quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Os Pais da Igreja sobre a virgindade de Maria



NELSON MONTEIRO 






O reconhecimento da virgindade de Nossa Senhora sempre foi professado e repetido pelos Padres da Igreja, não obstante os protestantes querem nos fazer crer, com citações fora de exatidão, que muitos admitiam que ela tivesse perdido o que de miraculoso se preservou nela. Chegam nas afirmações mais extremas e enfatuadas dizer que isso foi muito disputado entre os Pais primitivos. Esse trabalho, então, tem o intuito de transcrever o verdadeiro pensamento dos preservadores da Tradição e de refutar as menções indevidas feitas por nossos irmãos evangélicos.





Santo Irineu (130 — 203):


"Como por uma virgem desobediente foi o homem ferido, caiu e morreu, assim também por meio de uma virgem obediente à palavra de Deus, o homem recobrou a vida. Era justo e necessário que Adão fosse restaurado em Cristo, e que Eva fosse restaurada em Maria, a fim de que uma virgem feita advogada de uma virgem, apagasse e abolisse por sua obediência virginal a desobediência de uma virgem." (Contra Heresias L. 5, 19.1)





Santo Hipólito de Roma (170 — 236):


"...corpo de Maria toda santa, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem." (As obras e fragmentos. Fragmento VII)





Orígenes de Alexandria (185 — 253):


"Mas, seguindo a tradição que está registrado no Evangelho segundo São Pedro ou no livro de Tiago, eles dizem que há alguns irmãos de Jesus, os filhos de José por uma ex-mulher, que vivia com ele antes de Maria. Agora aqueles que dizem por assim desejarem preservar a honra de Maria na virgindade até o fim, de modo que o organismo dela, que foi designada para ministrar a Palavra que diz: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do altíssimo deve ofuscar a ti ", pode não ter tido relação sexual com um homem depois que o Espírito Santo veio ela e o poder do alto a tivesse ofuscado. E eu acho que em harmonia com a razão que Jesus era o fruto primeiro entre os homens da pureza, que consiste na castidade, e Maria entre as mulheres, pois não foram piedosos atribuir a qualquer outro do que o seu fruto primeiro da virgindade."(Comentário ao Evangelho de Mateus x. 17)





"Para, se Maria, como aqueles que declaram, com exaltar sua mente sã, não tinha outro filho, mas Jesus, e ainda Jesus diz para sua mãe, "Mulher, eis aí teu filho", e não "Eis que você tem esse filho também" " (Comentário ao Evangelho de João, Livro 1, 6)


"Sobre este assunto, eu encontrei uma observação muito bem em uma carta do mártir Inácio, segundo bispo de Antioquia depois de Pedro, que lutou com as feras, durante a perseguição em Roma. A virgindade de Maria estava escondida do príncipe deste mundo, graças a José e escondido seu casamento com ele. Sua virgindade foi mantida escondida porque ela foi pensada para ser casado. (Homilias sobre Lucas, 6, 3-4.)





São Gregório de Neucaesarea (213 — 270):


"Para a santa Virgem guardado cuidadosamente a tocha da virgindade,  e deu ouvidos diligentemente que não deveria ser extinto ou contaminado." (The Second Homily. On the Annunciation to the Holy Virgin Mary)





São Pedro de Alexandria (+ 311):


"...que tem o nome de Leucado, eles vieram para a igreja da mãe mais abençoada de Deus e sempre Virgem Maria, que, como se começou a dizer, ele tinha construído no oeste..." (Episolæ)


Santo Atanásio de Alexandria (295 — 373)


"Portanto, que aqueles que negam que o Filho do Pai, por natureza, e é adequado a esta essência, negam também que Ele tomou verdadeiro humano da Sempre Virgem Maria..." (Contra Arianos, cap 21)





Hilário de Poitiers (300 — 368):


"Se eles [os irmãos do Senhor] foram filhos de Maria e não tomados de casamento anterior de José, ele nunca teria sido entregue no momento da paixão [crucificação] para o apóstolo João, sua mãe, o Senhor dizendo: a cada um, 'Mulher, eis aí teu filho', e João, "Eis a tua mãe '[João 19:26-27), como ele legou o amor filial a um discípulo como um consolo para a desolação" (Comentário sobre Mateus 1 : 4 )





Santo Efrem da Síria (306 — 373):


"Em sua virgindade Eva colocou as folhas de vergonha: Sua mãe colocou na sua virgindade a roupa da Glória que é suficiente para todos." (Hino da Natividade, hino 12)


"O que teria sido possível que aquela que foi a residência do Espírito, que foi ofuscada pelo poder de Deus, tornou-se uma mulher mortal, e ela suportou a dor, de acordo com a maldição em primeiro lugar? [...] A mulher que dá à luz na dor não poderia ser chamado abençoado. O Senhor, que veio com as portas fechadas, e fora do seio virginal, porque isso realmente virgem deu à luz sem sentir dor "  (Efren, Diatessaron, 2,6: SC 121,69-70, cf. . ID, Hímni de Nativitate, 19,6-9: CSCO 187,59)





Santo Epifânio (310 — 403):


"De onde vem esta perversidade? De onde é que irrompeu tamanha audácia? Porventura o próprio nome não é suficiente atestado? Quem jamais houve, em tempo algum, que ousasse proferir o nome de Maria e espontaneamente não lhe acrescentasse a palavra virgem? O nome de Virgem foi dado a Santa Maria, nem se mudará nunca, ela sempre permaneceu ilibada (Panarion, Contra os hereges).





Dídimo, o cego (313 — 398):


"Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento do seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada". (A Trindade 3,4)





São Cirilo de Jerusalém (315 — 386):


"o Unigênito do Único, Jesus Cristo, nosso Senhor, a produção, de acordo a carne, do ventre de São Maria, Virgem perpétua, em cuja santa casa somos eu reunidos neste dia para comemorar o dia de sua morte. " (Homilias sobre a Dormição)


São Basílio de Cesareia (329 — 379):


"Os amigos de Cristo não toleram ouvir que a Mãe de Deus deixou de ser virgem num determinado momento" (Homilia Em Sanctum Christigenerationem, 5)





São Gregório de Nissa (330 — 395):


"Pois se José a tomou como sua esposa com o proposito de ter filhos, por que ela ficou pensando sobre o anuncio de sua maternidade, se ela mesma aceitou o fato de se tornar mãe de acordo com a lei da natureza? Mas assim como era necessário Guardar o corpo da consagrada a Deus como oferenda intocada e Espírito Santo, por esta mesma razão, ela afirma, mesmo se você é um anjo que desceu do céu e mesmo que este fenômeno está além da capacidade dos homens, no entanto, impossível para mim conhecer homem. Como devo tornar-me mãe sem conhecer homem? Pois, embora considere um José para ser meu marido, ainda assim não conhecerei homem" (Sobre a Geração de Santo Cristo, 5)





Santo Ambrósio de Milão (340 — 397):


"Hove quem negasse que Maria tivesse permanecido virgem. Desde muito temos preferido não falar sobre este tão grande sacrilégio. Maria (...) que é mestra da virgindade, (...) não podia acontecer que aquela que em si tinha trazido Deus , resolvesse andar às voltas com um homem. Nem José, varão justo, cairia nessa loucura de querer misturar-se com a mãe do Senhor, em relação carnal".( De Inst. Virg. I , 3).


Rufino de Aquileia (340 — 410):


"A porta que estava fechada (Ezech. 44,2) foi a sua virgindade, través dela o Senhor Deus de Israel entrou, por isso Ele avançou a este mundo através do ventre da virgem. E, porque a sua virgindade foi preservada intacta, portão da Virgem permaneceu fechado para sempre ". (Comentário do Credo dos Apóstolos, 9)





Santo Agostinho (354 — 430):


"Virgem que concebe, virgem que dá à luz, virgem grávida, virgem que traz o feto, Virgem perpétua"(Sermão CLXXXVI, 1, 1)


“Concebeu-O [a Cristo Jesus] sem concupiscência, uma Virgem; como Virgem deu-lhe à luz, Virgem permaneceu” (Sermão sobre a Ressurreição de Cristo, segundo São Marcos, PL XXXVIII, 1104-1107).





São Jerônimo (347 — 420):


"Rogo também a Deus Pai para que demonstre que a mãe de Seu Filho - que se tornou mãe antes de se casar - permaneceu Virgem ainda após o nascimento de seu Filho." (Contra Helvídeo, sobre a virgindade perpétua de Maria, cap II)





São João Cassiano (360 — 435):


"Por isso, confesso que o nosso Deus e Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, que por sua própria causa foi gerado do Pai antes de todos os mundos, quando ao tempo ele  por nossa causa se fez homem através do Espírito Santo e da sempre Virgem Maria, era Deus em Seu nascimento, e enquanto confessamos as duas substâncias, da carne e da Palavra." (Sobre a Encarnação de Cristo contra Nestório, L. VII, 5)





São Cirilo de Alexandria (375 — 444):


"Salve, vaso puríssimo da temperança, a ti virgem, confiou, na cruz, nosso Senhor Jesus Cristo a Mãe de Deus, sempre virgem!" (Discurso em Concílio de Éfeso)





São Máximo, o Confessor (580 — 662):


"O nascimento e a adolescência daquela que concebeu e deu à luz - evento impensável, incompreensível, inefável! - ao Filho de Deus, o Verbo, Rei e Deus do Universo, já haviam sido mais maravilhosos que tudo o que se pode ver na natureza. Desde então, todos os dias de sua inteira existência, mostrou um estilo de vida superior à natureza [...] Logo, no caminho de sua fatigosa tarefa, sofreu e suportou muitas tribulações, provas, aflições e lamentos durante a Crucifixão do Senhor, alcançando uma completa vitória  e obtendo coroas de triunfo, até ao ponto de ser constituída a Rainha de todas as criaturas[...] A Virgem não só  animava e ensinava aos santos apóstolos e aos demais fiéis a ser pacientes e suportar as provas, senão que era solidária com eles em suas fadigas, lhes sustentava na pregação, estava em união espiritual com os discípulos do Senhor em suas privações e suplícios, em suas prisões[...] Depois da partida de João, o Evangelista, São Tiago, o filho de José, também chamado «irmão do Senhor», tomou a seu cuidado a santa Mãe de Cristo [...]" (Vida da Virgem)


Santo Ildefonso de Toledo (606 — 667):


“Tua pureza fica salva no anúncio sobre tua prole; tua virgindade encontra segurança no nome de teu filho, e assim permaneces honesta e íntegra depois do parto” (A virgindade perpétua de Santa Maria)





São João Damasceno (676 — 749):


"Tendo levado uma vida casta e santa, engendrastes a jóia da virgindade, aquela que deveria permanecer Virgem antes, durante e depois do parto, a única sempre Virgem de espírito, de alma e de corpo." (Homilia sobre a Natividade de Maria, 5)


Poderia acrescer com os santos Papas que defenderam o mesmo nesse período, mas não o farei, dando esse gostinho aos protestantes, evito que venham com mais desculpas.


Os protestantes também têm sua própria lista, é melhor chamá-la de pretensa lista, de citações de Pais da Igreja. Os citados quando não têm seus textos falseados são os hereges que só, por isso, não merecem nenhuma atenção. Os mencionados são: Santo Irineu, Tertuliano, Santo Eusébio, Santo Epifânio, Hegesipo, Helvídeo, Vigilâncio, Joviniano e Nestório. Conheçamos cada um deles.


Comecemos com Sto Irineu. Sua citação que encabeça os Pais citados por mim derruba qualquer interpretação contrária a sua virgindade.





Tertuliano é um caso particular, primeiramente defensor assíduo da fé cristã, depois no fim da vida acaba por se tornar um herege montanista. Santo Agostinho nos informa que Tertuliano, por fim, acaba por fundar uma seita própria, o próprio Santo Agostinho diz ter trazido de volta ao seio da Igreja seus últimos adeptos. [Os Padres da Igreja (séc I - IV) Jacques Liébaert]


Leiamos, antes, algumas de suas afirmações claramente hereges:


"O conhecimento e a defesa do Paráclito nos (nós montanistas) separam dos psíquicos (isto é, dos membros da Igreja Oficial)"


"A Igreja é propriamente e sobretudo o Espírito mesmo, em que reside a Trindade da única divindade, Pai, Filho e Espírito Santo. É ele que reúne essa Igreja que o Senhor estabeleceu nos três. Por isso, desde então, todo grupo de pessoas reunidas nessa fé constitui uma Igreja para o Autor e Consagrador" (Sobre a Castidade XXI,17)





Agora, sobre a virgindade o texto em questão é o seguinte:


"Uma Virgem deu à luz Cristo, e casou-se unicamente depois do nascimento deste. Para que fosse possível louvar no nascimento de Cristo os dois tipos de castidade: ser filho de uma mãe virgem que apenas conheceu um homem" (De Monogamia 8)


Mas pasmem! O mesmo acreditava que Maria perdeu a virgindade ao dar a luz, o que destrói a fé cristã e não passa de uma repetição da desculpa dos judeus para não aceitarem Jesus Cristo:


"Pariu porque deu à luz um descendente da própria carne; não o deu enquanto não o fez por intervenção humana. Foi virgem com respeito ao marido, mas não com relação ao parto. (...) A mesma que deu à luz o fez verdadeiramente. Foi virgem quanto à concepção, não quanto ao parto. (...) O seio da Virgem abriu-se de modo especial, porque de modo especial havia sido selado" (De Carne Christi 23)





Definitivamente Tertuliano não é uma boa fonte contra a Igreja e chega ser desonesto usá-lo. Sobre ele São Jerônimo nem perdeu tempo, apenas disse: “De Tertuliano não direi senão que não pertenceu à Igreja.” (A Virgindade Perpétua virgindade de Maria IV, 19)





Com relação a Santo Eusébio não passa de uma falta de atenção de seus leitores. Não leram sua obra completamente, pegaram trechos isolados e já tiraram a conclusão. Citam as partes onde ele chama Tiago, primo de Jesus ou um dos filhos de José, de irmão do Senhor. Ora, isto não é novo, assim é chamado na própria Bíblia. Na verdade os Pais da Igreja continuaram a identificá-lo como irmão do Senhor, mesmo sabendo que não eram filhos de Maria, preservaram o semitismo que remonta as próprias traduções dos apóstolos. São vários os concílios da Igreja que continuaram a identificar Tiago assim, mesmo já promulgado o dogma da virgindade de Maria. No próprio Concílio de Trento isso é feito. (Cf.  14ª sessão – unção dos enfermos, cap 1). E como prova do que estou falando vejamos o que em outros capítulos de Santo Eusébio é explicado:





"Então Tiago, a quem os antigos sobrenome o Justo por conta da excelência da sua virtude, é lembrado por ter sido o primeiro a ser feito bispo da igreja de Jerusalém. Este Tiago foi chamado de irmão do Senhor, porque ele era conhecido como um filho de José, e José era suposto ser o pai de Cristo, porque a Virgem, sendo prometida a ele, foi encontrada com o filho pelo Espírito Santo antes de chegarem juntos, Mateus 1:18 como a conta dos shows santos Evangelhos". (HE III 1,2)





Vemos aí que Sto. Eusébio relata que Tiago era conhecido como um filho de José, só José. Se achasse que fosse filho de Maria seria inútil sua explicação. Ele segue uma antiga tradição que encontramos, inclusive, no Proto-Evangelho de Tiago do ano 150.


Eusébio citando Clemente escreve:


"Clemente, no livro VI das Hypotyposeis, adiciona o seguinte: "Porque -dizem - depois da ascensão do Salvador, Pedro, Tiago e João, mesmo tendo sido os preferidos do Salvador, não tomaram para si esta honra, mas elegeram como bispo de Jerusalém Tiago o Justo."





E o mesmo autor, no livro VII da mesma obra, diz ainda sobre ele o que segue:


"O Senhor, depois de sua ascensão, fez entrega do conhecimento a Tiago o Justo, a João e a Pedro, e estes o transmitiram aos demais apóstolos, e os apóstolos aos setenta, um dos quais era Barnabé.


Houve dois Tiagos: um, o Justo, que foi lançado do pináculo do templo e morto a golpes com um bastão; e o outro, o que foi decapitado." Também Paulo menciona Tiago o Justo quando escreve: Outro apóstolo não vi além de Tiago, o irmão do Senhor." (HE II, 1)





Nesta, cita um Pai da Igreja, que identifica Tiago como irmão do Senhor, mesmo deixando claro que esse é um dos apóstolos. Os dois apóstolos chamados Tiago na Bíblia não são filhos de Maria, mãe de Jesus, um é filho de Zebedeu, o Tiago maior, enquanto o outro de Alfeu, o Tiago menor, que provavelmente era filho de Maria de Cléofas.


Então, ao contrário do que uma leitura superficial e isolada de seus escritos pode deixar parecer, ele acreditava na virgindade perpétua de Maria.


Santo Epifânio, é mais um em que as citações acima não deixam dúvidas.





Seguindo para Hegésipo, o trecho em questão é este:


"Da família do Senhor ainda estão vivos os netos de Judas, que acredita-se que tenha sido irmão do Senhor pela carne.."


Podemos tirar disso apenas que Judas era dito irmão do Senhor pela carne, nada mais.


Ao trecho as seguintes formas de respostas seriam satisfatórias:


1. Os que acreditavam nisso eram os acusadores. Nada impede que os acusadores de Judas, que pelo o que parece não eram cristãos, acreditassem que Jesus era filho de José e de Maria, pois se não eram cristãos não tinham porque crer em sua virgindade mesmo no parto.





2. É dito irmão do Senhor pela carne não de Maria, mas de Davi. Eusébio, realmente, diz que acusavam Judas "com base em sua linhagem vinda de Davi e sua relação com o próprio Cristo" (HE III, 19) E Hegésipo no mesmo registro acrescenta: "Foram passadas informações de que eles seriam da família de Davi e eles foram levados até o imperador Domiciano pelo Evocatus..."


3. O uso de irmão deve ser levado em conta segundo o semitismo usado, e a ênfase "em carne", para mostrar que não era irmão do Senhor segundo o espírito apenas. Como foi dito: "E se deve ver um estranho, que o levou sob o seu teto e se alegram por ele como mais um irmão de verdade, porque lhes chamar irmãos, não segundo a carne, mas segundo a alma." (Aristides, desculpa 15,6, escrevendo aos cristãos). Um exemplo do uso é quando Jesus é dito filho de Davi ou descendente segundo a carne, isto não quer dizer que seja direto, mas segundo a carne de Maria. Assim como nos explica Tertuliano:





"Sed et Paulus, eiusdem utpote evangelii et discipulus et al magister testículo quia apostolus eiusdem Christi, confirmat Christum ex Semine secundum carnem David, ipsius Utique. ergo ex Semine David caro Christi. sed secundum carnem Mariae ex Semine David, ergo est Mariae ex carne dum est Semine ex Davi." (Na carne de Cristo 22,3)





O fato do acréscimo “da carne” não significa muito. O próprio Concílio Quinissexto de 692 identifica Tiago, outro irmão apontado pelos protestantes, de forma parecida: "Pois também Tiago, o irmão,segundo a carne, de Cristo nosso Deus, a quem o trono da igreja de Jerusalém primeira foi confiada, e Basílio, o arcebispo da Igreja de Cesaréia, cuja glória se espalhou por todo o mundo, quando nos deu instruções para o sacrifício místico, por escrito, declarou que o Santo Cálice está consagrado na Divina Liturgia com água e vinho." (CÂNON XXXII) Só como curiosidade, esta é a mais antiga referência explícita à liturgia de Tiago que diz: "Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem". A terceira alternativa me parece mais óbvia.





O próximo é Helvídeo, que fundamentado num herege, Tertuliano, numa interpretação literal da Bíblia e por mal interpretar outro Pai da Igreja, negou a virgindade de Maria. São Jerônimo fez uma bela refutação às suas tentativas frustradas. Vale a pena a leitura, que dispensa meus comentários.


Sigo para Vigilâncio, que também não tinha um bom currículo. É outro que foi refutado por S. Jerônimo. Entre suas heresias, além da de negar a virgindade perpétua de Maria, cita-se:


1. Era contra o culto aos mortos.


2. Pensava que os mortos dormiam ao que levou S. Jerônimo a chamá-lo de “Dormilâncio” (cF. Contra Vigilâncio CAP II)


3. Chamava as velas de insignificantes.


4. Sobre as relíquias dos mártires diz: "um pouco de pó miserável, envolto em panos caros"


5. Usava como fonte doutrinal um livro apócrifo, que não era recebido, obviamente, pela Igreja.


Enfim, é outro que não merece nenhuma consideração.


O Outro é Joviniano, que não por coincidência era outro herege. Entre suas crenças podemos trazer:


1. Uma virgem não é melhor aos olhos de Deus do que uma mulher casada.


2. Uma pessoa batizada com o Espírito Santo não pode cair no pecado. Sobre isso diz: "os que com plena certeza de fé que nasceram de novo no batismo, não pode ser derrubado pelo diabo."


3. Todos os pecados são iguais.


4. Há apenas um grau de punição e recompensa no futuro estado.


Esse herege foi condenado pelo sínodo de Roma, sob Papa Sirício e pelo sínodo de Milão, convocado por Santo Ambrósio.


Tempos depois ele ainda é lembrado por Santo Ildefonso de Toledo: “Não quero ver-te [Joviniano] questionar sobre o pudor de nossa Virgem no parto, não quero ver-te corromper a sua integridade na geração; não quero saber violada sua virgindade no momento em que deu à luz. Não lhe negues a maternidade porque foi virgem; não a prives da plena glória da virgindade, porque foi mãe. Se uma dessas coisas tu confundes, em tudo erraste. Desconhecer a harmonia que as une é ignorar por completa a verdade que encerram. Se não pensas assim estas errado, pecas contra a justiça. Se negas à Virgem sua maternidade ou sua virgindade, injurias grandemente a Deus.” (Patrologia Latina 96,58, 617-667 d. C.).





O próximo é Bonoso, herege, que teve suas obras condenadas pelo Decreto Gelasiano e foi condenado por um sínodo de Sto. Ambrósio. Suspeita-se ainda que o mesmo negava a divindade de Cristo, pois seus seguidores negavam esse dogma. Sobre ele, Anísio, bispo de Tessalônica, escreve ao Papa Sirício, indignado por sua descrença na virgindade de Maria, ao que o Papa responde:





"É natural que tenha sentido horror ao ouvir dizer que do ventre de Maria, do qual nasceu Cristo segundo a carne, tenham nascido outros filhos. Jesus Cristo não teria escolhido nascer de uma virgem se soubesse que ela se contaminaria por meio da união com um homem, manchando o lugar onde Ele havia repousado, a corte do Rei Eterno. 





Esta afirmação nada mais é do que a aceitação da falsa doutrina judia, segundo a qual Cristo não nasceu de uma virgem".


Resta-nos Nestório. Ele além de negar sua virgindade perpétua, negava sua maternidade divina.  Acreditava que em Cristo havia duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, completamente independentes uma da outra. Ele foi condenado como herege pelo concílio de Éfeso em 431. O primeiro a acusá-lo de heresia foi um leigo, Eusébio de Doriléia, mas seu combatente mais assíduo foi São Cirilo.





Vemos que os apontados pelos protestantes dos ortodoxos tira-se todos, obviamente, sobrando os hereges condenados pela santa Igreja pela negação da virgindade de Maria e por outras heresias. Notamos que quando esses se pronunciaram foram duramente repreendidos pelos bispos em sua época e condenados. 





Nenhum deles diz estar falando o que os antigos Pais criam, ao contrário, do que Sto. Ambrósio, Sto. Agostinho, etc. faziam como referência. E não há de se comparar o número de Pais da Igreja que defendiam sua virgindade com algumas vozes hereges que de tempos em tempos foram aparecendo de forma isolada. 





Os hereges que faziam tal injúria sabiam que eram vozes a ermo na Igreja. Fundamentavam-se apenas numa leitura fundamentalista da Bíblia e, por vezes, por outros hereges. Essa cadeia de acusações nunca terá fim com a existência de heresias, mas nunca poderá ser embasada pela Sagrada Tradição. Lembrem-se os protestantes que todas essas seitas com suas heresias foram aos poucos caindo, só quem ficou foi a Igreja Católica e a integridade de sua doutrina, a que ficará “até o fim dos tempos.” (Mt 28, 20)





MONTEIRO, Nelson. Apologistas Católicos: Os Pais da Igreja sobre a virgindade de Maria;Disponível em: <http://apologistascatolicos.com.br/index.php/patristica/estudos-patristicos/484-os-pais-da-igreja-sobre-a-virgindade-de-maria>. Desde: 28/11/2011.


=

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

São Padre Pio e o seu dom da bilocação






Maria era uma das filhas espirituais de Padre Pio e certa vez contou: "Uma vez, durante a noite, eu estava rezando com meu irmão quando de repente ele se sentiu adormecido. Ele se levantou imediatamente por ter recebido um tapa. Percebeu que a mão que o bateu estava coberta com uma luva. Ele pensou que era a mão de Padre Pio e no dia seguinte perguntou a ele se havia dado-lhe um tapa. Padre Pio respondeu: "Este é o jeito certo de se rezar?" Com um tapa, Padre Pio o levantou chamando sua atenção para a oração."





Um oficial do Exército italiano foi para a sacristia e assistindo Padre Pio disse: "Sim, aqui está ele! Eu não estou errado!" Ele se aproximou de Padre Pio e se ajoelhou em frente a ele e chorando disse: "Padre, obrigado por me salvar de morte". Aquele homem contou para aquelas pessoas que estavam lá: "Eu era Capitão da Infantaria e um dia, no campo de batalha, em uma hora terrível não longe de mim, eu vi um frade que disse: "Senhor, fique longe desse lugar!" Eu fui para ele e assim que eu me movi um estouro de granada no mesmo lugar onde eu estava poucos segundos antes. Aquela granada abriu uma cratera. Eu me virei para achar o frade, mas ele não estava mais lá".





Padre Alberto que conheceu Padre Pio em 1917 contou: "Eu vi Padre Pio que se levantou em frente a uma janela enquanto eu estava olhando para a montanha. Eu cheguei para beijar a mão dele, mas ele notou minha presença. Eu notei que o braço dele estava rígido. Naquele momento eu ouvi que ele estava concedendo a absolvição a alguém. Depois de um tempo ele se sacudiu como se ele estivesse saindo de um sono. Ele me viu e me falou: "Você estava aqui, e eu não o notei!" Alguns dias depois um telegrama foi recebido de Torino (Itália). Naquele telegrama alguém agradeceu o superior do convento porque ele tinha enviado Padre Pio a Torino para ajudar uma pessoa que estava morrendo. Eu percebi que o homem estava morrendo no mesmo momento no qual Padre Pio estava o abençoando em San Giovanni Rotondo". Obviamente o superior do convento não tinha enviado Padre Pio a Torino.








Filme completo: A história dos mártires mexicanos









A fé cristã começou com o martírio. Nos nossos dias, a perseguição e a hostilidade à mensagem de Deus parecem cada vez mais intensas. Somos chamados a testemunhar nossa fé até mesmo com o sangue, para completarmos em nossa carne aquilo que faltou nas tribulações de Cristo (Col 1, 24). Assista "For Greater Glory", a história dos mártires mexicanos, e veja o exemplo de verdadeiros católicos que entregaram a própria vida pelo direito de adorar e anunciar Jesus Cristo. Este filme é completo e, está legendado em português e espanhol.





Imagens, Por quê?





A questão do culto das imagens é muito debatida hoje em dia, pois há quem julgue que se trata de idolatria, baseando-se, para tanto em textos do Antigo Testamento. Examinemos de perto o problema.





1. O Antigo testamento





O livro do Êxodo (20,4) proíbe aos israelitas a confecção de imagens. Por quê? Porque poderiam dar oportunidade para que o povo de Israel as adorasse, como faziam os povos vizinhos. Os israelitas tendiam sim, a imitar os gestos religiosos dos povos pagãos.


Verifica-se, porém, que a proibição de fazer imagens não era algo de absoluto. Em certos casos o Senhor mesmo mandou confeccionar imagens para sustentar a piedade de Israel; senão, vejamos:





Ex 25,17-22: O Senhor mandou Moisés colocar dois querubins de ouro sobre o propiciatório da Arca; era pelo propiciatório que Javé falava ao seu povo. Por isso a Bíblia costuma dizer que “Javé está sentado sobre os querubins”(cf. 1Sm4,4; 2Sm 6,2).





Agora vejamos em outros livros do próprio antigo testamento que o culto das imagens era uma realidade.





1Rs 6,23-28: O texto menciona os querubins postos junto a Arca da Aliança no Templo de Salomão.





1Rs 6,29s: As paredes do Templo de Salomão foram revestidas de imagens de querubins.


Nm 21,4-9: O Senhor Deus mandou confeccionar a serpente de bronze para curar o povo mordido por serpentes.





1Rs 7,23-26: O mar de bronze colocado á entrada do palácio de Salomão era sustentado por 12 bois de metal.





2. Novo Testamento.





Pelo mistério da Encarnação, sabemos que Deus quis dirigir-se aos homens por meio da figura humana de Jesus, o Messias. Este por sua vez, quis ilustrar as realidades invisíveis através de imagens inspiradas pelas coisas visíveis: assim, utilizou parábolas e alegorias que se referiam aos lírios do campo, à figueira, aos pássaros do céu, ao bom pastor, à mulher que perdeu a sua moeda, ao filho pródigo...





Mas a evolução dos povos, que foram aprimorando sua cultura, tornou menos sedutora a prática da idolatria. Isso tudo fez com que os cristãos compreendessem que a proibição de fazer imagens já cumprira seu papel junto ao povo de Israel; doravante prevaleceria a pedagogia divina exercida na Encarnação, que levara os homens a passar das coisas visíveis ao amor pelas invisíveis. A meditação acerca das fases e a apresentação da vida de Jesus e a representação artística das mesmas tornaram-se recursos através dos quais, o povo fiel procurou se aproximar do filho de Deus.





Em conseqüência os antigos cemitérios cristãos (catacumbas) foram decorados com diversos afrescos, geralmente inspirados nos textos bíblicos: Noé salvo das águas do Dilúvio, os três jovens na fornalha cantando, Daniel na cova dos Leões, os pães e os peixes restantes da multiplicação feita por Jesus, o Peixe – Ichthys-, que simbolizava o Cristo.





Nas Igrejas, as imagens tornaram-se a Bíblia dos iletrados, dos simples e das crianças (tendo em vista que até a Idade moderna, poucos eram os que tinham acesso a escrita e a leitura) exercendo função pedagógica de grande alcance. É o que notaram alguns escritores cristãos antigos: “O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente”(São Gregório de Nissa). E ainda: “O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem é para os iletrados” (São João Damasceno, século VIII).





O Papa São Gregório Magno escrevia a Sereno, bispo de Marselha, em fins do século VI: “Tu não devias quebrar o que foi colocado nas igrejas, não para ser adorado, mas simplesmente para ser venerado. Uma coisa é adorar uma imagem; outra é aprender, mediante esta imagem, a quem se dirigem as tuas preces. O que a escritura é para os que sabem ler, a imagem é para os ignorantes; mediante as imagens eles aprendem o caminho a seguir. A imagem é o livro daqueles que não sabem ler”.





A Controvérsia Iconoclasta.





Nos séculos VIII e IX, verificou-se na Igreja uma disputa em torno do uso das imagens- a luta iconoclasta. Por influência do judaísmo, do islamismo, de seitas e antigas heresias cristológicas, muitos cristãos do oriente se opuseram a legitimidade do culto das imagens. A controvérsia foi levada ao Concílio de Nicéia (787); este, com base nos raciocínios dos grandes teólogos como São João Damasceno, reafirmou a validade do culto das imagens; culto de veneração, e não adoração diga-se de passagem. Com efeito, o Concílio fez um distinção de latréia (adoração, reconhecimento da soberania absoluta de Deus) e proskýnesis (veneração), tributável aos Santos e também às imagens sagradas.





A Tradição cristã reconheceu reiteradamente o valor pedagógico e psicológico das imagens, como suportes para a vida de oração. Assim por exemplo, escrevia Santa Teresa de Ávila (+1582), ao ensinar as vias da oração às suas Religiosas: “Eis um meio que vos poderá ajudar. Cuidai de ter uma imagem ou uma pintura de Nosso Senhor que esteja de acordo com o vosso gosto. Não vos contenteis com trazê-la sobre o vosso coração sem jamais a olhar, mas servi-vos da mesma para vos entreterdes muitas vezes com Ele" (Caminho da Perfeição, 43,1).





Ainda podemos citar um grande evento, por parte dos protestantes onde os mesmos reconhecem o culto de veneração às imagens. Protestantes Luteranos, afirmaram no ano de 1956, em um Congresso em Karlsruhe, onde ponderou que o preceito de Cristo de, pregar o Evangelho em todas as línguas, inclui também o uso da linguagem figurada d artista (pintor ou escultor). Perguntavam, outrossim, “Por que admitir as impressões auditivas na catequese e rejeitar as impressões visuais? Estas parecem ainda mais edificantes que aquelas”.


Por Dom Estevão Bitencourt





Como Tratar o Homossexualismo?






ESTUDANTE DE D. (Rio) : “Alguns autores dividem os casos de anormalidade em naturais (homossexualismo ativo e passivo) e aberrantes (Iesbianismo). As pessoas que sofrem de aberração sexual são irresponsáveis e incuráveis, dizem; por isto devem ser sacrificadas como certos animais. Será mesmo assim? O anormal de fundo sexual é realmente inconvertível?”





A formulação do problema acima já por si merece reparos, pois pressupõe princípios discutíveis e insinua a precária solução por eles inspirada.





À luz da sã filosofia e, mais ainda, da ideologia cristã, não há anormalidade «natural» (em oposição a «aberrante»). O que decorre da estrutura da natureza, o que é natural, é em si bom e aceitável, pois a natureza tem um Autor Divino, Bom e Sábio. Segundo a classificação acima, o homossexualismo (entendido como união sexual de varão com varão), sendo natural, seria aceitável, tolerável; constituiria um hábito moralmente indiferente ou até justificado do ponto de vista moral (há quem chegue a dizer que os homossexuais representam uma espécie de intersexo da espécie humana). Só seria moralmente condenável o lesbianismo (união sexual de mulher com mulher); mas em tal caso não haveria responsabilidade moral...





Como se vê, estas teses decorrem de idéias materialistas, mecanicistas, as quais são contrárias à sã razão, por desconhecerem a personalidade e o aspecto espiritual do homem.


Elas sugerem as observações seguintes:





1. Toda anomalia sexual é uma aberração; é contrária à natureza e, por conseguinte, algo de indesejável, que em tese se deve procurar remover. Ora anormal e aberrante é qualquer tipo de união sexual entre indivíduos do mesmo sexo; vem a ser uma violação ou retorsão infligida à natureza, pois a fisiologia do sexo apresenta estrutura tal que naturalmente pede seu complemento na união com o outro sexo. Nada permite dizer que essa aberração no varão é menos culposa do que na mulher.





2. Também nada há que de antemão indique serem a homossexualidade e o lesbianismo males irremediáveis.





Este segundo ponto, porém, merece mais detida atenção.


Os médicos nos últimos decênios têm indagado assiduamente as causas das anormalidades sexuais. Alguns querem reduzir a homossexualidade e o lesbianismo a fatores orgânicos: desequilíbrio fisiológico hereditário, deficiente funcionamento de glândulas, etc. Acontece, porém, que nenhuma explicação biológica foi até hoje suficientemente comprovada, de modo a se tornar concludente. — Outros preferem explicar a homossexualidade em geral, recorrendo a agentes extrínsecos: influências da educação e do ambiente, as quais são particularmente poderosas na idade infantil; Freud, de um lado, com a tese de que todo indivíduo é originariamente bissexual, e os não freudianos, de outro lado, explicam por diversas vias o psiquismo que daria origem à homossexualidade.





Tudo considerado, parece que se deve admitir, para dar conta da anomalia, o concurso tanto de fatores inatos, hereditários, como de agentes educacionais e hábitos adquiridos pelo indivíduo. É, sim, evidente que toda criança recebe de seus pais uma natureza bem marcada por notas pessoais; a alma e o psiquismo desta criança sofrem naturalmente influência da constituição somática que lhes é dada por geração; se esta constituição é de certo modo doentia, as atividades da alma, o desenvolvimento de suas faculdades superiores serão entravados ou desviados para termos aberrantes. É importante, porém, notar que os defeitos fisiológicos herdados não são sempre tais que extinguem por completo o domínio da alma sobre o corpo. Isto se pode dar, sim; têm-se então indivíduos irresponsáveis, 100% tarados, os quais não constituem o caso mais frequente.  





Em geral, os defeitos somáticos hereditários apenas diminuem o domínio da alma sobre o corpo. É claro que então a responsabilidade e a culpa de quem cede à aberração sexual são em grau maior ou menor atenuadas, não, porém, canceladas por completo. A diminuição de responsabilidade não implica que o indivíduo tenha «carta branca» para ceder a seus hábitos.





3. Como tratar uns e outros de tais indivíduos sexualmente anormais?





Os que, após o devido exame, são reconhecidos 100% tarados, isto é, incapacitados de usar da sua razão e da sua vontade livre por possuírem constituição somática deficiente, hão de ser isentados de culpa. Dado que a sua correção ou regeneração pareça impossível aos olhos dos médicos (questão que se deve estudar de caso em caso), nem por isto hão de ser entregues à morte como animais nocivos. O cristão sabe que cada individuo possui uma alma espiritual, cuja atividade nem sempre é patente aos que o vêm; embora não consiga comportar-se constantemente à altura de uma criatura humana, é bem possível que o homem anormal produza atos (externos ou meramente internos) em que sua inteligência e seu amor se exercem devidamente; é mediante estes atos lúcidos, «humanos», que cada individuo deve, por desígnio de Deus, configurar a sua sorte eterna. Por conseguinte, não será lícito a autoridade humana alguma abreviar o tempo de vida de uma pessoa anômala, por muito penosa que esta se torne para a sociedade. Esta a deve suportar (sequestrando-a, sim, do consórcio do próximo e das ocasiões de cometer o mal), enquanto Deus mesmo não a retira deste mundo, pois o homem se acha na terra não estritamente para ser útil à coletividade, mas para salvar a sua alma e assim dar glória a Deus na eternidade. Veja-se a respeito «Pergunte e Responderemos» 8/1957, qu. 10.





Acontece, porém, que a maioria dos indivíduos que sofrem de alguma anormalidade sexual, não entra no caso acima: é suscetível de tratamento médico e de cura.


Pode-se-lhes aplicar uma terapêutica ou física ou psíquica.





a) A terapêutica física supõe ser a anomalia proveniente de causas orgânicas; recorre, por exemplo, a injeções de testosterona e outros extratos endócrinos; o médico norte-americano Owensby, aplicando injeções de metrozol, conseguiu transformar seis indivíduos homossexuais em heterossexuais (cf. N. M. Owensby, Homosexuality and Lesbianism treated with Metrazol, em «Journal of Nervous and Mental Disease», vol. 92 [1942] 65-66). Também os eletrochoques deram bons resultados em pessoas homossexuais (cf. S. Liebmann, Homosexuality, Transvestism and Psychosis, ibd. vol. 99 [1944] 945-958).





Parece que ainda melhor êxito é obtido pela psicoterapia, a qual visa mudar não a constituição somática do doente, mas a sua atitude mental. A primeira medida a se tomar neste caso é a de convencer a pessoa homossexual de que ela deve sinceramente querer livrar-se da anomalia, pois, dizem os médicos, a maioria dos homossexuais não deseja curar-se; quando vão procurar o psiquiatra (o que não se dá com frequência), fazem-no muitas vezes por medo da policia, do escândalo, do ostracismo social, etc.; contudo, enquanto não se queiram sinceramente transformar, não há psiquiatra que lhes possa ser útil. É preciso outrossim desfazer no doente a persuasão, disseminada por uma literatura barata, de que a sua anormalidade lhe é inata, biológica e, por conseguinte, incoercível.





Os resultados da psicoterapia comprovam que a homossexualidade (fora casos mais ou menos excepcionais) não é incurável. Certos médicos conseguiram fazer do homossexual um heterossexual; foi o que declararam Ferenczi em 1914, J. Sadger em 1921, J. Vinson e S. Nacht em 1930, E. Frey em 1932, E. Carp e A. N. Foxe em 1941, Thomas V. Moore em 1945. Em outros casos os psiquiatras obtiveram que o paciente recuperasse o equilíbrio mental, sem se tornar por isto heterossexual; possuindo este equilíbrio, não há dúvida de que o paciento exerce mais facilmente o controle sobre si mesmo.





Por fim, faz-se mister sublinhar o valor insubstituível da religião ou, em linguagem cristã, do recurso à graça de Deus, para se obter a vitória sobre a paixão homossexual. O cristão sabe que Deus o chama a levar uma vida moralmente íntegra e lhe dá os meios para isto; crê, portanto, que não está condenado a viver ininterruptamente no pecado (as suas recaídas, desde que não sejam plenamente deliberadas nem voluntárias, são faltas menos graves). Do seu lado, o Senhor não pode deixar de prestar ouvidos benévolos a quem sinceramente Lhe peça a extirpação de seus vícios. Ademais o cumprimento dos deveres religiosos coloca a vida da pessoa homossexual num plano mais elevado, tornando-se para ela um dos melhores fatores de sublimação de sua tendência sexual.





Dom Estêvão Bettencourt (OSB)





quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"Castiga a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração"







Olá, novamente partilhando com vocês!





Quero dizer, que já participei de diversos encontros de cura interior, como o Agapeterapia, Curados para Amar e muitos outros e tenho algumas experiências vividas nestes retiros, profundamente edificantes na minha vida.




Vou testemunhar algumas situações e após o meu relato, quero publicar um artigo do professor Felipe Aquino, que na verdade não posso concordar totalmente, exatamente pelo que vivi num Retiro, chamado “Curados para Amar”, da comunidade shalom, na Cidade de Belo Horizonte, no ano de 2011.



Antes, porém, observemos os textos bíblicos:





Não te prostrarás diante dos ídolos, nem lhes prestarás culto, pois eu sou o SENHOR teu Deus, um Deus ciumento. Castigo a culpa dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração dos que me odeiam, (Êxodo 20,5)





que conserva a misericórdia por mil gerações e perdoa culpas, rebeldias e pecados, mas não deixa nada impune, castigando a culpa dos pais nos filhos e netos, até a terceira e quarta geração”. (Êxodo 34,7)





‘O SENHOR é paciente e misericordioso; suporta a maldade e a rebeldia, mas não a deixa impune; castiga a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração’. (Números 14,18)





Não te prostrarás diante deles, nem lhes prestarás culto, pois eu sou o SENHOR teu Deus, um Deus ciumento. Castigo a culpa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração dos que me odeiam, (Deuteronômio 5,9)





Bem, sei que não podemos pegar a bíblia “ao pé da letra”. Mas há diversas situações na minha vida que me fazem crer nestas palavras, pois são situações vividas.





É óbvio, que cada um paga por seus próprios erros, mas não resta dúvida de que erros têm se propagado de geração em geração. Um filho quando é rejeitado no ventre materno, tende a ter sequelas imensas.





Já está comprovado que a criança sente o que a mãe sente no ventre. Então, podemos até citar no momento um exemplo bom e bíblico, de quando nossa Senhora apareceu na Casa de Santa Izabel e a criança extremeceu de alegria. Ela pulou de alegria.





Família destruturada tende a desestruturar as famílias subsequentes. Se não recebi amor como darei amor? Ninguém dá aquilo que não tem.





Então, não é que esteja pagando um erro do meu pai ou da minha mãe, mas é uma consequência.





Então precisamos estar atentos aos fatos.





Estava participando do retiro Curados para Amar, quando o coordenador do encontro teve uma revelação dizendo:





"Tem uma pessoa aqui que foi gerada e fecundada de uma forma em que sua mãe não queria aquele momento, ela foi forçada aquela situação. Jesus neste momento desce no seu coração, no momento da sua criação, da gestação, daquilo que você foi gerada, Jesus vai te amando, Jesus vai te abraçando, Jesus vai te acolhendo, Jesus vai descendo a misericórdia no seu coração."





A partir daí, o meu coração ficou diferente, aberto e durante dias foi como se estivesse saindo um refrigério dele, quero partilhar a minha experiência. 





É muito interessante como ficou o meu coração. É como realmente estivesse saindo um ventinho de dentro dele. Como se fosse um refrigério. É algo sensacional. E nada e nem ninguém por dias conseguiu me fazer qualquer espécie de raiva. Porque não conseguia sentir raiva por nada, ao contrário de antes.





Quero dizer também, que antes não gostava do dia do meu aniversário. Era horrível, saber que estava completando anos e que as pessoas viriam me parabenizar, e digo que desde essa cura, não me importei mais e já passaram dois aniversários após essa experiência.





Me sentia triste e minha mãe sempre disse que era muito triste.





Então, acredito que passa sim para o filho aquilo que a mãe sente e que de uma certa forma a mãe está pagando, pois por exemplo quando quis abortar e não conseguiu e no futuro o seu filho sem saber passa a rejeitá-la, imagina a dor dessa mãe.





E precisamos ser curados, para não carregarmos as consequências daquilo que viveram nossos pais.





É possível mudar a situação.





Senti uma grande diferença quando recebi a efusão do Espírito Santo, visto que senti a troca do meu coração, porém, não fui curada interiormente, somente as leis foram colocadas no meu interior e, queria obedecê-las.





Na Efusão de Espírito Santo há 22 anos atrás, foi um queimor, um ardor, como se estivesse enchendo um pneu. Tipo tava vazio e foi enchendo, enchendo e quase explodindo de algo muito bom que não sei descrever ao certo. E que mudou toda a minha estrutura.Um queimor, um ardor, uma força estranha e diferente, algo maior do que eu. Foi um sopro, foi enchendo, enchendo e senti meu coração enorme e cheio de amor.





Porém, não curou os meus traumas, não tirou a minha ignorãncia, o meu orgulho e os meus defeitos. Foi colocada uma lei no meu interior e teria a partir daí que aprender a obedecê-la exatamente porque sabia quem era o soberano e tinha que me render a ele, como de fato rendi. Rendi aos encantos do Senhor, porém continuei na minha ignorãncia e cegueira espiritual.





E só agora, estou me plenificando, aprendendo a viver de acordo com a vontade do pai. Os traumas estão sendo curados. Estou aceitando ser modelada pelo Senhor e Ele está fazendo a obra.





Depois desta cura, passei a não ter raiva das pessoas e quando tenho tomo a iniciativa de perdoa-las imediatamente e a raiva desaparece. 





As vezes precisamos testemunhar as situações, para que as pessoas percebam a importância da cura interior.





Veja o documento que escreveu o professor Felipe Aquino, que admiro muito, acho realmente que ele tem o dom do ensino. Mas neste ponto vou discordar só em parte dele, no que se refere ao texto, exatamente para testemunhar esse amor de Deus na minha vida.








DOCUMENTOS > IGREJA CATÓLICA 





"Castigo até terceira e quarta geração? 





Os textos do Antigo Testamento que parecem afirmar a punição do pecado dos pais sobre os seus descendentes, representam a fase mais antiga da mentalidade de Israel, mentalidade à qual a pedagogia divina se quis adaptar a fim de educar o povo rude. Com o tempo, tal mentalidade foi corrigida em favor da afirmação da responsabilidade pessoal: o ímpio  e tão somente ele  carrega as conseqüências das suas faltas; e, se ele se converte, é recebido misericordiosamente pelo Senhor Deus.





Há quem afirme que Deus castiga o pecado de alguém na sua descendência, ou seja, até a terceira e a quarta geração. Para tanto, baseiam-se em Ex 20,5s:





"Não te prostrarás diante desses deuses não os servirás, porque eu, o Senhor teu deus, sou um deus ciumento que puno a iniqüidade dos pais sobre seus filhos até a terceira e quarta geração dos que me odeiam, mas que também ajo com amor até a milésima geração para aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos".





Ver também Dt 5,9s; Nm 14,18s.





Em consequência, há pessoas que julgam estar sofrendo "maldições" por causa de faltas cometidas por seus antepassados. Sem dúvida, tal modo de pensar gera insegurança e aflição, pois quem sofre pode supor crimes fantasiosos cometidos pelos pais, avós e bisavós..., crimes que lhe acarretarão tormentos imprevisíveis.





Diante dessa interpretação de textos bíblicos, procuremos examinar exatamente o que diz a Escritura a respeito do assunto.





1.    A MENTALIDADE DO CLÃ NA ANTIGUIDADE





Os antigos povos extra-bíblicos e o próprio povo de Israel (nos inícios de sua história) não tinham conceito claro de pessoa. Por isso também não valorizavam os indivíduos de um grupo como indivíduos. Por conseguinte, o sujeito portador de responsabilidade moral não era a pessoa singular, mas o grupo ou o clã a que pretendia. O bem e o mal que cada indivíduo praticava, acarretava a respectiva sanção para todo o povo. Esta mentalidade se exprimiu, por exemplo, no caso de Abraão, que intercedeu por Sodoma: o Patriarca não pediu a Deus que poupasse os justos da cidade, mas, sim, que poupasse a cidade em vista dos justos nela existentes; cf. Gn 18,22





Exprimia-se também essa mentalidade nos citados textos de Ex 20,5s; Dt 5,9s; Nm 14,18s. Parecia normal que uma cidade ou uma tribo fosse castigada como um todo monolítico, incluindo justos e ímpios, como também parecia natural que a sorte dos filhos e de descendentes posteriores correspondesse à conduta dos pais.











2.    A RESPONSABILIDADE PESSOAL











Com o tempo, o imperfeito modo de pensar foi sendo corrigido por obra dos autores sagrados. Na verdade, podia favorecer a hipocrisia: as pessoas antigas por algum mal atribuiam-no ao pecado dos antepassados, e se isentavam de fazer penitência, julgando-se vítimas de culpas alheias e não rés de culpas próprias. Foi o que se deu por ocasião do exílio de Israel na Babilônia (587-538 a.C.): os judeus deportados alegavam estar carregando as duras conseqüências dos pecados das gerações anteriores, em vez de reconhecerem devidamente as suas infidelidades. Ora contra tal atitude insurgiu-se, em nome do Senhor, o profeta Ezequiel:





"A palavra do Senhor me foi dirigida nestes termos: Que vem a ser este provérbio que vós usais na terra de Israel: 'Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos ficaram embotados'?





Por minha vida, oráculo do Senhor, não repetireis jamais este provérbio em Israel... Aquele que pescar, esse morrerá... Mas, se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu e passar a guardar os meus estatutos e a praticar o direito e a justiça, certamente viverá; ele não morrerá. Nenhum dos crimes que praticou, será lembrado. Viverá como resultado da justiça que passou a praticar" (Ez 18,1-4.21s).





O profeta Jeremias, que acompanhou os judeus por ocasião da guerra de Nabucodonosor contra Jerusalém, dizia a mesma coisa:





"Nesses dias já não se dirá: 'Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados'. Mas cada um morrerá por sua própria falta. Todo homem que tenha comido uvas verdes, terá seus dentes embotados".





Estes textos valorizam devidamente a pessoa e a responsabilidade individual, mostrando que cada um colhe o que semeou. Pode alguém ser descendente de grandes pecadores; isto não afeta o seu relacionamento com deus; receberá a sorte correlativa à sua conduta pessoal.





A pedagogia divina, tão característica do Antigo Testamento, quis adaptar-se ao modo de pensar e falar dos educadores antigos, chamando a atenção para a responsabilidade coletiva ou para a solidariedade que existe naturalmente entre os membros de um clã. Este linguajar podia calar fundo na mente dos israelitas mais antigos; todavia foi sendo substituído por um tipo de discurso mais elevado e condizente com a mentalidade mais aprimorada do povo de Israel "adulto". É assim que a "Bíblia de Jerusalém" formula a nova concepção:





"A salvação de um homem ou a sua perda não depende dos seus antepassados, nem dos seus próximos nem se quer do seu próprio passado. Só as disposições atuais do coração entram em linha de conta diante de lahweh" (nota d a Ez 14,12).





Esta doutrina persiste até hoje no povo de Deus cristão. Serve de referencial para a orientação de vida de cada membro da comunidade cristã.





Verdade é que, após o exílio, aflorou claramente em Israel o princípio da expiação pelos pecados alheios. O inocente poderia sofrer para reparar as faltas do próximo; isto, porém, não seria uma lei geral, mas se verificaria tão somente em casos isolados ou em figuras de escol; tal foi, sem dúvida, o caso do Servidor de Javé (o Messias), que, sem ter pecado, tomou sobre si os pecados dos homens e voluntariamente sofreu a sanção a eles devida, a fim de obter para sua gente a graça e a misericórdia de Deus; cf. Is 52,13-53,12 (o quarto cântico do Servidor de Javé).





3.    E O PECADO ORIGINAL?





O conceito de pecado original, por vezes desfigurado como é, parece alimentar a impressão de que as gerações posteriores podem sofrer maldições por causa do mau procedimento de seus antepassados. Daí a necessidade de se esclarecer tal conceito.





1) Antes do mais, distingam-se pecado original originante e pecado original originado. Somente o primeiro pode ser tido como pecado propriamente dito; é a falta cometida pelos primeiros pais em conhecimento de causa e vontade deliberada. Não há pecado propriamente dito sem a participação consciente e voluntária do sujeito.





O pecado original originado é o que se atribui aos descendentes dos primeiros pais. Está claro que não é pecado propriamente dito, porque a criança que vem ao mundo não é capaz de algum ato consciente e livre. Só impropriamente pode-se lhe atribuir o pecado.





2) Pergunta-se então: em que consiste o pecado original originado, se não é pecado propriamente dito?





- Não se trata de maldição de Deus, que quer castigar os filhos por causa dos pais.





O pecado original originado consiste na ausência da graça santificante e dos dons especiais que os primeiros pais receberam de Deus e deviam ter guardado, a fim de os transmitir à sua descendência. Essa ausência é ocasião de que as tendências naturais da pessoa venham à tona desregradamente, pois lhe faltam os dons que lhe proporcionariam harmonia e coerência. Tal carência não se deve a um desígnio punitivo de Deus, mas ao simples fato da solidariedade natural que existe entre os homens. Com efeito; toda criança nasce dentro de uma família e um povo, com os quais é solidária, herdando as prendas e as deficiências naturais que os genitores lhe podem transmitir; assim quem nasce nos Estados Unidos da América, nasce em condições diferentes de quem nasce na Somália; há aí dois tipos de solidariedade. Ora a solidariedade mais profunda que alguém possa ter, é a que se refere aos primeiros pais; por conseguinte, se estes perderam os dons originais, os seus descendentes só podem nascer privados de tais dons;1 essa privação explica a desordem de apetites naturais existente em todo homem e vem a ser uma deformidade em comparação com o modelo original. Não é necessário que Deus decrete alguma maldição sobre o gênero humano descendente dos primeiros pecadores.











Para ilustrar esta afirmação, pode-se ainda mencionar o fato de que uma criança descendente de pais alcoólatras carrega, sem culpa própria (mas por efeito de solidariedade natural), as conseqüências do alcoolismo. Paralelamente, os filhos de um pai que numa noite gaste  todos os seus bens em cassino, amanhecem pobres e sujeitos a sanções, embora não tenham cometido falta alguma; há como evitar a natural solidariedade ou comunhão que une os homens entre si tanto no plano vertical como no horizontal.





_______________





1 Tais dons eram:





         a graça santificante ou a filiação divina sobrenatural;





       os dons preternaturais: a capacidade de não morrer violentamente, a impassibilidade, a integridade (ou isenção de cobiça desregrada), a ciência moral infusa. Ver a respeito o Curso de Sagrada Escritura por Correspondência, 4a. Etapa, Caixa postal 1362, 20001 Rio (RJ).





4.    CONCLUSÃO





Pode-se crer que estas considerações sejam aptas os mal-entendidos ocorrentes em certos grupos católicos; valem-se de Ex 20,5s e Dt 5,9s, esquecendo que tais textos representam uma fase ultrapassada do pensamento de Israel; por isto não podem ser tomadas como paradigmas, mas devem ceder às afirmações de Ez 18,2; Jr 31,29, que realçam a responsabilidade individual."





http://www.cleofas.com.br/ver_conteudo.aspx?m=doc&cat=88&scat=119&id=353

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"Sim! Vou criar novo céu e nova terra! As coisas antigas nunca mais serão lembradas, jamais voltarão ao pensamento."






Olá!





Amados Irmãos, selecionei alguns versículos bíblicos, para reflexão e que você possa meditar em cada um deles e ver o que o Senhor vai te dizer.





A palavra de Deus não vem sem deixar um sinal. Ela nos conforta, nos fortalece, nos dá ânimo. É ela que direciona o nosso caminho.





Sempre digo que sou apaixonada pela palavra de Deus. É um novo ardor no meu coração. Um novo amor. É uma chama na minha vida. Sou muito grata ao Senhor por estar me dando o entendimento da palavra. Por abrir o meu coração.





Observe os textos:






Sim! Vou criar novo céu e nova terra! As coisas antigas nunca mais serão lembradas, jamais voltarão ao pensamento. (Isaías 65,17)





Da mesma forma como os novos céus e a nova terra que vou criar, eles estarão de pé na minha presença — oráculo do SENHOR. Assim também há de permanecer a vossa descendência, o vosso nome. (Isaías 66,22)





Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. (Apocalipse 21,1)





O que esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. (II São Pedro 3,13)





Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, vestida como noiva enfeitada para o seu esposo.Então, ouvi uma voz forte que saía do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus-com-os-homens. Ele vai morar junto deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus-com-eles será seu Deus.Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas anteriores passaram”.Aquele que está sentado no trono disse: “Eis que faço novas todas as coisas”. Depois, ele me disse: “Escreve, pois estas palavras são dignas de fé e verdadeiras”.(Apocalipse, 21,2-5)





Assim diz o SENHOR: Voltarei para Sião, vou morar de novo dentro de Jerusalém. Jerusalém será chamada ‘cidade fiel’. A montanha do SENHOR dos exércitos terá o nome de Montanha Santa. (Zacarias 8,3)





vou levá-los para minha santa montanha, vou fazê-los felizes em minha casa de oração: seus holocaustos e oferendas serão todos aceitos com agrado no meu altar. Porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”. (Isaías 56,7)





Tocai a trombeta em Sião, dai o alarme em minha santa montanha. Tremam os cidadãos do país, pois o dia do SENHOR está chegando, está perto. (Joel 2,1)





Quando tiverdes crescido e multiplicado na terra, naqueles dias — oráculo do SENHOR — não se falará mais em ‘Arca da Aliança do SENHOR’, ela não virá à memória de ninguém, ninguém se lembrará mais dela, nem vão procurá-la ou tentar fazer outra. (Jeremias 3,16)





Mas haverá alegria e festa permanentes, coisas que vou criar, pois farei de Jerusalém uma festa, do meu povo, uma alegria.Eu farei festa por Jerusalém, terei alegria no meu povo. Ali não mais se ouvirá o soluçar do choro nem o suspirar dos gemidos. Não haverá ali crianças que só vivam alguns dias, nem adultos que não completem os seus dias, pois será ainda jovem quem morrer com cem anos. Não alcançar os cem anos será maldição. Quem fizer casas, nelas vai morar, quem plantar vinhedos, dos seus frutos vai comer.Ninguém construirá para outro morar, ninguém plantará para outro comer. A vida do meu povo será longa como a das árvores, meus escolhidos vão gozar do fruto do seu trabalho.Ninguém trabalhará sem proveito, ninguém vai gerar filhos para morrerem antes do tempo, porque esta é a geração dos abençoados do SENHOR, ela e seus descendentes. E, então, antes que me chamem, já estou respondendo, ao começarem a falar, já estou atendendo.Lobo e cordeiro pastarão juntos, o leão comerá capim junto com o boi, quanto à serpente, a terra será seu alimento. Ninguém fará o mal, ninguém pensará em prejudicar na minha santa montanha” — diz o SENHOR.(Isaías, 65,18-25)





O dia do Senhor chegará como um ladrão, e então os céus acabarão com um estrondo espantoso; os elementos, devorados pelas chamas, se dissolverão, e a terra será consumida com todas as obras que nela se encontrarem. Se é deste modo que tudo vai desintegrar-se, qual não deve ser o vosso empenho numa vida santa e piedosa, enquanto esperais com anseio a vinda do Dia de Deus, quando os céus em chama vão se derreter, e os elementos, consumidos pelo fogo, se fundirão?O que esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.(II São Pedro, 3,10-13)





Conheço suas práticas e idéias. Venho reunir todos os povos e línguas e virão admirar a minha glória. Colocarei neles um sinal e os sobreviventes mandarei para as nações, Társis, Líbia, Lídia, Frígia, Cilícia, Grécia, para as ilhas distantes, para aqueles que nunca ouviram falar de mim e que jamais viram a minha glória. Esses irão anunciar minha glória às nações. Trarão do meio de todos os povos vossos irmãos que lá estavam, como se trouxessem uma oferenda ao SENHOR. Virão a cavalo, de carroça ou carruagem, montados em mulas e em camelos até a minha montanha sagrada em Jerusalém — diz o SENHOR. Será como os israelitas quando traziam suas oferendas em vasilhas puras até a Casa do SENHOR. Pois do meio desses vou tomar alguns para serem sacerdotes e levitas — diz o SENHOR.Da mesma forma como os novos céus e a nova terra que vou criar, eles estarão de pé na minha presença — oráculo do SENHOR. Assim também há de permanecer a vossa descendência, o vosso nome.(Isaías 66,18-22)





Assim diz o SENHOR: “O céu é o meu trono, a terra, o apoio dos meus pés. Que tipo de casa podereis construir para mim? Que lugar me poderia servir de pousada?Tudo o que aí está, minhas mãos é que fizeram; tudo o que existe é meu — oráculo do SENHOR. Aqueles por quem eu olho são: o pobre, o de espírito abatido, o que treme diante de minha palavra.(Isaías, 66,1-2)





Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo, Satanás. Acorrentou-o por mil anos (Apocalipse 20,2)



Vi então tronos, e os seus ocupantes sentaram-se e receberam o poder de julgar. Vi também aqueles que foram decapitados por causa do Testemunho de Jesus e da Palavra de Deus e os que não tinham adorado a fera, nem a sua estátua, nem tinham recebido na fronte ou na mão a marca da fera. Eles voltaram a viver, para reinarem com Cristo durante mil anos. (Apocalipse 20,4)



( Os outros mortos não voltaram a viver enquanto não terminaram os mil anos. ) Tal é a primeira ressurreição. (Apocalipse 20,5)



Ditoso e santo quem participa da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles. Eles serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele durante mil anos. (Apocalipse 20,6)





Portanto, a palavra quando deixamos, direciona o nosso caminho.





Augusta Moreira dos Santos.


Ministério de Cura e Libertação- RCC