quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Estamos mais preparados por nosso passado a ser «pastores» que a ser «pescadores






(...)Estamos mais preparados por nosso passado a ser «pastores» que a ser «pescadores» de homens; isto é, melhor preparados a nutrir o povo que vem à Igreja que a levar pessoas novas à Igreja, ou ‘repescar’ os que se encontraram e vivem à margem dela. 





Esta é uma das causas pelas quais em certas partes do mundo muitos católicos abandonam a Igreja católica por outras realidades cristãs; são atraídos por um anúncio simples e eficaz que os colocam em contato direto com Cristo e os fazem experimentar o poder de seu Espírito. 





Se por um lado é de alegrar-se que estas pessoas tenham encontrado uma fé experimentada, por outro é triste que para fazê-lo tenham abandonado sua Igreja. 





Com todo o respeito e a estima que devemos ter por estas comunidades cristãs que não são todas seitas (com algumas delas a Igreja católica mantém desde há anos um diálogo ecumênico, coisa que não faria certamente com as seitas!), há que dizer que aquelas não têm os meios que a Igreja católica tem de levar as pessoas à perfeição da vida cristã. 





Em muitos tudo segue girando, desde o princípio até o final, em torno à primeira conversão, ao chamado novo nascimento, enquanto que para nós, católicos, isto é só o início da vida cristã. 





Depois disso deve vir a catequese e o progresso espiritual, que passa através da negação de si, da noite da fé, da cruz, até a ressurreição. A Igreja católica tem uma riquíssima espiritualidade, inumeráveis santos, o magistério e sobretudo os sacramentos”. 





A proclamação de Jesus como Senhor deveria encontrar seu lugar de honra em todos os momentos fortes da vida cristã. 





A ocasião mais propícia são talvez os funerais, porque ante a morte o homem se interroga, tem o coração aberto, está menos distraído que em outras ocasiões. Nada como o kerigma cristão tem o que dizer ao homem, sobre a morte, uma palavra à medida do problema.





A paixão de Cristo normalmente abre os corações endurecidos. Disso se teve demonstração com ocasião da projeção do filme de Mel Gibson «A Paixão de Cristo». Houve casos de detidos, que sempre haviam negado ser culpados, que após ver o filme confessaram espontaneamente seu delito. 





Que lugar ocupa Cristo na sociedade atual?Que lugar ocupa Cristo na miha vida?


Quem diz o povo que é o Filho do homem?... e vós, quem dizeis que eu sou?» (Mt 16, 13-15). 





O mais importante para Jesus não parece ser o que pensa dele o povo, mas o que pensam dele seus discípulos mais próximos. 





Ocorreu-me às vezes ser hóspede de alguma família e vi o que sucede quando soa o telefone e se anuncia uma visita inesperada. A dona da casa se apressa a fechar as portas dos quartos desordenados, com a cama sem fazer, a fim de conduzir o convidado ao lugar mais acolhedor. 





Com Jesus deve-se fazer exatamente o contrário: abrir justamente os «quartos desordenados» da vida, sobretudo o quarto das intenções... Para quem trabalhamos e por que o fazemos? Para nós mesmos ou para Cristo, por nossa glória ou pela de Cristo?





Fonte: Raniero Cantalamessa

A FÉ EM CRISTO
HOJE E NO INÍCIO DA IGREJA texto extraído em parte, 








quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A boa nova de Cristo é que Deus se tornou próximo de nós, diz Papa






Como todos os domingos, o Santo Padre apareceu, à janela dos seus aposentos, na sua Residência Apostólica Vaticana, para rezar a oração do Ângelus deste domingo, 27, com os numerosos fiéis, peregrinos e turistas reunidos na Praça São Pedro.





Antes da oração mariana, o Papa pronunciou uma alocução dominical dedicada à liturgia deste 3º domingo do Tempo Comum, dia em que, como disse o Pontífice, o evangelista Mateus nos apresenta o início da missão pública de Cristo, sobre a qual deu a seguinte explicação:“A missão pública de Cristo consiste, essencialmente, na pregação do Reino de Deus e na cura dos enfermos, que demonstra que este Reino se tornou próximo de nós, ou melhor, está no meio de nós”.





Jesus começou sua pregação, continuou o Papa, na Galiléia, região onde cresceu, território periférico, em relação ao centro da nação judaica, que é a Judéia, onde se encontra Jerusalém. Aquela terra, segundo a Bíblia, teria um futuro glorioso e teria visto uma grande luz: a luz de Cristo e a luz do seu Evangelho. Bento XVI explicou ainda:“O termo “evangelho”, no tempo de Jesus, era utilizado pelos Imperadores romanos para proclamar seus decretos.





Independentemente do seu conteúdo, eles eram definidos “boas novas”, ou seja, “anúncios de salvação”, porque o Imperador era considerado o dono do mundo”.





Portanto, disse o Papa, a aplicação da palavra “evangelho” à pregação de Jesus teve um sentido fortemente crítico. Era como dizer que “Deus, que não era Imperador, era o Senhor do mundo” e o verdadeiro Evangelho é aquele de Jesus Cristo.





A “boa nova” de Jesus, frisou Bento XVI, sobre o Reino de Deus, não se referia, certamente, a um reino terreno, delimitado no espaço e no tempo, mas ao próprio Deus que reina, que está presente. E o Pontífice acrescentou:“A novidade da Mensagem de Cristo é, portanto, é que Deus se tornou nosso próximo, através de Cristo, que reina no meio de nós, como demonstrou com seus milagres e curas. Deus reina no mundo através de seu Filho, que se fez homem, e com a força do Espírito Santo”.





O senhorio de Deus, então, se manifesta com a cura integral do homem; Jesus revela a verdadeira face de Deus, um Deus presente e cheio de misericórdia para com o ser humano; um Deus que nos deu a vida em abundância. Enfim, o Reino de Deus, portanto, é a vida que vence a morte, a luz da verdade, que dissipa as trevas, a ignorância e a mentira.





Bento XVI concluiu sua alocução dominical pedindo a ajuda de Nossa Senhora, para que obtenha à Igreja a mesma paixão pelo Reino de Deus, que animou a missão de Jesus Cristo: a paixão por Deus, pela sua senhoria de amor e de vida; paixão pelo homem, com o desejo de dar-lhe o tesouro mais precioso: o amor de Deus, seu Criador e Pai.





Após a oração mariana do Ângelus, o Santo Padre cedeu seu lugar, na janela de seus aposentos, a uma adolescente, que lhe dirigiu uma saudação, em nome das crianças e jovens da Ação Católica de Roma, presentes na Praça São Pedro, na conclusão do “Mês da Paz”.





A seguir, o Papa cumprimentou o numeroso grupo juvenil da Ação Católica, que estava acompanhado pelo Vigário Geral do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini, pelos seus genitores e educadores.





Depois, ladeado de um menino e uma menina, o Santo Padre soltou duas pombinhas, símbolos da paz, dizendo: “Queridos pequenos amigos, sei que vocês estão comprometidos em favor de seus contemporâneos, que sofrem por causa da guerra e da pobreza no mundo. Continuem na estrada que Jesus nos indicou para construir a verdadeira paz!”.





Neste mês dedicado à Paz, as crianças quiseram apresentar ao Papa uma iniciativa concreta de suas paróquias: a oferta de coleta, com a qual quiseram contribuir para a construção de uma escola no Maláui e em Serra Leoa, ambos no continente africano.





Ao término da oração do Ângelus, Bento XVI cumprimentou os presentes, em várias línguas, e recordou que, hoje, se celebra o Dia Mundial dos leprosos, uma iniciativa que nasceu, há 55 anos, por obra de Raoul Follereau.





Aqui o Papa cumprimentou todos os que foram acometidos pela hanseníase e todos aqueles que lhes dedicam assistência, sobretudo os voluntários da Associação italiana “Amigos de Raoul Follereau”.





O Santo Padre se despediu dos presentes na Praça São Pedro, concedendo a sua Bênção Apostólica e desejando boa semana a todos!





Fonte: Canção Nova

A Intercessão dos Santos do Céu é Bíblica?












1) Jesus é o único Salvador e não o único intercessor 





Quando Paulo diz que Jesus "é o único mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2,5-6), ele quer dizer que Jesus é o único Salvador e não o único intercessor. Para confirmar, observe que o vs 6 fala sobre "salvação" e não sobre "intercessão":





"Jesus Cristo, homem, que se entregou como resgate por todos"


Na verdade, existem muitos intercessores. O NT está repleto de passagens que nos exortam a interceder uns pelos outros, inclusive, a que precede o versículo citado acima:





"Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graça por todos os homens (...). Isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador" (1Tm 2,1-3).





"Orai uns pelos outros para serdes curados" (Tg 5,16b)





Logo, Jesus não pode ser o único intercessor. No entanto, todo e qualquer intercessor, sempre ora e obtém a graça em nome de NS Jesus Cristo, e não em seu próprio nome. Pois é somente através de Jesus Cristo que temos acesso ao Pai.





2) Quanto mais santo o intercessor, mais eficaz é a intercessão.





Diz ainda a Bíblia, que quanto mais santo o intercessor, maior a eficácia da oração:





"A oração do justo tem grande eficácia." (Tg 5,16c)





Ora, se a oração de um justo tem grande eficácia, não há dúvida que é melhor pedir a intercessão de um justo do que de um pecador. 





E, como não existem homens neste mundo mais santificados do que aqueles que já estão no Céu, obviamente, é melhor pedir a intercessão de um santo do Céu do que de um homem que ainda vive neste mundo.





3) Os santos do Céu estão vivos.





Porém, argumentam alguns: "Mas como podem interceder se estão mortos e inconscientes?" E quem disse que estão mortos aqueles que estão VIVOS diante do Trono de Deus, porque o nosso Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, como ensinou Jesus:





"Moisés chamou ao Senhor: Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó. Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos porque todos vivem para Ele." (Lc 20, 37-38)





Portanto, Jesus nos diz que os santos falecidos (como Abraão, Isaac e Jacó) estão vivos na Presença de Deus, pois VIVEM para Ele. 





Não estão mortos, nem inconscientes! O livro do Apocalipse também ensina que os santos falecidos não estão adormecidos, mas mesmo antes da ressurreição, suas almas dialogam e intercedem junto a Deus:





"Vi sob o ALTAR as ALMAS DOS HOMENS IMOLADOS por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que dela tinham prestado. E CLAMARAM EM ALTA VOZ: Até quando ó Senhor, Santo e Verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando o nosso sangue contra os habitantes da terra? 





A cada um deles foi dada, então, uma veste branca, e foi-lhes dito, também, que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos seus companheiros e irmãos, que iriam SER MORTOS COMO ELES." (Apc 6,9-11)





Neste diálogo, as almas dos santos falecidos clamam a Deus para que apresse o Dia do Juízo Final. Observe que as almas não estão adormecidas, mas estão sob o altar de onde falam com Deus. Elas clamam ansiosas pelo Dia do Juízo Final, que será também o dia da aguardada ressurreição da carne. 





Deus lhes dá uma veste branca (símbolo da santidade) e ordena que aguardem mais um pouco. E, enquanto aguardam, o que fazem estas almas? Aguardam adormecidas ou vivas e acordadas? Vejamos:





"Então um dos anciões falou comigo e perguntou-me: Esses, que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os SOBREVIVENTES da grande tribulação. 





Lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro. Por isso, ESTÃO DIANTE DO TRONO DE DEUS, E O SERVEM, DIA E NOITE, NO SEU TEMPLO." (Apc 7,13-15)





Portanto, esta é a situação das almas enquanto aguardam pelo ansioso dia do Juízo Final e da ressurreição da carne, quando finalmente "Deus os abrigará em sua tenda e não haverá nem fome, sede, sol ou calor e Deus enxugará toda lágrima de seus olhos" (Apc 7,15-16). Veja também como estas almas (os santos, pois estavam com vestes brancas, símbolo da santidade), intercedem diante do Trono de Deus:





"Outro anjo pôs-se junto ao ALTAR, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes para que os oferecesse com as ORAÇÕES DE TODOS OS SANTOS NO ALTAR de ouro, que ESTÁ ADIANTE DO TRONO. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com AS ORAÇÕES DOS SANTOS, DIANTE DE DEUS." (Apc 8,3-4)





Eis aí uma passagem bíblica que nos garante a intercessão dos santos falecidos, e que agora estão diante do Trono de Deus. São oferecidas a Deus as orações de TODOS os santos. 





Se são de todos os santos, são tanto as orações dos santos da terra (cristãos que levam uma vida santa) quanto dos santos do Céu (que estão vestidos de branco diante do Trono de Deus). 





Embora este trecho da abertura dos 7 selos esteja se referindo aos santos do Céu (no quinto, sexto e sétimo selos), podemos entender as orações que chegam a Deus, também vindas dos santos da terra, pois é afirmado ser as orações de TODOS os santos.





Um exemplo destas orações de santos falecidos, encontra-se em Macabeus. Nela, Judas Macabeus relata uma visão que teve de Onias e Jeremias, já falecidos, intercedendo pelo povo:





"Onias (...) estava com as mãos estendidas, INTERCEDENDO por toda a comunidade dos judeus. Apareceu a seguir um homem notável (...) Esse é aquele que MUITO ORA pelo povo e por toda cidade santa, é Jeremias, o Profeta de Deus." (2Mac 15,12-14)





4) E como os santos conhecem nossas preces? Eles são onipresentes?





De modo algum. Só Deus é Onipresente. No entanto, todos pertencemos ao Corpo Místico de Cristo no qual vivenciamos a comunhão dos santos, ou seja, vivenciamos o fluxo de amor e relacionamentos entre todos os membros do Corpo Místico. 





De um modo especial, os santos que estão no Céu já possuem uma relação de profunda intimidade com Deus, de modo que através da onipresença de Deus, os santos tomam conhecimento das preces que lhes são dirigidas. Em outras palavras, é o próprio Deus quem lhes transmite as nossas preces.





Eis como Dom Estevão Bettencourt explica esta questão:


"Os bem-aventurados têm conhecimento das preces que neste mundo lhes são dirigidas, pois Deus, que fez os homens solidários entre si, não permite que essa comunhão seja dissolvida pela morte. Por isso pedimos aos santos que intercedam por nós no Céu, e Deus lhes dá a conhecer nossas orações para que, de fato, eles rezem por nós ao Pai."





5) Mas, então, qual a necessidade desta intercessão, se Deus já conhecia a prece antes mesmo do santo interceder?





Na verdade, toda e qualquer prece feita neste mundo, já era do conhecimento de Deus, antes mesmo de nós formularmos nossas súplicas. Embora assim seja, Deus quer façamos nossas súplicas. Vejamos o que disse Jesus a respeito:





"O Pai já sabe de vossas necessidades antes mesmo de pedirdes." (Mt 6,8)


"Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa." (Jo 16,24)





Embora Jesus reconheça que Deus já conheça nossas necessidades antes mesmo de fazermos nossa prece, Jesus insiste que devemos formular nossas preces dizendo: Pedi e recebereis. 





Porquê? Para que tenhamos um diálogo, uma relação com Deus através da oração. Ora, esta relação amorosa, Deus também deseja que exista entre todos os membros do seu Corpo Místico. 





Por isso, mesmo já conhecendo de ante-mão as nossas súplicas, Deus incentiva a prática da oração e da intercessão para que exista este relacionamento amoroso entre nós e Deus e também entre todos os filhos de Deus, ou seja, para que "a nossa alegria seja completa".





Interceder por alguém é um ato de amor entre os filhos de Deus. Deixar de interceder é falta de amor. Deus jamais proibirá a intercessão porque Deus é Amor.





"Naquele dia pedireis em meu nome e já não digo que rogarei ao Pai por vós. Pois o mesmo Pai vos ama, porque vós me amastes e crestes que saí de Deus." (Jo 16,26-27)





Claudio Augusto





Postado por Padre Francinaldo on segunda-feira, 27 de julho de 2009


Fonte:http://pefrancinaldo.blogspot.com.br/2009/07/intercessao-dos-santos-do-ceu-e-biblica.html

Batizar Crianças ou Adultos?






Não poucas pessoas desejariam adiar o Batismo para a idade madura dos candidatos, visto que muitos dos que são batizados em idade infantil, não assumem as obrigações decorrentes do sacramento. 





Em vista dos debates assim oriundos, a Congregação para a Doutrina da Fé publicou, em nome do Santo Padre João Paulo II, em 20 de outubro de 1980, uma Instrução sobre o Batismo das Crianças, na qual analisa a problemática. Vejamos, a seguir, o conteúdo desse documento.





A Sagrada Escritura não se refere explicitamente ao Batismo de crianças. Todavia narra que vários personagens pagãos professaram a fé cristã e se ficeram batizar "com toda a sua casa". Assim o centurião romano Cornélio (At 10,1s.24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16,14s), o carcereiro de Filipos (At 16,31-33), Crispo de Corinto (At 18,8), a família de Estéfanas (1Cor 1,16).





A expressão "casa" (domus, em latim; oikos, em grego) tinha sentido amplo e enfático na Antigüidade: designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive as crianças (que geralmente não faltavam). Inderetamente, pois, as Escrituras sugerem o Batismo das crianças.





Renascer da Água e do Espírito





Esta impressão se confirma desde que consideremos que os judeus batizavam os filhos pequeninos dos pagãos que abraçassem a fé de Israel. Ademais, Orígenes de Alexandria (+ 250) e Santo Agostinho (+ 430) atestam que "o costume de batizar crianças é tradição recebida dos apóstolos". No próprio Evangelho, aliás, lê-se a palavra incisiva do Senhor: "Quem não renascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino dos Céus" (Jo 3,5).





Esses dizeres sempre foram entendidos em sentido estrito e aplicado tanto a crianças quanto a adultos. Quando, no século II, aparecem os primeiros testemunhos diretos do Batismo de crianças, nenhum deles o apresenta como inovação. 





Santo Ireneu de Lião (+ 202) considera óbvia, entre os batizados, a presença de "crianças e pequeninos" ao lado dos jovens e adultos (Contra as Heresias II,24,4). Sob São Cipriano de Cartago (+ 258), um sínodo do Norte da África dispôs que se podiam batizar as crianças "já a partir do segundo ou terceiro dia após o nascimento" (Epístola 64 de São Cipriano).





Fazendo eco à Sagrada Escritura e à Tradição, os Papas e Concílios intervieram, muitas vezes, para recordar aos cristãos o devem de mandarem batizar os seus filhos pequeninos. Assim o Concílio de Cartago, em 418: 





"Também os mais pequeninos, que não tenham ainda podido cometer pessoalmente algum pecado, são verdadeiramente batizados para a remissão dos pecados, a fim de que, mediante a regeneração, seja purificado aquilo que eles têm de nascença" (Dz.-Sch., Enquirídio, nº 223).





Essa doutrina foi reafirmada por toda a Idade Média. Em 1547, o Concílio de Trento rejeitou a posição dos anabatistas, segundo a qual "era melhor omitir o Batismo das crianças do que as batizar só na fé da Igreja, uma vez que elas ainda não crêem com um ato de fé pessoal" (Op.cit., nº 1626).





O Batismo e o Novo Catecismo





Ainda recentemente, o Catecismo da Igreja Católica ensina: "Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o gozo da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. 





A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se filho de Deus, se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento. Os pais cristãos hão de reconhecer que esta prática corresponde também à sua função de alimentar a vida que Deus confiou a eles" (nº 1250).





A razão teológica pela qual a Igreja pratica o Batismo de crianças é a seguinte: o sacramento não é mera matrícula numa associação, mas é um renascer, um receber a vida nova dos filhos de Deus, que tem pleno sentido mesmo que a criança ignore o que lhe acontece; esse renascer para a vida eterna é que dá pleno sentido ao primeiro nascimento (a partir dos pais), pois torna a criança herdeira do Sumo Bem.





O fato de que as crianças ainda não podem professar a fé pessoalmente não é obstáculo, pois a Igreja batiza os pequeninos na fé da própria Igreja, isto é, professando a fé em nome dos pequeninos. Esta doutrina se acha expressa no Ritual do Batismo, quando o celebrante pede aos pais e padrinhos que professem "a fé da Igreja, na qual as crianças são batizadas" (nº 256).





Santo Agostinho dilata o horizonte do cristão ao escrever: "As crianças são apresentadas para receber a graça espiritual, não tanto por aqueles que as levam nos braços (embora também por eles, se são bons fiéis), mas sobretudo pela sociedade universal dos Santos e dos fiéis... É a Mãe Igreja toda, que está presente nos seus Santos, a agir, pois é ela inteira que os gera a todos e a cada um" (Epístola 98,5).





A Igreja só não batiza as crianças, quando os pais não o querem ou quando não há garantia alguma de que o batizado será educado na fé católica. Mesmo quando os genitores não vivem como bons católicos, a Igreja julga que a criança tem o direito de ser batizada, desde que os próprios pais ou os padrinhos ou a comunidade paroquial se encarreguem de ministrar-lhe a instrução religiosa. 





A Carta Apostólica "Familiaris Consortio", do Santo Padre João Paulo II, pede aos pais católicos que não vivem o matrimônio sacramental, que "eduquem os filhos na fé cristã" (nº 8) - o que implica o dever de mandar batizar os filhos e providenciar a educação religiosa dos mesmos.





Como objeção a essa doutrina, levanta-se a seguinte ponderação: o Batismo das crianças constitui um atentado à liberdade das mesmas; impõe-lhes obrigações religiosas que talvez não queiram aceitar em idade juvenil. Daí a conveniência de só se ministrar o Batismo a quem possa assumir livremente os respectivos compromissos. Respondemos:





É de notar que, no plano natural, os pais fazem, em lugar de seus filhos, opções indispensáveis ao futuro destes: assim o regime de alimentação, a higiene, a educação, a escola... Os pais que se omitissem a tal propósito sob o pretexto de salvaguardar a liberdade da criança, prejudicariam seriamente a prole. 





Ora, a regeneração batismal vem a ser o bem por excelência que os pais católicos devem proporcionar aos filhos, juntamente com a alimentação e a educação; para quem tem fé, a filiação divina é o mais importante de todos os valores;





Mesmo que a criança, chegando à adolescência, rejeite os deveres decorrentes do seu Batismo, o mal é então menor do que a omissão do sacramento. Com efeito, o fato de alguém rejeitar a boa educação que recebeu, é dano menos grave do que a omissão de educação por parte dos pais. Observemos ainda que, não obstante as aparências, os gérmens da fé depositados na alma da criança poderão um dia reviver; os pais contribuirão para isso mediante a sua oração e o seu autêntico testemunho de fé.





Caso não seja possível batizar, a Igreja confia a criança falecida ao amor de Deus, que é Pai e fonte de misericórdia. A partir de Santo Anselmo (+ 1109), os teólogos propuseram o Limbo como estado de felicidade natural reservada a tais crianças; elas veriam Deus não face a face, como no céu, mas indiretamente, através do espelho das criaturas.





A doutrina do Limbo não constitui artigo de fé, de modo que se pode crer que Deus tem recursos invisíveis para salvar todas as crianças, mesmo as que morrem sem Batismo; a Igreja ora diariamente por todos os necessitados, e também por tais crianças.





Essa observação, porém, não exime os pais do grave dever de levar, quanto antes, os filhos à pia batismal, pois, se os sacramentos não obrigam a Deus, obrigam a nós, criaturas.





Texto extraído do cap. 5, pp. 25-29.







CATÓLICOS PERGUNTAM

Dom Estêvão Tavares Bettencourt (osb)

ed. Lumen Christi / O Mensageiro de Santo Antonio


Fonte:http://agnusdei.50webs.com/livr1.htm

Esclarecimentos sobre: Ídolos X Imagens









Desde os primeiros séculos os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos Santos e dos Anjos, não para adorá-las, mas para venerá-las.





As catacumbas e as igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do início do século III. É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem, uma das mais antigas da arte cristã, sobre o mistério da Encarnação do Verbo. Mostra a imagem de um homem que aponta para uma estrela situada acima da Virgem Maria com o Menino nos braços. O Catecismo da Igreja traz uma cópia dessa imagem (Ed. de bolso, Ed. Loyola, pag.19).





Este exemplo mostra que desde os primeiros séculos os cristãos já tinham o salutar costume de representar os mistérios da fé por imagens, em forma de ícones ou estátuas. É o caso de se perguntar, então: Será que foram eles "idólatras" por cultuarem essas imagens? É claro que não? Eles foram santos, mártires, derramaram, muitos deles, o sangue em testemunho da fé. Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de idólatras.





No século VIII, sob influência do judaísmo e do islamismo, surgiu um movimento herético que se pôs a combater o uso das imagens. Eram os iconoclastas. O grande e principal defensor do uso das imagens na época, foi o santo e doutor da Igreja S. João Damasceno (de Damasco), falecido em 749, o qual foi muito perseguido por se manter fiel e defensor dessa santa Tradição cristã.





A fim de dirimir as dúvidas sobre a questão, o Papa Adriano I (772-795) convocou o II Concílio Ecumênico de Nicéia, que se realizou de 24/09 a 23/10/787. Assim se expressou o Concílio, resolvendo para sempre a questão:





"Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos" (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161).





Essas palavras, por serem de um Concílio da Igreja, são ensinamentos oficiais e infalíveis, e não podemos colocá-los em dúvida. O grande S. João Damasceno dizia :





"A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus " (nº 1162).





O nosso Catecismo explica que:





"A imagem sacra, o ícone litúrgico, representa principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova "economia" das imagens"( 1159).





S. Tomás de Aquino (1225-1274) também defendia o uso das imagens, afirmando:





"O culto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é imagem"( 2131).





Muitos querem incriminar a Igreja Católica, afirmando que ela desrespeita a ordem que Deus deu a Moisés : "não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo..." (Dt 4,15-16).





Os cristãos, desde os primeiros séculos, entenderam, sob a luz do Espírito Santo, que Deus nunca proibiu fazer imagens, e sim "ídolos", deuses, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc, etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova de que Deus nunca proíbiu imagens, é que Ele próprio ordenou a Moisés que fabricasse imagens de dois Querubins e que também pintasse as suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança.





"Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro... Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto e protegerão com elas a tampa ... " (Ex. 25,18s, Ex 37,7; 1 Rs. 6,23; 2 Cr. 3,10).





"Farás o tabernáculo com dez cortinas de linho fino retorcido, de púrpura violeta sobre as quais alguns querubins serão artísticamente bordados" (Ex. 26,1.31).





Que fique claro, de uma vez por todas, Deus nunca proibiu imagens, e sim, "fabricar imagens de deuses falsos" . O mesmo Deus mandou que, no deserto, Moisés fizesse uma imagem de uma serpente de bronze (Nm 21, 8-9), que prefigurava Jesus pregado na cruz (Jo 3,14). Também o rei Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer querubins e outras imagens (I Rs 7,29). O culto que a Igreja Católica presta a Deus, e só a Deus, é um culto chamado "latria", isto é, de adoração. Aos anjos e santos é um culto chamado "dulia", de veneração. Maria, como Mãe de Deus recebe o culto de "hiper-dulia", super-veneração digamos, mas que está muito longe da adoração devida só a Deus.





São Pedro, ao terminar a segunda Carta falava do perigo daqueles que interpretavam erroneamente as Escrituras:





"Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras" (2 Pe 3,16).





Infelizmente isto continua a acontecer com aqueles que querem dar uma interpretação individual à Palavra de Deus, sem autorização oficial da Igreja, levando multidões ao erro. Só a Igreja é a autêntica intérprete da Bíblia (cf.Dei Verbum,10), pois foi ela que, inspirada pelo Espírito do Senhor (Jo 16,12), a compôs.





As imagens, sempre foram, em todos os tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas esculturas. E assim há de continuar a ser.





É claro que o culto por excelência é prestado a Deus, mas isto não justifica que as imagens sejam retiradas das nossas igrejas. Ao contrário, elas nos lembram que aqueles que elas representam, chegaram à santidade por graça e obra do próprio Deus. Assim, as imagens, dão, antes de tudo, glória a Deus.





Autor: Prof. Felipe de Aquino





Fonte: Livros do Prof. Felipe de Aquino

domingo, 7 de outubro de 2012

Nossa Senhora do Rosário- 7 de Outubro






Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.



A celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus.



A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e, para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.



Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: "Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério".



Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas - por isso Rosário - é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas aparições.



Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!



Fonte:http://www.cancaonova.com/portal/canais/liturgia/santo/index.php?dia=7&mes=10

Eleições Municipais 2012 - Voto consciente e limpo






CNBB



Durante entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, 27 de setembro, a presidência da CNBB apresentou a sua mensagem para as eleições municipais 2012. O texto foi aprovado durante a última reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), realizado esta semana na sede da entidade, em Brasília (DF).

A seguir, a íntegra da nota.


Eleições Municipais 2012 - Voto consciente e limpo


O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília de 25 a 27 de setembro, considerando as eleições municipais do próximo mês de outubro, vem reforçar a importância desse momento para o fortalecimento da democracia brasileira. Estas eleições têm característica própria por desencadear um processo de maior participação em que os candidatos são mais próximos dos eleitores e também por debater questões que atingem de forma direta o cotidiano da vida do povo.


A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, em serviço de todas as pessoas (cf. GS 75). Saudamos, portanto, os candidatos e candidatas que, nesta ótica, apresentam seu nome para concorrer a um cargo eleitoral. Nascido da consciência e do desejo de servir com vistas à construção do bem comum, este gesto corrobora o verdadeiro sentido da atividade política.


Estimulamos os eleitores/as, inclusive os que não têm a obrigação de votar, a comparecerem às urnas no dia das eleições para aí depositar seu voto limpo. O voto, mais que um direito, é um dever do cidadão e expressa sua corresponsabilidade na construção de uma sociedade justa e igualitária. Todos os cidadãos se lembrem do direito e simultaneamente do dever que têm de fazer uso do seu voto livre em vista da promoção do bem comum (cf. GS 75).


A lei que combate a compra de votos (9840/1999) e a lei da Ficha Limpa (135/2010), ambas nascidas da mobilização popular, são instrumentos que têm mostrado sua eficácia na tarefa de impedir os corruptos de ocuparem cargos públicos. A esses instrumentos deve associar-se a consciência de cada eleitor tanto na hora de votar, escolhendo bem seu candidato, quanto na aplicação destas leis, denunciando candidatos, partidos, militantes cuja prática se enquadre no que elas prescrevem.


A vigilância por eleições limpas e transparentes é tarefa de todos, porém, têm especial responsabilidade instituições como a Justiça Eleitoral, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, bem como o Ministério Público. Destas instâncias espera-se a plena aplicação das leis que combatem a corrupção eleitoral, fruto do anseio popular. O resgate da ética na política e o fim da corrupção eleitoral merecem nossa permanente atenção.


O político deve cumprir seu mandato, no Executivo ou no Legislativo, para todos, independente das opções ideológicas, partidárias ou qualquer outra legítima opção que cada eleitor possa fazer. Incentivamos a sociedade organizada e cada eleitor em particular, passadas as eleições, a acompanharem a gestão dos eleitos, mantendo o controle social sobre seus mandatos e cobrando deles o cumprimento das propostas apresentadas durante a campanha. Quanto mais se intensifica a participação popular na gestão pública, tanto mais se assegura a construção de uma sociedade democrática.


As eleições são uma festa da democracia que nasce da paixão política. O recurso à violência, que marca a campanha eleitoral em muitos municípios, é inadmissível: candidatos são adversários, não inimigos. A divisão, alimentada pelo ódio e pela vingança, contradiz o principio evangélico do amor ao próximo e do perdão, fere a dignidade humana e desrespeita as normas básicas da sadia convivência civil, que deve orientar toda militância política. Do contrário, como buscar o bem comum, princípio definidor da política?


A Deus elevemos nossas preces a fim de que as eleições reanimem a esperança do povo brasileiro e que, candidatos e eleitores, juntos, sonhem um país melhor, humano e fraterno, com justiça social.


Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, abençoe nossa Pátria!


Brasília, 27 de setembro de 2012



Cardeal Raymundo Damasceno Assis


Arcebispo de Aparecida


Presidente da CNBB


Dom José Belisário da Silva


Arcebispo de São Luís


Vice-presidente da CNBB


Dom Leonardo Ulrich Steiner


Bispo Auxiliar de Brasília


Secretário Geral da CNBB





Fonte: Canção Nova


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Os anjos são espíritos que estão encarregados de um ministério, enviados a serviço daqueles que deverão herdar a salvação









Temos que passar a valorizar mais os anjos. E há uma passagem bíblica que chamou profundamente a minha atenção.





Na bíblia sagrada diz assim: "E a qual dos anjos disse alguma vez: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos como apoio sob os teus pés”? Não são todos eles espíritos que estão encarregados de um ministério, enviados a serviço daqueles que deverão herdar a salvação?" (Hebreus 1, 13-14)





Observe o que você está lendo. Reflitamos. Quer dizer, que os anjos são espíritos que estão encarregados de um ministério, enviados a serviço daqueles que deverão herdar a salvação?





Ao ver o anjo do SENHOR a mula empacou. Balaão, enfurecido, bateu na mula com uma vara. (Números 22,27)





Não duvido de nada do que está escrito na bíblia. Veja uma situação bíblica da intervenção de um anjo: O anjo do SENHOR lhe disse: “Por que já por três vezes espancaste a mula? Fui eu que saí para te barrar a passagem, pois o caminho que segues me parece perigoso". (Números 22,32)





Amados irmãos, vemos então, em Números, que Balaão queria passar num determinado caminho e foi impedido por um anjo. Ocorre, que por ser o anjo um espírito ele não fica aparecendo por aí. 





Nesta situação, a princípio quem viu, foi só a mula, tanto que ela se afastava e não dava sequência à passagem. Depois de insistir por três vezes em seguir, sem nenhum êxito, o anjo resolveu aparecer para Balaão, já que ele insistia em prosseguir e conforme o anjo disse o caminho era perigoso.





Balaão foi salvo por um anjo. Podemos até recordar situações na nossa vida que fizemos como Balaão, insistimos em fazer algo que não era para fazer e depois deu tudo errado.





Há momentos que aparece pessoas que são como anjos na nossa vida, de repente vêm e nos dão uma ajuda.





Diz na escritura sagrada assim:"Não descuideis da hospitalidade; pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos, sem o perceber". (Hebreus 13,2)





Tobias e Daniel são os livros mais ricos do Antigo Testamento. Ali encontramos anjos que comunicam ao homem mensagens ou revelações da parte de Deus. Estes anjos são sempre criaturas de Deus, subordinados a Ele. Os anjos são enviados, pois, aos homens como mensageiros (Dan 14,33), os ajudam e protegem (Dan 3,49; 2 Mac 11,6), apresentam a Deus as orações dos homens e intercedem por eles (Tob 12,15). Cada pessoa tem um anjo da guarda(Dan 10,13.20). Disse o Senhor Deus no Antigo Testamento: "Vou enviar um anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho (...) Toma cuidado na sua presença e escuta a sua voz (...)" (Ex 23,20-22).





No Antigo Testamento há o nome de três anjos: Rafael, no livro de Tobias, e Miguel e Gabriel, no livro de Daniel. Estes três nomes podem traduzir-se e eles nos dão uma pista sobre seu significado. Rafael significa "Deus cura", e essa é a missão que o anjo desempenha no livro de Tobias: cura o ancião Tobias de sua cegueira e livra Sara das armadilhas do demônio Asmodeus. Por sua intervenção, Deus dá o prêmio da  felicidade aquela família de justos sobre quem então havia caído em desgraça. Miguel significa "quem como Deus?" É o anjo protetor de Israel e comanda os exércitos celestiais em sua luta contra as forças do mal. Combate contra a opressão do poder político absoluto que intenta ocupar o lugar de Deus. Gabriel, que significa "força de Deus", é o anjo que revela a Daniel o momento em que terá lugar o fim do mal e o começo da justiça perfeita que só a força de Deus fará possível.





Eis que eu enviarei o meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho, e te introduza no lugar que preparei. Respeita-o, houve a sua voz, e vê que não o desprezes; porque ele não te perdoará, se pecares, e o meu nome está nele. Se ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que te digo, eu serei inimigo dos teus inimigos, e afligirei os que te afligem.


Êxodo 23, 20-22





Anjos do Senhor, bendizei o Senhor; louvai-o e exaltai-o por todos os séculos.


Daniel 3, 58





Seis meses depois, o próprio Arcanjo Gabriel se dirige a Nazaré, uma aldeia da Galiléia: "[...] a uma virgem prometida em casamento a um homem chamado José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. O anjo entrou onde ela estava e lhe disse: "Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo! (...)


São Lucas 1, 26-28





Há muitos escritos bíblicos sobre os anjos, os que acima mencionei são apenas alguns.





Catecismo da Igreja Católica





332. "Desde a criação e ao longo de toda a história da salvação, os encontramos, anunciando essa salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, detém a mão de Abraão, a lei é comunicada por seu ministério [cf. Hch 7,53], conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem aos profetas, isso para não citar mais alguns exemplos. Finalmente, o Anjo Gabriel anuncia o nascimento do Precursor e o de Jesus."





Houve situações na minha vida que depois fui analisar, acredito que anjos passaram por mim. Um exemplo típico foi quando cheguei de madrugada em São Luis e ao chegar no aeroporto o taxista me disse que eu não deveria ir para a rodoviária naquele horário pois era perigoso. Aguardei um pouquinho e fui pois teria que pegar o ônibus para Santa Inês, e apareceu uma mulher do nada que começou a conversar comigo. A fala dela me tranquilizava. Ela ficou comigo até eu entrar no ônibus e ficou me olhando. Hoje, percebo que ela era diferente. 





Outra situação incrível, foi na Igreja São Francisco em Vazante-MG, onde apareceu na hora da missa, um homem dizendo ser do maranhão. Falava ele que estava percorrendo todo o Brasil e que parou naquela Igreja. Aquele homem, a gente percebia que tinha um conhecimento litúrgico muito grande e comungou com um carinho contagiante. Quando saiu, estava conversando com alguns e  peguei o carro e fui em casa pegar dinheiro para dar a ele para lanchar na viagem visto que ele estava a pé. Só que depois de uns cinco minutos ele desapareceu. O procurei por toda a cidade e nada. Então, desconfio que esse era um anjo e até confirmando minha vinda para o Maranhão. Nunca vou esquecer aquela expressão.





Portanto, temos que ficar atentos e confiar mais na misericórdia de Deus que sempre nos envia uma ajuda na hora que mais necessitamos e fala conosco em inúmeras situações.





Augusta Moreira dos Santos


Ministério de Cura e Libertação


RCC

São Benedito,Santa Maria Faustina Kowalska e Francisco Xavier Seelos









5 de outubro.










São Benedito, o Negro
1526-1589





Hoje comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem - era africano e negro -, passou a ser amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza.


Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".
 


Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.
 


Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos vinte e um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.
 


Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.
 


Todos obedeceram, até Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.
 


Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro.





E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como umsimples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.
 


Foi canonizado em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta.


Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição.


E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto.





Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.













Santa Maria Faustina Kowalska
1905-1938





Não podemos dizer que exista alguma novidade numa irmã que fale sobre a Misericórdia Divina e do nosso dever de ser misericordioso. Assim como sabemos que, sob a insígnia da Misericórdia, nasceram muitas comunidades e instituições cristãs, ao longo de todos os tempos. O diferencial de santa Faustina foi ter dado vida, sob essa insígnia, a um grande movimento espiritual, justamente quando a humanidade mais carecia de misericórdia: entre as duas guerras mundiais.
 


Nascida na aldeia Glogowiec, na Polônia central, no dia 25 de agosto de 1905, em uma numerosa família camponesa de sólida formação cristã, foi batizada com o nome de Helena, terceira dos dez filhos de Mariana e Estanislau Kowalski. Desde a infância, sentiu a aspiração à vida consagrada, mas teve de esperar diversos anos antes de poder seguir a sua vocação. Mas desde aquela época só fez percorrer a via da santidade.
 


Aos dezesseis, anos deixou a casa paterna e começou a trabalhar como doméstica, na cidade de Varsóvia, da Polônia independente. Lá, maturou na oração a sua verdadeira vocação de religiosa. Assim, em 1925, ingressou na Congregação das Irmãs da Bem-Aventurada Virgem Maria da Misericórdia, adotando o nome de Maria Faustina. O carisma desse Instituto está voltado para a educação das jovens e para a assistência das mulheres necessitadas de renovação espiritual. Após concluir o noviciado e emitir os votos perpétuos, percorreu diversas casas, exercendo as mais diversas funções, como cozinheira, jardineira e porteira. Teve uma vida espiritual muito rica de generosidade, de amor e de carismas, que escondeu na humildade do seu cotidiano.
 


Irmã Faustina, como era chamada, ofereceu-se a Deus pelos pecadores, sobretudo por aqueles que tinham perdido a esperança na Misericórdia Divina. Nutriu uma fervorosa devoção à Eucaristia e à Virgem Maria, e amou intensamente a Igreja. Com freqüência, era acometida por visões e revelações, até que seu confessor e diretor espiritual lhe sugeriu anotar tudo. Assim, em 1934 ela começou a escrever um diário, intitulado "A Divina Misericórdia em minh'alma", mais tarde traduzido e publicado em vários países.
 


Em seu diário, irmã Faustina escreveu que à perfeição chegamos através da união íntima da alma com Deus, e não por meio de graças, revelações ou êxtases. Ela se manteve sempre tão humilde que não acreditava, na sua própria experiência mística, um sinal de santidade. Expressou todo o seu amor ao Senhor por meio de uma fórmula muito simples, que fez questão de propagar entre os fiéis: "Jesus, confio em vós". 
 


Consumida pela tuberculose, ela morreu no dia 5 de outubro de 1938, com apenas trinta e três anos de idade, na cidade de Cracóvia, Polônia.





Beatificada em 1993, foi proclamada santa Maria Faustina Kowalski pelo papa João Paulo II em 2000. As suas relíquias são veneradas no Santuário da Divina Misericórdia, de Cracóvia.













Francisco Xavier Seelos


Bem-aventurado
1819-1867





Francisco Xavier Seelos nasceu no dia 11 de janeiro de 1819, em Füssen, na região da Baviera, Alemanha. Era um entre os onze filhos do casal Magno e Francisca, e teve na família o grande incentivo para sua vida de consagração a Deus. Seu pai, um simples comerciante de tecidos, a partir de 1830 passou a ser o sacristão na paróquia de São Magno, da sua cidade natal. Assim foi que o menino Francisco, após concluir os estudos filosóficos, seguiu admitido no Seminário de Mônaco da Baviera em 1842.
 


No mesmo ano, abraçou o carisma da Congregação do Santíssimo Redentor, fundada por santo Afonso Maria de Ligório. Mas, impressionado com as informações sobre a falta de assistência religiosa e social com que se deparavam os imigrantes alemães nos Estados Unidos da América do Norte, pediu para trabalhar como missionário naquele país.
 


Assim, partiu em 1843. Após um ano de noviciado, recebeu a ordenação sacerdotal na igreja de São Tiago de Baltimore, em Maryland, nos Estados Unidos, dedicando todo o seu apostolado à causa dos imigrantes alemães naquele país. Alguns meses depois, foi transferido para Pittsburg, na Pensilvânia, onde trabalhou como vice-pároco de João Neumann, superior da comunidade dos redentoristas e, hoje, também venerado como santo pela Igreja Católica.
 


Participou nas "Missões das Paróquias" em várias localidades, sempre se distinguindo como grande pregador, bom confessor e zeloso pastor dos pobres e marginalizados. O ponto fundamental do seu apostolado era o ensino da catequese para o crescimento da comunidade paroquial.
 


Cuidou, também, da formação de outros redentoristas. Sendo o encarregado de estudos, infundia nos seminaristas entusiasmo, espírito de sacrifício e zelo apostólico.
 


Em 1860, o bispo de Pittsburg propôs ao papa Pio IX o nome de Francisco Xavier Seelos como seu sucessor, mas este escreveu ao sumo pontífice pedindo que fosse nomeado outro sacerdote no seu lugar.
 


Depois disso, entre 1863 e 1866, trabalhou como missionário itinerante em vários outros estados e, quando lhe foi designada a comunidade de New Orleans, ali permaneceu pouco tempo, pois, na assistência pastoral a vários doentes, contraiu a febre amarela. Ele suportou a enfermidade com paciência e resignação, mas foi obrigado a afastar-se de quase todas as atividades pastorais. Faleceu na noite de 4 de outubro de 1867.
 


Francisco Xavier Seelos foi beatificado no solene Ano Jubilar de 2000 pelo papa João Paulo II, que designou sua comemoração litúrgica para o dia seguinte à data de sua morte.