terça-feira, 17 de setembro de 2013

Revelações privadas: Critérios de Discernimento




Revelações privadas: Critérios de Discernimento







Atualmente uma gigantesca onda de ‘mensagens inspiradas’ tem invadido o mundo católico, como reflexo de um fenômeno mais amplo: a grande explosão de misticismo que vem substituindo um já desgastado e rançoso racionalismo. Acrescentem-se aí as angústias de um fim de milênio ”e de uma civilização espiritualmente agonizante” ‘e teremos o mais propício ambiente para a subcultura do ‘aparicionismo’, que infesta hoje muitos ambientes católicos. As aparições de Nossa Senhora se multiplicam por todo o mundo, às centenas, sendo a de Medjugorje, na Croácia, a mais difundida. Além dessas aparições, não são poucas as pessoas que se dizem divinamente inspiradas, recebendo ‘mensagens espirituais’ de Jesus e Maria. Entre essas poderíamos citar o Pe. Stefano Gobbi ”que diz receber locuções interiores de Nossa Senhora” e a ortodoxa Vassula Ryden, cuja obra em seis volumes (supostamente escrita sob o ditado de Jesus) tem sido amplamente difundida no Brasil, mesmo depois de condenada pelo Vaticano. Tais manifestações, por serem tão abundantes, tendem a provocar no católico uma polarização: ou ceticamente recusam todos os fenômenos (e pretensos fenômenos) ou os aceitam integralmente, sem nenhum discernimento. Diante do silêncio da maioria das autoridades eclesiásticas, que parecem ter abdicado da função de ensinar, é conveniente recordarmos aqui o perene ensinamento da Igreja em matéria tão delicada, e não obstante tão importante, cuja omissão tem levado os fiéis a aderir indiscriminadamente a doutrinas inspiradas que nada têm de inspiradas nem de católicas. As revelações são manifestações sobrenaturais de verdades ocultas ou de fatos incomuns. Para que haja verdadeiramente revelação é necessário que o seu conhecimento se opere por via sobrenatural. Quanto à destinação, as revelações podem ser públicas ou privadas. As revelações públicas (ou universais) estão contidas na Bíblia e no depósito da tradição apostólica, transmitidas e mantidas pela Igreja. Essas revelações universais terminaram com a pregação dos apóstolos e são de crença obrigatória para todos os fiéis. As revelações privadas (ou particulares) são feitas usualmente aos santos, e a Igreja não obriga acreditá´las, mesmo quando as aprova.


Quando a Igreja aprova uma revelação privada, essa aprovação é simplesmente uma declaração de que ela não encontrou nada nessas revelações que fosse contrário à fé e aos bons costumes, e que os fiéis podem lê´las sem nenhum perigo para as almas. Ouçamos o que diz o papa Bento XIV: ´O que se deve pensar das revelações privadas aprovadas pela Santa Sé, as de Santa Hildegarda, Santa Brígida, Santa Catarina de Sienna? Dissemos que não é nem obrigatório nem possível dar´lhes um assentimento de fé católica, mas somente de fé humana, conforme as regras da prudência, que no-las apresenta como prováveis e piedosamente críveis.´ (De canon.,1 III,c. Li n° 15). Repetimos a afirmação básica: não é obrigatório nem possível dar às revelações privadas um assentimento de fé católica, mesmo que tais revelações tenham sido aprovadas pela Igreja. É importante que o leitor tenha isso bem presente, para que não se pense que é pecado colocar´se contra uma revelação privada. Ouçamos o cardeal Pitra: ”Sabemos que somos plenamente livres de crer ou não nas revelações privadas, mesmo nas mais dignas de fé. Mesmo quando a Igreja as aprova, elas são recebidas como prováveis e não como indubitáveis (…) É totalmente permitido afastar-se dessas revelações, mesmo aprovadas, quando alguém se apoia sobre razões sólidas, sobretudo quando a doutrina contrária é estabelecida por documentos inatacáveis e uma experiência certa.” (Livro sobre Santa Hildegarda, p. XVI) E não se admire o leitor de que mesmo em revelações aprovadas de pessoas canonizadas existam erros dos mais variados tipos. Vale a pena conhecer algumas causas de erros que podem ocorrer numa revelação verdadeira, ou tida como tal em determinada época.


1) Interpretações incorretas 

Não é incomum que o próprio vidente possa interpretar mal a revelação que recebe. Isso se deve, em primeiro lugar, à obscuridade da revelação, sobre a qual o vidente possui uma inteligência apenas parcial. Há também outras causas, como por exemplo o apego do vidente a certos preconceitos que interferem na correta compreensão da mensagem recebida. O exemplo clássico é o de São Pedro, que teve a visão de uma toalha contendo diversos animais, enquanto uma voz por três vezes lhe dizia: ‘Levanta-te Pedro, mata e come’. Ele acreditou que se tratasse de sua alimentação, tanto mais que teve a visão quando estava com fome e lhe preparavam o almoço. (Atos, X, 10). Inicialmente ele não compreendeu o sentido simbólico da visão, que tinha por objetivo convencê-lo de que devia batizar os pagãos sem lhes impor primeiro as práticas da lei mosaica.


Santa Joana d’Arc também interpretou erroneamente as mensagens que ouvia interiormente: acreditou que seria libertada. Foi martirizada.



2) Imprópria consideração dos elementos históricos 

Engana-se frequentemente aquele que atribui aos detalhes históricos de uma revelação ou visão uma exatidão absoluta. Detalhes como a paisagem, o tipo de roupa, a língua falada, os costumes locais, quase sempre estão em desacordo com os conhecimentos históricos ou senão, diferem consideravelmente mesmo em santos que tiveram visões sobre o mesmo tema. Quando Deus dá uma visão a uma alma, é para a sua santificação pessoal e não para satisfazer a curiosidade histórica. Há inúmeros exemplos desse engano em visões sobre a paixão e morte de Nosso Senhor.


3) Intromissão da atividade humana na ação sobrenatural 

Engana-se aquele que pensa que uma revelação não diabólica ou é inteiramente divina ou inteiramente humana; o espírito humano pode imiscuir-se, em certa medida, na ação sobrenatural, alterando partes da revelação. Catarina Labouré, por exemplo, fez predições verdadeiras com até quarenta anos de antecedência, e fez também predições falsas. 

Santa Hildegarda é outro exemplo: analfabeta, ela compunha e ditava textos em latim. Suas numerosas obras inspiradas, entretanto, contém os erros científicos de sua época. Embora nos repugne encontrar erros em revelações recebidas por santos e santas, a lição que daí se tira não é a de que se deve desprezá-las por completo, mas sim que se deve abandonar a ideia tão popular e romântica de que tudo que vem da parte de um santo é infalível.


(O leitor interessado em conhecer mais profundamente os exemplos de erros em revelações aprovadas deve consultar a obra clássica de A. Poulain, ‘Des Grâces d’Oraison’, na qual nos baseamos para este artigo).


Se a situação é assim complicada em relação aos santos, o que pensar das revelações privadas recebidas (como é hoje tão frequente) por pessoas comuns ‘donas de casa, estudantes , empresários?’ E se existem erros mesmo em revelações privadas aprovadas, qual a diferença entre esses erros e os que aparecem numa revelação condenada? Como julgar aquelas pessoas que se apresentam como portadoras de uma mensagem ‘inspirada’? A igreja nos propõe um procedimento de extremo bom senso, baseado na sua experiência bimilenar com a matéria. 


Paulo A. Martin




sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O que distingue a influência demoníaca






O que distingue a influência demoníaca?




Memórias de um Exorcista


Aos 40 anos, o(padre) José Antonio Fortea tem sido uma vida cheia de experiências que custariam mais do que se poderia acreditar. Mas seu último livro, Memórias de um Exorcista, um retrato é faceta um pouco menos conhecida da sua vida, muito menos reconhecido do que Exorcista: o trabalho sacerdotal. "Eu sei que as pessoas vão comprar o livro à procura de histórias do diabo, mas na verdade o que conta é o meu tempo no seminário, a minha vida como um pastor de uma pequena aldeia no campo, minhas experiências como capelão no exército ..." José Antonio Fortea explica enquanto mostra o seu mais recente livro.


"O título original do livro esteve entre os livros e os demônios, que se refere a uma das minhas grandes paixões, que é a literatura", diz o padre, também apaixonado caligrafia artística, passeio, cinema e trilhas sonoras . "Eu amo Forrest Gump Suite, de Pleasantville, a trilha sonora de Beleza Americana, que do piano, de Pleasantville. 
Esta tarde, o padre José Antonio Fortea Vendedor estará na Bertrand, no centro comercial Alcalá Magna, onde quem quiser assinar cópias de Memórias de um Exorcista das 19.00. 
Mais informações sobre www.fortea.ws


Quando José Antonio Fortea concluiu sua dissertação sobre exorcismo, não teve escolha senão gastar metade da minha vida. "Eles começaram a chegar casos, e eu não estava com vontade de dizer-lhes para sair", diz o padre vizinho Alcala, agora apresenta o seu mais recente livro. Ele diz que nunca teve medo, porque você vê-lo de um ponto de vista asséptica. Mas você teve que dar um monte de pensamento para o assunto a ser compreendido.


- É verdade que você é um dos dois únicos exorcistas em Espanha?


-Sou apenas um padre que reza para as pessoas que vêm me ver na paróquia, as pessoas com influências demoníacas. E na Espanha, os sacerdotes dedicados a esta há cinco anos, embora alguns lugares não querem que você saiba.


- Qual é a influência demoníaca?


-É um fenômeno pelo qual os demônios influenciar uma pessoa, sem realmente possuí-lo. Eles tendem a influenciar a mente, às vezes no corpo, mas mesmo que o padre rezou por um longo tempo, nunca deixa de ocorrer um estado em que se perdeu a consciência, o diabo vai tremer o chão e falar com eles .


- Tudo o que pode acontecer?


- Você pode chegar ao ponto de poder, nos poucos casos em que isso aconteça.Normalmente existem muitos. No entanto, algumas pessoas ficaram muito em esoterismo e passaram a render completamente como meio para essas entidades. Há pessoas que depois de praticar esoterismo Santeria ou por meses ou anos são possuídos. A regra geral é que só o que é de propriedade comprometida.


- Você recebe muitos pedidos de pessoas com influências demoníacas?


-Muitos. Outra coisa é que os casos reais são poucos. Liguei para as pessoas em todos os lugares. O gotejamento é contínua. Agora, há mais casos do que antes, porque o esotérico se espalhou. Lá onde a lei de Cristo, onde se põe a mão no passado, os casos são mínimas.


- O que distingue a influência demoníaca?


-É complicado quando se leva em conta todas as exceções, a doença ea complexidade da mente. Mas o processo é simples: alguém chega a vê-lo, orar por ele, e se você começa a perceber que sua barriga dói, eu pressione a cabeça, náuseas ou começa a cuspir lama grossa, e coisas desse tipo, isso indica que existe uma influência.


- Pode confundir depois com uma doença mental?


-Sim. Não pode ser uma doença que leva a adotar este tipo de reações, pois a doença provoca-los a adotar um comportamento histriônico.


- Quais os sintomas essas pessoas vêm para ver você?


-Há coisas mais raro acontecer que fazê-los pensar que há algo de fundo espiritual. A outra coisa que eles dúvida faz é que muitas vezes está relacionado com ter ido para alguém que fez uma limpeza, ou um feitiço para encontrar um namorado ou um trabalho ... Eles não são necessariamente crentes. Venha crentes, ateus, muçulmanos, budistas, ortodoxos e pessoas de todos os tipos de crenças ou descrenças.


- Como você recebe uma influência demoníaca posse?


-É comum que a pessoa tenha ido para um feiticeiro ou uma bruxa para você fazer um ritual, e que à noite se sentir presenças, ou começar a ter pesadelos horríveis toda noite, ou ter momentos em transe ... Acontece mas a pessoa era muito cético.


- O que você acha do filme O Exorcista?


-A parte do padre e do ritual é bem refletida. Mas a parte do possuído é como um catálogo de tudo o que pode acontecer em milhares de exorcismos, considerando que nem a cor dos olhos ou da mudança de rosto, como no filme. É verdade que na literatura sobre o assunto tem sido referido levitação, mas não havia um por mil casos.


- Dúvidas padre Karras também produziu?


- Entre os sacerdotes que se dedicam a isso, não. Mas eu tenho tido muitas voltas, muitas, para explicar tudo de uma forma natural. Porque escrever livros, falando para muitos psiquiatras e médicos estiveram no Congresso, fui forçado a bancar o advogado do diabo, tentando explicar tudo isso sem levar em conta o espírito. Eu não tenho nenhuma dúvida, mas eu entendo aqueles que não têm conhecimento do campo. Mas sabemos que há algo além da psicologia da pessoa.É possível que certas doenças são curados apenas rezar.




 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

E o 666?



FORMAÇÕES



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O que significa o 666?



Os católicos não podem se deixar levar pelas superstições





A data de 06-06-06 fez surgir muitas perguntas sobre o 666 do Apocalipse de São João. O que ele significa? Os católicos não podem se deixar levar pelas superstições que se originaram ao redor desta data. Para não ser enganado é preciso saber o que os números representavam para os antigos judeus. Por exemplo, os 144 mil eleitos (Apocalipse, cap. 14): é o povo cristão, que não aderiu ao culto imperial, permanecendo fiel a Cristo. 144.000 = 12 x 12 x 1000. O número 12 era símbolo da perfeição e é citado 187 vezes na Bíblia. O número 1000 representava a glória de Deus.





O simbolismo do 666 é claramente interpretado pela Igreja. A mentalidade judia afirmava que o número 7 significava a perfeição e o contato com Deus, e o que estava abaixo era imperfeito, de modo que o número 6 era sinal de imperfeição, erro. Temos por exemplo os 7 Sacramentos, os 7 dons do Espírito Santo, as 7 dores de Virgem Maria e de São José, etc; é um número símbolo de perfeição. O número 6 repetido quer dizer "perfeição da maldade" e o autor do Apocalipse identifica a besta com o 666, fala desta como de vários personagens ou de alguém que perseguia os cristãos dessa época.





É bom lembrar que o Apocalipse foi escrito no final do séc. I (95 d.C), em grego, e tinha como destinatário as comunidades cristãs da Ásia Menor (Ap 1,4; 2,1-3,22) que falavam o grego. Nessa época, esta região estava sob o domínio do Império Romano e o Cristianismo era duramente perseguido pelo terrível imperador Domiciano (81-96 d.C). Este imperador se considerava um deus e exigia que todos os seus súditos o adorassem, o que os cristãos jamais aceitaram.





São João, assim, escreve o Apocalipse, divinamente inspirado, e proclama que, no final, o Cristianismo sairá vencedor. Querendo dizer quem era a Besta, sem poder falar claramente para não ser acusado de crime de "lesa majestade" (estava desterrado na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus - cf. Ap. 1,9). De maneira que o apóstolo fez uso da gematria, que consistia em atribuir um número formado pela soma das letras de certo alfabeto para expressar uma verdade conhecida pelos leitores.





Os povos antigos não usavam o sistema arábico (o nosso) para expressar os números, mas sim, as próprias letras do alfabeto. Os romanos usavam apenas 7 letras. Também os judeus e os gregos atribuíam números às letras de seus respectivos alfabetos, mas de forma muito mais ampla que os romanos, já que toda letra (grega ou hebraica) possuía um certo valor. Alfabeto Grego: Alfa = 1; Beta = 2; Gama = 3; Delta = 4; Epsilon = 5; Stigma = 6 (antiga letra grega que depois de certo tempo deixou de ser usada); Zeta = 7; Eta = 8; Teta = 9; Iota = 10; Kapa = 20; Lamba = 30; Mu = 40; Nu = 50; Xi = 60; Omicron = 70; Pi = 80; Ro = 100; Sigma = 200; Tau = 300; Upsilon = 400; Phi = 500; Chi = 600; Psi = 700 e Omega = 800. Alfabeto Hebraico: Alef = 1; Bet = 2; Guimel = 3; Dalet = 4; He = 5; Vau = 6; Zayin = 7; Chet = 8; Tet = 9; Yod = 10; Kaf = 20; Lamed = 30; Mem = 40; Num = 50; Sameq = 60; Ayin = 70; Pe = 80; Tsadi = 90; Kof = 100; Resh = 200; Shin = 300; Tau = 400.





São João era de origem hebraica e escreveu o Apocalipse em grego. Se fizermos a gematria da expressão grega "NVRN RSQ" (César Nero), usando o alfabeto hebraico, totalizaremos 666, pois: N(50)V(6)R(200)N(50) R(200)S(60)Q(100)=666.





As comunidades da Ásia Menor falavam o grego, mas conheciam os caracteres hebraicos. São João misturou aí os dois idiomas, ou seja, o grego e hebraico por esse fato. Se, acaso, o livro caísse nas mãos das autoridades romanas, que não conheciam o hebraico, não colocaria em risco seus leitores. Nero (†67) foi o primeiro grande perseguidor dos cristãos e, na época em que foi escrito o Apocalipse (anos 90), Domiciano voltava a perseguir os cristãos com mais força e crueldade. Era “um novo Nero”. Esta e outras evidências levaram aos estudiosos a interpretar quea Besta do Apocalipse era o próprio Imperador Romano, perseguidor dos cristãos.





O Ap 17,10-11 reafirma esta interpretação. Este versículo diz: "São também sete reis, dos quais cinco já caíram, um existe e o outro ainda não veio, mas quando vier deverá permanecer por pouco tempo. A Besta que existia e não existe mais é ela própria o oitavo e também um dos sete, mas caminha para a perdição". Os reis de que trata a citação são os imperadores romanos. Considerando, cronologicamente, os imperadores a partir da vinda de Cristo, até a época da redação do livro do Apocalipse: 5 já caíram - Augusto (31aC-14dC), Tibério (14-37dC), Calígula (37-41dC), Cláudio (41-54dC) e Nero (54-68dC); 1 existe – Vespasiano (69-79dC); e 1 que durará pouco – Tito (79-81dC: só 2 anos!); a besta é o oitavo – Domiciano (81-96dC).





E as duas bestas (Apocalipse, cap.13) quem são? A primeira besta, que sobe do mar (v. 1), é o próprio imperador de Roma, Domiciano (como foi explicado); o mar é o Mar Mediterrâneo, onde se localizava Roma, a capital do Império. Sua autoridade vem de Satanás (v. 2) e as palavras blasfêmicas que profere (v. 5) se referem ao culto de adoração ao imperador imposto por Domiciano a todos os povos do Império. A segunda besta, que sai da terra (v.11), classificada como "falso profeta" (Ap 16, 13; 19,20; 20,10), é a ideologia do culto imperial favorecido pelas religiões pagãs. A prostituta (caps. 16-17) significa a Roma pagã e idólatra (v. 9). Os reis das terras que se prostituíram com ela (v. 2) são os povos que adotaram o culto de adoração ao imperador.





De maneira figurada o 666 pode ser símbolo também de toda força, cultura, pessoa, que combata contra Deus e a sua santa Igreja. São João dizia, no séc. I, que o anti-Cristo já estava no mundo.










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Felipe Aquino

felipeaquino@cancaonova.com


Prof. Felipe Aquino


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Armas contra o inimigo -Frei Elias Vella


 

Tua Palavra, Senhor, é mais penetrante que uma espada de dois gumes. Toca-nos, agora, Senhor, para que tua Palavra possa trazer a vitória sobre qualquer espírito mal que queira nos enganar.

Eu acho que todos devem saber o que os romanos faziam quando derrotavam um império ou um general. O vencedor entrava de forma triunfante em Roma. E em meio àquela entrada triunfal, o general era aplaudido, louvado. E o general derrotado era amarrado à carruagem do vencedor. E isso era o máximo de humilhação para quem que havia sido derrotado.

Se olharmos Colossenses 2,15, Paulo usa esse mesmo fato para falar da derrota do inimigo de Deus. Já foi dito várias vezes que o demônio já foi derrotado. Não precisamos temer nada. É verdade que o maligno é como um leão que ruge à nossa volta, tentando achar uma brecha e nos devorar. Mas por que ele continua a entrar nesse campo de batalha, uma vez que já foi derrotado? A intenção dele é diminuir a força do reinado de Jesus. Satanás continua a tentar enfraquecer aqueles filhos e filhas de Deus que fazem parte do Reino. E a experiência de muitos é essa: “Por que depois que comecei a seguir Jesus tenho mais tentações, me sinto mais oprimido que antes, e tenho mais crises?”

Muitas pessoas, muitos cristãos, uma vez que tomam a decisão de seguir ao Senhor pensam que vão ter uma vida mais tranqüila. Mas a verdade é o contrário, pois o demônio não tem interesse em atacar os que não são seguidores de Jesus. O interesse dele é colocar obstáculos na vida daqueles que decidiram seguir o Senhor. Tanto mais eu “subo a montanha”, mais descubro que as dificuldades são grandes. Os cristãos são as pessoas mais atacadas. Até mesmo os santos o foram.

Não estranhe se, vocês que seguem a Jesus, começam a sentir mais problemas, mais ataques. Isso não é motivo de nos levar a uma crise. Não temos porquê temer o inimigo, pois ele já foi derrotado. O demônio é que tem de ter medo de você, de mim. A razão é simples. Porque nós somos filhos e filhas de Deus, herdeiros do Reino. Ele tem muita raiva, porque aquilo que foi dado a ele uma vez, agora é dado para nós. Ele tem raiva, tem ódio por causa disto. Ele odeia a cada um de nós. Ela faz tudo para nos enganar, para que a gente possa voltar desencorajado, desanimado. Ele tenta nos enganar de várias maneiras.

Mas tem uma coisa, uma técnica que ele usa freqüentemente para nos atacar. É o desânimo, o desencorajamento. Ele também usa essa “carta do baralho” com os santos. O desânimo não vem de Deus, sempre vem do inimigo, daquele que nos faz desistir de ir em frente.

Vamos olhar para Padre Pio de Pietrelcina. Quando um analista do Vaticano disse que ele era um psicopata, este santo entrou numa crise tremenda. Ele olhou para os estigmas dele e se questionou se tudo era falso. Madre Teresa de Calcutá, no seu leito de morte, também viveu uma grande crise ao sentir o amor de Deus longe dela. O bispo teve de enviar um exorcista até ela e convencê-la de que aquele sentimento de não-amor não vinha de Deus.

É muito normal que também nós vivamos esses momentos de crise. Seguir Jesus num momento de entusiasmo é fácil, mas continuar O seguindo nos momentos de sofrimento, isso sim é difícil. O inimigo virá tentá-lo quando você estiver se sentindo fraco, cheio de medos, com raiva, ansiedade, tristeza.

A Renovação Carismática Católica é baseada no louvor a Deus. O inimigo de Deus é como um rato dentro de um duto. Você não o vê. Ele age durante a noite, esconde-se sem que ninguém o veja. Mas imagina se eu derramar uma chaleira de água quente lá onde ele está, ele vai ter de sair do buraco. E é isso que a RCC está fazendo para perturbá-lo. Está derrubando “água fervendo” sobre ele [o inimigo de Deus], através do louvor a Deus. Quanto mais louvamos a Deus, tanto menos ele não consegue suportar isso.




É nosso papel lutar contra essas táticas que ele usa para nos desanimar. A tática que ele também usa é nos apresentar meias verdades, porque o demônio é um mentiroso, enganador, trapaceiro. Ele nos apresenta algo que parece muito bom, quando, na verdade, é muito ruim.

O maligno diz que por causa dos seus pecados, você não consegue fazer nenhuma tentativa para ser mais santo. Mas eu posso tentar vencer a tentação pelo poder que vem do alto, do Espírito Santo.

Muitas vezes nós pensamos que tentações são relacionados ao sexo, raiva, ódios. Essas são grandes tentações. Mas temos de estar atentos a uma grande tentação que é não fazer a vontade de Deus. O inimigo faz de tudo para que eu saia do caminho da vontade do Senhor. Ele ousou tentar Jesus a desobedecer ao Pai, quando O levou no alto do monte e mostrou-Lhe as cidades, dizendo que elas lhe pertenciam.

Com certeza, nos Parlamentos, Senado, Congressos há leis contra a vontade de Deus. E o inimigo diz que esses lugares pertencem a ele. A cidade em que eu vivo é uma cidade onde o inimigo é o senhor, ou Jesus o é? Se no meu bairro, o povo que habita está seguindo mais os valores do mundo do que de Deus, o inimigo diz que aquele bairro pertence a ele. O nosso papel é tirar essas pessoas da mão dele e entregá-las nas mãos de Deus.
 

A tentação do inimigo a Jesus era muito atraente. O Pai dizia para Jesus ir para a cruz e o inimigo pedia para ele desobedecer ao Pai e ter aquelas cidades. Mas Jesus diz: “Afasta-te de mim, satanás. Eu adoro somente ao Pai”.

Irmãos e irmãs, será uma luta até o fim de nossa vida, mas se nós usarmos as armas não precisamos ter medo nenhum. A primeira arma é a Eucaristia. O inimigo treme diante da Eucaristia, porque ela é sinal de humildade, enquanto o inimigo luta para ter poder. Jesus quis por um momento aniquilar a Si mesmo, entrando nas espécies do pão e do vinho para ficar perto de nós. Se eu tivesse tempo aqui eu contaria para vocês os inúmeros milagres graças à Eucaristia.

Uma outra arma forte contra o inimigo é o Sacramento da Confissão. Este Sacramento é mais poderoso do que a própria oração do exorcismo.

Quando eu falei o nome de Maria, numa certa vez, uma mulher possuída disse numa língua em latim, a qual ela não conhecia, por meio do inimigo: “Não mencione este nome”. O inimigo tem medo de Maria. Numa das orações de exorcismo, ele disse que tem muito medo da humildade de Maria. Temos que guardar Maria como nossa Mãe. Maria tem que nos acompanhar sempre.



Momentos de desânimo podem acontecer em nossas vidas. Quando isso acontecer se agarre a Maria. Um jovem teve uma visão que ele precisava construir uma barco para atravessar o oceano. Enquanto ele construía este oojeto as pessoas diziam que ele não iria conseguir e que ele não conseguiria vencer a fúria do mar. Até que aquele jovem terminou de construi-lo e começou a remar em direção à longa jornada no oceano. Mas um amigo disse a ele: “Meu amigo, tenha coragem. Seja forte!” E aquele jovem olhou somente para aquele homem que estava dando força para que ele continuasse. E toda vez que ele sentia o desânimo se aproximar ele se lembrava daquelas palavras do amigo.

Muitos poderão nos chamar de doidos, de loucos, mas há uma Maria que está gritando em nossos ouvidos: “Boa viagem! Não tenhais medo do inimigo. Não desanimem com as ondas revoltas do mar, porque a vitória é nossa. Uma vez que Jesus derrotou o inimigo, com Jesus, nós também o derrotaremos.”

Maria diz a nós, hoje: “Eu estarei com vocês. Não tenham medo. Vão em frente. Vocês serão vencedores!”

Maria, nós cremos em Ti, porque Tu és nossa Mãe. Nenhuma mãe deixará o filho em perigo sem dar a ele uma mão, sem ajudá-lo. Maria, sabemos que Tu estás conosco, e por causa de Ti nos sentimos seguros. Nós conseguiremos.

Maria diz a nós: “Fazei tudo o que Ele vos disser. Vá em frente. Não desanime! Lembre das palavras de Jesus: ‘Eu sou, porque nada é impossível para aquele que crê’”.





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Frei Elias Vella


Franciscano conventual, líder da RCC na Ilha européia de Malta (seu país de origem) e um dos maiores exorcistas da atualidade;

Fonte: Canção Nova

As influências demoníacas


As influências demoníacas








 



Primeiramente é preciso dizer que assim como na possessão é possível chegar à completa segurança ou ao menos a uma certeza moral de que uma pessoa está sofrendo esse fenômeno -a possessão-, não ocorre a mesma coisa com as influências demoníacas que algumas pessoas sofrem. No caso das influências tudo é mais dissipado, mais difuso e na maior parte dos casos de impossível comprovação. Digo na maior parte dos casos, porque noutros a conexão causal entre o demônio e alguns sofrimentos estão mais que demonstrados.

É certo que houve casos em que determinadas visões, pesadelos diários, problemas aparentemente psicológicos e outras coisas provaram ter uma conexão direta com a ação do demônio.

Mas ainda que haja casos nos quais esta conexão é indubitável e direta, no entanto, na maior parte dos casos é preciso levar em conta que quase nunca é possível chegar a saber com certeza se estas coisas provêm do demônio ou são naturais.

Certamente houve pessoas nas quais a ciência médica, depois de anos ou meses, não achou a solução para um problema aparentemente físico ou psicológico, e no entanto a oração de libertação deu solução ao problema.


As pessoas que padecem uma influência demoníaca encontrarão a solução na oração de libertação. A oração de libertação é a que um grupo de cristãos recita para que uma pessoa fique libertada das influências malignas que tenha. São freqüentes este tipo de orações (a oração de libertação) nos grupos da Renovação Carismática. Mas na realidade qualquer grupo de oração pode orar por um irmão para que seja libertado das ataduras que sobre ele tenha o demônio.

Se no momento não encontrar nenhum grupo que faça a oração de libertação pode rezar a oração que aparece abaixo.
Se, rezando a oração que aparece abaixo, se encontrasse cada vez melhor e esta melhoria tivesse um caráter duradouro, então seria um sinal de que aquilo tinha uma causa que ia além da natureza.

Uma pessoa que ache que está sofrendo em seu corpo ou em sua mente uma influência do demônio que sobrepassa o natural pode rezar cada dia esta oração:


Senhor, Deus todo-poderoso, misericordioso e onipotente,
Pai, Filho e Espírito Santo,
expulsai de mim toda influência dos espíritos malignos.
Pai, em nome de Cristo vos peço que derrubeis toda corrente
Nas quais os demônios me tenham atado.
Derramai sobre mim o preciosíssimo sangue de vosso Filho.
Que seu sangue imaculado e redentor rompa
toda atadura sobre meu corpo e minha mente.
Tudo isso vos peço por intercessão da Santíssima Virgem Maria.
São Miguel arcanjo, intercedei, vinde em meu socorro.
Em nome de Jesus ordeno a todo demônio que possa ter alguma influência sobre mim,
que saia para sempre.
Por vossa flagelação, por vossa coroa de espinhos, por vossa cruz, por vosso sangue, por vossa ressurreição, ordeno a todo espírito maligno que saia.
Pelo Deus verdadeiro,
pelo Deus santo,
pelo Deus que tudo pode,
te ordeno, demônio imundo, que saias em nome de Jesus, meu Salvador e Senhor.
.............................


Esta oração deve ser repetida cada dia, uma ou mais vezes. Mais que o número de vezes que se reze o que vale é o fervor e a fé com que se recita. Para isso é preciso concentrar-se na oração e pedir humildemente a Deus e ordenar ao demônio que saia. Nesta oração a Deus, se deve pedir com humildade e amor, ao demônio se ordena, sem ira, só com fé.


Claro que esta oração deve ir acompanhada de uma converão na vida da pessoa. Quer dizer, de nada vale pedir que se arranque de nós uma influência do demônio se seguimos vivendo em pecado mortal.

A pessoa que quer romper com o demônio deve confessar-se, ir à missa aos domingos e cumprir os dez Mandamentos. E quanto mais oração faça (terços, meditação da Bíblia, etc) mais irá desatando essa influência do demônio sobre si mesma.


http://www.fortea.us/portugal/respuestas/influencias.htm

os exorcistas deparam-se com um grande número de pessoas feridas pelo demônio na saúde, nos bens, no trabalho, na vida afetiva.


image

 







Que espécie de incômodos é que o
demônio pode causar aos homens, enquanto vivos? Não é fácil encontrar obras que
tratem de tal tema porque não existe, entre outras coisas, uma linguagem comum,
aceite unanimemente. Por isso vou-me esforçar por precisar o sentido dos termos
que irei empregar aqui e nos outros capítulos do meu livro.






 






Há uma ação vulgar do demônio
que toca a todos os homens: consiste em os atrair para o mal. O próprio Jesus
aceitou a nossa condição humana, deixando-Se tentar por Satanás. Não falarei
agora desta ação nefasta do diabo por que, embora seja importante, prefiro
descrever a ação extraordinária de Satanás, isto é, aquela que Deus lhe
consente somente em determinados casos.






 






Esta acção pode assumir cinco
formas deferentes.






 






1°- Os sofrimentos físicos
causados por Satanás externamente. Estes são os fenômenos que lemos em tantas
vidas de santos. Sabemos como S. Paulo da Cruz, o St°. Cura de Ars, o Pe. Pio e
tantos outros foram feridos, flagelados, sovados por demônios. Não me alongarei
sobre este tipo de ação porque nestes casos, como as vítimas não estando
sujeitas a uma influência interna do demônio, não têm necessidade de recorrer a
exorcismos. São pessoas conscientes da situação que intervêm pela oração.
Prefiro descrever as outras quatro formas de ação, que interessam diretamente
aos exorcistas.






 






2°- A possessão diabólica. É o
tormento mais grave e surge quando o demônio toma posse de um corpo (não de uma
alma), fazendo-o agir ou falar como ele quer, não podendo a vítima resistir e
não sendo moralmente responsável por isso. Esta forma de ação é também a que
mais se presta a fenômenos sensacionalistas do tipo daqueles que se vêem no
filme “O Exorcista” ou do tipo dos sinais mais espetaculares indicados no
ritual: falar línguas desconhecidas, demonstrar uma força anormal, revelar
coisas escondidas.













 






O Evangelho dá-nos um exemplo com
o possesso de Gerasa. É preciso compreender, que existe toda uma gama de
possessões, apresentando grandes diferenças quanto à sua gravidade e aos seus
sintomas. Seria um grande erro fixar-se num único modelo. Entre tantos pacientes,
exorcizei duas pessoas totalmente possessas que durante a sessão de exorcismo
estavam perfeitamente imóveis, sem dizer uma única palavra. Poderia citar
vários exemplos de possessão com fenomenologias muito diferentes.






 






3°- A vexação diabólica designa
distúrbios e doenças muito graves ou menos graves que, embora não cheguem à
possessão, ocasionam uma perda de consciência, acompanhadas de atos ou de
articulação de palavras de que a vítima não é responsável. A Bíblia
fornece-nimageos alguns exemplos. Job (foto) não era vítima de uma
possessão  diabólica mas os seus filhos,
os seus bens e a sua saúde foram duramente afetadas. Também a mulher encurvada
e o surdo mudo curados por Jesus, não tinham uma possessão diabólica total, mas
a presença de um demônio estava na origem dos seus problemas físicos. S. Paulo
não era com certeza um endemoninhado, contudo era vítima de uma vexação
diabólica que consistia num distúrbio maléfico: “E para que a grandeza das
revelações me não enobrecessem, foi-me dado um espinho na carne (tratava-se
evidentemente de um mal físico), um anjo de Satanás para me esbofetear” (2 Cor
12, 7); não há dúvida de que a origem deste mal era maléfica.






 






As possessões ainda hoje são
muito raras; contudo, os exorcistas deparam-se com um grande número de pessoas
feridas pelo demônio na saúde, nos bens, no trabalho, na vida afetiva... É
preciso ficar claro que o facto de diagnosticar a origem maléfica destes males
(isto é, de saber se se trata de uma causa maléfica ou não) e de a curar, não é
de modo nenhum mais simples do que o de diagnosticar e curar as verdadeiras
possessões; pode ser diferente o nível de gravidade, mas não a dificuldade em
interpretar o fenômeno, nem o tempo necessário para o curar.






 






4°- A obsessão diabólica.
Trata-se de ataques de improviso, por vezes contínuos, de pensamentos
obsessivos podendo ir até ao racionalmente absurdo; mas de tal modo que a
vítima não tem capacidade para se libertar. Por causa disto, a pessoa cativa
vive num contínuo estado de prostração, de desespero, de tentação de suicídio.
As obsessões também influem quase sempre sobre os sonhos. Dir-me-ão que se
trata de estados mórbidos, da competência da psiquiatria. Todos os outros
fenômenos também se podem explicar pela psiquiatria, pela parapsicologia ou ciências
similares; no entanto, existem casos que escapam totalmente a estas ciências e
que revelam, pelo contrário, sintomas concretos de causas maléficas ou
presenças maléficas. Só um trabalho teórico e prático permite aprender a
distinguir estas diferenças.






 






5°- Falemos por fim das
infestações diabólicas: da causas, dos objectos, dos animais. Não me vou deter
sobre este tema, uma vez que vou fazer alusão a ele ao longo do livro. Basta
frisar o sentido de que dou ao termo infestação; prefiro não o aplicar às
pessoas, em relação às quais prefiro utilizar os termos: possessão, vexação,
obsessão.






 






Como é que nos podemos defender
contra todos estes males possíveis? Diga-se de imediato que, e muito embora a
consideremos uma norma imperfeita, os exorcismos só são necessários, em rigor,
segundo o Ritual, para os casos de possessão diabólica propriamente dita. Ora
nós, os exorcistas, na realidade ocupamo-nos de todos os casos de influência
maléfica. No entanto, para os outros casos que não sejam os de possessão, deveriam
bastar os meios de graça comuns: a oração, os sacramentos, a caridade, a vida
cristã, o perdão das ofensas, o constante recurso ao Senhor, à Virgem Maria,
aos santos e aos anjos.









 

Análise Bíblica sobre os Demônios






Um dos grandes mistérios da teologia judaico-cristã é a existência do mal, porque Deus permitiu o seu surgimento, existência e os detalhes sobre a sua origem. Dois fatos, porém, são claros: ele existe e ele será derrotado.







Textos como os de Ez. 28,12 – 15 e Lc.10,18 indicam que houve uma rebelião liderada por um anjo de luz (lúcifer), que, exercendo o seu livre arbítrio, optou pelo não-bem e pela ruptura de comunhão contra o Criador. Deus cria um lugar-estado (inferno) e para lá os lança (II Pe. 2,4).





O chefe desses anjos caídos é denominado de lúcifer ou satanás (hebraico = adversário), recebendo outros, como: belzebu, belial, o maligno, o príncipe deste mundo, diabo (grego = instigador, acusador).


Satanás lidera os demônios que:


1. São seres espirituais com personalidade e inteligência. Como súditos de satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos (Mt.12,43 – 45);





2. São malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás.


3. São numerosos (Mc. 5,9; Ap. 12,41).


Eles mantêm a forma angélica, com a natureza voltada para o mal. Têm inteligência e conhecimento, mas não podem conhecer os pensamentos íntimos das pessoas e nem obrigá-los a pecar.





Há autoridade e organização no mundo inferior (Mt. 25,41), mas por não ser Satanás onipresente, onipotente e onisciente (atributos exclusivos de Deus), ele age por delegação a seus inúmeros demônios (Mt. 8,28; Ap.16,1 – 14).


A teologia cristã tem percebido, a partir da Bíblia e da experiência, os seguintes ministérios demoníacos:


a) indução à desobediência a Deus e aos seus mandamentos;


b) propagação do erro e da falsa doutrina;





c) indução à mentira (“pai da mentira”) e à corrupção;


d) provocação de rebeldia nas pessoas que sofrem provações;


e) influência negativa sobre o corpo, os sentidos e a imaginação;


f) influência sobre os bens materiais (apego vs. perda);


g) realização de efeitos extraordinários, com aparência de milagres;


h) indução a sentimentos negativos, como o temor, a angústia e o ódio;





i) promoção da idolatria, da superstição, da necromancia, da magia, do sacrilégio e do culto satânico.


O mal esteve agindo no Pecado Original (queda), e exerce continuamente a sua obra perversa até o fim dos tempos, como tentador (Gn. 3,1 – 5), caluniador (Jó.1,9 – 11), causador de enfermidades (Jó. 2,7) e arquienganador (Mt. 4,6).





Ele mantém permanente luta contra Deus e o seu povo, procura desviar os fiéis de sua lealdade a Cristo (II Co. 11,3), induzindo-os a pecar e a viver segundo os sistemas elaborados pela natureza corrompida ou “carne” (I Jo. 5,19).


Os cristãos devem conhecer, pelo estudo da Bíblia e da teologia, a natureza e o ministério do mal, para se conscientizarem e se precaverem.





O apóstolo Paulo nos exorta a nos fortalecer em Deus e no seu poder, resistindo firmes pois “a nossa luta não é contra os seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores desse mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef.6:12).


A disciplina devocional, com a leitura da Bíblia, a oração, os sacramentos, a busca de santidade, o desenvolvimento dos dons, a comunhão do Corpo, são antídotos contra o mal.





O ministério demoníaco contra as pessoas pode se dar de três maneiras:


a) tentação: apoio a opções negativas e atinge todos os seres humanos;


b) indução: (também chamada obsessão), uma ação mais íntima e contínua de “assessoria” à maldade, que atinge os descrentes e os crentes carnais;





c) possessão: quando os demônios se apoderam de corpos, controlando-os. Para a teologia evangélica clássica isso não pode acontecer a um convertido, cujo corpo é habitado pelo Espírito Santo.


Satanás e os demônios têm poder sobre os perdidos nesta vida e após a morte, que se destinam ao inferno.


Devemos estar advertidos para não cair em um dualismo de fundo zoroastrista. Satanás não é um ente contrário comparável a Deus.





Quem combate contra ele é o chefe dos anjos bons, e são os anjos bons que combatem os anjos maus.


Não devemos nem minimizar, nem maximizar o ministério do maligno.


Ele já foi derrotado na cruz, e o sangue de Cristo já tem poder, a obra da expiação já foi realizada, Cristo já ressuscitou e o Espírito Santo já foi enviado. O resgate já se deu, é oferecido pela Graça e recebido pela fé. O Senhor já reina sobre o universo, a História e a sua Igreja.





A perfeição da Ordem Criada (Éden) será revivida na Ordem Restaurada (Nova Jerusalém).


O mal terá um fim, quando satanás e os demônios forem todos lançados no lago do fogo (Mt. 25,41), também chamado de “segunda morte” (Ap. 20,14).





Devemos evitar cair na irresponsabilidade moral atribuindo aos demônios os males que são fruto de nossa opção, com natureza caída e pecadores. Não sejamos, portanto, ”caluniadores de satanás”.


O racionalismo e o liberalismo teológico haviam negado a existência de Satanás e dos demônios.


A teologia conservadora clássica (como fizera com os anjos bons), afirmava a sua existência, mas pouco elabora na prática do cotidiano dos fiéis. O pós-pentecostalismo e a teologia da “batalha espiritual” os vulgarizou e hipertrofiou o seu poder, além de, em uma atitude irracional, anti-científica e anti-bíblica, atribuir tudo aos mesmos. Nem indiferenças, nem irresponsabilidade, nem angústia opressiva.





Devemos rejeitar as representações pictóricas aterradoras (fruto da imaginação dos artistas), pois o mal não é incompetente em “marketing” ou em “relações públicas”, podendo aparentar beleza, bondade e prodígio.


O mal, que ele nos tenta, pode estar em nosso caráter, em nosso temperamento, e em nossa ética.


Devemos evitar o dualismo de fundo bramânico, entre “alma” (boa) e “corpo” (ruim). O ser humano foi criado integrado, caiu integrado e é restaurado integrado. “Carne” na Bíblia não é igual a Corpo (muito menos a sexualidade) mas a natureza caída (integrada). Lutero disse: “Jesus veio em carne e não pecou; Satanás não tem carne e peca todo o tempo”.





A Palavra e o Espírito vão nos libertando dos condicionamentos culturais e nos forjando como “novas criaturas”. A presente ordem, e o poder do mal, são transitórias. A nossa esperança é escatológica, “pois a antiga ordem já passou” (Ap. 21,4b).





Conclusões


Com o ocaso da modernidade vão-se os seus mitos: a bondade natural, o progresso, a razão (ciência) e as utopias globais. Volta a ambigüidade moral (e o pecado), os avanços e as decadências, a sensação de limitação nos empreendimentos e instituições humanas, e a redescoberta do além-razão no ser humano: o místico, o estético, o erótico, o lúdico, o intuitivo etc.





Há uma redescoberta do antes desvalorizado. A construção do futuro, porém, não se faz com um mero retorno ao passado (e aos seus males). O angélico e o demoníaco voltam como temas e realidades, vencendo-se, porém, os “sincretismos protestantes” e as “superstições evangélicas”, estranhas ao espírito e a proposta da Reforma.


Nem o reducionismo psicanalítico, nem o reducionismo dos “cultos de descarrego”.


A consciência do místico, do transcendente e do espiritual, não nos leva à alienação da História e das nossas responsabilidades como cidadãos e pessoas plenas.





Pois o bem e o mal, e suas potestades, se relacionam com os poderes políticos históricos, como procurou demonstrar Agostinho de Hipona em sua “Cidade de Deus”.


Que os Anjos do Senhor acampem ao redor de nós.





Artigo originalmente escrito por: Padre Félix, Uma demonologia bíblica. 

A libertação que você pode fazer para si mesmo.





Tenho um livro do Padre José Antônio Fortea e nele há uma oração, que é de libertação e que a própria pessoa que sente que há uma influência malígna nela, poderá fazer.



Fiz uma adaptação, para que a gente mesmo possa fazer. Veja:




Senhor Deus Todo Poderoso,
misericordioso e onipotente, Pai, Filho e Espírito Santo, expulsa toda influência
dos espíritos malignos, que há em mim.





Pai, em nome de Cristo, peço-lhe
para quebrar todas as cadeias que os demônios têm sobre mim.


Derrame sobre mim, o precioso
Sangue de Seu Filho. Seu Sangue imaculado e redentor rompe todos os laços que
existem no meu corpo, na minha mente e no meu espírito. Tudo isso, peço pela
intercessão da Virgem Maria.





São Miguel Arcanjo, intercedei,
em meu auxilio.





Em nome de Jesus eu ordeno a todo
demônio que possa ter alguma influência sobre mim, que saia para sempre.





Pela flagelação de Jesus Cristo,  por Sua coroa de espinhos, Sua cruz, pelo Seu
Sangue, por sua ressurreição, eu ordeno que todo espirito maligno saia e nunca
mais volte.







Por Deus verdadeiro, por Deus
santo, pelo Deus que tudo pode, eu ordeno a todo demônio , que saia em nome de
Jesus, meu Salvador e Senhor. Amém.





Augusta Moreira dos Santos

Padre José Antonio Fortea conta os segredos do trabalho de exorcista




José Antonio Fortea, um dos cinco exorcistas da Igreja Católica na Espanha, publica uma "Summa Daemoniaca",com segredos de um ofício que os bispos mantêm oculto.






"Se não sair em três horas, é preciso deixar para outro dia." Refere-se aos demônios. O padre José Antonio Fortea fala do diabo e dos demais demônios com uma familiaridade espantosa. Sempre a sério, com a razão à frente, cheio de experiências. Os descrentes, no início, têm a tentação de zombar, e os crentes não dão crédito. Ouvindo-o, a razão e a fé se comportam como os dois pratos de uma balança: na medida em que uma sobe, a outra desce.





Há testemunhos de como padre Fortea discute com o diabo, inclusive gravações em vídeo. Alguns contam com espanto, negando-se a acreditar; outros, com a fé do carvoeiro. Quem veio para descobrir o segredo do truque desistiu de buscar explicações. Nem acredita nem deixa de acreditar. Simplesmente não sai do assombro.





Na Espanha atuam cinco exorcistas. Os bispos guardam os nomes em segredo. Mas o padre Fortea é público e notório (no site www.fortea.es expõe uma galeria de livros, fotografias e opiniões, com grande visibilidade). E sabe onde estão os outros exorcistas, aos quais envia os casos que lhes correspondam.





O ofício do exorcista católico tenta ser rigoroso, como certifica o Vaticano, que organiza cursos para preparar sacerdotes "para expulsar espíritos malignos daqueles possuídos pelo demônio". As aulas duram dois meses e se desenvolvem no prestigioso Ateneo Pontificio Regina Apostolorum. As lições são sobre a antropologia do satanismo e a possessão diabólica, e sobre o contexto histórico e bíblico. A notícia do último seminário foi divulgada pela BBC de Londres.





O padre Fortea veste batina com um duro colarinho branco, estudou teologia na Universidade de Navarra e é pároco de Anchuelo, um povoado de 700 habitantes nas proximidades de Alcalá de Henares. Seu bispo o enviou para lá para que tivesse mais tempo de escrever livros e dar conferências. O prelado auxiliar de Madri e porta-voz da Conferência Episcopal, Juan Antonio Martínez Camino, dirigiu sua tese na faculdade de teologia da Pontifícia Universidade Católica de Comillas. Intitula-se "O Exorcismo na Época Atual". O sábio teólogo são Tomás de Aquino escreveu a "Suma Teológica". O padre Fortea publica agora sua "Summa Daemoniaca", um tratado completo de demonologia (editado na Espanha pela La Esfera de los Libros). Entre seus outros livros há um que se intitula "Exorcística", um manual de uso imprescindível por seus colegas.





O aspecto de Fortea é o de um padre da Opus Dei. De aparência tímida, voz contida, mas firme nos princípios, quase desafiador, fala com a segurança dos convictos, inclusive sobre as reticências de seus superiores pelo fato de ele sair tanto na mídia. Nasceu na mesma cidade que são Josemaría Escrivá [o fundador da Opus Dei], Barbastro (Huesca), em 1968. Mas não. "Não sou da Opus Dei, nunca fui. Fui a Navarra porque sua faculdade de teologia é uma das melhores do mundo, e em seu seminário havia uma grande vida espiritual. Sabia que sempre me considerariam da Opus Dei por ter ido, mas não me importava. O importante era me formar bem", afirma.





Há uma sessão de exorcismo concreta, precisa, reiterada, com nomes e sobrenomes, que o mergulha em angústia e intermináveis orações. Ele a relata verbalmente, e está narrada no livro que publica agora. Trata-se de Marta, um caso de possessão demoníaca, segundo o diagnóstico do exorcista.





Marta era uma universitária "quando apareceram os primeiros sinais de possessão: transes, convulsões, conhecimento de línguas por ela desconhecidas, aversão ao sagrado, etc. Em três ocasiões chegou a levitar. Nem sua mãe nem eu temos a menor dúvida sobre o caráter sobrenatural do que ela sofria", diz Fortea.





O escritor Lorenzo Silva, que viu Fortea "lutar contra o Inimigo", resume: "A cena é poderosa. Um possesso agitando-se e gritando todo tipo de blasfêmias com voz horrenda, e o exorcista tranqüilo, rezando seus latins e conjurando o demônio a que diga como entrou e a sair do infeliz. É só isso, oração durante horas. Não mais de três por sessão. Se com três horas não sair, é preciso deixar para outro dia."





Passaram cinco anos e Marta continua possuída. "Cinco anos de orações, à razão de mais de três horas semanais em média, é algo que acaba com a paciência de qualquer um", reconhece o padre Fortea. Confia em vencer o demônio e que Marta voltará a ser como foi. Já liberou outros possuídos, pelo menos quatro. Muitas outras pessoas que parecem possuídas ele enviou para o psiquiatra ou a previdência social. Mas nunca lhe falta trabalho. "Sim, sempre há casos. O último foi na semana passada. Mas não significa que toda semana haja casos novos. Há três ou quatro novos por ano. E alguns exigem orações durante meses", disse na última quinta-feira.





"Nas sessões saem muitos demônios", diz Fortea. É que há demônios e demônios. Satã é o mais poderoso -o Novo Testamento o chama de Diabo-, mas também Belzebu, Lúcifer, Lilith... "Cada demônio pecou com uma intensidade determinada, isso se vê claramente nos exorcismos. Há alguns demônios que pecam mais por ira; outros por egolatria; outros por desespero. Há os falantes, há os mais arrogantes; em um brilha de modo especial a soberba, no outro o pecado do ódio. Embora todos tenham se afastado de Deus, alguns são mais maus que outros."





Apesar de suas relações com os demônios, Fortea concorda com o papa em que o inferno, como lugar concreto, não existe. Não é que compartilhe a afirmação de Schopenhauer -"o inferno é o mundo"- ou a de Sartre -"o inferno são os outros"-, mas quase. "O que são os campos de concentração senão o inferno? Grandes demônios Hitler e o doutor Mengele, por exemplo. O inferno é viver a ausência de Deus. Mas Deus tem de ser justo. Não pode não acontecer nada. O inferno é uma necessidade de justiça", diz. Sobre outros assuntos pode sair pela tangente. Afinal, "até Deus, às vezes, gosta de não ser sério; às vezes tem um senso de humor incrível".





Um dia na vida de José Antonio Fortea lembra a rígida divisão horária de "O Nome da Rosa", de Umberto Eco, um de seus romances preferidos. Solitário e austero, em um quarto escuro, rodeado de livros, muitos livros, o jovem exorcista de Alcalá de Henares começa o dia com a oração de laudes, toma o desjejum, escreve até o meio-dia -"livros de teologia ou novelas"-, reza, vai à paróquia (de manhã e à tarde) para atender às pessoas que o procuram, volta a rezar, almoça em casa enquanto vê reportagens do Canal História, joga uma partida de xadrez, reza de novo, escuta música clássica ou de bandas sonoras, janta vendo mais reportagens ou um filme -"vejo aos pedaços, só meia hora em cada jantar"-, e antes de deitar-se reza outra vez, lê a Bíblia e faz o exame de consciência. "Para inveja dos insones, adormeço em três minutos. E lembro o que sonhei cada noite, com toda a clareza." 



Fonte: UOL