quarta-feira, 13 de junho de 2012

A vida de Santo Antônio




SANTO
ANTÔNIO

Ilustração Santo Antônio






A vida de Santo Antônio continua chamando a atenção de muita gente por esse mundo a
fora. Como nós sabemos, Santo Antônio nasceu numa família rica e importante de
Portugal. Mas logo cedo quis viver o despojamento da vida de Jesus Cristo junto
à comunidade do mosteiro da Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho. 





E
quando seus parentes quiseram favorecer uma vida mais fácil dentro do mosteiro
de São Vicente de Foras, periferia de Lisboa, mudou-se para o mosteiro de Santa
Cruz de Coimbra, fugindo assim das facilidades que queriam para ele.







Mais tarde, querendo viver uma
vida ainda mais radical, passou a seguir o caminho da pobreza evangélica, na
imitação de Cristo, do jeito do Pobre de Assis, São Francisco. Antônio nasceu
para servir! E fez-se servidor da Palavra de Deus que anunciou não só com sua
voz, mas, sobretudo, com seu exemplo.





Vamos conhecer um pouco da vida
deste grande santo franciscano para aprender dele e com ele seguir Jesus Cristo
vivendo o mandamento do amor!





"Nasceu rico, fez-se
pobre"


O tema faz-nos lembrar a
afirmação de São Paulo que diz: “Jesus, embora fosse rico, se tornou pobre por
causa de vocês, para com sua pobreza enriquecer vocês” (2Cor 8,9). 





E Santo
Antônio, conforme nos conta a história, também nasceu de família rica. Seu pai
Martinho de Bulhões, era cavaleiro do Rei Afonso II de Portugal, e sua mãe,
Maria Teresa Taveira, aparentada com Failo I, o quarto rei das Astúrias. Seu
avô, o conde Godofredo de Bulhões foi o comandante da primeira cruzada, “guerra
santa” dos cristãos contra os maometanos que dominavam a Palestina, terra onde
nasceu Jesus. 





Também tinha um tio chamado Fernando de Bulhões que era cônego e
diretor de uma escola onde estudavam os filhos dos ricos, dos políticos e
nobres. Nosso santo nasceu em Lisboa no dia 15 de agosto de 1195. Recebeu na
pia batismal, na catedral de Lisboa, o nome de Fernando, que significa “ousado
campeão da paz”. A casa onde nasceu Santo Antônio fica ao oeste da Sé de
Lisboa, muito perto do portal principal. 





Certamente tinha outros irmãos.
Entretanto somente temos conhecimento seguro de uma irmã, chamada Maria e que
morreu em 1235 no mosteiro de São Miguel em Lisboa como cônega. Ela ainda vivia
quando seu irmão, Santo Antônio, foi canonizado em 30 de maio de 1232.





Logo cedo, Santo Antônio foi para
a escola onde seu tio era o diretor. Por ser filho do governador, vivia no luxo
e na regalia, tinha tudo para buscar a vida e o ideal dos ricos de seu tempo.
Mas quando Deus escolhe e chama alguém, não se pode fugir de seu caminho, e
Santo Antônio fugiu foi da riqueza, da politicagem, da mentira e bajulação e
buscou a felicidade bem longe de tudo isso. Certo dia, já rapazinho, assim desabafou:





“Ó mundo! Como você é um peso
para mim!


O seu poder é nada!





Você não passa de uma varinha
fraca.


As suas riquezas são como uma
baforada de fumaça, e os seus prazeres como uma pedra traiçoeira, na qual a
coragem de um homem de bem se afunda”.





“Acolheu com alegria a sabedoria
da Palavra de Deus”





Em Lisboa, o rei de Portugal Dom
Afonso I mandou construir um mosteiro e deu o nome de São Vicente de Fora.
Queria que aquele lugar marcasse a vitória dos portugueses contra os seguidores
de Maomé, que quiseram tomar Portugal. Nessa guerra contra os maometanos, o avó
de Santo Antônio foi muito importante.





Para tomar conta do mosteiro, que
ficava fora da cidade de Lisboa, o Rei convidou os religiosos chamados
Agostinianos, que já tinham um mosteiro em Coimbra, o de Santa Cruz. Os
Agostinianos eram muito estudados, possuíam terras e se relacionavam muito bem
com os nobres, ricos e letrados da região.





Foi para o mosteiro de São
Vicente de Fora que Santo Antônio entra para a vida religiosa, em 1210, com a
idade de 15 anos. Sofreu a resistência de seus pais e parentes que queriam que
seguisse uma outra carreira mais vantajosa de glórias, poder e riqueza, mas
nosso santo tinha escutado o chamado de Deus e manteve-se firme em sua decisão.





Mas a vida para Antônio no mosteiro
foi difícil, sobretudo porque seus parentes queriam interferir demais,
oferecendo-lhe facilidades e conseqüentemente o interesse dos cônegos em manter
um relacionamento social estreito com nobres e ricos incomodavam a Antônio. Ele
queria uma vida que correspondesse às exigências do Evangelho.





Assim, dois anos mais tarde, em
1212, foi transferido para o mosteiro de Santa Cruz e lá encontrou ambiente
propício para seu crescimento humano e espiritual. 





Dos Sermões que nos deixou,
pode-se concluir que Antônio aproveitou intensamente as possibilidades de
estudo que lhe foram oferecidas em Coimbra. Possuidor de uma memória
extraordinária dedicou-se em especial ao estudo das Sagradas Escrituras,
encontrando para isso mestres dedicados e um mosteiro com uma biblioteca bem
provida, possuindo também as obras de Santo Agostinho, que inspirava a vida dos
cônegos agostinianos.





Nosso santo fez das Escrituras
aquilo que o salmista já afirmara: “Tua Palavra a é luz para os meus passos”.
Nas Escrituras encontrou a verdadeira sabedoria que está na vida de Jesus
Cristo que “é poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Cor 1,24).


“Partiu para os desafios do
mundo”





Não se pode negar a importância
que teve para Antônio a passagem pelos mosteiros dos agostinianos, tanto em
Lisboa quanto em Coimbra. Dificuldades não faltaram, mas também as
oportunidades para uma formação espiritual e teológica que o firmaram na fé e no
amadurecimento para futuras decisões são inegáveis. 





E o nosso santo tem
consciência disso e sabe ser agradecido àqueles que o ajudaram a percorrer esse
caminho. Mas a vida no mosteiro de Santa Cruz estava limitada demais para
alguém que se caracteriza pela “inquietação evangélica”. E essa inquietação
aumenta quando chega a Portugal, no ano de 1217, o sopro renovador e
missionário do movimento religioso iniciado por Francisco de Assis, e que nem
tinha dez anos de existência. Os franciscanos estavam presentes em Coimbra e em
Lisboa.





O modo de vida, marcado pela
pobreza, simplicidade e proximidade do povo marcava a presença dos irmãos
menores. Dois anos mais tarde, em 1919, São Francisco enviou em missão entre os
maometanos cinco frades, Berardo, Pedro, Oto, Adjuto e Acúrsio. Foram anunciar
o evangelho entre os sarracenos em Servilha, Espanha, dominada por eles. 






foram condenados à morte, mas receberam indulto de liberdade e expulsos do
país. Mas insistentes foram para o Marrocos e lá sofreram o martírio, sendo
decapitados no dia 16 de janeiro de 1220. Seus corpos foram levados para
Portugal e sepultados no mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde morava Santo
Antônio.





O testemunho dos frades mártires
e a proposta de vida evangélica lançada por Francisco de Assis a toda a Igreja,
mexeu com Antônio que pediu para sair do mosteiro e ir para o Ordem dos Frades
Menores. Foi difícil receber a autorização do superior mas Antônio conseguiu. 





Diz-se que um dos cônegos despediu-se de Antonio dizendo, certamente com ironia:
“Vai, pois, vai, agora podes enfim tornar-te santo!” Também dizem que Antônio
respondeu: “Se acaso ouvires alguma vez que eu me tornei santo, então louva o
Senhor Deus”. 





Tinha razão, Antônio será o “santo do mundo inteiro” e vai se
santificar no contato diário com as pessoas, ajudando-as a encontrar em Deus o
sentido para viver e para enfrentar os desafios da vida. A vida de Antônio não
foi fácil, mas jamais procurou as facilidades deste mundo, sabia que o caminho
do Senhor é estreito e é nele que caminhamos para a verdadeira felicidade.


“Firmou-se na virtude da
humildade”





Foi em 1220 que Fernando saiu do
mosteiro agostiniano e entrou na Ordem franciscana. E como o conventinho dos
frades em Coimbra tinha como padroeiro o eremita Santo Antão, foi esse o nome
que Fernando recebeu agora como frade menor: Antônio. 





O costume de mudar o nome
tem fundamento bíblico e quer significar começo de uma nova vida, com uma nova
identidade. Logo Antonio manifestou o desejo de ser missionário no Marrocos,
mostrando assim que o exemplo dos cinco mártires franciscanos marcou
profundamente a sua vida.





Pelo fim de 1220 recebeu a
licença de seus superiores e partiu para o Marrocos em companhia de outro frade
de nome Filipe. Chegou ao Marrocos, mas adoeceu de uma doença febril por um
longo período no ano de 1221. 





Foi aconselhado a voltar para a terra natal e na
viagem de regresso, mesmo não sendo tempo de tempestades, um forte vento
arrastou o barco para a costa da Sicília, Itália, ao invés de ir para Espanha
ou Portugal.





Acolhido pelos frades em Messina,
na Sicília, foi compreendendo os caminhos misteriosos da vontade de Deus e
humildemente submetendo-se à Sua vontade.





No fim de maio de 1221, Antônio
participou do Capítulo geral da Ordem, em Assis, vindo a conhecer São
Francisco. Após o Capitulo, Antônio é designado para morar no norte da Itália.
No conventinho de Monte Paolo, viveu uma vida de recolhimento e também assumiu
as tarefas de lavar a louça e limpar o chão.





Neste contexto de vida de oração
e trabalhos humildes é convocado para receber a ordenação sacerdotal, em 1222.
E é justamente na festa de ordenação, na hora da refeição festiva que é
convocado pelo superior para fazer uma pregação improvisada. Sua pregação
impressionou a todos e a partir daí, foi designado para a atividade do
apostolado e da pregação.





Antônio experimenta na própria
pele a palavra do Senhor no Evangelho: “Quem se eleva será humilhado, e quem se
humilha será exaltado” (Lc 14,11).





Para quem pretendia ser mártir no
Marrocos e teve de tomar caminhos tão diversos, entende que a vontade de Deus
só pode ser compreendida pelos humildes. Daí dizer que “a humildade é a mãe e a
raiz de todas as virtudes”.





“Foi defensor dos oprimidos”





Santo Antônio viveu comprometido
só com o Evangelho. Foi o que ele buscou viver entre os franciscanos que tinham
sua Regra de vida que começava assim: “A Regra e a vida dos frades menores é
viver o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, em obediência, sem nada de
próprio e em castidade.




Quando uma pessoa tem compromisso só com o Evangelho, torna-se livre para
anunciar o que Deus inspira e denunciar tudo o que está contra a Sua vontade.
Por isso, Santo Antônio foi sempre uma pedra de tropeço para quem andasse no
caminho da injustiça e da opressão aos pobres.




Sua atuação como pregador foi o anúncio da vida em abundância para todos, mas
em especial dos que dela são privados. Também Jesus inaugura sua missão
evangelizadora, segundo o evangelho de Lucas, dizendo: “O Espírito do Senhor
está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Notícia
aos pobres...”(Lc 4,18). Jesus lê e diz que nele se cumpre a palavra de Deus
anunciada pelos profetas.




Santo Antônio, cheio da força da palavra profética de Deus, atacava
publicamente as injustiças e as desordens sociais.




Contra os que exploravam os pobres sempre teve palavras claras. Num de seus
sermões afirma: “Quem aperta uma pessoa pela goela, tira-lhe a voz e a vida. As
posses do pobre são a vida dele, e como a vida vive do sangue, ele deve viver
disso. Se tirares aos pobres seus parcos haveres, estarás a sugar o sangue
dele, estarás a sufocá-lo, e enfim tu mesmo serás sufocado pelo diabo”.




Durante sua vida de pregador, confrontou-se com um rico latifundiário chamado
Ezzelino que, inclusive, quis matar Santo Antônio.




Outro fato que devemos conhecer é que Santo Antônio conseguiu a anulação de uma
lei que vigorava em Pádua e em muitos lugares da Itália. Essa lei favorecia os
agiotas da época pois punha na prisão perpétua quem não pudesse pagar suas
dívidas. Também os fiadores sofriam o mesmo castigo. 





Nosso Santo consegue
anular essa lei injusta e no dia 15 de março de 1231, o governo de Pádua
promulga uma nova lei que dizia: “A pedido do venerável irmão santo Antônio,
confessor da Ordem dos Frades Menores, para o futuro nenhum devedor ou fiador
poderá ser privado pessoalmente de sua liberdade quando não puder pagar a
dívida. Somente suas posses poderão ser apreendidas neste caso, não porém sua
pessoa e liberdade”.




Como podemos constatar, Santo Antônio foi grande defensor dos pobres usando a
arma da Palavra de Deus e o testemunho de sua vida.


“Foi mestre da Palavra para seus
irmãos”




São Francisco queria que seus frades fossem homens simples, que pregassem a
Palavra de Deus com a força do testemunho e não com a eficiência da sabedoria
aprendida nos livros. Daí sua resistência ao estudo da teologia. Mas sua Ordem
tinha um papel a realizar no meio de tantos grupos heréticos que confundiam a
cabeça do povo e eram ousados na pregação.




Muitos frades já manifestavam o desejo de uma preparação teológica que desse
condições para anunciar com segurança a Palavra de Deus e o ensinamento da
Igreja.

Antônio tinha condições de ajudar os irmãos nesta necessidade. Francisco
compreendeu que era necessário ceder, embora colocando a condição fundamental
para isso: o saber não tem um fim em si mesmo e nem deve ser meio para os
irmãos adquirirem honra e fama perante os homens.




A permissão de São Francisco para Santo Antônio ensinar a teologia vai por meio
de uma pequena carta com o seguinte conteúdo: “Eu Frei Francisco, saúdo a Frei
Antônio, meu bispo.




Gostaria muito que ensinasses aos irmãos a sagrada teologia, contanto que nesse
estudo não se extingam o espírito da santa oração e da devoção, segundo está
escrito na Regra. Passar bem.




Ao chamar Santo Antônio de “meu bispo”, São Francisco quer indicar que a missão
de Antonio se parece com a do bispo que na diocese é, por excelência, o
administrador e distribuidor da Palavra de Deus.




Sabemos pouco sobre a atividade de Santo Antônio como professor de teologia!
Mas os esquemas de seus sermões que ainda hoje nos encantam, nasceram nesta
ambiente de ensino e certamente a pedidos dos frades que queriam aprender a
partir daquilo que Santo Antônio falava ao povo.




Um dos primeiros frades a escrever a vida de São Francisco, Frei Tomás de
Celano, assim se refere à presença de Santo Antônio no Capítulo da Ordem dos
Frades Menores do ano de 1221: “Estava participando do Capítulo também Frei
Antônio, a quem o Senhor abrira a inteligência para compreender as Escrituras,
e que falava de Jesus a todo o povo com palavras mais doces que o mel e o favo”
(1C 48).




E Antônio não decepcionou São Francisco, pois, ensinou aos frades a sagrada
teologia somente para cultivar o gosto pela Palavra de Deus e iluminar a vida
com a luz radiante da Palavra eterna que é o próprio Jesus.


“Foi profeta dentro de casa e no
mundo”


Santo Antônio percebia que o
surgimento de tantos movimentos religiosos em sua época e que terminavam na
heresia, era causada, em grande parte, pelos próprios representantes oficiais
da Igreja. No meio do clero não eram poucos os que relaxavam em suas obrigações
pastorais e o mau exemplo de vida escandalizava os fiéis.





Falava Santo Antônio: “Os
sacerdotes da Igreja não possuem a luz da sabedoria nem tampouco as verdadeiras
virtudes no modo de agir, de maneira que o diabo dispersa as ovelhas e o
ladrão, isto é, o herege, as arrebata para si”.





Nosso santo não poupou sua
palavra profética contra o clero ganancioso e simonista, isto é, que ganhava
dinheiro vendendo as coisas sagradas. Antônio o chama de “outros filhos de
Jacó” que venderam seu irmão, José, por vinte moedas aos ismaelitas. Santo Antônio
dizia: “Hoje José é Jesus que continuais vendendo”.





A palavra de Santo Antônio tem
força por causa do testemunho que dá, e também porque a crítica que faz quer
ser um apelo à conversão de todos que estão errados. Assim sendo, Antônio
acorda os de dentro da Igreja e os que estão fora. 





A sua palavra profética
denuncia todo mau exemplo, injustiça ou opressão que comprometem o plano de
Deus para a humanidade inteira. Para Antônio a humanidade não possui a justiça
de Deus “porque não O teme, desonra a religião, odeia o bem, torna-se ingrato
para com Deus...”





Todos são chamados à santidade.
Para ele “os santos nasceram para o bem do mundo porque a santidade é uma
virtude que acaba beneficiando a todos”.





Se vivemos em Cristo, nossa vida
iluminada na Dele, é luz que incomoda as trevas. Santo Antônio entendeu muito
bem o que Jesus quis dizer quando afirmou: “Vós sois o sal da terra... Vós sois
a luz do mundo...” (Mt 5,13.14).


“Foi mestre da oração”




Santo Antônio foi mestre da oração para todos, mas em especial para as pessoas
simples com quem falava e partilhava sua missão de pregador do Evangelho. Por
isso, ao se referir à oração, ele afirma:


“Se alguém quiser rezar ou
meditar melhor, procure então representar para si em imagens claras a
humanidade de Cristo, seu nascimento, sua paixão e sua ressurreição!” 





E
continua: “Esta maneira de meditar costuma dar aos pobres em espírito e aos
filhos de Deus mais simples uma felicidade tanto maior no amor, quanto mais se
aproximarem da humanidade Dele”.





Antônio está em sintonia com a
espiritualidade de Francisco e de Clara: de Francisco nasce o presépio para
contemplar o mistério da encarnação, e a via-sacra para meditar o mistério
pascal do Senhor. Santa Clara, escrevendo a uma de suas irmãs, Inês, pede que a
cada manhã, contemple como num espelho a vida de Cristo procurando assemelhar
ao Seu rosto.





A oração franciscana é marcada
pela simplicidade das palavras e a riqueza das atitudes interiores e corporais.
A simplicidade faz-nos falar com a linguagem da vida, já a riqueza das atitudes
interiores aparece no reconhecimento de quanto somos pequenos diante da
grandeza de Deus. Mas isso me enche de alegria, de humildade e confiança que me
leva a entregar-me plenamente nas mãos de Deus. As atitudes corporais
significam a sintonia com a natureza e o reconhecimento de que a criação reza
conosco.





Santo Antônio não nos deixou um
método de oração, mas em suas palavras encontramos muitas orientações concretas
e seguras para buscarmos e vivermos a intimidade com o Senhor: “O bom mestre nos
convida para longe da multidão inquieta: Vinde para a solidão do corpo e da
alma”. Outra afirmação interessante de nosso santo é: “A vida do corpo é a
alma, a vida da alma é Deus”.





Santo Antônio dizia: “Podemos
rezar de três modos: com o coração, com a boca e com as mãos”. Rezar “com o
coração” com a atitude do verdadeiro orante que reconhece diante de Deus sua
pequenez, sua pobreza e reza na humildade. Mas mesmo nesta condição nossa boca
não pode calar quando o coração sente a força da misericórdia de Deus e assim
“a boca fala daquilo que o coração está cheio”. 





E à semelhança da Samaritana,
temos de dizer: “Venham ver um homem que me disse tudo o que eu fiz” (Jo 4,29).
Mas o coração que acolhe a misericórdia e a boca que a proclama leva a pessoa a
agir bem, como dizia o próprio Jesus: “Que a vossa luz brilhe diante dos
homens, para que vejam vossas boas obras e louvem vosso Pai que está no céu”
(Mt 5,16).





“Proclamou as maravilhas da
Trindade”





Em Jesus entramos em comunhão com
o mistério de Deus. Jesus nos revela o rosto do Pai e nos dá o Espírito Santo.
Em Deus não há solidão, mas comunhão das Três divinas Pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo.





Santo Antônio proclamou com
palavras belíssimas o mistério da Santíssima Trindade: “Na Trindade se encontra
a origem suprema de todas as coisas e a beleza perfeitíssima e o deleite
beatíssimo. 





A origem suprema é Deus Pai, de quem procedem todas as coisas, de
quem provêm o Filho e o Espírito Santo. A beleza perfeitíssima é o Filho,
verdade do Pai, que lhe não é dessemelhante em ponto algum. O deleite
beatíssimo e a soberana bondade é o Espírito Santo, dom do Pai e do Filho”.





Nestas palavras encontramos o
ensinamento da Igreja associado à beleza e as comparações que Santo Antônio
usava pala falar de mistério tão grandioso. Noutro sermão, ele usa uma
comparação com a palavra “paz”, em latim, pax: 





“Na palavra PAX, há três letras
e uma sílaba, em que se designa a Trindade e a Unidade: no P, o Pai; no A,
primeira letra, o filho, que é a voz do Pai; no X, consoante dupla, o Espírito
Santo, procedente de ambos. Assim, ao dizer Jesus aos discípulos: 'A paz esteja
convosco', recomenda a fé na Trindade e na Unidade”.





Muitas vezes temos dificuldade de
falar da Santíssima Trindade e Santo Antônio numa linguagem comparativa,
alegórica, fala com simplicidade do mistério de Deus. Mas Antônio quer mostrar,
sobretudo, as conseqüências de nossa fé na Trindade Santa. 





A conseqüência
fundamental para quem acredita da Trindade é que nossa vida só tem sentido e só
pode ser vivida em comunhão com os outros, com a criação e com Deus. A beleza
da vida está na comunhão e na comunicação. É verdade que, na prática, tendemos
à solidão e ao isolamento. Mas vibra em nós a realidade de Deus, a verdade
suprema que é não a solidão de uma Pessoa, mas a comunhão e a comunicação das
Três divinas Pessoas em um só Deus.





Santo Antônio afirma com beleza:
“Na Trindade não se devem fazer degraus, de modo que o Pai se creia maior que o
Filho, ou o Filho menor que o Pai, ou o Espírito Santo menor que ambos; mas
deve-se acreditar que são simplesmente iguais, porque qual é o Pai, tal é o
Filho e tal é o Espírito Santo”.





Pelo Batismo mergulhamos na vida
da Trindade Santa e nos tornamos instrumentos de unidade na diversidade.


“Senhor, a luz do teu rosto, a
luz da graça que estabelece em nós a tua imagem e nos torna semelhante a ti,
está gravada em nós, impressa na razão como selo em cera”.





 “Anunciou o mistério da
Encarnação do Verbo”





“Ele veio a ti para poderes ir a
Ele”. Essa afirmação é o centro do pensamento e da espiritualidade de Santo
Antônio. De fato, a espiritualidade franciscana firma-se em duas colunas: a
encarnação (Natal do Senhor) e a redenção (Mistério Pascal). 





Santo Antônio
reforça de modo muito próprio a riqueza da espiritualidade de São Francisco e
Santa Clara. Por isso podemos falar em espiritualidade antoniana.




Santo Antônio nos mostra a bondade do Senhor que assumindo a condição humana,
no seio de Maria, trouxe-nos a salvação e nos habilitou como filhos de Deus:
“Para nós homens Te tornaste homem, a fim de nos salvar. 





Pelo que sofreste,
aprendeste a misericórdia. A nenhum anjo podemos dizer: Eis que és nosso osso e
nossa carne; mas a Ti, Filho de Deus, na verdade podemos dizer: És nosso osso e
nossa carne, pois assumiste não a natureza dos anjos, mas a natureza dos
descendentes de Abraão. Tem, pois, piedade de nós, que somos teu osso e tua
carne. 





Quem por acaso odiou sua carne? Tu, porém, és nosso irmão e nossa carne;
por isso deves ter misericórdia e compaixão com teus pobres irmãos, pois temos
um só Pai, Tu e nós – Tu pela natureza e nós pela graça. Tens poder na casa de
teu Pai, não nos expulseis daquela santa herança, um vez que somos na verdade
teu osso e tua carne. Antigamente os filhos de Israel transportaram os ossos de
José para a terra prometida; tira-nos também – teu osso e tua carne – destas
trevas do Egito e leva-nos para a terra dos santos”.




Antônio anuncia com entusiasmo e alegria o mistério da encarnação que é o
coração da fé cristã, pois nele se revela aquela iniciativa amorosa de Deus
descrita por São João da seguinte forma: “Nisto consiste o amor, não fomos nós
que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou, e nos enviou o seu Filho como
vítima expiatória por nossos pecados” (1Jo 4,10).




Pela encarnação de Jesus no seio da Virgem Maria, Deus veio a nós para que nós
possamos ir até Ele. Neste ensinamento de Santo Antônio encontramos o próprio
ensinamento do Evangelho quando Jesus diz: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a
Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).


“Amou a Virgem Maria”





Não temos certeza absoluta quanto
a data do nascimento de Santo Antônio, mas aqueles que procuraram escrever sua
vida dizem que foi no dia 15 de agosto de 1195. Não estaria essa data
relacionada ao amor que nosso santo tinha à Mãe do Senhor. 15 de agosto é a
solenidade da Assunção da Virgem Maria.





Não se pode negar a devoção que
Santo Antônio tinha à Mãe de Jesus. Dizem que ele faleceu com o nome de Maria
nos lábios pois, desde criança aprendeu a invocá-la e em toda sua vida foi-lhe
profundamente devoto. Encontramos seis sermões de Santo Antônio dedicado à
Virgem Maria e neles a homenageia com títulos admiráveis: “Trono místico de
Cristo”, “Trono de marfim pela sua brancura, ao qual se sobe pelos seis degraus
das virtudes marianas: vergonha, prudência, modéstia, constância, humildade e
obediência”. Antônio também compara Maria ao lírio, a um vaso de ouro, à
oliveira, ao cipreste, ao arco-íris e à porta do céu. Também à chama de nova
Ester.





Santo Antônio tem afirmações
profundas em que encontramos o mistério da Virgem Maria sempre relacionado com
o de Jesus Cristo: “A criatura carregou no seio seu Criador e a pobre Virgem o
Filho de Deus”. “Tu és ao mesmo tempo o mais alto e o mais humilde! Senhor dos
anjos e súdito dos homens! O Criador do mundo obedece a um carpinteiro, o Deus
de eterna majestade se submete a uma Virgem”.





Outra afirmação interessante é
esta: “Maria não só deve ser louvada por ter trazido no ventre o Verbo de Deus,
mas também é bem-aventurada porque realmente guardou os preceitos de Deus”.


A reflexão que Santo Antônio faz
sobre Nossa Senhora é profundamente enraizada na bíblia, na pessoa de Jesus e
na missão da Igreja.





De Santo Antônio temos muito o
que aprender sobre o seu amor à Mãe de Jesus.





“Tendo as numerosas virtudes
brilhado de modo excelente em Maria Santíssima, a humildade superou-as a todas.
Por isso, quase esquecendo as restantes, coloca à frente a humildade, dizendo:
'Olhou para a humildade de sua serva”.





Que o amor de Santo Antônio à
Virgem Maria, Mãe de Jesus, nos ajude a anunciar aquilo que a própria Maria
proclamou no Magnificat: “Doravante todas as gerações me chamarão
bem-aventurada” (Lc 1,48).





“Viveu nesta vida construindo a
eternidade”




“Para quem se fixa no desejo da eternidade nada há no mundo que deseje, nada há
do mundo que tema”. Estas palavras de Santo Antônio bem resumem o que foi sua
vida: a busca da eternidade vivida no dia-a-dia em sua vida e missão.





Ele soube aproveitar o tempo que
Deus lhe concedeu e que foram poucos, apenas 36 anos. E como diz o salmista,
“Mil anos são aos teus olhos, Senhor, como o dia de ontem que passou, uma
vigília dentro da noite” (Sl 89,4).





A transitoriedade da vida vivida
no desejo da eternidade fez Antônio viver plenamente os seus dias para a glória
de Deus e para a salvação de muitos, pois, como ele mesmo dizia: “A santidade é
uma virtude que acaba beneficiando a todos”. 





E Antônio é o santo do mundo
inteiro, apesar de sua ação missionária está localizada quase toda na Itália,
seu testemunho evangélico ultrapassou não só o espaço geográfico, mas o tempo.
Ainda hoje ele ilumina a vida de quantos busquem Aquele que veio a nós para que
possamos ir a Ele!





Seus últimos dias foram vividos
num lugar de vida de oração dos frades, um eremitério, em Camposanpiero, na
zona rural, a uns dezoito quilômetros de Pádua. Aproximava-se o verão e o clima
em Camposampiero era mais ameno, como também a tranqüilidade e a solidão para o
encontro com Deus na oração e na meditação.





Era tarde demais para recuperar as
forças e restabelecer-se corporalmente. O seu sofrimento era grande com a
hidropisia (barriga d'água) e asma. Segundo pesquisas em suas biografias mais
antigas, há probabilidade de que nosso santo tivesse diabetes. O que sabemos é
que não poupou seu corpo, seu tempo e sua vida. Deu-se totalmente ao anúncio do
Evangelho.





Quando o quadro de sua saúde
piorou, a seu pedido trouxeram-lhe para Pádua. Os frades o trouxeram num carro
puxado por dois bois. Fui uma viagem longa e sofrida e que terminou em Arcella,
na periferia de Pádua, na tarde de 13 de junho de 1231.





Sua morte foi logo anunciada aos
cidadãos de Pádua de modo maravilhoso: sem que ninguém dissesse, as crianças de
Pádua ficaram inquietas e começaram a dizer pelas ruas: “Morreu o padre santo.
Morreu o padre santo”.





Houve muita disputa no enterro,
pois alguns queriam que fosse enterrado onde morreu, em Arcella, outros no
convento de Santa Maria, em Pádua. Mas finalmente, foi sepultado em Pádua, numa
terça-feira, 17 de junho de 1231.





Não demorou nem um ano para que
fosse canonizado. Na festa de Pentecostes, no dia 30 de maio de 1232, foi
canonizado na catedral de Spoleto, pelo papa Gregório IX. 





Pela sua vida a
serviço da glória da Trindade Santa e da salvação da humanidade, “ele mereceu
ser colocado não debaixo do alqueire, mas no candelabro da Igreja católica”,
para que seu exemplo continue iluminado a vida de todos.





terça-feira, 12 de junho de 2012

Viver a verdade









Precisamos levar o nosso Pai Celestial, a
sério, vede que grande presente de amor ele nos deu, de sermos chamados filhos
de Deus! E nós o Somos!



Quero então, parar de me enganar, pois todo aquele que nasceu de Deus não vive
em pecado, porque a semente de Deus fica nele; é impossível que ele viva
pecando, pois nasceu de Deus.



E você me pergunta, mas o que ocorreu? Está filosofando agora, é ? Não! Não é
isso! O que disse está na própria bíblia na Primeira Carta de São João. Digo a
você, que tomei uma decisão de me conhecer interiormente, de me enfrentar, de
parar de fugir de mim mesma, como o diabo da cruz.





Para isso fiz viagens o ano inteiro,
procurando as novas comunidades da Igreja Católica, participando de vários
Retiros de Cura interior e mesmo sem saber por que estava tomando tal atitude,
segui essa moção e decidi percorrer o meu interior, mesmo que para isso tivesse
que viajar por todo o país, com uma única meta lançar ao alvo e me encontrar e
assim ser curada para servir, ser feliz e amar.


Ser verdadeira, era o meu foco, o meu
objetivo. E descobri também,
que só pela graça de Deus isso
pode acontecer. Da minha parte, basta o querer, basta tomar a decisão e
simplesmente ser verdadeira diante do pai. Diante daquele que me criou e que
sabe tudo sobre mim.





Ficava indagando, porque senti o amor de Deus
e ainda continuo na mesmice?  mascarando a minha vida, não tendo a coragem
de falar às pessoas aquilo que sinto e com medo de magoá-las? porque não somos
como Jesus? Vivendo na verdade? E questionava aquele versículo, vivereis a
verdade e a verdade vos libertará.





Então meus queridos, comecei a observar e
notei que na Igreja a mentira estava se proliferando, as pessoas por não terem
coragem de assumir uma atitude, uma decisão, preferiram justificar para a gente
com uma mentira e te digo que alguns até passaram a viver a mentira como se
fosse uma verdade.





E, em  alguns, as mentiras eram tão
evidentes, que  ficava a imaginar como conseguiam mentir descaradamente.
Pensam que somos bobos? Pois te digo, somos bobos de ter deixado o mundo nos
enganar, somos bobos de ter criado nossas famílias na mentira, somos bobos de
ter trabalhado na mentira, somos ainda mais bobos de viver na Igreja uma
mentira.





Assim, viajando pelo labirinto do meu interior
descobri que a gente coloca "chifre na cabeça de cavalo". Aquilo que
parecia impossível torna-se uma das coisas mais fáceis quando se quer viver a
verdade.



Saiba você que Deus coloca situações no nosso cotidiano para que a gente possa
experimentar a sua misericórdia e ouso dizer que nos últimos tempos
as decisões mais difíceis tomadas por mim, quando me voltei para o
nosso Pai Celestial, elas se resolveram num piscar de olhos. 





A dificuldade está tão somente quando queremos
nos enganar. Quando enganamos a nós mesmos, a tendência é sermos mentirosos
diante de Deus. E não  há como ele mostrar a luz no meio da treva. Então,
por isso sofremos muito, pois passamos a viver na escuridão.





Hoje, li as três cartas de
João e estavam prazerosas as leituras, ao ponto de indagar para mim mesma, como
não vi isso antes, como não entendi a preciosidade que é a palavra de Deus?
Pois te falo que não entendia por causa do pecado e o pecado nos cega. Meus
irmãos o óbvio, não é visto por nós nesta situação.



Por isso Deus tem dado sabedoria àqueles que nos pastoreiam fazendo
acompanhamentos, para não falar a você o que deve ser feito e sim
você é que deve descobrir, pois não adianta ninguém te dizer que você está
errado, pois não acreditará, devido a cegueira e a surdez espiritual, pois no
íntimo me recuso a escutar e a fazer o que é o correto.





Portanto, precisamos ficar atentos.





Augusta Moreira dos Santos










segunda-feira, 11 de junho de 2012

O processo de purificação








A minha atenção nas Cartas de São João, neste
momento, é voltada para o versículo 3 do capítulo 3 onde faz a seguinte menção:
“todo aquele que espera em Jesus purifica-se a si mesmo, como também ele é puro”
(Jesus).





Ao contrário do que consta na bíblia temos
esperado, só que a nossa espera não tem sido da forma correta, porque esperamos
de “sicrano e beltrano,”, mas não esperamos em Jesus. Além de esperar nelas,
obtemos o efeito contrário por não escutar a voz do Mestre.





Quando a palavra nos convida a esperar em
Jesus para sermos purificados e nós, na desobediência ou na surdez espiritual
esperamos nas pessoas, é tão somente na esperança de obter delas o
reconhecimento, estima, consideração e tantas outras coisas mais, assim vou me
contaminando, vou me assemelhando ao pecado, ao mundo e não a Jesus, que já é
puro.





E São João no citado versículo vai mais além,
pois fala que quem espera em Jesus purifica-se a si mesmo.





Isso significa que a água quando está suja
para ficar totalmente limpa precisa ser filtrada, devendo acontecer o mesmo
conosco.





E o purificar-se em si mesmo, só pode ocorrer
através da própria pessoa. Que não há outra forma de acontecer essa purificação
sem a própria parte querer e mesmo querendo tem que esperar em Jesus.





E esperar em Jesus é esperar mesmo. Não é no
nosso momento e sim no momento dele.





Se por exemplo sou alguém que sem perceber
estou sempre maltratando as pessoas, ferindo aos que estão próximos a mim, por
causa do orgulho, mas que já tenho uma caminhada na Igreja, já tive um encontro
pessoal com Jesus, faço parte de uma pastoral ou grupos e carrego dentro de
mim, o orgulho, o ressentimento, que por qualquer motivo estou me sentindo
ferida, porém, não exita em ferir, não reconhecendo que precisa de cura.





Então, só posso-te dizer que sinto muito, mas
não vai acontecer nenhuma purificação na sua vida, você continuará o homem e a
mulher velha, porque essa purificação só ocorrerá se você deixar e mesmo assim
estando perseverante na caminhada de fé. 
Lamento mais ainda, pois além de você ficar sofrendo trará inúmeros
sofrimentos aos outros e para fugir de si mesma a culpa é sempre do outro menos
sua.





Se a água para for purificada tem que passar
pelo filtro, nós para sermos purificados temos que além de querer, fazer todo o
processo de purificação e pessoalmente terei que ir naqueles lugares dentro de
mim que não quero ir, que não quero visitar, que há sujeira, que dói que me
levarão às raízes dos meus traumas, às raízes dos bloqueios que existem no meu
interior.





São João nesta mesma Carta vem de uma forma
precisa nos dizer que é impossível aquele que nasceu de Deus continuar pecando.





Quero dizer a você, que não sou eu que falo
isso e sim são escritos contidos na Primeira Carta de São João no capítulo
Terceiro.





Tenho observado que às vezes ouvimos e não
prestamos atenção no que foi lido, pois o fazemos sem meditar, na correria do
mundo. Vi um padre dizendo que fomos acostumados tanto a correr que até para
receber a Eucaristia nos apressamos.





Temos uma tendência em não querer enfrentar a
realidade da morte e da ressurreição. Ignoramos a possibilidade de querer o
autoconhecimento e utilizamos os meios que o Senhor tem nos dado para
distrações, diversões e superficialidades.





Deus está fazendo de tudo para voltarmos para
ele e envia pessoas, canais de televisão, rádio, internet, webtv, webrádio e
tantas outras formas para que possa haver a nossa conversão e pouco tem
adiantado, pois ao invés de fazer a opção por canais educativos, sites que de
alguma forma possam nos instruir, preferimos usá-los para o nosso bel prazer.





Quando o Senhor nos fala através de São João
que todo aquele que espera nele purifica-se a si mesmo como também ele é puro.
Nós pulamos essa parte, porque não queremos parar no texto e meditar, pois é
mais conveniente viver aquilo que o mundo nos diz e não o que a palavra nos
mostra.





Só que a chave do mistério está na palavra de
Deus e o grande segredo está dentro de você.





Cada um corre para um lado, podemos até visualizar,
como é o nosso mundo, uns vão para a política, outros para a Igreja, alguns se
aventuram no comércio, outros se tornam doutores e todos querem adquirir
conhecimento em alguma área, mas infelizmente ninguém quer conhecer a si mesmo.





Chegamos até a analisar a vida do outro, mas a
nossa não. Pois, o nosso orgulho e arrogância são tão grandes que até
arriscamos a dizer que está tudo bem.





Esses dias conversando com alguém já na
caminhada religiosa, se ela na claridade da palavra de Deus tivesse tomado sua
decisão e deixado de enganar o seu interior, ela teria feito exatamente o
contrário do que fez.





Na nossa vida, não
tenho dúvidas de que há no mínimo para cada situação que vivemos dois caminhos
a seguir, e só um é o certo.





Tenho uma amiga, que se chama Janaína, aquela
que o meu interior achou que era um monstrinho, mas na verdade era um anjinho,
ela disse para mim que DEUS NÃO É INCOERENTE.





Penso que quando Deus delega um cargo a alguém
seja onde for, na Igreja, numa empresa ou qualquer outra realidade, essa
autoridade tem que pensar não é a nível pessoal; sim em conjunto e pensar de
forma justa visando o bem coletivo.





Se estiver trabalhando com uma Autoridade,
não cabe a mim, quando surge um problema, discernir como devo resolver essa
situação, pois isso não é função minha, a menos que me seja perguntado ou
partilhado. Mas cabe à autoridade na luz da palavra de Deus tomar
decisões que favoreçam a coletividade
e não à minoria, porque essa é a
função daquela autoridade devidamente constituída.



Por outro lado, se trabalho com essa mesma Autoridade, minha função ao
discernir sobre o mesmo problema, é verificar na luz da palavra de Deus, se
estou agindo conforme a vontade do Senhor, junto àquela autoridade cujo estou
colaborando, e não com relação à coletividade, pois essa não é a minha função,
se o fosse não necessitaria dessa mesma Autoridade.




O critério para saber se estamos andando na verdade é se o nosso coração não
nos acusa. Se ele acusar, pode ter a certeza que você não está agindo na
verdade.



Temos sempre a tendência de usar o critério da aprovação das pessoas. Deus
nestes últimos dias me concedeu a graça de ao perguntar para ele na luz da
palavra e após chegando em casa, pegando um caderno, fazendo anotações e
percebendo, que a atitude que tomei mesmo sendo motivo de julgamentos e
desaprovações, em nada me aquietou, após o estudo bíblico, porque tomei
uma decisão na luz da verdade.



Quando tomamos decisões agindo por nossa razão, por conta própria, corremos o
risco de atrapalhar os planos de Deus, mesmo estando bem intencionado e ainda
pior, expondo vida de pessoas humanas, quando estão sob a nossa
responsabilidade.


Que fique claro, neste exemplo que não estou
falando de nenhuma autoridade revestida de Poder pela Igreja, pois essa sim
cabe a qualquer um de nós obedecermos, pobre daquele que não o faz, pois a
Igreja toma decisões visando o bem comum.





Quando a pessoa passa pelo processo de
purificação, em tudo ela pensa diferente, porque não pensa em salvar a própria
pele e sim em fazer a vontade de Deus.



Até parece que o exemplo da autoridade não tem nada haver com o texto mas saiba
você que tem, pois a maioria das confusões na Igreja, estão no fato de
discernir de forma errada. E só discernimos de forma errônea, porque não
estamos passando pelo processo de purificação.



Aquele que anda de acordo com a vontade de Deus e buscando a verdade, ele julga
de forma correta e com sabedoria e discernimento daí não há como a consciência
dele efetuar a acusação.





Portanto, chego à conclusão ao fazer todo esse
percurso com você na palavra de Deus, que aquele que conhece Jesus para de
pecar e realmente vai sendo transformado dia a dia, porque no céu não tem lugar
para o pecador.





Que Deus nos conceda a graça de conhecer, amar
e entender a sua palavra e que ela possa surtir em nós os efeitos e a coragem
para o autoconhecimento.



Augusta Moreira dos Santos



sexta-feira, 8 de junho de 2012

Espelhar o Cristo









O que Jesus faria se estivesse no meu lugar?





A vaidade, o orgulho, a inveja, o rancor, o ressentimento, a mágoa, são terríveis e
precisamos combatê-los, pois não pense você que entrará cheio de pecados no céu.
Deus é bonzinho, mas no céu não tem ninguém com pecados.





Deus tem um chamado para as nossas vidas e a maioria de nós não enxergamos esse chamado porque o nosso interior está  cheio de tanta coisa que
vai tapando o nosso entendimento e, ainda conta com a ajuda do inconsciente que é bem
espertinho.








Na palavra de Deus diz que Ele escolheu para
servi-lo os piores e até mesmo para confundir as pessoas. Porque ao final, Ele
quer que aquilo que era impossível aos olhos humanos seja transformado e vire o
espelho de Cristo.









Que Deus nos conceda a graça de chegar a
espelhar o Cristo e aceitar tudo o que nos ocorre, não como vindo do mal, mas
sim como uma correção do Senhor, que nos quer livres, livres do mal, que é o
orgulho, livres do mal, que é a mágoa, livres do mal que é a vaidade, livres do
mal que é o autoritarismo, para assim, não deixarmos mais o inimigo nos
peneirar como trigo.









Porque ele só peneira aquele que deixa a
brecha e nós não podemos deixar as brechas em nós. 







Peçamos ao Senhor para nos agraciar com a
santidade e que na sua infinita misericórdia nos dê tudo que precisamos para
servir a Deus e não servir-se de Deus.






Augusta Moreira dos Santos









quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Ponho um fim no orgulho dos soberbos, e rebaixo a vaidade dos prepotentes"








§ Ó raça humana, até quando ofendereis minha glória, amareis a vaidade, buscareis a mentira? (Salmos 4,3)





Hoje, resolvi refletir como combater o veneno da vaidade. 


Do orgulho já sabemos que é a humilhação e que Deus utiliza até aquele que não gosta de humilhar, para atingir o filho amado que se recusa a reconhecer as suas faltas.





Como posso ser um bom líder, um bom fundador, um bom coordenador, através da imposição? 





O bom líder é aquele que com sabedoria lidera sem impor e toda a liderança dele é voltada para Deus e não para o seu eu.





Quero dar um exemplo: Se você perguntar a uma pessoa humilde: você é humilde? Com certeza ela te responderá, não, eu não sou humilde. Mas se você fizer a mesma pergunta a um orgulhoso ele vai te responder que se acha humilde.





Por quê? Porque meus irmãos o pecado nos cega. Quem peca  não se reconhece pecador e foge.





O único antídoto contra o orgulho é a humilhação. E ainda assim, vai ter que precisar de muita ajuda para reconhecer, pois, para não ser humilhado e não enxergar o seu erro, o orgulhoso se finge de vítima. 





Assim, com a auto-piedade esconde o orgulho que possui e não e não admite, para não ter que deparar com uma realidade terrível de enfrentar a si mesmo.





Não pense que estou falando isso para servir para alguém, tudo que comecei a escrever são realidades vividas por mim e o pior em todas elas não fui vítima e sim ré. 





"Desvia meu olhar para eu não ver as vaidades, faze-me viver no teu caminho". (Salmos 119,37)





Mas e aí, qual o antídoto para a vaidade? Para você não usar um batom que você acha essencial, é preciso faltar o dinheiro.





Para você comprar aquela roupa bonita, é preciso o dinheiro ou então que você engorde e se sinta bem feia.





E no caso da vaidade espiritual? Citemos um exemplo prático: Há algum tempo atrás, percebi que queria competir com as pessoas, sempre tendo um carro novo, era mais forte do que eu, tendo que trocar de carro constantemente e o fazia para as pessoas olharem e admirarem, mas não admitia isso não.





De repente para acabar com essa vaidade, foi necessário ter um acidente de carro, depois mais outro acidente até que fiquei sem carro.





Aquilo para mim foi à maior tristeza, mas me fez ficar sem o carro, mas não me fez ficar sem a vaidade, porque não fui à raiz do problema.





Então, aquele que está doente, quando não tem como focar naquele problema específico ele foge para outro, é mais conveniente viver fugindo do que reconhecer aquela doença.





Sem perceber desviei a minha atenção não para a aparência dos carros, ou, os carros propriamente ditos, focalizei a minha atenção na minha imagem.





Quando via uma pessoa na TV ou pessoalmente falando bem, ficava toda admirada e me aproximei de algumas pessoas, hoje, até entendendo que Deus fez dos meus defeitos, coisas boas para poder ajudar a outros.





Assim, passei a filmar as coisas que falava no grupo de oração transferi a visão dos carros, para as filmagens. E comecei a me filmar e dizia:





O Senhor me chama nesta área e enviava para os amigos verem, olha que utilizava o nome de Deus (utilizava o nome em vão), mas lá no fundo era por vaidade, só vaidade e nada mais, querendo que reconhecessem que sou uma pregadora





Quanta burrice a minha. 





"Voltando-me então para todas as obras que minhas mãos tinham feito, e para os trabalhos nos quais eu tinha suado, vi que em tudo havia vaidade e aflição do espírito."(Eclesiastes 2,11) 


Mas na verdade, olhavam as filmagens e como eram pessoas de caminhada já viam logo de cara, que aquilo era vaidade.





Porque vocês acham que o maduro na fé, não vê além? Ele vê aquilo que você ainda não viu. Você se torna ridículo. Simplesmente ridículo.





Então, o fato de não darem importância sobre o que eu fazia estava me matando, chegava a chorar, porque achava que não reconheciam o meu trabalho.





Mas, não era isso, essas pessoas queriam que eu amadurecesse, caísse na real, que tudo aquilo que faço para aparecer, de Deus não é, nunca foi e nunca será.





Vou te confessar que não falava bem, mas como o pecado nos cega, me achava o máximo.





Então, nesse me deixar de lado, pouco a pouco fui reconhecendo que aquilo não era nada mais do que vaidade e ao reconhecer, Deus foi me transformando.





Qual foi o antídoto para a minha vaidade? No meu caso, foi o desprezo, o descaso dos meus conhecidos, que me fez cair na real e lendo sobre o assunto, pedindo a Deus, a graça de me livrar deste pecado.





Onde há muitos sonhos, são muitas as vaidades e demasiadas, as palavras; tu, porém, teme a Deus. (Eclesiastes 5,6)





Vale diz que a vaidade é tão terrível que faz você ver aquilo que não é o real.





Você acha que tem que mostrar alguma coisa para o outro reconhecer quem você é de verdade, mas não é assim.





Por exemplo, há pessoas, que só se acham bonitas se maquiarem e mais ainda, acham que as pessoas só vão valorizá-las, se passarem a pintura.





Essas pessoas precisam trabalhar a auto-imagem e verificar onde é a raiz do problema.





Diz a palavra sagrada:





"Virei cobrar a maldade do mundo, os crimes de todos que praticam injustiça. Ponho um fim no orgulho dos soberbos, e rebaixo a vaidade dos prepotentes." (Isaías 13,11)





Portanto, somos do entendimento, de que temos que combater esses males em nós e enfrentarmos a verdade, não adianta "tapar o sol com a peneira".





Augusta Moreira dos Santos


Grupo de Oração São Francisco de Assis.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Deus é paciente












Penso que nosso Deus é paciente demais para
conosco e, a princípio, ele suporta todas as ofensas que dirigimos a ele, seja
com palavras, atos e ações.





A gente pensa que foi Paulo que se fez fraco
com o fraco para ganhar o fraco e forte com o forte para ganhar o forte, pois
eu digo a vocês que quem age assim para conosco é Deus.





Não pense você que essa fraqueza é em relação
ao não convertido. Tenho pra mim, que tanto o forte quanto o fraco, tratam-se
de pessoas que já estão na Igreja.





Porque não há como você agir destas duas
formas em meio ao pecado senão você afundaria nele.





A graça para agir desta forma vem de Deus,
como também, é a forma que Deus age conosco até que tenhamos conhecimento e
entendimento da sua palavra.





Fiquei hoje, a imaginar, como Deus observou a
minha atitude incoerente com o princípio cristão, porém, o pai celestial, usou
de vários erros meus para ir me corrigindo e ir me formando para uma missão
específica que ele pela sua generosidade tem para mim.





Entendam que é pela generosidade dele, porque
se fosse por merecimento, não haveria ninguém na face da terra a merecer seja
qual tipo de missão que for, pois até mesmo João Batista, elogiado publicamente
por Jesus e enviado para preparar o caminho do Senhor, desconfiou que o mestre
fosse Jesus e mandou um dos seus discípulos perguntarem a ele.





E história de João Batista é lindíssima que
espera relatar em outro momento oportuno.





Mas veja bem, Moisés matou alguém. Davi adulterou,
mandou matar, e por aí vai...


Todos tiveram suas falhas, mas o Senhor foi
dando oportunidades, para se redimirem e veja o que tornou Moisés, quando foi
para o Deserto, um homem apreciado por Deus e designado para a mais alta
missão.





Davi, quando se arrependeu dos seus pecados,
Deus teve compaixão dele. Porque o pai sempre tem compaixão daquele que vem até
ele com o coração contrito e arrependido. Todo aquele que não usa máscaras
diante de Deus e se reconhece pecador, o pai misericordioso acolhe.





Como tem acolhido todos os seus filhos, mas
não vá protelando a sua conversão, pois pode ser que seja tarde demais, quando
resolver. 





Afinal, Deus é misericordioso, mas não podemos esquecer que ele é justo e  Ele odeia o pecado. 





Portanto, vamos mudar de vida, busquemos a conversão verdadeira, sem rodeios. Que Deus nos conceda essa graça.





Augusta Moreira dos Santos

terça-feira, 5 de junho de 2012

Precisamos agir de forma espiritual










Quando começamos a conhecer o nosso interior, passamos a agir mais de forma
espiritual e não carnal. 









Há aqueles que chegam a pensar que abandonamos o barco,
que desistimos, que estamos tristes, que agora não podemos fazer mais nada, mas
o pai conhece os seus filhos, assim, não precisamos sofrer, porque quando se
faz tudo à luz da palavra de Deus se faz certo.









Quando fazemos de forma
contrária a Deus, corremos o risco de destruir a nós mesmos e levarmos pessoas
inocentes juntas, que pagam o preço de nossas atitudes impensadas, portanto ao
fazer algo errado, podemos perceber o erro e passar a fazer o que é correto.






Quando digo, que necessitamos pensar da forma como Deus pensa, alguns acham que é exagero, mas não o é.





Se Deus é espiritual e nossas ações têm que ser a nível espiritual, mesmo que desagradem aqueles que estão vivendo mais pela carne, temos que fazê-lo.





Hoje, quase tudo que falo tem a palavra autoconhecimento e cura interior, porque é realmente o que o Senhor quer realizar em nós e repito, ela quer agir nos servos. 





E se não aceitarem por amor vão ter que aceitar pelo dor, que é o pior, pois o Senhor coloca pessoas no nosso caminho para nos dar oportunidades de mudanças.





Gente, o inimigo, ele é astuto, ele é terrível, não bastou ele utilizar a bíblia para tentar Jesus e atualmente a todos nós, querendo desvirtuar a cruz, mas ele tem usado as pregações santas, e colocado na mente daqueles que possuem autoridade para fazer o que é errado.





As autoridades são constituídas por Deus e é bom, só que usar do poder da autoridade para uma decisão que foi tomada por ímpeto, por uma leitura, por algo que ouviu é uma coisa e usar a autoridade que ouviu através da escuta do Senhor é outra coisa.





As pessoas no geral têm errado constantemente porque ainda não fizeram uma faxina no seu interior. 



Tive que tomar certa decisão não hoje, mas no passado, então pedi a palavra ao Senhor, para tomar a decisão e tomei. Só que ao chegar em casa, pensei será que não agi por impulso? Será que não vou prejudicar os planos de Deus? 





E refleti, se eu estiver errada, tenho que voltar atrás e mudar essa decisão. E qual foi o critério que encontrei para saber se estava certa ou errada? 





Obviamente a palavra, só que percebi que o nosso inconsciente nos engana, ele nos tapeia e a única forma encontrada após orar, foi fazer o estudo bíblico. 



A passagem que Deus me deu, resolvi pegar um caderno e escrever.





O interessante, que se fosse interpretá-la só através da leitura teria me induzido exatamente ao contrário, mas ao escrever, você dá uma parada, pondera, raciocina, põe na sua realidade, no seu contexto e enxerga á luz de cristo.





Então descobri coisas lindas. São Paulo disse para mim, através de ICor 3, foi onde parei para refletir, pois nós somos cooperadores de Deus e vós, lavoura de Deus, construção de Deus.





Imaginei, eu sou uma construção de Deus, uma lavoura de Deus. Se alguém então edificar sobre esse alicerce com ouro, prata, pedras preciosas ou com madeira, feno ou palha, a obra de cada um acabará sendo conhecida. Não posso colocar outro alicerce que não seja o de Jesus Cristo.





Como construção de Deus, não pode haver em mim o orgulho, como construção de Deus, não pode haver em mim, a falta do perdão, como construção de Deus não pode haver um mim o autoritarismo ou achar que sou melhor ou pior que ninguém.

Como lavoura de Deus, tenho que tomar cuidado, pois o joio não pode ficar dentro de mim.





Só pela graça de Deus, todo esse material que não é bom, pode ser retirado dessa construção, para não ser aproveitado nela.





Só pela graça de Deus, o joio não ficará na minha lavoura, pois é quase impossível não ter o joio na lavoura.





Tudo é pela graça. Ora, se o Senhor falou dessa forma comigo, então tive o entendimento naquela situação de jogar aquilo que eu precisava na piscina. Sabe quando alguém é jogado na piscina para ser curado?





Nem dormi de noite, ao agir daquela forma naquela situação, pois sou humana e a minha tendência é humana. Mas pela graça de Deus, ele me concedeu a misericórdia para agir daquele jeito, para fazer um bem maior. 



Um bem, que nem é compreensível aos olhos humanos, um bem, que até de certa forma me desaprova aos olhos de quem viu tomar essa decisão.





Mas, quando você começa a agir de acordo com a forma que Deus quer, você não sofre, porque a palavra te consola.





Onde há ferida, para você ela não existe, onde há a auto-piedade, para você isso é passado, onde há malícia de alguém, Deus utiliza aquilo a seu favor.





Você é capaz de orar com toda a intensidade sem nenhuma espécie de comércio com Deus, para aquele que está passando por um momento de purificação e que se você não tivesse passado pelo processo de autoconhecimento, desejaria naquele sofrimento o fracasso da pessoa. 



Mas não, você deseja o bem, porque quer o crescimento da pessoa ou das pessoas, seja da família ou não.





As coisas têm ocorrido na minha vida, a princípio acho que é ruim, depois vou ver é só um manancial de água viva. Em cada acontecimento Deus fala, até no pior deles Deus fala.

Outro dia, fiquei nervosa, com uma determinada pessoa, até nisso Deus falou. Ele disse, que era a única forma de doer nessa pessoa para  reconhecer que não pode fazer isso com os outros.

Não tem como ser servo sem passar pela humilhação. Fico imaginando, quantas humilhações passei e foram terríveis, a dor era muito grande, pois meu interior tava pior do que tudo.

Quantos eu feri. Passando um trator em cima delas, destruindo, tudo porque não enxergava o meu interior.

Ainda o faço, não pensem que sou santa, ao contrário tenho um caminhão de defeitos. Falo não por falar. Reconheço que tenho mesmo, ao ponto de num encontro sentir como um chiqueiro dentro de mim, olhei e só depois percebi que aquele mal cheiro é o meu pecado.

Precisamos estar atentos para deixar Deus agir em nós e passarmos pela purificação firmes. Sem desistir, porque o Senhor quando permite que você tenha que tomar atitudes interiores, é porque quer te utilizar muito.





Na palavra de Deus diz que ele escolheu para servi-lo os piores e até mesmo para confundir as pessoas. Porque ao final, ele quer que aquilo que era impossível aos olhos humanos ser transformado e virar o espelho de Cristo.





Que Deus nos conceda a graça de chegar a espelhar o Cristo e aceitar tudo o que nos ocorre, não como vindo do mal, mas sim como uma correção do Senhor, que nos quer livres, livre do mal, que é o orgulho, livre do mal, que é a mágoa, livre do mal que é a vaidade, livre do mal que é o autoritarismo, para assim, não deixarmos mais o inimigo nos peneirar como trigo.





Porque ele só peneira aquele que deixa a brecha e nós não podemos deixar as brechas em nós. Assim, sendo, eu, você e nós, pois precisamos e muito da misericórdia de Deus, possamos orar ao pai para que a nossa construção seja uma boa construção e que a nossa lavoura seja uma lavoura diferente.





Que o Senhor nos ajude, pois quero chegar lá e sei que você como servo também o quer.




Glória a Deus pela sua misericórdia para conosco.





Augusta Moreira dos Santos

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Quando a gente acha que tudo está perdido











Quando já não temos mais esperanças, Deus nos mostra algo novo, uma porta nova, uma janela diferente.




Fico aqui pensando a docilidade do Espírito e o Poder da palavra de Deus, aquilo que como disse Padre Leo, quando não se pode falar pode escrever, quando não se pode ver, pode-se ouvir e assim vamos construindo a nossa história.




Senti mais precisamente na data de hoje, um desejo imenso de escrever de expor para fora aquilo que o Senhor vai me falando. E assim, lembrei ICor 4,1 que o que se exige dos administradores é que eles sejam fiéis.




Fiquei então, a pensar, será que sou fiel? Qual é a medida da fidelidade? São Paulo em suas cartas fala que ele como servo não procura agradar aos homens e sim a Deus, pois se agisse ao contrário, não seria servo.




O que é ser servo senão fazer a vontade do pai? Nós, que trabalhamos em comunidade, sabemos muito bem, das divergências que há.




Porque tudo isso? Porque a maioria de nós servos, não passamos pelo auto-conhecimento, uns porque não tiveram oportunidade e outros porque se recusam a se conhecerem, pois sabem que quando isso ocorrer o homem velho terá que morrer para logo em seguida vir o homem novo.




Fiquei a pensar, que há tantas formas de servir e muitos, escolheram de forma até radical a clausura, para morrer para o mundo e viver só para Deus. E nós perdemos o tempo com discussões tolas e inúteis, sobre as funções na Igreja, esquecendo que é Ele que capacita, que é pela graça Dele, que andamos, comemos, falamos e dormimos.Que sem Ele não conseguimos fazer nada.




Tudo é pela graça, até mesmo se o servimos é pela  graça de Dele.




Quanta imaturidade espiritual temos, na comunidade, com relação aos dons, pois se o Senhor é que capacita, o Senhor é que escolhe, como podemos questionar aquilo que Deus faz? E chega até um momento, que aquele administrador que é fiel, resolve tudo deixar para que aquele que ainda não aprendeu a administrar o faça.




Corre-se o risco do julgamento, mas é preciso agir assim, porque o servo não deve agradar aos homens e sim a Deus. Qual é o pai que poupa a vara ao filho? Às vezes ele tem que usar o chicote espiritual, para que através da dor, o seu filho amado, seja corrigido.




Meus irmãos, Deus tem feito isso conosco, pois não há como colher flor, se planto a dor, com a minha ignorância, orgulho, vaidade etc.




Deus nos ama demais e quer nos modelar, pois não não há como ir para o Céu, cheio de defeitos.




Fico aqui a pensar: Será que eu, por exemplo, quando tenho o dom da palavra e sou impedida na comunidade, por inveja ou por um outro motivo qualquer de exercitar tal dom, ao invés de ficar com raiva, mágoa ou ressentimento de tal ou tais pessoas que me "impediram", entre "aspas", não seja melhor escutar a Deus e ver o que Ele quer me falar através desta situação?




Vejo, que Deus nos fala mesmo em situações por mais conflitantes que seja. 




Quantos dons(ferramentas), Deus está querendo colocar em nossas mãos e as desprezamos, pois insistimos em tomar posse só de uma(por exemplo o dom da palavra) e Ele nos quer dar mais, muito mais...




As vezes Deus quer que a gente deixe só um pouco uma determinada ferramenta de lado, para aprender a lidar com outras ferramentas.




Por exemplo, escrever, aprender a mexer com um site, exercitar a intercessão, ouvir as pessoas, ou Deus quer te capacitar em algo que está faltando na sua comunidade e não há uma pessoa no momento disponível.




Pense nisso!




Meus irmãos, esses dias alguém interpretou mal o que foi dito por mim e chegou em mim e, falou.




Essa pessoa possui voz de comando. Fiquei extremamente triste por Ela ter me julgado. Só que por traz de tudo isso, Deus queria me falar algo que estava relacionado com o que ela falou. Era algo completamente diferente, mas estava interligado e ia me fazer crescer na fé, no trabalho pastoral.




Se fosse ficar com raiva dela por ter me julgado, o resultado seria sofrimento e como silenciei, abri o meu coração, o resultado, foi vitória, alegria, paz.




Madre Tereza dizia:O Sofrimento NEM Sempre é consequencia de NOSSAS decisões, também Pode ser consequencia da Natureza Frágil fazer SER HUMANO".




Por isso Jesus disse: Quem tem ouvidos para ouvir ouça.




Ora, Se Deus é espírito e nós somos carnais, há uma dificuldade de escutar. É preciso silenciar o nosso coração. E principalmente ter humildade. 




Preciso querer mudar. Senão isso não ocorre. Deus fala no coração que está atento, naquele que quer servir. O orgulhoso não consegue escutar o Senhor.




O Senhor faz nova todas as coisas.«Eu renovo todas as coisas.»” (Ap 21,5).




Portanto, somos do entendimento, que mesmo em meio ao sofrimento, quando vamos nos disciplinando, o Senhor vai abrindo as portas, dando um novo sentido a nossa vida.




Augusta Moreira dos Santos








sábado, 2 de junho de 2012

Precisamos conhecer o nosso interior









Deus nos conhece e começou um processo de
visita ao meu interior e assim, pude em pouco mais de um ano participar de inúmeros retiros e a
maior descoberta que tive foi que só não realizei e nem cumpri a vontade do pai
na minha vida, porque fugi anos e anos do meu interior.





O nosso inconsciente é muito esperto. O nosso
cérebro cápta coisas que jamais imaginamos e assim, fugimos mais do que o diabo
da cruz em nos conhecermos.





Porque ao me conhecer vou saber
verdadeiramente quem sou e não somos quem imaginamos que somos.





O Senhor nos convida a viver a verdade.
Conhecereis a verdade e ela vos libertará.



Precisamos conhecer o nosso interior, pois ao retirar o lixo que há nele,
poderemos escutar o pai, saber os seus desígnios, os seus propósitos para a
nossa vida e chegaremos ao estágio de como realmente deve ser um filho de
Deus, ele deve ser livre.





Ainda estou em fase de cura. Muitas coisas
ainda precisam ser trabalhadas no meu interior e saiba que quero viver essa
verdade em mim. Sei que o pai celestial está comigo, cuidando de mim.





As vezes somos incompreendidos. Mas descobri
que quando ocorre algo me assusto. A ora que vou refletir me acalmo e pronto.
Porque agora, o Senhor tá me curando. Não posso focar no problema e sim no
Senhor, é ele que soluciona.





Entendi também, que Deus quer renovar a face
da terra e, exatamente por isso, ele quer atingir são os líderes. Sim, os
pastores. Porque um pastor doente não tem como cuidar direito das suas ovelhas.
As vezes de umas eles até cuidam, mas outras não.





Apascentai as minhas ovelhas. Para apascentar
essas ovelhas, eu como pastor, tenho que estar bem preparado, para não cometer
injustiças.





Como vou conhecer minhas ovelhas, se nem a mim
conheço? Eu preciso conhecer a mim mesma. E se ainda não consigo, preciso ir ao
encontro de quem me ajude, pois o que eu não posso é enganar a mim, achando que
já não mais preciso de cura, pois todos nós temos a nossa natureza pecadora.
Fomos manchados pelo pecado através de Adão e Eva.





Necessário é nos voltarmos para o Senhor. O
pai quer tocar, em primeiro lugar os Servos, aqueles que estão na linha de
frente. Porque se houver o auto-conhecimento deles, e tomarem o remédio certo.
Ficarão revigorados e atraírão o seu rebanho.





Cuidará de uma forma tão linda desse rebanho,
que a graça se multiplicará e em muito pouco tempo essas ovelhas estarão
preparadas para enfrentar o sofrimento com alegria.





A graça, meus irmãos, consiste nisso, em
enfrentar seja o que for com determinação, com a coragem que vem do Senhor e
aquilo que nos fazia sofrer no passado, torna-se algo tão simples e daí
entendemos que Deus quer ordenar tudo para o amor.





Tudo pertence ao pai e precisamos ser livres, para dar a liberdade àqueles que nós amarramos mesmo
sem perceber.





Peçamos a Deus essa graça do auto-conhecimento e a ousadia para efetuar as mudanças necessárias na nossa vida, visando fazer a vontade de Deus.





Augusta Moreira dos Santos

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Oração iluminativa(faça diariamente)









Senhor nosso Deus,
graças vos damos, pela vida das pessoas e dos animais. Glorificado sejas
Senhor, pela natureza, pela chuva, pelo sol e pela lua, pelo dia e pela noite.





Pai amado, pela vossa
misericórdia, tenhamos horror em lhe causar ofensas, afastando tudo o que te
desagrada e que sejamos pessoas verdadeiras diante de ti e da humanidade.





Conceda-nos, ò
Senhor, o amor filial a ti, adorando-o com amor sobrenatural e com santo
fervor, dando-nos também, o amor verdadeiro para com os irmãos, seja quem for e
para tudo o que é divino.






Tende Piedade de nós, para que possamos olhar a todos, como irmãos e produza em
nós o desejo de servi-los sempre que necessitarem, dando-nos generosamente a eles.
Que a nossa confiança seja ilimitada por ti e que nos abandonemos totalmente a
vós.





Pai Santo, que pela vossa graça, consigamos
suportar, por amor a ti, com paciência e alegria, sem murmuração, as maiores
dificuldades, crucifixões e tribulações se vierem e que quando vierem e se
necessário empreender ações extraordinárias ou atos sobrenaturais heróicos que
assim o façamos, iluminados por vós.





Pai, que tu sejas sempre amado, adorado e
glorificado e que sejamos sempre conduzidos, a viver sob a orientação do
Espírito Santo.





Dai-nos o dom das luzes, para que sejamos
sempre orientados em todas as situações, falando no momento certo, perguntando
no momento correto, agindo na hora ideal e calando ou falando no momento
devido.





Que possamos plantar na vida das pessoas no
tempo certo, a espiritualidade divina e arrancar da vida delas o que causa
cegueira, surdez e doença do corpo, da alma e do espírito.





Que o pai seja nosso, que sejamos prudentes e
que preocupemos antes de tudo, com a vossa glória, e com o bem espiritual das
pessoas. Abra o nosso entendimento para a tua santa palavra e que ela seja vida
nas nossas vidas.





Que tenhamos uma docilidade vigilante em nos
submetermos a todos os planos teus, manifestados por nossos representantes
legítimos.





Senhor que o nosso interior seja convencido de
que nada somos sem a sua presença, sem a sua intimidade. Que sejamos
conformados em ti.





Permita-nos entender e reconhecer que nada
somos sem a sua presença e que a honra, a glória, o Poder e a majestade, devem
ser dadas a vós, somente a vós. Não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos
de todos os males.





Dá-nos na oração o
diálogo aberto, sincero e confiante, ligando-nos a ti, afastando-nos de todo
comércio interesseiro, faz-nos olhar para ti, que é o autor da graça e que
façamos orações totalmente inspiradas pelo vosso Santo Espírito. Que a vossa
vontade ò pai, se faça em todos nós.Amém.





Augusta Moreira dos
Santos