sabedoria, no capítulo 1, nos diz claramente que, se estivermos no pecado, o Espírito Santo se afastará de nós: “Tende para com o Senhor sentimentos perfeitos e procurai-o na simplicidade de coração, porque ele é encontrado pelos que não o tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança; com efeito, os pensamentos tortuosos se afastam de Deus. A sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará o corpo sujeito ao pecado; o Espírito Santo educador (das almas) fugirá da perfídia, afastar-se-á dos pensamentos insensatos, e a iniqüidade que sobrevém o repelirá” (Sb 1, 1b-5).


Louvor


Resgatemos o louvor no Grupo de Oração e na nossa vida diária, ao invés de murmurarmos e nos queixarmos da vida. Quando louvamos ao Senhor e entoamos ações de graças, a nossa voz se une à voz dos anjos e santos de que fala o livro do Apocalipse, no capítulo cinco, e que bradam: “ Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor. Àquele que se assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder pelos séculos dos séculos” (Ap 5,12.13b).


Vamos acreditar que, quando louvamos ao Senhor no meio das dificuldades, todos os anjos e santos do céu e também Nossa Senhora unem-se a nós em adoração, louvor e ação de graças. E nossos problemas são confrontados com o poder e a majestade de Deus e a vitória que Jesus Cristo já conquistou.


Perdão


O Conselho Nacional esteve reunido em Brasília/DF, em janeiro de 2007, e o Senhor falou em profecia: “Se dentro do seu coração existe um conflito, um litígio contra seu irmão, Eu, Jesus, estou aqui, no Trono, como um justo juiz e pergunto: Existe possibilidade de conciliação entre vocês? Se não existe conciliação, então Eu preciso julgar”.


Os litígios, os conflitos, as mágoas, os ressentimentos nos desajustam, fazem sofrer a nós e aos outros e não auxiliam em nada o estado de graça e de comunhão com Deus. Pensemos nisso e retomemos o exercício do perdão em nossas vidas. Podemos, por exemplo, determinarmo-nos todos os dias, durante um mês, a nos colocar em oração e perguntar ao Espírito Santo a quem precisamos perdoar e a quem precisamos pedir perdão. Vamos ficar espantados de ver como ainda temos que caminhar nesta área. Toda semana podemos envolver nosso grupo de oração nessa prática e, assim, colher testemunhos sobre o perdão.


Oração pessoal


É a humilde vigilância na presença de Deus, como diz o salmista: “Só em Deus repousa a minha alma, é dele que me vem o que espero. Só Ele é o meu rochedo e minha salvação, minha fortaleza: jamais vacilarei. Só em Deus encontrarei glória e salvação. Ele é meu rochedo protetor, meu refúgio está Nele, ó povo, confia Nele de uma vez por todas; expandi, em Sua presença, os vossos corações. Nosso refúgio está em Deus”.


Quando nos colocamos na presença de Deus em oração, Ele abençoa o que está em nosso coração: alegrias, tristezas, preocupações, tudo! As nossas fraquezas, nossas limitações, nossos erros, nossas tentações e pecados que nos humilham, nossas dificuldades no dia-a-dia e na família, nossas dúvidas e inquietações. Sobre tudo isso, o Senhor derrama o seu amor curador, consolador, libertador. 


Além disso, na oração, passamos do nosso coração sensível, que é o lugar da tentação, para o nosso coração mais profundo, onde está a presença de Deus na pessoa do Espírito Santo. E a ação do Espírito Santo, que é o amor que habita o nosso coração mais profundo, pacifica, purifica, ilumina e constrói. É como diz aquele cântico: “Preciosas são as horas na presença de Jesus, comunhão deliciosa de minha alma com a luz.”.


Leitura diária da Palavra


Procurar trazer a Palavra para dentro das situações que vivemos; isso é parte da nossa identidade carismática. Se não lemos a Bíblia diariamente e se não a vivemos, ficamos desfigurados, ou seja, perdemos a nossa feição, o nosso rosto de Pentecostes. A Palavra de Deus é matéria espiritual sobre a qual o Senhor cria novas realidades na nossa vida. “Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível” (Hb 11, 3).


No capítulo 15 do livro do profeta Jeremias, nós lemos: “Quando encontrei Tuas palavras alimentei-me, elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar Teu nome sobre mim, Senhor dos exércitos”.


Quando nos debruçamos sobre a Palavra, estamos erguendo sobre nossa vida o próprio Senhor dos exércitos, das potências, o Senhor de toda glória e de toda majestade. Nossa vida recebe esta força incrível que é a Palavra, com todo o seu poder de transformar as realidades.


Frequência aos sacramentos


Precisamos também fortalecer nossa vida com a frequência aos sacramentos, principalmente os da Reconciliação e da Eucaristia. O Catecismo da Igreja Católica, na parte II, que fala sobre os sacramentos, mostra um afresco da catacumba de São Pedro e São Marcelino, representando o encontro de Jesus com a mulher hemorroíssa. 


Essa mulher, enferma há muitos anos, é curada ao tocar o manto de Jesus, pela “força que dele saíra”. Os sacramentos da Igreja, diz o Catecismo, continuam hoje as obras que Cristo cumprira durante sua vida terrestre. Os sacramentos são como essas “forças que saem” do Corpo de Cristo para curar as feridas do pecado e para nos dar a vida nova do Cristo. Através da vida sacramental, o poder divino e salvador do Filho de Deus salva o homem todo, alma e corpo.


Se voltarmos a ser o que somos, povo de oração, de conversão de vida, de louvor, de perdão e de freqüência aos sacramentos, e se em nossos grupos de oração tivermos a prática dos carismas para que as pessoas possam ver os sinais da presença viva de Deus no meio de nós, então grupos de oração vão crescer, porque muitos homens e mulheres vão querer fazer parte dessa “raça escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido para Deus” (cf. I Pd 1, 9).


Fonte: Revista Renovação, ano 8, edição 44, de maio/junho de 2007.


sábado, 17 de março de 2012

LIVRES PARA VOAR.“Hoje não fecheis o vosso coração, mas ouvi a voz do Senhor












Hoje, o dia amanheceu chuvoso. Está lindo o dia. As plantas estão felizes, os pássaros também, o clima está maravilhoso!





Comecei o dia louvando ao Senhor. Senti essa necessidade de louvar. Dei-me conta de que só estava pedindo, implorando e, ainda por cima, desgostosa por não ter uma resposta que à muito tempo espero de Deus.





Depois, percebi a minha ingratidão para com o pai e o egoísmo da minha parte. Aí, escutei os passarinhos cantando alegremente e só então, me dei conta de que muitos deles estão tristes e presos em gaiolas, por causa da cegueira espiritual do ser humano.





Pude me lembrar até, de pessoas conhecidas e de Igreja, que mantém cativos pássaros em suas casas e outros locais, para apreciar essas espécies.





E não posso culpá-los, por que não enxergam isso. É como se tivessem olhos e não vissem e ouvidos e não escutassem o cantarolar de choro deles ou o silêncio de tristeza.





Pude então, louvar pelas vezes que me comportei assim e que pela sua misericórdia passei a enxergar.





Também, me lembrei dos animais que sofrem, quantos estão abandonados, sem um dono, soltos por aí, expostos à maldade humana. Animais, que passam fome, mau-tratos, pois muitos dão pedradas e chutes neles, como se não sentissem dor. 





Não importam sequer se sentem sede. É bem verdade, que lixo os mesmos podem até encontrar e quando não acham nada para comer, comem terra, papel higiênico sujo, mas a água não tem jeito. 





Sentem sede. E muitos cristãos acham que não precisam cuidar porque no céu não haverá lugar para os animais, só que esquecem de um detalhe: “Que Deus fez uma aliança com os homens e com os animais” e consta isso em Gênesis”.  





E que esses mesmos animais foram colocados na “Arca de Noé”, para preservação. E se Deus os salvou do dilúvio, é porque tinham alguma importância.





Meus amados, o coração do povo está duro. E não vamos longe, nós da Igreja, precisamos acordar enquanto é tempo.





Na palavra de Deus diz que quando formos fazer um banquete que chamemos os pobres e aqueles que não poderão nos retribuir em nada e que assim teremos a nossa recompensa nos céus. 





Será que os animais, não estão no mundo, para nos ensinar a ser mais dóceis e a lembrar que temos que de dar algo sem nada esperar em troca?





Pense bem, ao dar água e comida para o animal, o que você pode esperar em troca? 





O simples colocar alimento ou água, já é um sinal de bondade, que nos desperta ao amor e a outros tipos de generosidades também com relação às pessoas.





Está na hora, de parar de pensar, que existe tanta gente com fome e porque vou dar atenção e comida a animais? Pense que você pode ajudar tanto um quanto o outro. 





Que não há necessidade de deixar de ajudar um por que o outro não está sendo ajudado. 





Faça aquilo que está perto de você. Aquilo que você vê.





Lembrai-vos de São Francisco de Assis, que conversava com os animais, que cuidava deles.


Francisco, teve a sensibilidade de olhar muito mais além...





Portanto, somos do entendimento de que nascemos para ser livres e só o seremos de verdade,quando enxergarmos e escutar-mos tanto quanto de forma humana, quanto da forma espiritual, pois o nosso pai celestial é espírito e temos que estar atentos.





Augusta Moreira dos Santos

sexta-feira, 16 de março de 2012

Santa Teresa D'ávila (ou de Jesus) - Doutora da Igreja

 




Santa Tereza nasceu em Ávila, na Espanha, no ano de 1515. A educação que os pais deram a ela e ao irmão Roderico, foi a mais sólida possível. Acostumada desde pequena à leitura de bons livros, o espírito da menina  não conhecia maior  encanto que o da vida dos  santos mártires.   





Tanto a impressionou esta leitura que, desejosa de encontrar o martírio, combinou com o irmão a fuga da casa paterna, plano que  realmente tentaram executar, mas que se tornou irrealizável, dada a vigilância dos pais. 





A idéia e o desejo do martírio ficaram, entretanto, profundamente gravados no coração da  menina. Quando tinha 12 anos, perdeu a boa mãe. Prostrada diante da imagem de Nossa Senhora,  exclamou: “Mãe de misericórdia, a vós escolho para serdes minha Mãe.  





Aceitai esta pobre órfazinha no número das vossas  filhas”.  A proteção admirável que experimentou durante toda a vida, da parte de Maria Santíssima,  prova que esse pedido foi atendido. 





Deus permitiu que Teresa por algum tempo, enfastiando-se dos livros religiosos, desse preferência a  uma leitura profana, que poderia  pôr-lhe em perigo a alma. Também umas relações demasiadamente íntimas com parentes, um tanto levianas, levaram-na ao terreno escorregadio da vaidade.  





O resultado disto tudo foi ela perder o primitivo fervor,  entregar-se ao bem-estar, companheiro fiel da ociosidade, sem entretanto chegar ao extremo de perder  a inocência. 





O pai, ao notar a grande mudança que verificava na filha,  entregou-a aos cuidados  das  religiosas agostinianas.  A conversão foi imediata e firme. Uma grave enfermidade obrigou-a a  voltar para a casa paterna. 





Durante esta doença, percebeu o profundo desejo de abandonar o mundo e  servir a Deus, na solidão dum claustro. O pai, porém,  opôs-se a esse plano, no que foi contrariado por Teresa, que fugiu de casa, para se internar num mosteiro das Carmelitas, em Ávila. 





No meio do caminho lhe sobreveio uma grande repugnância pela vida religiosa, e por um pouco teria desistido da idéia. Vendo em tudo isto uma cilada do inimigo de Deus e dos homens,  seguiu resolutamente o caminho e ao transpor o limiar do mosteiro,  os receios e  escrúpulos deram lugar a uma grande calma e alegria no coração. 





Durante o tempo do noviciado,  foi provada por outro relaxamento no fervor religioso que, aliás,  pouco tempo durou.  Deus mais uma vez lhe tocou o coração, mas de uma maneira tão sensível que Teresa, debulhada em lágrimas, prostrada diante do crucifixo, disse; “ Senhor, não me levanto do lugar onde estou,  enquanto não me concederdes a graça e fortaleza  bastantes, para não cair mais em pecado e servir-vos de todo coração, com zelo e constância”.  





A oração foi ouvida e de uma vez para sempre, ficou extinto no coração de Teresa o amor ao mundo e às criaturas e restabelecido o zelo pelas coisas de Deus, do seu santo serviço. 





Foi-lhe revelado que essa conversão era o resultado da intercessão de Maria Santíssima e  de São José. Por isso, teve sempre profunda devoção a S. José e muito trabalhou para difundir este culto na Igreja. 





Profunda era a dor que sentia dos pecados cometidos e dolorosas eram as penitências que fazia, se bem que os confessores  opinassem que nenhuma dessas faltas chegava a ser grave.   Em visões lhe foi mostrado o lugar no inferno, que lhe teria sido reservado, se tivesse seguido o caminho das vaidades. 





De tal maneira se  impressionou com esta revelação, que resolveu restabelecer a Regra carmelitana,  em todo o rigor primitivo. Esse plano, embora tivesse a aprovação do papa Pio IV,  a mais decisiva resistência encontrou da parte do clero e  dos religiosos. Teresa, porém,  tendo a intenção de agir por vontade de Deus, pôs mãos à obra e venceu.





Trinta e dois  mosteiros (17 femininos e 15 masculinos) foram por ela fundados e outros tantos reformados.  Em todos, tanto no convento dos religiosos, como das religiosas, entrou em vigor a  antiga regra. São João da Cruz foi quem assumiu e escreveu as regras para o segmento masculino, a pedido de Santa Teresa.  





Em sua biografia há capítulos ( os 11 e os seguintes), que dão testemunho da intensidade da  sua vida interior.  O que diz sobre os quatro degraus da oração, isto é, sobre o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento, é realmente aquilo que a oração da sua festa chama “pábulo da celeste doutrina”. 





Graças extraordinárias a acompanhavam constantemente como fossem: comunicações diretas divinas, visões, presença visível de Cristo.





Um anjo traspassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que a Ordem carmelitana comemora na festa da transverberação do coração de Santa Teresa, em 27 de agosto.





Doloroso foi o caminho da cruz pelo qual a  Divina Providência a quis levar e não faltou quem lhe envenenasse as  mais retas intenções, quem em suas medidas de  reforma visse obra do demônio, e intervenção direta diabólica. A calma lhe voltou, quando em 1559, se confiou à direção de São Pedro de Alcântara.





Não tardou que, em 1576, no seio da Ordem se levantasse uma grande tempestade contra a reforma. Veio a proibição de novas fundações, e Teresa viu-se obrigada a se recolher a um dos conventos.  Parecia ter-se declarado o fracasso da sua obra: Foi, quando interveio o rei Felipe II. A perseguição afrouxou só pouco a pouco e, em 1580, o Papa Gregório XIII declarou autônoma a província carmelitana descalça. 





Esta obra sobre-humana não teria tido o resultado brilhante que teve, se não fosse a  execução da vontade divina e se Teresa não tivesse sido toda de Deus, possuidora das mais excelentes e sólidas virtudes, dotada de grande inteligência e senhora de profundos conhecimentos teológicos. 





Santa Teresa teve o dom de  ler nas consciências e predizer coisas futuras, não lhe faltou a cruz dos sofrimentos físicos e morais. No seio das maiores provações, nas ocasiões em que lhe parecia ter sido abandonada pelo céu e pela terra, era imperturbável sua paciência e conformidade com a vontade de Deus. No SS. Sacramento, achava a forma necessária para a luta e para a vitória.





Sob  o impulso de uma graça especial fez o voto de fazer sempre aquilo que a consciência lhe dizia ser o mais alto grau da vida mística. Os numerosos escritos, asseguraram-lhe um dos primeiros lugares entre os místicos.





Oito anos antes de deixar este mundo, foi-lhe revelada a hora da morte. Sentindo esta se aproximar, dirigiu uma fervorosa ordem  a todos os conventos de sua fundação ao ou reforma. Com muita devoção recebeu os santos Sacramentos, e constantemente rezava jaculatórias sobre esta: “ Meu Senhor, chegou afinal a hora desejada, que traz a  felicidade de ver-vos eternamente.“ – Sou uma filha de Vossa Igreja. 





Como filha de Igreja Católica, quero morrer.”   - Senhor, não me rejeiteis a Vossa face. Um coração contrito e humilhado não haveis de desprezar”.





Santa Teresa morreu em 1582, na idade de 67 anos. Logo após sua morte, o corpo da Santa exalava um perfume deliciosíssimo. Até o presente dia se conserva intacto.





Seu coração, apresentando larga e profunda ferida, acha-se guardado num precioso relicário na Igreja das Carmelitas em Alba.












Vídeos-Viva a palavra de Deus-Augusta Moreira dos Santos





Estão vendendo pedacinho do Céu




Ninguém Te Ama Como - Eu-Jesus Corrige por Amor




Eu Vi Jesus. Disse Aquela Mulher




O Que estão fazendo com a "Casa de Deus"







Um Belo Chicote é o de Jesus- Augusta Moreira dos Santos












quinta-feira, 15 de março de 2012

Tenho buscado a aprovação dos homens ou a de Deus?







Meus irmãos, nesta noite fiquei a imaginar, o quanto as pessoas nos interpretam mal. Pensam coisas a nosso respeito, que de fato não é aquilo que somos.





Por vezes, entre lágrimas, pude sentir esse espinho na carne, do julgamento e percebo que até o mereço, pois, já  o fiz e muito, ao meu semelhante e na palavra diz que é com a mesma medida que seremos medidos.





O Senhor, até nos exorta dizendo, “não julgueis, para não serdes julgados”.





Pude entender que quando faço um julgamento, estou julgando a mim mesma. Até comentei com minha irmã. Quando digo para alguém, você é orgulhoso! Então, Ou eu fui, ou eu sou orgulhoso.





Quando uma pessoa diz para você aquilo que acha a seu respeito, de negativo,  você pode até a princípio assustar e dói muito, mas é uma dor gostosa. A dor quando ela é para o nosso crescimento, ela tem que ser muito bem vinda, pois é como um mertiolate que vai passando numa ferida exposta.





Teve uma amiga, que gosto muito, que disse algo para mim, que não senti que fosse da forma como ela viu, então, muito preocupada, pois queria a aprovação dela, pedi a palavra ao Senhor, que com certeza sempre nos fala e veja o que saiu:





Gálatas, 1-10 “Tenho buscado a aprovação dos homens ou a de Deus? Acaso procuro agradar aos homens? Se ainda quisesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo”.





A palavra não mente. Ela é viva, ela é verdadeira. Quem coloca a mão no arado não pode olhar para trás. 





Se o Senhor, me diz através da palavra que quem quer agradar aos homens não há como ser servo dele, então tenho que me conformar. Tenho que aceitar.





Aprofundando mais na palavra do Senhor, vejamos em 2 Cor 10,17-18“Quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois é aprovado só aquele que o Senhor recomenda, não aquele que se recomenda a si mesmo.





A palavra de Deus quando levada a sério, vai nos moldando, vai nos modelando e aí, dói, porque a nossa natureza pecadora não deseja a transformação, prefere viver na ignorãncia.





Portanto, se quero ser servo, tenho que abraçar a cruz e fazer dela um êxtase na minha vida e não um sofrimento. Porque quem ama, sofre com alegria.





Que Deus nos conceda a graça da transformação interior.





Augusta Moreira dos Santos





Alberto Gambarini,vídeos-Livrai-nos do mal.










No ano de 1974, Alberto Gambarini, vestibulando para medicina, participou de uma experiência de oração ministrada pelo mons. Jonas Abib, onde sentiu um forte chamado para a vida sacerdotal. Em 06 de dezembro de 1978, foi ordenado sacerdote pelo bispo-auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, D. Mauro Morelli na Matriz Nossa Senhora dos Prazeres em Itapecerica da Serra, estado de São Paulo, onde é pároco atualmente. 





O primeiro passo que padre Alberto deu para evangelizar pelos meios de comunicação social, foi a compra de um horário na Radio Morada do Sol, patrocinado pelos ouvintes que desejavam contribuir com a sua missão. Posteriormente, ele começou a comprar horários comerciais na televisão, sempre com o auxilio de seus ouvintes e telespectadores. Fonte:(http://pt.wikipedia.org/)



















Série - Livra-nos do Mal (Como o Diabo Age) parte 1 de 6















Série - Livra-nos do Mal (Como o Diabo Age) parte 2 de 6


















Série - Livra-nos do Mal (A Psicologia do Diabo) parte 4






Vencendo as Armadilhas do diabo





Vencendo as armadilhas do diabo parte 6