quarta-feira, 11 de setembro de 2013

os exorcistas deparam-se com um grande número de pessoas feridas pelo demônio na saúde, nos bens, no trabalho, na vida afetiva.


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Que espécie de incômodos é que o
demônio pode causar aos homens, enquanto vivos? Não é fácil encontrar obras que
tratem de tal tema porque não existe, entre outras coisas, uma linguagem comum,
aceite unanimemente. Por isso vou-me esforçar por precisar o sentido dos termos
que irei empregar aqui e nos outros capítulos do meu livro.






 






Há uma ação vulgar do demônio
que toca a todos os homens: consiste em os atrair para o mal. O próprio Jesus
aceitou a nossa condição humana, deixando-Se tentar por Satanás. Não falarei
agora desta ação nefasta do diabo por que, embora seja importante, prefiro
descrever a ação extraordinária de Satanás, isto é, aquela que Deus lhe
consente somente em determinados casos.






 






Esta acção pode assumir cinco
formas deferentes.






 






1°- Os sofrimentos físicos
causados por Satanás externamente. Estes são os fenômenos que lemos em tantas
vidas de santos. Sabemos como S. Paulo da Cruz, o St°. Cura de Ars, o Pe. Pio e
tantos outros foram feridos, flagelados, sovados por demônios. Não me alongarei
sobre este tipo de ação porque nestes casos, como as vítimas não estando
sujeitas a uma influência interna do demônio, não têm necessidade de recorrer a
exorcismos. São pessoas conscientes da situação que intervêm pela oração.
Prefiro descrever as outras quatro formas de ação, que interessam diretamente
aos exorcistas.






 






2°- A possessão diabólica. É o
tormento mais grave e surge quando o demônio toma posse de um corpo (não de uma
alma), fazendo-o agir ou falar como ele quer, não podendo a vítima resistir e
não sendo moralmente responsável por isso. Esta forma de ação é também a que
mais se presta a fenômenos sensacionalistas do tipo daqueles que se vêem no
filme “O Exorcista” ou do tipo dos sinais mais espetaculares indicados no
ritual: falar línguas desconhecidas, demonstrar uma força anormal, revelar
coisas escondidas.













 






O Evangelho dá-nos um exemplo com
o possesso de Gerasa. É preciso compreender, que existe toda uma gama de
possessões, apresentando grandes diferenças quanto à sua gravidade e aos seus
sintomas. Seria um grande erro fixar-se num único modelo. Entre tantos pacientes,
exorcizei duas pessoas totalmente possessas que durante a sessão de exorcismo
estavam perfeitamente imóveis, sem dizer uma única palavra. Poderia citar
vários exemplos de possessão com fenomenologias muito diferentes.






 






3°- A vexação diabólica designa
distúrbios e doenças muito graves ou menos graves que, embora não cheguem à
possessão, ocasionam uma perda de consciência, acompanhadas de atos ou de
articulação de palavras de que a vítima não é responsável. A Bíblia
fornece-nimageos alguns exemplos. Job (foto) não era vítima de uma
possessão  diabólica mas os seus filhos,
os seus bens e a sua saúde foram duramente afetadas. Também a mulher encurvada
e o surdo mudo curados por Jesus, não tinham uma possessão diabólica total, mas
a presença de um demônio estava na origem dos seus problemas físicos. S. Paulo
não era com certeza um endemoninhado, contudo era vítima de uma vexação
diabólica que consistia num distúrbio maléfico: “E para que a grandeza das
revelações me não enobrecessem, foi-me dado um espinho na carne (tratava-se
evidentemente de um mal físico), um anjo de Satanás para me esbofetear” (2 Cor
12, 7); não há dúvida de que a origem deste mal era maléfica.






 






As possessões ainda hoje são
muito raras; contudo, os exorcistas deparam-se com um grande número de pessoas
feridas pelo demônio na saúde, nos bens, no trabalho, na vida afetiva... É
preciso ficar claro que o facto de diagnosticar a origem maléfica destes males
(isto é, de saber se se trata de uma causa maléfica ou não) e de a curar, não é
de modo nenhum mais simples do que o de diagnosticar e curar as verdadeiras
possessões; pode ser diferente o nível de gravidade, mas não a dificuldade em
interpretar o fenômeno, nem o tempo necessário para o curar.






 






4°- A obsessão diabólica.
Trata-se de ataques de improviso, por vezes contínuos, de pensamentos
obsessivos podendo ir até ao racionalmente absurdo; mas de tal modo que a
vítima não tem capacidade para se libertar. Por causa disto, a pessoa cativa
vive num contínuo estado de prostração, de desespero, de tentação de suicídio.
As obsessões também influem quase sempre sobre os sonhos. Dir-me-ão que se
trata de estados mórbidos, da competência da psiquiatria. Todos os outros
fenômenos também se podem explicar pela psiquiatria, pela parapsicologia ou ciências
similares; no entanto, existem casos que escapam totalmente a estas ciências e
que revelam, pelo contrário, sintomas concretos de causas maléficas ou
presenças maléficas. Só um trabalho teórico e prático permite aprender a
distinguir estas diferenças.






 






5°- Falemos por fim das
infestações diabólicas: da causas, dos objectos, dos animais. Não me vou deter
sobre este tema, uma vez que vou fazer alusão a ele ao longo do livro. Basta
frisar o sentido de que dou ao termo infestação; prefiro não o aplicar às
pessoas, em relação às quais prefiro utilizar os termos: possessão, vexação,
obsessão.






 






Como é que nos podemos defender
contra todos estes males possíveis? Diga-se de imediato que, e muito embora a
consideremos uma norma imperfeita, os exorcismos só são necessários, em rigor,
segundo o Ritual, para os casos de possessão diabólica propriamente dita. Ora
nós, os exorcistas, na realidade ocupamo-nos de todos os casos de influência
maléfica. No entanto, para os outros casos que não sejam os de possessão, deveriam
bastar os meios de graça comuns: a oração, os sacramentos, a caridade, a vida
cristã, o perdão das ofensas, o constante recurso ao Senhor, à Virgem Maria,
aos santos e aos anjos.









 

Análise Bíblica sobre os Demônios






Um dos grandes mistérios da teologia judaico-cristã é a existência do mal, porque Deus permitiu o seu surgimento, existência e os detalhes sobre a sua origem. Dois fatos, porém, são claros: ele existe e ele será derrotado.







Textos como os de Ez. 28,12 – 15 e Lc.10,18 indicam que houve uma rebelião liderada por um anjo de luz (lúcifer), que, exercendo o seu livre arbítrio, optou pelo não-bem e pela ruptura de comunhão contra o Criador. Deus cria um lugar-estado (inferno) e para lá os lança (II Pe. 2,4).





O chefe desses anjos caídos é denominado de lúcifer ou satanás (hebraico = adversário), recebendo outros, como: belzebu, belial, o maligno, o príncipe deste mundo, diabo (grego = instigador, acusador).


Satanás lidera os demônios que:


1. São seres espirituais com personalidade e inteligência. Como súditos de satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos (Mt.12,43 – 45);





2. São malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás.


3. São numerosos (Mc. 5,9; Ap. 12,41).


Eles mantêm a forma angélica, com a natureza voltada para o mal. Têm inteligência e conhecimento, mas não podem conhecer os pensamentos íntimos das pessoas e nem obrigá-los a pecar.





Há autoridade e organização no mundo inferior (Mt. 25,41), mas por não ser Satanás onipresente, onipotente e onisciente (atributos exclusivos de Deus), ele age por delegação a seus inúmeros demônios (Mt. 8,28; Ap.16,1 – 14).


A teologia cristã tem percebido, a partir da Bíblia e da experiência, os seguintes ministérios demoníacos:


a) indução à desobediência a Deus e aos seus mandamentos;


b) propagação do erro e da falsa doutrina;





c) indução à mentira (“pai da mentira”) e à corrupção;


d) provocação de rebeldia nas pessoas que sofrem provações;


e) influência negativa sobre o corpo, os sentidos e a imaginação;


f) influência sobre os bens materiais (apego vs. perda);


g) realização de efeitos extraordinários, com aparência de milagres;


h) indução a sentimentos negativos, como o temor, a angústia e o ódio;





i) promoção da idolatria, da superstição, da necromancia, da magia, do sacrilégio e do culto satânico.


O mal esteve agindo no Pecado Original (queda), e exerce continuamente a sua obra perversa até o fim dos tempos, como tentador (Gn. 3,1 – 5), caluniador (Jó.1,9 – 11), causador de enfermidades (Jó. 2,7) e arquienganador (Mt. 4,6).





Ele mantém permanente luta contra Deus e o seu povo, procura desviar os fiéis de sua lealdade a Cristo (II Co. 11,3), induzindo-os a pecar e a viver segundo os sistemas elaborados pela natureza corrompida ou “carne” (I Jo. 5,19).


Os cristãos devem conhecer, pelo estudo da Bíblia e da teologia, a natureza e o ministério do mal, para se conscientizarem e se precaverem.





O apóstolo Paulo nos exorta a nos fortalecer em Deus e no seu poder, resistindo firmes pois “a nossa luta não é contra os seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores desse mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef.6:12).


A disciplina devocional, com a leitura da Bíblia, a oração, os sacramentos, a busca de santidade, o desenvolvimento dos dons, a comunhão do Corpo, são antídotos contra o mal.





O ministério demoníaco contra as pessoas pode se dar de três maneiras:


a) tentação: apoio a opções negativas e atinge todos os seres humanos;


b) indução: (também chamada obsessão), uma ação mais íntima e contínua de “assessoria” à maldade, que atinge os descrentes e os crentes carnais;





c) possessão: quando os demônios se apoderam de corpos, controlando-os. Para a teologia evangélica clássica isso não pode acontecer a um convertido, cujo corpo é habitado pelo Espírito Santo.


Satanás e os demônios têm poder sobre os perdidos nesta vida e após a morte, que se destinam ao inferno.


Devemos estar advertidos para não cair em um dualismo de fundo zoroastrista. Satanás não é um ente contrário comparável a Deus.





Quem combate contra ele é o chefe dos anjos bons, e são os anjos bons que combatem os anjos maus.


Não devemos nem minimizar, nem maximizar o ministério do maligno.


Ele já foi derrotado na cruz, e o sangue de Cristo já tem poder, a obra da expiação já foi realizada, Cristo já ressuscitou e o Espírito Santo já foi enviado. O resgate já se deu, é oferecido pela Graça e recebido pela fé. O Senhor já reina sobre o universo, a História e a sua Igreja.





A perfeição da Ordem Criada (Éden) será revivida na Ordem Restaurada (Nova Jerusalém).


O mal terá um fim, quando satanás e os demônios forem todos lançados no lago do fogo (Mt. 25,41), também chamado de “segunda morte” (Ap. 20,14).





Devemos evitar cair na irresponsabilidade moral atribuindo aos demônios os males que são fruto de nossa opção, com natureza caída e pecadores. Não sejamos, portanto, ”caluniadores de satanás”.


O racionalismo e o liberalismo teológico haviam negado a existência de Satanás e dos demônios.


A teologia conservadora clássica (como fizera com os anjos bons), afirmava a sua existência, mas pouco elabora na prática do cotidiano dos fiéis. O pós-pentecostalismo e a teologia da “batalha espiritual” os vulgarizou e hipertrofiou o seu poder, além de, em uma atitude irracional, anti-científica e anti-bíblica, atribuir tudo aos mesmos. Nem indiferenças, nem irresponsabilidade, nem angústia opressiva.





Devemos rejeitar as representações pictóricas aterradoras (fruto da imaginação dos artistas), pois o mal não é incompetente em “marketing” ou em “relações públicas”, podendo aparentar beleza, bondade e prodígio.


O mal, que ele nos tenta, pode estar em nosso caráter, em nosso temperamento, e em nossa ética.


Devemos evitar o dualismo de fundo bramânico, entre “alma” (boa) e “corpo” (ruim). O ser humano foi criado integrado, caiu integrado e é restaurado integrado. “Carne” na Bíblia não é igual a Corpo (muito menos a sexualidade) mas a natureza caída (integrada). Lutero disse: “Jesus veio em carne e não pecou; Satanás não tem carne e peca todo o tempo”.





A Palavra e o Espírito vão nos libertando dos condicionamentos culturais e nos forjando como “novas criaturas”. A presente ordem, e o poder do mal, são transitórias. A nossa esperança é escatológica, “pois a antiga ordem já passou” (Ap. 21,4b).





Conclusões


Com o ocaso da modernidade vão-se os seus mitos: a bondade natural, o progresso, a razão (ciência) e as utopias globais. Volta a ambigüidade moral (e o pecado), os avanços e as decadências, a sensação de limitação nos empreendimentos e instituições humanas, e a redescoberta do além-razão no ser humano: o místico, o estético, o erótico, o lúdico, o intuitivo etc.





Há uma redescoberta do antes desvalorizado. A construção do futuro, porém, não se faz com um mero retorno ao passado (e aos seus males). O angélico e o demoníaco voltam como temas e realidades, vencendo-se, porém, os “sincretismos protestantes” e as “superstições evangélicas”, estranhas ao espírito e a proposta da Reforma.


Nem o reducionismo psicanalítico, nem o reducionismo dos “cultos de descarrego”.


A consciência do místico, do transcendente e do espiritual, não nos leva à alienação da História e das nossas responsabilidades como cidadãos e pessoas plenas.





Pois o bem e o mal, e suas potestades, se relacionam com os poderes políticos históricos, como procurou demonstrar Agostinho de Hipona em sua “Cidade de Deus”.


Que os Anjos do Senhor acampem ao redor de nós.





Artigo originalmente escrito por: Padre Félix, Uma demonologia bíblica. 

A libertação que você pode fazer para si mesmo.





Tenho um livro do Padre José Antônio Fortea e nele há uma oração, que é de libertação e que a própria pessoa que sente que há uma influência malígna nela, poderá fazer.



Fiz uma adaptação, para que a gente mesmo possa fazer. Veja:




Senhor Deus Todo Poderoso,
misericordioso e onipotente, Pai, Filho e Espírito Santo, expulsa toda influência
dos espíritos malignos, que há em mim.





Pai, em nome de Cristo, peço-lhe
para quebrar todas as cadeias que os demônios têm sobre mim.


Derrame sobre mim, o precioso
Sangue de Seu Filho. Seu Sangue imaculado e redentor rompe todos os laços que
existem no meu corpo, na minha mente e no meu espírito. Tudo isso, peço pela
intercessão da Virgem Maria.





São Miguel Arcanjo, intercedei,
em meu auxilio.





Em nome de Jesus eu ordeno a todo
demônio que possa ter alguma influência sobre mim, que saia para sempre.





Pela flagelação de Jesus Cristo,  por Sua coroa de espinhos, Sua cruz, pelo Seu
Sangue, por sua ressurreição, eu ordeno que todo espirito maligno saia e nunca
mais volte.







Por Deus verdadeiro, por Deus
santo, pelo Deus que tudo pode, eu ordeno a todo demônio , que saia em nome de
Jesus, meu Salvador e Senhor. Amém.





Augusta Moreira dos Santos

Padre José Antonio Fortea conta os segredos do trabalho de exorcista




José Antonio Fortea, um dos cinco exorcistas da Igreja Católica na Espanha, publica uma "Summa Daemoniaca",com segredos de um ofício que os bispos mantêm oculto.






"Se não sair em três horas, é preciso deixar para outro dia." Refere-se aos demônios. O padre José Antonio Fortea fala do diabo e dos demais demônios com uma familiaridade espantosa. Sempre a sério, com a razão à frente, cheio de experiências. Os descrentes, no início, têm a tentação de zombar, e os crentes não dão crédito. Ouvindo-o, a razão e a fé se comportam como os dois pratos de uma balança: na medida em que uma sobe, a outra desce.





Há testemunhos de como padre Fortea discute com o diabo, inclusive gravações em vídeo. Alguns contam com espanto, negando-se a acreditar; outros, com a fé do carvoeiro. Quem veio para descobrir o segredo do truque desistiu de buscar explicações. Nem acredita nem deixa de acreditar. Simplesmente não sai do assombro.





Na Espanha atuam cinco exorcistas. Os bispos guardam os nomes em segredo. Mas o padre Fortea é público e notório (no site www.fortea.es expõe uma galeria de livros, fotografias e opiniões, com grande visibilidade). E sabe onde estão os outros exorcistas, aos quais envia os casos que lhes correspondam.





O ofício do exorcista católico tenta ser rigoroso, como certifica o Vaticano, que organiza cursos para preparar sacerdotes "para expulsar espíritos malignos daqueles possuídos pelo demônio". As aulas duram dois meses e se desenvolvem no prestigioso Ateneo Pontificio Regina Apostolorum. As lições são sobre a antropologia do satanismo e a possessão diabólica, e sobre o contexto histórico e bíblico. A notícia do último seminário foi divulgada pela BBC de Londres.





O padre Fortea veste batina com um duro colarinho branco, estudou teologia na Universidade de Navarra e é pároco de Anchuelo, um povoado de 700 habitantes nas proximidades de Alcalá de Henares. Seu bispo o enviou para lá para que tivesse mais tempo de escrever livros e dar conferências. O prelado auxiliar de Madri e porta-voz da Conferência Episcopal, Juan Antonio Martínez Camino, dirigiu sua tese na faculdade de teologia da Pontifícia Universidade Católica de Comillas. Intitula-se "O Exorcismo na Época Atual". O sábio teólogo são Tomás de Aquino escreveu a "Suma Teológica". O padre Fortea publica agora sua "Summa Daemoniaca", um tratado completo de demonologia (editado na Espanha pela La Esfera de los Libros). Entre seus outros livros há um que se intitula "Exorcística", um manual de uso imprescindível por seus colegas.





O aspecto de Fortea é o de um padre da Opus Dei. De aparência tímida, voz contida, mas firme nos princípios, quase desafiador, fala com a segurança dos convictos, inclusive sobre as reticências de seus superiores pelo fato de ele sair tanto na mídia. Nasceu na mesma cidade que são Josemaría Escrivá [o fundador da Opus Dei], Barbastro (Huesca), em 1968. Mas não. "Não sou da Opus Dei, nunca fui. Fui a Navarra porque sua faculdade de teologia é uma das melhores do mundo, e em seu seminário havia uma grande vida espiritual. Sabia que sempre me considerariam da Opus Dei por ter ido, mas não me importava. O importante era me formar bem", afirma.





Há uma sessão de exorcismo concreta, precisa, reiterada, com nomes e sobrenomes, que o mergulha em angústia e intermináveis orações. Ele a relata verbalmente, e está narrada no livro que publica agora. Trata-se de Marta, um caso de possessão demoníaca, segundo o diagnóstico do exorcista.





Marta era uma universitária "quando apareceram os primeiros sinais de possessão: transes, convulsões, conhecimento de línguas por ela desconhecidas, aversão ao sagrado, etc. Em três ocasiões chegou a levitar. Nem sua mãe nem eu temos a menor dúvida sobre o caráter sobrenatural do que ela sofria", diz Fortea.





O escritor Lorenzo Silva, que viu Fortea "lutar contra o Inimigo", resume: "A cena é poderosa. Um possesso agitando-se e gritando todo tipo de blasfêmias com voz horrenda, e o exorcista tranqüilo, rezando seus latins e conjurando o demônio a que diga como entrou e a sair do infeliz. É só isso, oração durante horas. Não mais de três por sessão. Se com três horas não sair, é preciso deixar para outro dia."





Passaram cinco anos e Marta continua possuída. "Cinco anos de orações, à razão de mais de três horas semanais em média, é algo que acaba com a paciência de qualquer um", reconhece o padre Fortea. Confia em vencer o demônio e que Marta voltará a ser como foi. Já liberou outros possuídos, pelo menos quatro. Muitas outras pessoas que parecem possuídas ele enviou para o psiquiatra ou a previdência social. Mas nunca lhe falta trabalho. "Sim, sempre há casos. O último foi na semana passada. Mas não significa que toda semana haja casos novos. Há três ou quatro novos por ano. E alguns exigem orações durante meses", disse na última quinta-feira.





"Nas sessões saem muitos demônios", diz Fortea. É que há demônios e demônios. Satã é o mais poderoso -o Novo Testamento o chama de Diabo-, mas também Belzebu, Lúcifer, Lilith... "Cada demônio pecou com uma intensidade determinada, isso se vê claramente nos exorcismos. Há alguns demônios que pecam mais por ira; outros por egolatria; outros por desespero. Há os falantes, há os mais arrogantes; em um brilha de modo especial a soberba, no outro o pecado do ódio. Embora todos tenham se afastado de Deus, alguns são mais maus que outros."





Apesar de suas relações com os demônios, Fortea concorda com o papa em que o inferno, como lugar concreto, não existe. Não é que compartilhe a afirmação de Schopenhauer -"o inferno é o mundo"- ou a de Sartre -"o inferno são os outros"-, mas quase. "O que são os campos de concentração senão o inferno? Grandes demônios Hitler e o doutor Mengele, por exemplo. O inferno é viver a ausência de Deus. Mas Deus tem de ser justo. Não pode não acontecer nada. O inferno é uma necessidade de justiça", diz. Sobre outros assuntos pode sair pela tangente. Afinal, "até Deus, às vezes, gosta de não ser sério; às vezes tem um senso de humor incrível".





Um dia na vida de José Antonio Fortea lembra a rígida divisão horária de "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, um de seus romances preferidos. Solitário e austero, em um quarto escuro, rodeado de livros, muitos livros, o jovem exorcista de Alcalá de Henares começa o dia com a oração de laudes, toma o desjejum, escreve até o meio-dia -"livros de teologia ou novelas"-, reza, vai à paróquia (de manhã e à tarde) para atender às pessoas que o procuram, volta a rezar, almoça em casa enquanto vê reportagens do Canal História, joga uma partida de xadrez, reza de novo, escuta música clássica ou de bandas sonoras, janta vendo mais reportagens ou um filme -"vejo aos pedaços, só meia hora em cada jantar"-, e antes de deitar-se reza outra vez, lê a Bíblia e faz o exame de consciência. "Para inveja dos insones, adormeço em três minutos. E lembro o que sonhei cada noite, com toda a clareza." 



Fonte: UOL

Primeira sessão relatada do exorcismo de "Marta"


Domingo, 22 de setembro de 2002


 






Exorcismo / Marta, a possuída

O exorcismo que eu vivi em Madri


O correspondente religioso de EL MUNDO vai, incrédulo, ao exorcismo que um sacerdote autorizado pelo Vaticano irá realizar. Mas fica comovido ao ver o que acontece com a jovem possuída pelo diabo


JOSÉ MANUEL VIDAL




-"Hic est dies" (este é o dia), diz o exorcista com o crucifixo na mão.

-Não, responde uma voz rouca de homem que sai da garganta da possessa, uma bela menina de 20 anos.

-"Exi nunc, Zabulon", (saia agora, Zabulon), repete o sacerdote.

-No.



-Por que não quer sair?

-Para servir de testemunho.

-De testemunho de que?

-De que Satanás existe.




Corta-se a tensão no ambiente de penumbra da capela. Satán lutando contra Deus. Uma batalha à qual assisto atônito e em primeira fila pela primeira vez em minha vida. "Esta deve ser a razão pela qual me convidou a presenciar o exorcismo. O diabo quer publicidade", penso no meio do choque. Minha mente gira a toda velocidade. Estamos no clímax de um ritual que, até agora, não encaixa em meus esquemas. E isso porque no seminário os padres seguiram alimentando meu medo infantil do Maligno, sempre disposto a tomar pose de uma alma. Depois do Concílio Vaticano II, o dogma da existência do diabo passou a ser uma "parte vergonhosa da doutrina" e, como tantos outros católicos, também eu prescindi dela.




O exorcista, José Antonio Fortea, pároco de Nossa Senhora de Zulema, está exausto. E isso por que tem apenas 33 anos. Mas está a mais de uma hora lutando, crucifixo empunhado, contra Satanás. Marta (nome fictício da possessa), ao contrário, está tão fresca como no princípio e não deixa de rugir, bufar, revolver-se e agitar seu corpo como uma massa. Com uma força inusitada para uma menina de 20 anos, ainda mais miúda e de traços doces. São 12h30 de um dia qualquer e estou ha uma hora e meia presenciando um exorcismo.




Um par de dias antes, recebi em meu celular uma ligação especial. Especial não por ser de um padre (recebo muitas), mas por ser de um exorcista católico (há um par deles na Espanha) que costumam manter-se muito afastados dos jornalistas. Quer me convidar a presenciar um exorcismo. Fiquei como uma pedra. Assistir a um exorcismo oficiado por um sacerdote autorizado pelo Vaticano é a sorte grande para alguém especializado em informação religiosa. Até esse momento e apesar de levar mais de 20 anos na profissão, o único que tinha conseguido foi entrevistar o exorcista oficial de Roma, o padre Gabriel Amorth. Já então, ao me dedicar seu livro havia escrito: "A José Manuel, com minha gratidão e com a advertência de não ter jamais medo do diabo".




Confesso que por medo decidi devolver o telefonema de parte Fortea e pedir que deixasse vir comigo um companheiro da agência EFE, também especialista em informação religiosa. Aceitou. Nervosos, no dia indicado fomos em carro até a diocese de Alcalá. Era um dia radiante. Chegamos à paróquia com muita apreensão. Questão de preparar-se psicologicamente. Pelo caminho, brincadeiras e nervosismo. O exorcista nos havia citado em sua paróquia, uma igreja moderna, de ladrilho vermelho, situada entre pinheiros. O interior, simples e limpo. Com um mesa e uma grande cruz no meio. Em um lateral, a pia de água benta com uma inscrição: "A água benta afasta a tentação do demônio".




Às 10h30, o exorcista sai do templo e vem a nosso encontro. É alto e magro. Usa bigodes e uma barba recortada. Seu aspecto é imponente. Talvez, por relacioná-lo com sua profissão de expulsador de demônios. Embutido em uma sotaina de um negro imaculado, seu rosto esbranquiçado e sua cabeça calva ressaltam ainda mais. Convida-nos a dar um passeio para nos explicar o caso.




Sete demônios


"Não sou nenhum “showman” nem quero publicidade. Se estão aqui é porque preciso de sua presença para libertar a menina. Têm que ser muito prudentes. Não podem dar pista alguma que permita a identificação nem da menina nem de sua mãe. Preferiria que também não me nomeassem, mas aceito esse sacrifício em vistas de uma maior credibilidade. Mas apenas Deus sabe o quanto me custa e os problemas que isso pode me causar. E não tenham medo.



Com vocês não acontecerá nada".Insiste na seriedade do tema. Assegura que no Antigo Testamento aparece 18 vezes a palavra Satã. E no Novo Testamento, 35 vezes a palavra diabo e 21 a palavra demônio. O próprio Jesus fez muitos exorcismos ou o que os Evangelhos chamam "expulsar demônios". Fortea recorda também que João Paulo II realizou pelo menos três exorcismos reconhecidos e adverte que a crença no diabo constitui um dos poucos traços comuns à praticamente todas as religiões. "É o ponto ecumênico por excelência". Aproveita para fazer um pequeno repasso pelas diversas religiões e épocas históricas e as diversas teorias. Continuo me mostrando incrédulo. Tenho da sensação de que se trata de nos condicionar buscando justificações na História.




Para fazê-lo colocar os pés no chão, perguntamos detalhes do caso. Nos conta que se trata de uma menina possuída por sete demônios. Que já expulsou seis, mas que o último ainda resiste. "Chama-se Zabulon, é um diabo quase mudo, mas muito inteligente. Seu nome já aparece na Bíblia. O chefe sempre fica para o final. Estou já há 16 sessões e ainda não consegui expulsa-lo, quando nos casos mais normais, basta apenas três". Não quer dar mais detalhes da endemoniada. Diz apenas que virá acompanhada por sua mãe, "que é uma santa", e que a possessão deveu-se a um feitiço que lhe fez uma companheira de instituto, aos 16 anos.



"Em uma das primeiras sessões perguntei-lhe como havia entrado e me respondeu um nome que eu não conhecia. Sua mãe me disse que era uma companheira de classe, que havia invocado Satã para fazer um feitiço de morte contra ela. E de fato, primeiro esteve gravíssima e a ponto de morrer. Uma vez curada, começaram os fenômenos raros". Desde então, sua mãe começa a detectar coisas estranhas em sua filha: móveis que se movem, objetos que se quebram e, principalmente, uma aversão especial aos objetos religiosos, quando era uma menina de ir à missa dominical. Até que um dia, de noite, ouve ruídos estranhos, se levanta e, quando abre a porta do quarto de sua filha, a vê sobre a cama levitando.




Como não quer perder sua única filha, começa a procurar remédios. Fala com o pároco, que a remete a dois famosos psiquiatras. Mas ambos diagnosticam que a menina é absolutamente normal. Nenhuma explicação científica para as constantes dores de cabeça que torturam sua filha. E então, Maria (nome fictício da mãe), a seus 60 anos, se lança à busca de um exorcista. Percorre quase todas as dioceses espanholas. Nenhum bispo quer saber nada de seu caso. Está já disposta a mudar-se com ela para a Itália para ver o padre Amorth, quando lhe falam de um exorcista espanhol que acaba de sair na televisão porque publicou um livro, Demoniacum, sobre os exorcismos.




Neste instante vemos chegar um táxi. "São elas", diz Fortea. Maria, a mãe, é pequena, magra. Seu olhar é todo dor: "Acredito em Deus e sei que, cedo ou tarde, libertará minha filha das garras de Zabulon. Estou há cinco anos neste calvário. Ninguém da minha família sabe. Nem meus irmãos", confessa. Maria é viúva e, cada vez que sai de sua casa para o encontro com o exorcista (praticamente, uma sessão por semana), tem que inventar alguma desculpa. "Não entenderiam e não quero que minha filha fique marcada para sempre".




O ritual


A seu lado, Marta sorri timidamente. Pequena, de grandes olhos negros, um pouco tristes, tem a cara marcada de uma adolescência. Cabelo negro, preso em um rabo. Os lábios grossos e sem pintar, embora contraídos quase com uma careta de dor. Usa jeans, uma blusa azul celeste de manga curta e gola alta e sapatos negros. É bonita. Seus olhos chamam a atenção, mas mais que timidez causam medo, muito medo. Parece uma menina normal que, nos conta, estuda Matemática na Universidade. "É impossível que esteja possessa", penso comigo mesmo.




O padre Fortea abre a capela, abaixo de sua paróquia onde diz a missa diariamente, e volta a fechar com chave por dentro. É pequena, acolhedora. Dentro, penumbra e silêncio absoluto. Fora, um sol radiante. O exorcista pede ajuda para transportar um colchonete forrado de plástico verde, grande e pesado, para coloca-lo ao pé do altar.




A capela, retangular, terá 25 metros quadrados. Sem janelas. No centro, um altar enorme. Em cima da toalha branca e seis velas acesas, sob uma grande Cruz da Trindade, apenas iluminada pela luz mortiça de um alógeno. Ao fundo, a imagem de um Pantocrátor iluminado e o Santíssimo. Em um lateral, uma imagem da Virgem com o Manino nos braços.




Entrando na capela, mãe e filha se preparam para o ritual. Marta coloca meias brancas, enquanto a mãe tira do bolso um terço, um crucifixo de 15 centímetros e uma estampa da Virgem de Fátima, e os coloca ao lado do colchonete. Trato de registrar o mais mínimo detalhe em minha mente. Sigo pensando que assisto a uma montagem. Marta deita no colchonete, olhando a cruz. Maria se ajoelha do seu lado, uma postura que não abandonará durante as seguintes duas horas e meia. O padre Fortea reza um momento de joelhos, tira a sotaina, bebe água e fica do outro lado do colchonete mais afastado do altar.




Pressinto que o ritual vai começar. Sento, com expectativa, no banco. O exorcista estende sua mão direita e a impõe sobre o rosto da jovem, sem tocá-la.Em seguida, fecha os olhos, abaixa a cabeça e sussurra várias vezes uma prece ininteligível. Um alarido desgarrador, o primeiro, quebra o silêncio da capela, penetra em minha alma e me arrepia. Não é humano. É um guincho assustador e profundo que sai da garganta de Marta. Mas não pode ser ela. Não é seu tom de voz. É rouco e masculino. O padre Fortea continua rezando e os rugidos se repetem. Pouco a pouco, o corpo da jovem se estremece vivamente. Sua cabeça se move de um lado a outro com lentidão no princípio, com inusitada rapidez depois.




"Sai, Zabulon"


Com a salmodia do exorcista, a jovem geme e se retorce sem parar. Num instante, o gemido se converte em rugido assustador, altíssimo, furioso. O exorcista acaba de colocar o crucifixo sobre seu ventre e em seu peito, enquanto a asperge com água benta. Chuta com tanta fúria que o crucifixo cai e a mãe o pega e uma e outra vez volta a colocar novamente, enquanto aproxima o terço que Marta atira longe, com fúria. Parece se tranqüilizar um pouco, mas imediatamente volta a rugir. Não há um momento de descanso. O padre Fortea acaba de invocar a São Jorge e, ao ouvi-lo, a jovem grita, bufa, colocas os olhos totalmente em branco, arquea o corpo e se levanta toda a um palmo do colchão. Não consigo acreditar.




-Beija o crucifixo, diz o exorcista. 

-Não.

-Jesus é Rei.

-Assididididaj.

-Sequaz de Satanás, estás nas trevas.

-Assididididaj

-Estás fazendo muito bem. Por tua culpa, muita gente vai crer em Deus.

-Não.

-Sai, Zabulon, eu te ordeno em nome de Cristo. A condenação eterna está a sua espera. Não há salvação para ti.




Enquanto o padre Fortea continua ameaçando Zabulon, as mãos da jovem vão se transformando. São como garras. O exorcista reforça suas preces e suas exortações: "Hoje é o dia. Sai, Zabulon. Sai desta criatura em nome de Deus". A jovem se desata em tremores. Os gritos se elevam até o espanto. E com voz rouca diz: "Assassinos". É então que o padre Fortea lhe pergunta porque não sai e Zabulon lhe responde: "Para que as pessoas acreditem em Satanás".




Esgotado, após uma hora e meia de luta, o exorcista se levanta e sai da capela. Isto não pode ser uma impostura nem uma montagem. É preciso muita coragem para dedicar-se a isso. E menos mal que os casos de possessão, segundo conta depois o padre Fortea, são muito poucos. Ele está há cinco anos exercendo e teve apenas quatro na Espanha. Mas, enquanto preparava sua tese, assistiu a outros 13 exorcismos.



Nota-se que tem prática: manda, ameaça, insiste e, com voz suave, mas enérgica, tortura o diabo sem piedade. Com o que mais lhe dói. Sempre em nome de Deus. Não parece ter medo algum. E isso que já sabe o que é ser atacado por Satanás. Uma vez, em um exorcismo, diz que o diabo lhe fez sentir a mesma sensação e a mesma dor do que leva uma punhalada no braço.




Fortea sai da capela e meu coração acelera, pensando o que pode ocorrer agora sem a presença tranqüilizadora do exorcista. Mas não acontece nada. Ou sim. Maria, a mãe, pega o livro do rito e começa a repetir as mesmas ou parecidas frases do exorcista. Com calma, mas com decisão, parece não se dirigir a sua filha, mas ao Maligno que a possui:


-Em nome de Cristo te ordeno sair.

-Não.



-Abre os olhos e olha a Virgem, encrespa enquanto voltar o olhar sobre um postal da Virgem de Fátima.Mas, por toda resposta, obtém um grunhido. Então pega o crucifixo.

-É teu Criador, vês?

-Sim, diz a voz de além-tumba acompanhada de rugidos e grunhidos constantes.

-Olha, Zabulon, não resista. Sabes que é teu dia e tua hora. Chegou teu dia e tua hora. 

-Nãããããooo...

-Por que resiste?



-Estou farto. Já te disse muitas vezes.

-Diga a esses senhores por que não te vais.

-Uhhhh.

-Diga-o claramente.

-Não quero.

-Diga-o em nome de Cristo

-Para que creiam em Satanás.

-São Jorge, vem. São Jorge, vem. Vem, São Jorge. Sai dela São Jorge. 

A possessa pára um segundo, sorri e diz, com deboche: 

-Sai são Jorge...




Aproveita o erro da improvisada exorcista e fará o mesmo, logo depois, com um pequeno equívoco do padre Fortea. Mas Maria não se dá por vencida. É uma autêntica Dolorosa ao pé da cruz de sua filha possuída. Sinto tanta pena que também me ajoelho e, entre lágrimas, suplico a Deus (em voz baixa, não me atrevo a intervir mais diretamente) que, pelo que mais queira, liberte Marta. Meu companheiro faz o mesmo. Fazia tempo que não rezava com tanto fervor.


Então entra de novo o exorcista, pega uma caixinha com hóstias consagradas do sacrário e se coloca diante da jovem:




-Veja o Rei dos Reis e ajoelha-te diante dEle. 

-Não.

-Servo desobediente e rebelde, ajoelha-te, repete o padre Fortea, exibindo a hóstia consagrada.

-Assassino, deixa-me. 

-São Jorge, faz com que se ajoelhe.


E como rapidamente, com a menção de são Jorge, a possessa se ajoelha e o padre Fortea faz com que abra a boca e receba a sagrada comunhão. E continua torturando o diabo que está em Marta. Após dar a comunhão, pega uma Bíblia e recita o Apocalipse: "Então o diabo foi arrojado à língua de fogo e enxofre... ali será atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos". E faz o diabo repetir frase por frase.




-Repete: Quanto mais teria me valido seguir a luz. 

-Quanto-mais-teria-me -valido-seguir-a-luz, repete entre dentes e arrastando cada palavra.


E assim durante um longo tempo. O exorcista parece um professor que ensina uma criança rebelde, que repete à força entre bufos e alaridos, frases como estas: "Senhor, tu és Rei. Eu sou tua criatura. Nada escapa de teu poder. És o Alfa e Omega..."


-Já chega. Estou me cansando, grunhe.




Mas o padre Fortea persiste em acosso, pega um banquinho e se sente diante da possessa com um crucifixo na mão. "Hic est dies", repete com força. Por um momento, creio que vai conseguir.


-Quanto mais demores em sair, mais gente crerá em Deus. És um pregador de Deus. Aproxima-te, senta-te e beija Cristo crucificado. Dai-lhe um beijo de respeito e homenagem.


Como zumbi, Marta se senta e se aproxima da cruz. Tem os olhos em branco e a boca espumando, mas beija o crucifixo. Então Fortea a segura suavemente por um braço, a faz levantar a obriga a percorrer a capela e a beijar a Virgem e o Sacrário.




-Aquí está Deus. Repete sete vezes: Iesus, lux mundi. A possessa repete, mas ao terminar lança um olhar como de fogo e diz:

-Assassino, deixa-me, não posso mais. Mas o exorcista continua mais um tempo.


Passou uma hora. Fortea pára um pouco. "Agora a senhora", diz à mãe. E sai da capela. E Maria se inclina sobre sua filha e começa a repreender Zabulón:




-Tens que deixar esta criatura. Pelo sangue de Cristo, deixe-a. Seus anjos estão com ela. Vêm os três arcanjos. A Virgem vai te esmagar a cabeça...


Zabulón continua bufando e se retorcendo, mas não parece disposto a ir embora. Novamente entra o padre Fortea:


-Não temes a sentença de Deus?

-Sei qual é, grita desgarrada.


Sozinhos com a endemoniada


O padre Fortea olha a mãe: "Não se vá. Deixemo-los por hoje". Levanta-se e vai. Os gritos se detêm em seco. Noto certa decepção no rosto de Maria. Deu-me a sensação de que esperava que fosse hoje. Passou quase três horas de joelho, mas em sua cara não há sinais e cansaço, apenas de certa desilusão. Recolhe com paciência a imagem da Virgem e o crucifixo e sai da capela. Meu companheiro e eu ficamos sozinhos com a endemoniada.



Alguns segundos que se fazem eternos. Ficamos grudados no banco, sem respiração. De repente, volta-se para nós, abre os olhos (que manteve em branco durante três horas) e nos lança um olhar que não esquecerei enquanto eu viver. Seus olhos são de outro mundo. Nunca vi algo assim em minha vida. Ao mesmo instante, o olhar volta a ser o de Marta, que nos sorri, levanta-se com tranqüilidade, senta-se no banco e tira as meias brancas que dobra com muito cuidado. Noto que apenas transpira, apesar das três horas de exercício contínuo. Coloca os brincos e volta a sorrir.




-Como está? 

-Cansada

-Sabe o que aconteceu?

-Não, não lembro. E enquanto nos fala, pega a estampa e o crucifixo, os que um instante atrás tanto odiava, e os beija com carinho.

- Sente dor de garganta?



-Não.


E sua voz é tão suave como quando chegou. Ninguém diria que por essa mesma garganta saíram guinchos durantes três horas.


-Sabes por que está aqui?

-Sim, isso eu sei. Sei que tenho...




Não termina a frase. Respeitamos seu silêncio. Saímos e nos sentamos em uma sala contígua os cinco. Marta está tranquila. Volta a ser a menina tímida de antes.


"Todas as noites", nos conta Maria, "antes de me deitar pego o crucifixo, do qual nunca me separo, e abençôo o meu quarto: "Em nome de Deus, maus espíritos saiam deste quarto. E ela, antes de se deitar, sempre me pergunta: "Mãe, já abençoou o quarto?"" Mas mesmo assim sente medo. Como quando as mãos de sua filha se tornaram garras ao tocar a cruz ou quando a persignei com os dedos abertos, em forma de chifres, para crava-los nos olhos."Sempre ameaças que, afortunadamente, nunca cumprem".




E antes de se despedir, repete uma súplica: "Que os bispos e as pessoas se conscientizem. Que tenha muito mais exorcistas". Abraça sua filha, as duas sobem no carro do padre Fortea e vão embora. Marta volta-se e nos olha. Seus olhos são o grito de angústia do escravo acorrentado. O padre Fortea fica de me ligar quando ocorrer a libertação definitiva.


Rezo por Marta e por sua mãe. O que vi não é uma montagem.




Assim é Zabulon


"Não fala muito, mas é muito inteligente". Assim descreve o padre Fortea a Zabulon, o inimigo contra o qual vem lutando há sete meses. No princípio, o padre Fortea pensou simplesmente que assim se chamava o décimo filho de Jacó e Lia, sua mulher. Depois, investigando um pouco mais, deu-se conta de que estava lidando com um dos demônios mais poderosos do inferno.




Apareceu apenas três vezes na História. A primeira, em Ludón (França), no século XVI. Quase todas as freiras de um convento ficaram possuídas por uma multidão de diabos, que as atormentavam sem cessar. O chefe era Zabulon. A segunda, foi nos anos 50, em um caso de exorcismo realizado pelo padre Cândido, o exorcista italiano mestre do padre Amorth. E agora, voltou a aparecer.






A guerra dos Papas contra o diabo





O suposto exorcismo feito pelo Papa Francisco serviu para reacender na memória das pessoas a existência do diabo


Papa Leão XIII


A expressão de Leão XIII era incomum. Os que o conheciam sabiam que algo acontecera. O olhar de perplexidade e de espanto do Santo Padre, fixado acima da cabeça do celebrante da Missa a qual assistia, denunciava a visão. Tratava-se do Maligno. O episódio ocorreu numa manhã comum, quando o pontífice participava de uma Celebração Eucarística em ação de graças à celebrada por ele anteriormente, como fazia de costume.


Imediatamente após o susto, o Papa se levantou e se dirigiu com pressa ao seu escritório particular. Meia hora depois, pediu para que chamassem o Secretário da Congregação de Ritos. O que pretendia Leão XIII? Ordenar que se rezasse todos os dias ao término da Missa a popular oração de invocação a São Miguel Arcanjo e súplica à Virgem Maria para que Deus precipite Satanás ao inferno. Segundo testemunho do Cardeal Natalli Rocca, em 1946, foi o próprio Leão XIII quem a redigiu.


Padre José Antonio Fortea


A batalha dos Papas contra o inimigo de Deus não é de agora. O assunto voltou à baila nas últimas semanas devido a uma oração feita pelo Papa Francisco a um homem na praça de São Pedro, alegadamente possesso. Para o renomado exorcista Padre Gabriele Amorth, não há dúvida de que fora um "exorcismo". Porém, para a Sala de Imprensa do Vaticano, tudo não passou de uma "oração". A declaração da Santa Sé é corroborada por outro exorcista, padre José Antonio Fortea, e também pelo mesmo sacerdote que acompanhava o senhor no dia da prece do Pontífice, padre Ruan Jivas, LC.


O homem, de 49 anos, que aparece nas imagens que correram o mundo chama-se Angelo V. Casado e pai de dois filhos, há 14 anos ele é vítima de possessões demoníacas. Conforme relato prestado ao jornal espanhol El Mundo, a experiência demoníaca começou em 1999, durante uma viagem de ônibus para casa, no estado mexicano de Michoacán. "Senti que uma energia estranha entrava no ônibus... tive a sensação de que estava abrindo minhas costelas. Pensei que fosse um ataque do coração", explicou. Possuído por quatro demônios, Angelo resolveu romper o silêncio devido ao ceticismo com que as pessoas reagem a esses casos: "há sacerdotes que não creem na possessão diabólica, que consideram um problema psiquiátrico. Há muitos possuídos que terminam em manicômios e morrem sem saber o que se passava".


Padre Gabriel Amorth


Para o padre Gabriele Amorth, exorcista da Diocese de Roma, a possessão de Angelo V. não é comum, mas uma possessão mensagem. Ele teria a obrigação de pedir aos bispos mexicanos que condenem a aprovação do aborto no México, em reparação às mortes e à ofensa à Virgem grávida de Guadalupe. Segundo o padre Juan Rivas, LC, que acompanha Angelo há algum tempo, 30 exorcismos já foram feitos, mas nenhum obteve sucesso. "Os demônios dizem que "a Senhora" não os deixará sair enquanto os bispos não cumprirem a condição, que é o ato de reparação e expiação e a consagração à Maria Imaculada", disse o sacerdote em entrevista ao portal Zenit.


Angelo V. explicou que decidiu se encontrar com o Papa Francisco após um sonho com o Pontífice, no qual ele aparecia com uma casula vermelha, segurando um turíbulo e rodeado por cardeais. A princípio não deu muita atenção ao sonho, até que assistiu a uma Missa do Santo Padre em que ele aparecia exatamente como na visão. "Passou-me pela cabeça: tenho que ir a Roma. Ademais, naquela época estava lendo um livro do Padre Gabriele Amorth no qual ele dizia que Bento XVI e João Paulo II haviam feito exorcismos em possuídos".


Os exorcismos feitos por Bento XVI e João Paulo II também repercutirem na mídia. No caso do Papa polonês, teriam sido três, sendo um deles poucos anos antes de sua morte, em 2005. Apesar do peso dos 80 anos e da doença de Mal de Parkinson, o embate entre o Santo Padre e o demônio teria ocorrido na tarde de 6 de setembro de 2002. A vítima seria uma italiana de 19 anos. Já Bento XVI teria confrontado o ódio do diabo numa das tradicionais Assembleias gerais de quarta-feira. Segundo o relato do Padre Gabriele Amorth, ao perceber a agitação dos endemoniados, o Papa alemão fitou-os e os abençoou. "Para os possessos isso funcionou como um soco em seus corpos por inteiro", conta o exorcista em seu livro "O último exorcista".


O flagelo do diabo imposto a Angelo já lhe causou grandes dramas. "Por sorte, meus filhos nunca me viram em transe, mas sabem que estou doente", lamentou ao El Mundo. Ele confessou que "há momentos em que os demônios parecem que vão sair, mas nunca se vão". Em um mundo cada vez mais dilacerado pelo materialismo, a história de Angelo é uma pedra de tropeço, que revela a existência do Mal e sua antiga batalha contra o Vigário de Cristo. E como ficou claro desde a sua primeira homilia, no que depender de Francisco, essa luta ainda perdurará por muitos anos.


Por: Equipe Christo Nihil Praeponere


terça-feira, 10 de setembro de 2013

* Declaração de Milagre pela Igreja é mais rigorosa do que declaração da própria medicina!








MILAGRE, COISA SÉRIA E RARA


Dom Fernando Arêas Rifan (*)


Milagre é um fato extraordinário, que não se explica por causas naturais, atribuído à intervenção sobrenatural de Deus, para o bem espiritual dos homens. Deus governa o mundo por leis físicas, químicas e biológicas por ele criadas. Daí que as exceções a essas leis por sua intervenção – os milagres – são raras e extraordinárias. Em sua vida terrena, Jesus andou uma vez sobre as águas, mas não sempre; curou alguns cegos, paralíticos e leprosos, ressuscitou mortos, mas não todos. Ele usou de milagres para comprovar sua divindade e missão divina.


Notícia deste mês: uma religiosa italiana, Irmã Luigina Traverso, que sofria de paralisia ciática meningocele lombar, foi curada “miraculosamente” em Lourdes, França, “por intervenção extraordinária de Deus obtida pela intercessão de Nossa Senhora”, conforme reconheceu, no dia 11 de outubro passado, Dom Alceste Catella, Bispo de Casale Monferrato, diocese italiana onde reside a religiosa.


Esta foi a 68ª cura “sem explicação” de Lourdes oficialmente reconhecida.


O Bispo da diocese de Tarbes e Lourdes, Dom Nicolas Brouwet, assim como o Dr. Alessandro de Franciscis, presidente do Bureau des Constatations Médicales de Lourdes apresentaram os fatos em uma conferência de imprensa no último dia 12 de outubro.


O mais interessante é que essa cura ocorreu em 23 de julho de 1965, há, portanto, mais de 47 anos, mas só agora é que foi reconhecida pela Igreja.


Em Lourdes, onde Nossa Senhora apareceu a Santa Bernadete, muitas pessoas são curadas. Para o exame e constatação dessas curas, criou-se o Bureau Médical de Lourdes, do qual participam médicos de todos os credos religiosos, inclusive ateus, e os documentos ficam à disposição dos especialistas de qualquer parte do mundo.


Um processo para declaração de milagre, feita no Bureau Médical de Lourdes, leva, pelo menos, 5 anos, com várias instâncias a percorrer. Na primeira instância, são feitos exames médicos e psiquiátricos rigorosos; qualquer explicação natural da cura leva o caso a ser encerrado. Ademais, só se aceitam doenças orgânicas e não apenas funcionais. Espera-se um ano, antes de dar a comprovação da cura definitiva.


Na segunda instância, o caso é reapresentado à discussão.


Na terceira instância, um relator leva o caso à Comissão Médica Internacional em Paris. Se o caso passar por esse crivo, declara-se que tal cura extraordinária não tem explicação na medicina, que o considera “milagre” e o entrega à Igreja para um processo canônico. Uma comissão, constituída pelo bispo do local onde mora a pessoa curada, examinará minuciosamente o caso sob todos os aspectos físicos e morais e os resultados médicos. Após todas as análises, o bispo confirmará, não só apenas com os olhos da ciência, mas também com os olhos da fé, o possível milagre.


Mais de onze mil casos já passaram da terceira instância com a confirmação médico-científica de que não há explicação para tal cura. No entanto, até hoje, apenas sessenta e oito de todos esses casos (incluindo o da Irmã Luigina) foram tidos como milagre pela quarta instância, ou seja, pela Igreja, que se mostra, nesses casos, mais rigorosa do que a própria medicina.


*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Oração contra o malefício- Padre Gabriele Amorth

Oração Pe Gabrieli Amorth


 


Segundo o dicionário da língua portuguesa Aurélio: Malefício deriva do latim maleficiu. 1. Ato de maleficiar; dano, mal, prejuízo. 2. Feitiço, bruxedo, sortilégio.


Pe. Gabriele Amorth – exorcista da diocese de Roma – em seu livro Um exorcista conta-nos explica o seguinte:


Para mim a palavra malefício é um termo genérico. Designa normalmente o fato de ‘prejudicar outras pessoas através da intervenção do demônio’. É uma definição exata que, no entanto não especifica de que forma é que tal mal é provocado.”


O mau olhado trata-se de um malefício feito a uma pessoa por intermédio do olhar. A idéia de certas pessoas transmitirem malefício ao olhar para alguém de esguelha não constitui, como algumas pessoas pensam, um mau olhado; isso são histórias. O mau olhado é um verdadeiro malefício que supõe a intenção de prejudicar uma pessoa com intervenção do demônio. O que tem de específico é o meio utilizado para levar a cabo esta ação nefasta: o olhar. Só fui confrontado com alguns casos raros e pouco claros; quer dizer, o efeito maléfico era claro, embora não fosse claro nem o autor, nem com é que o meio utilizado é suficiente, isto é, um simples olhar. Aproveito esta ocasião para dizer que muitas vezes não se consegue identificar o autor do malefício nem conhecer a origem do mal. O importante é que a vítima não comece a suspeitar desta ou daquela pessoa mas que perdoe de todo coração e reze por aquele que lhe fez mal, quem quer que tenha sido.”


Fonte: Pe. Gabriele Amorth. Um exorcista conta-nos. Paulinas, Lisboa; 3ª ed., 1998, p. 138


 


ORAÇÃO CONTRA O MALEFÍCIO


(Pe. Gabriele Amorth – Do Ritual Grego)


 


Do Ritual Grego: Kyrie Eléison (Senhor Tende Piedade de Nós)


Christe Eléison (Cristo Tende Piedade de Nós)


Kyrie Eléison (Senhor Tende Piedade de Nós)


Deus e Senhor nosso, Soberano dos séculos futuros, onipotente e onipresente, tudo fizeste e tudo transformaste por Tua Vontade. Tu que na Babilônia transformaste em orvalho a chama da fornalha, sete vezes mais ardente, para proteger os 3 jovens. Tu que és o médico das nossas almas; Tu que és a Salvação daqueles que em Ti confiam, clamamos e imploramos: expulsa e afugenta todas e quaisquer potencias diabólicas, qualquer influencia maligna, cada malefício, mau olhado e ações de pessoas malvadas e maléficas, que agiram sobre teu pobre servo (nome)…………………..Fazei que em troca da inveja e do malefício, ele (ela) alcance, em abundância os bens, a força, o sucesso e a caridade.


Tu, Senhor Soberano Poderoso, que amas os homens, estende as Tuas mãos poderosas, os Teus braços altíssimos e protetores e vem visitar e socorrer esta Tua imagem, manda sobre ela o Teu Anjo da Paz, forte e protetor da alma e do corpo e Ele afastará e manterá longe, todas as forças malignas, todas as ações venenosas de Satã, todas as malícias das pessoas corruptas e invejosas.


Assim, debaixo da Tua proteção, o teu filho (a tua filha), possa cantar com gratidão: “O Senhor é meu socorro, com Ele não terei temor algum do homem maligno e mentiroso, e também não terei temor do mal, porque Tu estás comigo, Tu és o meu Deus, a minha força, o meu Senhor Poderoso, Senhor da Paz, Pai dos séculos futuros”.


Sim, ó Senhor nosso Deus, tem piedade de Tua imagem e salva o teu servo (tua serva) suplicante ……………….de qualquer prejuízo e calamidade que venham do maligno, protege-o (a) e põe-no (na) fora do alcance de todo o mal, pela intercessão da mais que Bendita e Gloriosa Senhora Mãe de Deus, a Santíssima Virgem Maria, dos luminosos Santos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel e de todos os Santos e Santas do Paraíso.





Amém.