sábado, 5 de janeiro de 2013

Conversão Quase salvo?






Quão doloroso deve ser alguém quase conseguir um emprego. Como é chato quase pegar um avião, mas, acabar deixado no aeroporto. Quão triste quase sobreviver afogamento, mas, acabar afundando na água. No entanto, como será terrível quase se converter, mas, acabar no lago de fogo para eternidade. Tem sido dito que o inferno está cheio de pessoas com boas intenções. Poderia se dizer também que estará cheio de quase-Cristãos. Tenha cuidado para não ser um quase-Cristão, pois para ser quase salvo é para ser certamente perdido.





Green, M. P. (1989). Illustrations for Bilical Preaching : (Revised edition of: The expositor's illustration file.). Grand Rapids: Baker Book House.





A Conversão Do Mineiro


Um mineiro de carvão se converteu. Seus amigos acharam graça. Ficaram tirando onda com ele. Antes ele bebia muito, e não acreditaram na conversão dele.





- "Ò Carlos, você acredita que Jesus virou água em vinho naquela festa?" perguntaram.





- Carlos respondeu. "Não sei se Jesus realmente virou água em vinho naquela casa. Mas, eu sei que na minha casa ele virou cachaça em comida na mesa."





Qual a maior prova de milagres? A transformação na vida dele.





Por que eu acredito nos milagres de Jesus? Pelos milagres que ele fez na minha vida.





Não vi Jesus virar água em vinho. Não vi ele tornar cinco pães num banquete para cinco mil. Mas, eu vi ele tornar um homem violento, revoltado, e vingativo numa pessoa que até seus velhos amigos dizem - "Só Deus pode ter feito isso."





Há pessoas violentas, corruptas, entregues a todo tipo de paixão e vício. Jesus as mudou.





Elas acreditam em milagres? Elas acreditam em transformação?





Acreditam sim! Porque elas viram milagres nas suas próprias vidas. Você acredita em milagres?


- autor desconhecido


http://www.hermeneutica.com/ilustracoes/conversao.html




Cegueira Espiritual






O Dono Da Estrada E O Porco


Certa vez um homem andava correndo num carro novo que havia comprado. O carro era possante e rápido. Ele gostava de carros assim e se enchia de orgulho olhando a nuvem de poeira que subia por trás de seu carro enquanto corria nas estradas de barro do interior.





Um belo dia ele estava correndo numa estrada assim todo satisfeito com a nuvem de poeira e o vento batendo no seu rosto. De repente, ele avistou um carro se aproximando da outra direção. Ele percebeu que o carro estava correndo igual ao carro dele. Ao se aproximar mais ainda ele viu que este carro também era novo e da mesma marca que o carro dele.





Cheio de inveja ele pisou no acelerador e resolveu dar uma lição no outro motorista de como correr de carro em estrada de barro. Os dois carros estavam se aproximando uma curva perigosa na estrada. O motorista orgulhoso nem tirou o pé do acelerador, mas resolveu entrar na curva na velocidade máxima.





Assim que ele começou a entrar na curva ele percebeu que o outro carro, ao se aproximar dele estava deslizando no barro. Parecia que o motorista estava perdendo controle. E, o pior, ele viu que o motorista era uma mulher. Rapidamente ele girou o volante e evitou uma batida enquanto o outro carro passou, quase batendo. A mulher, do volante do outro carro gritou "Porco"! O motorista orgulhoso, enraivecido revidou "E você é uma vaca"!





Mas, logo na frente, ao completar a curva o motorista orgulhoso espatifou o grande porco que havia se deitado no meio da estrada e pelo qual aquela senhora havia desviado e tentado avisá-lo.





Fonte:http://www.hermeneutica.com/ilustracoes/cegueira.html




Crucificação de Cristo, a partir de um ponto de vista médico de C. Truman Davis






Lendo o livro de Jim Bishop “O Dia Que Cristo Morreu”, eu percebi que durante vários anos eu tinha tornado a crucificação de Jesus mais ou menos sem valor, que havia crescido calos em meu coração sobre este horror, por tratar seus detalhes de forma tão familiar - e pela amizade distante que eu tinha com nosso Senhor. Eu finalmente havia percebido que, mesmo como médico, eu não entendia a verdadeira causa da morte de Jesus. Os escritores do evangelho não nos ajudam muito com este ponto, porque a crucificação era tão comum naquele tempo que, aparentemente, acharam que uma descrição detalhada seria desnecessária. Por isso só temos as palavras concisas dos evangelistas “Então, Pilatos, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.”





Eu não tenho nenhuma competência para discutir o infinito sofrimento psíquico e espiritual do Deus Encarnado que paga pelos pecados do homem caído. Mas parecia a mim que como um médico eu poderia procurar de forma mais detalhada os aspectos fisiológicos e anatômicos da paixão de nosso Senhor. O que foi que o corpo de Jesus de Nazaré de fato suportou durante essas horas de tortura?





Dados históricos





Isto me levou primeiro a um estudo da prática de crucificação, quer dizer, tortura e execução por fixação numa cruz. Eu estou endividado a muitos que estudaram este assunto no passado, e especialmente para um colega contemporâneo, Dr. Pierre Barbet, um cirurgião francês que fez uma pesquisa histórica e experimental exaustiva e escreveu extensivamente no assunto.





Aparentemente, a primeira prática conhecida de crucificação foi realizado pelos persas. Alexandre e seus generais trouxeram esta prática para o mundo mediterrâneo--para o Egito e para Cartago. Os romanos aparentemente aprenderam a prática dos cartagineses e (como quase tudo que os romanos fizeram) rapidamente desenvolveram nesta prática um grau muito alto de eficiência e habilidade. Vários autores romanos (Lívio, Cícero, Tácito) comentam a crucificação, e são descritas várias inovações, modificações, e variações na literatura antiga.











Por exemplo, a porção vertical da cruz (ou “stipes”) poderia ter o braço que cruzava (ou “patibulum”) fixado cerca de um metro debaixo de seu topo como nós geralmente pensamos na cruz latina. A forma mais comum usada no dia de nosso Senhor, porém, era a cruz “Tau”, formado como nossa letra “T”. Nesta cruz o patibulum era fixado ao topo do stipes. Há evidência arqueológica que foi neste tipo de cruz que Jesus foi crucificado. Sem qualquer prova histórica ou bíblica, pintores Medievais e da Renascença nos deram o retrato de Cristo levando a cruz inteira. Mas o poste vertical, ou stipes, geralmente era fixado permanentemente no chão no local de execução. O homem condenado foi forçado a levar o patibulum, pesando aproximadamente 50 quilos, da prisão para o lugar de execução.





Muitos dos pintores e a maioria dos escultores de crucificação, também mostram os cravos passados pelas palmas. Contos romanos históricos e trabalho experimental estabeleceram que os cravos foram colocados entre os ossos pequenos dos pulsos (radial e ulna) e não pelas palmas. Cravos colocados pelas palmas sairiam por entre os dedos se o corpo fosse forçado a se apoiar neles. O equívoco pode ter ocorrido por uma interpretação errada das palavras de Jesus para Tomé, “vê as minhas mãos”. Anatomistas, modernos e antigos, sempre consideraram o pulso como parte da mão.





Um titulus, ou pequena placa, declarando o crime da vítima normalmente era colocado num mastro, levado à frente da procissão da prisão, e depois pregado à cruz de forma que estendia sobre a cabeça. Este sinal com seu mastro pregado ao topo teria dado à cruz um pouco da forma característica da cruz latina.





O suor como gotas de sangue





O sofrimento físico de Jesus começou no Getsêmani. Em Lucas diz: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra." (Lc 22:44) Todos os truques têm sido usados por escolas modernas para explicarem esta fase, aparentemente seguindo a impressão que isto não podia acontecer. No entanto, consegue-se muito consultando a literatura médica. Apesar de muito raro, o fenômeno de suor de sangue é bem documentado. Sujeito a um stress emocional, finos capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo poderia causar fraqueza e choque. Atenção médica é necessária para prevenir hipotermia.





Após a prisão no meio da noite, Jesus foi levado ao Sinédrio e Caifás o sumo sacerdote, onde sofreu o primeiro traumatismo físico. Jesus foi esbofeteado na face por um soldado, por manter-se em silêncio ao ser interrogado por Caifás. Os soldados do palácio tamparam seus olhos e zombaram dele, pedindo para que identificasse quem o estava batendo, e esbofeteavam a Sua face.





A condenação





De manhã cedo, Jesus, surrado e com hematomas, desidratado, e exausto por não dormir, é levado ao Pretório da Fortaleza Antônia, o centro de governo do Procurador da Judéia, Pôncio Pilatos. Você deve já conhecer a tentativa de Pilatos de passar a responsabilidade para Herodes Antipas, tetrarca da Judéia. Aparentemente, Jesus não sofreu maus tratos nas mãos de Herodes e foi devolvido a Pilatos. Foi em resposta aos gritos da multidão que Pilatos ordenou que Bar-Abbas fosse solto e condenou Jesus ao açoite e à crucificação.





Há muita diferença de opinião entre autoridades sobre o fato incomum de Jesus ser açoitado como um prelúdio à crucificação. A maioria dos escritores romanos deste período não associam os dois. Muitos peritos acreditam que Pilatos originalmente mandou que Jesus fosse açoitado como o castigo completo dele. A pena de morte através de crucificação só viria em resposta à acusação da multidão de que o Procurador não estava defendendo César corretamente contra este pretendente que supostamente reivindicou ser o Rei dos judeus.





Os preparativos para as chicotadas foram realizados quando o prisioneiro era despido de suas roupas, e suas mãos amarradas a um poste, acima de sua cabeça. É duvidoso se os Romanos teriam seguido as leis judaicas quanto às chicotadas. Os judeus tinham uma lei antiga que proibia mais de 40 (quarenta) chicotadas.





O açoite





O soldado romano dá um passo a frente com o flagrum (açoite) em sua mão. Este é um chicote com várias tiras pesadas de couro com duas pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas de cada tira. O pesado chicote é batido com toda força contra os ombros, costas e pernas de Jesus. Primeiramente as pesadas tiras de couro cortam apenas a pele. Então, conforme as chicotadas continuam, elas cortam os tecidos debaixo da pele, rompendo os capilares e veias da pele, causando marcas de sangue, e finalmente, hemorragia arterial de vasos da musculatura.





As pequenas bolas de chumbo primeiramente produzem grandes, profundos hematomas, que se rompem com as subseqüentes chicotadas. Finalmente, a pele das costas está pendurada em tiras e toda a área está uma irreconhecível massa de tecido ensangüentado. Quando é determinado, pelo centurião responsável, que o prisioneiro está a beira da morte, então o espancamento é encerrado.





Então, Jesus, quase desmaiando é desamarrado, e lhe é permitido cair no pavimento de pedra, molhado com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que se dizia ser o Rei. Eles atiram um manto sobre os seus ombros e colocam um pau em suas mãos, como um cetro. Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, coberto de longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há uma intensa hemorragia (o couro do crânio é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo).





Após zombarem dele, e baterem em sua face, tiram o pau de suas mãos e batem em sua cabeça, fazendo com que os espinhos se aprofundem em sua cabeça. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é retirado de suas costas. O manto, por sua vez, já havia aderido ao sangue e grudado nas feridas. Como em uma descuidada remoção de uma atadura cirúrgica, sua retirada causa dor toturante. As feridas começam a sangrar como se ele estivesse apanhando outra vez.


A cruz





Em respeito ao costume dos judeus, os romanos devolvem a roupa de Jesus. A pesada barra horizontal da cruz á amarrada sobre seus ombros, e a procissão do Cristo condenado, dois ladrões e o destacamento dos soldados romanos para a execução, encabeçado por um centurião, começa a vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao choque produzido pela grande perda de sangue, é demais para ele. Ele tropeça e cai. As lascas da madeira áspera rasgam a pele dilacerada e os músculos de seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os músculos humanos já chegaram ao seu limite.





O centurião, ansioso para realizar a crucificação, escolhe um observador norte-africano, Simão, um Cirineu, para carregar a cruz. Jesus segue ainda sangrando, com o suor frio de choque. A jornada de mais de 800 metros da fortaleza Antônia até Gólgota é então completada. O prisioneiro é despido - exceto por um pedaço de pano que era permitido aos judeus.





A crucificação





A crucificação começa: Jesus é oferecido vinho com mirra, um leve analgésico. Jesus se recusa a beber. Simão é ordenado a colocar a barra no chão e Jesus é rapidamente jogado de costas, com seus ombros contra a madeira. O legionário procura a depressão entre os osso de seu pulso. Ele bate um pesado cravo de ferro quadrado que traspassa o pulso de Jesus, entrando na madeira. Rapidamente ele se move para o outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não esticar os ombros demais, para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada e colocado em cima do poste, e sobre o topo é pregada a inscrição onde se lê: "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus".





O pé esquerdo agora é empurrado para trás contra o pé direito, e com ambos os pés estendidos, dedos dos pés para baixo, um cravo é batido atraves deles, deixando os joelhos dobrados moderadamente. A vítima agora é crucificada. Enquanto ele cai para baixo aos poucos, com mais peso nos cravos nos pulsos a dor insuportável corre pelos dedos e para cima dos braços para explodir no cérebro – os cravos nos pulsos estão pondo pressão nos nervos medianos. Quando ele se empurra para cima para evitar este tormento de alongamento, ele coloca seu peso inteiro no cravo que passa pelos pés. Novamente há a agonia queimando do cravo que rasga pelos nervos entre os ossos dos pés.





Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grandes ondas de cãibras percorrem seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a dificuldade de empurrar-se para cima. Pendurado por seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado pelos pulmões, mas não pode ser expirado. Jesus luta para se levantar a fim de fazer uma respiração. Finalmente, dióxido de carbono é acumulado nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital. Sem dúvida, foi durante este período que Jesus consegui falar as sete frases registradas:





Jesus olhando para os soldados romanos, lançando sorte sobre suas vestes disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. " (Lucas 23:34)





Ao ladrão arrependido, Jesus disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." (Lucas 23:43)





Olhando para baixo para Maria, sua mãe, Jesus disse: “Mulher, eis aí teu filho.” E ao atemorizado e quebrantado adolescente João, “Eis aí tua mãe.” (João 19:26-27)





O próximo clamor veio do início do Salmo 22, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”





Ele passa horas de dor sem limite, ciclos de contorção, câimbras nas juntas, asfixia intermitente e parcial, intensa dor por causa das lascas enfiadas nos tecidos de suas costas dilaceradas, conforme ele se levanta contra o poste da cruz. Então outra dor agonizante começa. Uma profunda dor no peito, enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração.





Lembramos o Salmo 22 versículo 14 “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.”





Agora está quase acabado - a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico - o coração comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos - os pulmões torturados tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam seus estímulos para o cérebro.





Jesus clama “Tenho sede!” (João 19:28)





Lembramos outro versículo do profético Salmo 22 “Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte.”





Uma esponja molhada em “posca”, o vinho azedo que era a bebida dos soldados romanos, é levantada aos seus lábios. Ele, aparentemente, não toma este líquido. O corpo de Jesus chega ao extremo, e ele pode sentir o calafrio da morte passando sobre seu corpo. Este acontecimento traz as suas próximas palavras - provavelmente, um pouco mais que um torturado suspiro “Está consumado!”. (João 19:30)





Sua missão de sacrifício está concluída. Finalmente, ele pode permitir o seu corpo morrer.





Com um último esforço, ele mais uma vez pressiona o seu peso sobre os pés contra o cravo, estica as suas pernas, respira fundo e grita seu último clamor: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23:46).





O resto você sabe. Para não profanar a Páscoa, os judeus pediam para que o réus fossem despachados e removidos das cruzes. O método comum de terminar uma crucificação era por crucificatura, quebrando os ossos das pernas. Isto impedia que a vítima se levantasse, e assim eles não podiam aliviar a tensão dos músculos do peito e logo sufocaram. As pernas dos dois ladrões foram quebradas, mas, quando os soldados chegaram a Jesus viram que não era necessário.





Conclusão





Aparentemente, para ter certeza da morte, um soldado traspassou sua lança entre o quinto espaço das costelas, enfiado para cima em direção ao pericárdio, até o coração. O verso 34 do capítulo 19 do evangelho de João diz: "E imediatamente verteu sangue e água." Isto era saída de fluido do saco que recobre o coração, e o sangue do interior do coração. Nós, portanto, concluímos que nosso Senhor morreu, não de asfixia, mas de um enfarte de coração, causado por choque e constrição do coração por fluidos no pericárdio.





Assim nós tivemos nosso olhar rápido – inclusive a evidência médica – daquele epítome de maldade que o homem exibiu para com o Homem e para com Deus. Foi uma visão terrível, e mais que suficiente para nos deixar desesperados e deprimidos. Como podemos ser gratos que nós temos o grande capítulo subseqüente da clemência infinita de Deus para com o homem – o milagre da expiação e a expectativa da manhã triunfante da Páscoa.





Fonte:http://www.hermeneutica.com/estudos/crucificacao.html

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Paulo e a teologia dos carismas




shalom


Rômulo dos Anjos Silva


Missionário da Com. Católica Shalom 





Paulo: homem carismático





O ponto de partida para compreendermos a teologia dos carismas é – antes de tudo – notificar a existência de Paulo. Uma existência entendida somente à luz de uma vivência não “mais na carne”, mas “no Espírito”, “pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20). São Paulo é considerado o “teólogo da graça”, e este reconhecimento é mais que justo e fundamentado em uma verdade, pois das 155 vezes que a palavra “charis” (graça) ocorre no Novo Testamento, 100 ocorrências estão nos escritos paulinos. A palavra “chárisma” (carisma) tem a mesma raiz da palavra charis.





A palavra grega chárisma é um substantivo derivado do verbo “charízomai” que significa mostrar-se generoso, presentear algo. Desde já podemos começar a entender o significado geral deste termo, que indica um dom generoso, um presente. Todavia encontramos na teologia paulina vários significados referentes a este termo. Das 17 vezes que este termo é usado no Novo Testamento, 16 vezes é citado por Paulo nas suas Cartas e uma vez por Pedro na sua primeira Epístola (cf. 1Pd 4,10). Podemos, assim, sem hesitação, afirmar também que Paulo é o “teólogo dos Carismas”.





Partindo da teologia paulina percebemos que os charísmas – num sentido mais específico – significam dons particulares distribuídos segundo o beneplácito da Vontade Divina, para o bem de cada um e para a utilidade de todos os membros do único Corpo de Cristo que é a Igreja. Desta forma, torna-se evidente que, para falar destes dons, precisamos partir da graça divina, pois é possível falar dos carismas somente partindo de uma “vida no Espírito”, porque os carismas são: uma “manifestação do Espírito Santo” (cf. 1Cor 12,7).





Tanto o apóstolo Paulo como Pedro, exprimem uma íntima relação entre os carismas e a graça de Deus. Os carismas são considerados como uma manifestação da “multiforme graça de Deus”. Os chárismas são de natureza divina, diferentes dos talentos humanos, pois são manifestações do Espírito Santo: “Mas tudo isso é o único e mesmo Espírito que o realiza, concedendo a cada um diversos dons pessoais, segundo a sua vontade” (1Cor 12,11). Os textos paulinos mais importantes sobre este argumento são os capítulos 12 da Epístola aos Romanos e da primeira  carta aos Coríntios.





Finalidade dos Carismas: a edificação da Igreja





A Igreja primitiva se caracteriza pela fundamental experiência de Pentecostes. Esta experiência assinala o começo de um tempo novo de evangelização e o abundante florescimento dos carismas na vida dos Apóstolos e dos primeiros cristãos. Esta experiência, não sendo simplesmente algo do passado, que marcou a história da Igreja, é uma experiência sempre nova, como afirma Santo Tomás de Aquino, dizendo que o Espírito Santo pode ser enviado muitas vezes na vida de cada um, implicando “um conhecimento mais íntimo e mais vivenciado de Deus presente na alma, um conhecimento que explode num amor mais ardente” (cf. Suma Teológica I, q 43). De fato, o Espírito Santo continua a atuar na Igreja fazendo com que esta experiência repita-se muitas vezes na vida de cada um de nós.





Os Carismas têm como origem o próprio Deus, a Santísima Trindade. Nos primeiros versículos da primeira carta aos Coríntios, no capítulo 12, o apóstolo evidencia esta verdade afirmando por meio de três palavras: dons, no plural (charismata), serviço (diakonia) e operações (energemata); temos aqui uma fórmula trinitária. Deste modo, ele atribui os carismas ao Espírito Santo, os ministérios ao Senhor Jesus Cristo e as operações ou poderes a Deus Pai. Contudo, nele não há a pretensão de indicar ou separar três categorias distintas de dons, mas mostrar a unidade entre ambos e evidenciar que os dons da graça (charismata) são destinados ao serviço (diakonia) e que todos manifestam com poder a ação ou operação divina (energemata).





Em 1Coríntios 12, Paulo nos apresenta – sem pretender dar um elenco completo e fechado – uma série de “manifestações do Espírito”: a palavra de sabedoria, a palavra de ciência, a fé, o dom das curas, o dom de milagres, a profecia, o discernimento dos espíritos, o dom de falar em línguas e o dom de as interpretar (cf. 1Cor 12,8-11).





Já no capítulo 12 da Epístola aos Romanos ele nos apresenta uma lista de outros dons (chárismas) do Espírito Santo: o dom de serviço, de ensino, de exortação, de distribuição dos bens, da presidência, e até mesmo o dom de exercer a misericórdia (cf. Rm 12, 3ss). São Paulo fala ainda de ministérios hierárquicos (cf. 1Cor 12,28; Ef 4,11), ministérios ordenados (cf. 1Tm 4,14; 2 Tm 1,6) e outros.





Deus livremente dá os seus dons e cada um recebe o dom do Espírito para a utilidade de todos, ou seja, para o bem comum, e mesmo que exista dom em vista de uma edificação pessoal, como é o caso do dom de línguas (cf. 1Cor 14,4), os chárismas têm uma dimensão eclesial, eles existem para atuar como uma realidade edificante, construtiva no interior de toda a Igreja.





Para entender a teologia dos carismas podemos notar três características importantes que devem ser consideradas: I. Os chárismas são dons provindos da graça de Deus, são uma manifestação do Espírito Santo na vida e na missão da Igreja; II. São dons com caráter de utilidade pública, são dados em vista do bem pessoal, mas sobretudo do bem comum e III. Enfim, são dons do Espírito Santo, a vida do Espírito é uma vida na fé, é uma experiência concreta e real.











A caridade: medida de todos os chárismas





Sem a caridade – nota o Apóstolo – os carismas por mais impressionantes que sejam, não têm nenhuma utilidade (cf 1Cor 13,1-3). Afirma o Catecismo da Igreja: “Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por todos os membros da Igreja, pois são uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, contanto que se tratem de dons que provenham verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme aos impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas” (cf. Cat. 800).





A Caridade é a verdadeira medida dos chárismas, pois se falta a Caridade “nada vale” e “nada lhe adiantaria” (cf. 1Cor 13,2-3).











Igreja: carisma e instituição





Existem tendências que afirmam haver uma contraposição entre a dimensão institucional e a dimensão carismática da Igreja, atribuindo esta última dimensão como sendo característica do apóstolo Paulo. No entanto, não há fundamentos no Novo Testamento para justificar uma oposição entre estas duas dimensões, como se fossem duas realidades independentes. Ao invés, o conjunto dos textos Neo-Testamentários nos afirmam a existência de uma única Igreja com uma única estrutura Carismática-Institucional, a qual encontra o seu modelo na instituição dos Doze Apóstolos escolhidos por Jesus Cristo (cf. Mc 3,13 ss) e repletos do Espírito Santo para formar a Igreja de Deus (cf. At 2,4 ss). Na Constituição Dogmática Lumem Gentium do Concílio Vaticano II ao número 12 nos mostra que existe na Igreja de Cristo a presença de dons carismáticos e hierárquicos. Enfim, vemos que existe uma plena harmonia entre as duas dimensões da Igreja: a institucional e a carismática.











Conclusão





A Igreja sempre foi assistida pelas “manifestações do Espírito” e sempre será. Podemos afirmar – cheios de fervor (parresia), sem temor – que vivemos como Igreja, sob o Espírito Santo. Nos tempos atuais, de fato, vivemos um “Novo Pentecostes”, como pediu o nosso caro Papa João XXIII por ocasião do Concílio Vaticano II. Sem negar, de modo realista, os desafios que vivemos hoje, não podemos deixar de ser “homens de esperança”, não podemos esquecer que estamos numa profunda “Renovação Carismática” no interior da Igreja, que os Movimentos Carismáticos e as Novas Comunidades são uma graça de Deus para os tempos atuais. É o próprio Concílio Vaticano II que nos convida a estarmos atentos e tomar consciência da presença permanente e ativa do Espírito Santo na vida e na missão da Igreja. É o Espírito Santo, a força da Igreja que a impele para as rotas do mundo para anunciar o Evangelho da Paz. Somos a Igreja da Esperança, pois Deus não cessa de conceder-nos “dons generosos”, ou seja, chárismas, para com parresia vivermos a nossa fé e anunciá-la ao mundo de hoje.





Façamos então, como nos recomenda o “teólogo dos carismas”: “Já que aspirais aos dons do Espírito Santo, procurai tê-los em abundância, para a edificação da Igreja” (1Cor 14,12).





- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 


por 


Revista Shalom Maná - Ed. Shalom


Fonte:http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=4159

Entrevista com Fr Raniero Cantalamessa sobre a RCC






Na Igreja há fiéis que consideram que o "batismo no Espírito" é uma invenção dos carismáticos. Inclusive que puseram nome a uma vivência, mas que não está "catalogada" na Igreja. Poderia explicar, desde sua própria experiência, o que é o batismo no Espírito? 









O batismo no Espírito não é uma invenção humana, é uma invenção divina. É uma renovação do batismo e de toda a vida cristã, de todos os sacramentos. Para mim foi também uma renovação de minha profissão religiosa, de minha confirmação, de minha ordenação sacerdotal. Todo o organismo espiritual se reaviva como quando o vento sopra sobre uma chama. Por que o Senhor decidiu atuar neste tempo desta maneira tão forte? Não sabemos. É a graça de um novo pentecostes. Não é que a Renovação Carismática tenha inventado o batismo no Espírito. 





De fato, muitos o receberam sem saber nada da Renovação Carismática. É uma graça; depende do Espírito Santo. É uma vinda do Espírito Santo que se traduz em arrependimento dos pecados, que faz ver a vida de uma maneira nova, que revela Jesus como o Senhor vivo --não como um personagem do passado-- e a Bíblia se converte em uma palavra viva. A verdade é que não se pode explicar. 





Há uma relação com o batismo, porque o Senhor diz que quem crê será batizado e será salvo. Nós recebemos o batismo de crianças e a Igreja pronunciou nosso ato de fé; mas chega o momento em que nós temos que ratificar o que sucedeu no batismo. Esta é uma ocasião para fazê-lo, não como um esforço pessoal, mas sob a ação do Espírito Santo. 





Não se pode afirmar que milhões de pessoas estejam equivocadas. Yves Congar, este grande teólogo que não pertencia à Renovação Carismática, em seu livro sobre o Espírito Santo afirmava que a realidade é que esta experiência mudou profundamente a vida de muitos cristãos. E é um fato. A mudou e iniciou caminhos de santidade. 





Como vive seu ministério como pregador da Casa Pontifícia desde sua experiência na Renovação Carismática? 





Para mim tudo o que passou desde 1977 é um fruto de meu batismo no Espírito. Era professor na Universidade. Dedicava-me à pesquisa científica na história das origens cristãs. E quando aceitei não sem resistência esta experiência, depois tive o chamado de deixar tudo e colocar-me à disposição da pregação, e também a nomeação como pregador da Casa Pontifícia chegou depois de que tinha experimentado esta "ressurreição". Vejo isso como uma grande graça. Depois de minha vocação religiosa, a Renovação Carismática foi a graça mais assinalada de minha vida. 





Desde seu ponto de vista, os membros da Renovação Carismática têm uma vocação específica dentro da Igreja? 





Sim e não. A Renovação Carismática, temos que dizer e repetir, não é um movimento eclesial. É uma corrente de graça que está destinada a transformar toda a Igreja: a pregação, a liturgia, a oração pessoal, a vida cristã. Assim que não é uma espiritualidade própria. Os movimentos têm uma espiritualidade e acentuam um aspecto, por exemplo a caridade. Antes de tudo, a Renovação Carismática não tem fundador; nenhum pensa em atribuir à Renovação Carismática um fundador porque é algo que começou em muitos lugares de diferentes maneiras. E não tem uma espiritualidade; é a vida cristã vivida no Espírito. 





Mas pode-se dizer que como a gente que viveu esta experiência constitui socialmente uma realidade --são pessoas que fazem determinados gestos, oram de certa maneira-- então se pode identificar uma realidade social cujo papel é simplesmente o de colocar-se à disposição para que outros possam ter a mesma experiência. O cardeal Leo Jozef Suenens, que foi o grande protetor e partidário da Renovação Carismática no início, dizia que o destino final da Renovação Carismática poderá ser o de desaparecer quando esta corrente de graça tenha contagiado toda a Igreja. 





A ponto de concluir a pregação de um retiro no qual estiveram mil líderes carismáticos de todo o mundo, que mensagem gostaria de deixar ao crente que desconhece a Renovação? 





Quero dizer aos fiéis, aos bispos, aos sacerdotes, que não tenham medo. Desconheço por que há medo. Talvez em alguma medida porque esta experiência começou entre outras confissões cristãs, como pentecostais e protestantes. Contudo, o Papa não tem medo. Falou dos movimentos eclesiais, inclusive da Renovação Carismática, como de sinais de uma nova primavera da Igreja, e muito com freqüência faz referência na importância disso. E Paulo VI afirmou que era uma oportunidade para a Igreja. 





Não há que ter medo. Há Conferências Episcopais, por exemplo na América Latina --é o caso do Brasil--, onde a hierarquia descobriu que a Renovação Carismática não é um problema: é parte da solução ao problema dos católicos que se afastam da Igreja porque não encontram nela uma palavra viva, a Bíblia vivida, uma possibilidade de expressar a fé de maneira gozosa, de forma livre, e a Renovação Carismática é um meio formidável que o Senhor pôs na Igreja para que se possa viver uma experiência do Espírito, pentecostal, na Igreja católica, sem necessidade de sair dela. 





Tampouco se deve considerar que se trata de uma "ilha" na qual se reúnem algumas pessoas que são um pouco emocionais. Não é uma ilha. É uma graça destinada a todos os batizados. Os sinais externos podem ser diferentes, mas em sua essência é uma experiência destinada a todos os batizados. 





Fonte: Fr Raniero Cantalamessa


Fonte: Comshalom