quinta-feira, 28 de junho de 2012

A comunidade de Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo










O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma




A
comunidade de Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro
e Paulo e é
considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de
um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um
deles. Por esta razão desde a antiguidade a
comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades
locais (dioceses);





nessa
visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo
romano), assim como o ministério dos outros apóstolos é cumprido pelos outros
Bispos unidos a ele, que é a cabeça do colégio apostólico, do colégio
episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino(67) e, atualmente é exercida pelo papa Bento XVI.





Segundo
essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em
Roma ao concluir a sua primeira epístola: "A [Igreja] que está em
Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho."[15]. Trata-se da Igreja de Roma[16].





Assim
também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma
Imperial (decadente). O termo não pode referir-se à Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova
Babilônia (Selêucia) sobre o rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de Mênfis, tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a
única cidade que é chamada Babilônia pela antiga literatura Cristã[17].








Testemunhos
históricos de Pedro em Roma





Os
historiadores atualmente acreditam que a tradição católica esteja correta;
igualmente, muitas tradições antigas corroboram a versão de que Pedro esteve em
Roma e que ali teria sido martirizado.


Clemente, terceiro bispo de Roma e discípulo de Pedro, por
volta de (96) d.C., em sua Epístola aos Coríntios, faz
clara alusão ao martírio deste e de Paulo em Roma:





"Todavia,
deixando os exemplos antigos, examinemos os atletas que viveram mais próximos
de nós. Tomemos os nobres exemplos de nossa geração.





Foi por
causa do ciúme e da inveja que as colunas mais altas e justas foram perseguidas
e lutaram até a morte. Consideremos os bons apóstolos. Pedro, pela inveja
injusta, suportou não uma ou duas, mas muitas tribulações e, depois de ter
prestado testemunho, foi para o lugar glorioso que lhe era devido. 





Por causa da
inveja e da discórdia, Paulo mostrou o preço reservado à perseverança. Sete
vezes carregando cadeias, exilado, apedrejado, tornando-se arauto no Oriente e
no Ocidente, ele deu testemunho diante das autoridades, deixou o mundo e se foi
para o lugar santo, tornando-se o maior modelo de perseverança". .[18]





Inácio de Antioquiabispomártir e também discípulo de Pedro, em
cerca de (107) d.C., em sua Epístola aos Romanos, a qual
fora dirigida à comunidade cristã lá situada, refere-se nos seguintes termos ao
martírio de Pedro e Paulo em Roma:





"Não
vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado.
Eles eram livres, e eu até agora sou um escravo".[19]





Papiasbispo de Hierápolis, por volta de (140)
d.C., ao tratar da origem do Evangelho de Marcos,
atribui o relatado a João Marcos, companheiro dePaulo e Barnabé, a partir
da convivência com os que haviam estado com Jesus,
em especial Pedro quando este estava em Roma:





"Papias,
bispo de Hierápolis, atesta a atribuição do segundo evangelho a Marcos,
“intérprete” de Pedro em Roma. O livro teria sido composto em Roma, depois da
morte de Pedro (prólogo antimarcionita de
século II, Ireneu) ou ainda durante sua vida (segundo Clemente de Alexandria).





Quanto
a Marcos, foi identificado como João Marcos, originário de Jerusalém (At
12,12), companheiro de Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5.13; 15,37-39; Cl 4,10)
e, a seguir, de Pedro em “Babilônia” (isto é, provavelmente, em Roma) segundo
1Pd 5,13."[20]





bispo Dionísio de Corinto,
em extrato de uma de suas cartas aos romanos (170)
trata da seguinte forma o martírio de Pedro e Paulo:





"Tendo
vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos
Pedro e Paulo nos formaram na doutrina do Evangelho. A seguir, indo para a
Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o
martírio simultaneamente."[21]





Gaio,
presbítero romano, em 199:





"Nós
aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe.
Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Ide à Via Ostiense e lá encontrareis o troféu de
Paulo; ide ao Vaticano e lá vereis o
troféu de Pedro."





Gaio
dirigiu-se nos seguintes termos a um grupo de hereges: "Posso mostrar-vos
os troféus (túmulos) dos Apóstolos. Caso queirais ir ao Vaticano ou à Via
Ostiense, lá encontrareis os troféus daqueles que fundaram esta Igreja."[22]





Orígenes (185 - 253) responsável pela Escola
Catequética de Alexandria
 afirmou:





"Pedro,
ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve que fosse crucificado de cabeça para
baixo"[23]





"Pedro,
finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo."[24]





Ireneu (130 - 202), Bispo de Lião (nascido em Izmir atual Turquia) referiu:





"Para
a maior e mais antiga a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos
Apóstolos, Pedro e Paulo." e ainda "Os bem-aventurados Apóstolos
portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como bispo; a
este sucedeu Anacleto; depois
dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado."





"Mateus,
achando-se entre os hebreus, escreveu o
Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí
fundavam a Igreja."[25]





Formado
como jurista Tertuliano (155-222
d.C.) falou da morte de Pedro em Roma:





"A
Igreja também dos romanos pública - isto é, demonstra por instrumentos públicos
e provas - que Clemente foi ordenado por Pedro."





"Feliz
Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua doutrina
integral!" - e falando da Igreja Romana, "onde a paixão de Pedro se
fez como a paixão do Senhor."





"Nero
foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a
promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz."[26]





Eusébio (263-340
d.C.) Bispo de Cesareia,
escreveu muitas obras de teologiaexegeseapologética, mas a sua obra mais importante foi
a História Eclesiástica, onde ele narra a história da Igreja das origens
até 303. Refere-se ao ministério exercido por Pedro:


"Pedro,
de nacionalidade galileia, o primeiro pontífice dos cristãos, tendo inicialmente fundado a Igreja de
Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco
anos Bispo da mesma cidade."





Epifânio (315-403
d.C.), Bispo de Constância (também
foi Bispo de Salamina e Metropolita do Chipre) fala da sucessão dos Bispos de Roma:





"A
sucessão de Bispos em Roma é nesta ordem: Pedro e Paulo, Lino, CletoClemente etc..."[27]






"Lino
foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro."[28]






"Você
não pode negar que sabe que na cidade de Roma a cadeira episcopal foi primeiro
investida por Pedro, e que Pedro, cabeça dos Apóstolos, a ocupou."[29]





Cipriano (martirizado em 258),
Bispo de Cartago (norte da África), escreveu a obra "A Unidade da
Igreja" (De Ecclesiae Unitate), onde diz:





"A
cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a
unidade sacerdotal."[30]


Santo Agostinho (354 - 430):





"A
Pedro sucedeu Lino."[31]





Logo,
apesar das opiniões divergentes que surgiram a partir da Reforma Protestante,
era constante, unânime e ininterrupta a tradição segundo a qual Pedro pregou
evangelho em Roma e
lá encontrou o martírio, o que é
robustecido pelos escritos dos Pais da Igreja e pela arqueologia.





 




Nome e
Importância





Segundo
Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas
Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e
na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma
variante do seu nome original, Simeão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha (Cefas em
português, como em Gálatas
2:11
), que em aramaico significa "pedra",
"rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da
palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou
"rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus,
também através da palavra petra, de mesmo significado.





A
mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham
importância de acordo com a Igreja Católica em Mt 16,
18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre
esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não
prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha.[6] 





Pedro
foi o fundador, junto com São Paulo, da
Igreja de Roma, sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse
título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada
cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso).
Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa
circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de
Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os
títulos "Apostólica" e "Romana".





Fonte:
todos os textos extraídos de:

quarta-feira, 27 de junho de 2012

CARTA AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA SOBRE O ATENDIMENTO PASTORAL DAS PESSOAS HOMOSSEXUAIS

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ











1. O
problema do homossexualismo e do juízo ético acerca dos atos homossexuais
tornou-se cada vez mais objeto de debate público, mesmo em ambientes católicos.









Em tal
discussão, propõe-se muitas vezes argumentos e exprime-se posições não
conformes com o ensinamento da Igreja Católica, que suscitam justa preocupação
em todos aqueles que se dedicam ao ministério pastoral. Por esse motivo esta
Congregação julga o problema tão grave e difuso que justifica a presente Carta
sobre o atendimento pastoral às pessoas homossexuais, Carta dirigida a todos os
Bispos da Igreja Católica.









2.
Naturalmente, não se pretende elaborar neste texto um tratado exaustivo sobre
um problema tão complexo. Prefere-se concentrar a atenção no contexto
específico da perspectiva moral católica. Esta encontra apoio também nos
resultados seguros das ciências humanas, as quais, também, possuem objeto e
método que lhes são próprios e gozam de legítima autonomia.









A
posição da moral católica baseia-se na razão humana iluminada pela fé e guiada
conscientemente pela intenção de fazer a vontade de Deus, nosso Pai. Desta
forma, a Igreja está em condições não somente de poder aprender das descobertas
científicas, mas também de transcender-lhes o horizonte; ela tem a certeza de
que a sua visão mais completa respeita a complexa realidade da pessoa humana
que, nas suas dimensões espiritual e corpórea, foi criada por Deus e, por sua
graça, é chamada a ser herdeira da vida eterna.









Somente
em tal contexto poder-se-á compreender com clareza em que sentido o fenómeno do
homossexualismo, em suas múltiplas dimensões e com seus efeitos sobre a
sociedade e sobre a vida eclesial, é um problema que afeta propriamente a
preocupação pastoral da Igreja. Por isto mesmo, requer-se dos seus ministros
atento estudo, empenho concreto e reflexão honesta, teologicamente equilibrada.









3. Já
na « Declaração acerca de algumas questões de ética sexual »
de 29 de dezembro de 1975, a Congregação para a Doutrina da Fé tratava
explicitamente deste problema. Naquela Declaração, salientava-se o dever de
procurar compreender a condição homossexual e se observava que a culpabilidade
dos atos homossexuais deve ser julgada com prudência.









Ao
mesmo tempo, a Congregação levava em consideração a distinção feita comumente
entre a condição ou tendência homossexual, de um lado, e, do outro, os atos
homossexuais. Estes últimos eram descritos como atos que, privados da sua finalidade
essencial e indispensável, são « intrinsecamente desordenados » e, como tais,
não podem ser aprovados em nenhum caso (cfr. n. 8, § 4).









Entretanto,
na discussão que se seguiu à publicação da Declaração, foram propostas
interpretações excessivamente benévolas da condição homossexual, tanto que
houve quem chegasse a defini-la indiferente ou até mesmo boa.









Ao
invés, é necessário precisar que a particular inclinação da pessoa homossexual,
embora não seja em si mesma um pecado, constitui, no entanto, uma tendência,
mais ou menos acentuada, para um comportamento intrinsecamente mau do ponto de
vista moral. Por este motivo, a própria inclinação deve ser considerada como
objetivamente desordenada.









Aqueles
que se encontram em tal condição deveriam, portanto, ser objeto de uma
particular solicitude pastoral, para não serem levados a crer que a realização
concreta de tal tendência nas relações homossexuais seja uma opção moralmente
aceitável.









4. Uma
das dimensões essenciais de um autêntico atendimento pastoral é a identificação
das causas que provocaram confusão quanto ao ensinamento da Igreja. Entre elas,
deve-se assinalar uma nova exegese da Sagrada Escritura, segundo a qual a
Bíblia ou não teria nada a dizer acerca do problema do homossexualismo, ou até
mesmo tacitamente o aprovaria, ou então ofereceria prescrições morais tão
condicionadas cultural e historicamente, que afinal não mais poderiam ser
aplicadas à vida contemporânea. Tais opiniões, gravemente erróneas e
desorientadoras, requerem, portanto, uma especial vigilância.









5. É
verdade que a literatura bíblica é tributária das várias épocas nas quais foi
escrita, com relação a grande parte dos seus modelos de pensamento e de
expressão (cfr. Dei Verbum, n. 12). Certamente, a Igreja de hoje
proclama o Evangelho a um mundo bastante diferente do mundo antigo. Por outro
lado, o mundo no qual foi escrito o Novo Testamento estava já consideravelmente
mudado, por exemplo, quanto à situação na qual foram escritas ou redigidas as
Sagradas Escrituras do povo judeu.









Deve-se
ressaltar todavia que, embora no contexto de uma diversidade notável, existe
uma evidente coerência no interior das mesmas Escrituras no que diz respeito ao
comportamento homossexual. Por isto, a doutrina da Igreja acerca deste ponto
não se baseia apenas em frases isoladas, das quais se podem deduzir argumentações
teológicas discutíveis, e sim no sólido fundamento de um testemunho bíblico
constante. A atual comunidade de fé, em ininterrupta continuidade com as
comunidades judaicas e cristãs no seio das quais foram redigidas as antigas
Escrituras, continua a alimentar-se com aquelas mesmas Escrituras e com o
Espírito de Verdade do qual elas são a Palavra. É igualmente essencial
reconhecer que os textos sagrados não são realmente compreendidos quando
interpretados de um modo que contradiz a vigente Tradição da Igreja. Para ser
correia, a interpretação da Escritura deve estar em acordo efetivo com esta
Tradição.









A este
respeito, assim se exprime o Concílio Vaticano II: « É claro, pois, que a
Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, por
sapientíssima disposição de Deus, são entre si tão relacionados e unidos, que
não podem subsistir independentemente, e todos juntos, segundo o modo próprio
de cada um, sob a ação de um só Espírito Santo, contribuem eficazmente para a
salvação das almas » (Dei Verbum, n. 10). À luz dessas afirmações aqui
se delineia sucintamente o ensinamento da Bíblia sobre a matéria.









6. A
teologia da criação, presente no livro do Génesis, fornece o ponto de vista
fundamental para a adequada compreensão dos problemas suscitados pelo
homossexualismo.









Na sua
infinita sabedoria e em seu amor onipotente, Deus chama à existência toda a
criação, como reflexo da sua bondade. Cria o homem à sua imagem e semelhança,
como varão e mulher. Por isto mesmo, os seres humanos são criaturas de Deus
chamadas a refletir, na complementariedade dos sexos, a unidade interna do
Criador.









Eles
realizam esta função, de modo singular, quando, mediante a recíproca doação
esponsal, cooperam com Deus na transmissão da vida.









O
capítulo 3 do Génesis mostra como esta verdade acerca da pessoa humana como
imagem de Deus foi obscurecida pelo pecado original. Daí provém inevitavelmente
uma perda da consciência acerca do caráter de aliança, próprio da união que as
pessoas humanas mantinham com Deus e entre si.









Embora
o corpo humano conserve ainda o seu « significado esponsal », este, agora, é
obscurecido pelo pecado. Assim, o deterioramento devido ao pecado continua a
desenvolver-se na história dos homens de Sodoma (cfr. Gn 19, 1-11).









Não
pode haver dúvidas quanto ao julgamento moral aí expresso contra as relações
homossexuais. Em Levítico 18, 22 e 20, 13, quando se indica as
condições necessárias para se pertencer ao povo eleito, o Autor exclui do povo
de Deus os que têm um comportamento homossexual.









Tendo
como tela de fundo esta legislação teocrática, São Paulo desenvolve uma
perspectiva escatológica, dentro da qual repropõe a mesma doutrina, elencando
também entre aqueles que não entrarão no reino de Deus os que agem como
homossexuais (cfr. 1 Cor6, 9).









Em
outra passagem do seu epistolário, baseando-se nas tradições morais dos seus
ancestrais, mas colocando-se no novo contexto do confronto entre o cristianismo
e a sociedade pagã do seu tempo, ele apresenta o comportamento homossexual como
um exemplo da cegueira em que caiu a humanidade. Tomando o lugar da harmonia
original entre Criador e criatura, o grave desvio da idolatria levou a todo
tipo de excessos no campo moral.









São
Paulo aponta o exemplo mais claro desta desarmonia exatamente nas relações homossexuais
(cfr. Rm 1, 18-32). Enfim, em perfeita continuidade com o ensinamento
bíblico, na lista dos que agem contrariamente à sã doutrina, são mencionados
explicitamente como pecadores aqueles que praticam atos homossexuais
(cfr. 1 Tm1, 10).









7. A
Igreja, obediente ao Senhor que a fundou e a enriqueceu com a dádiva da vida
sacramental, celebra no sacramento do matrimónio o desígnio divino da união do
homem e da mulher, união de amor e capaz de dar a vida. Somente na relação
conjugal o uso da faculdade sexual pode ser moralmente reto. Portanto, uma
pessoa que se comporta de modo homossexual, age imoralmente.









Optar
por uma atividade sexual com uma pessoa do mesmo sexo equivale a anular o rico
simbolismo e o significado, para não falar dos fins, do desígnio do Criador a
respeito da realidade sexual. A atividade homossexual não exprime uma união
complementar, capaz de transmitir a vida e, portanto, contradiz a vocação a uma
existência vivida naquela forma de auto-doação que, segundo o Evangelho, é a essência
mesma da vida cristã.









Não
quer dizer que as pessoas homossexuais não sejam frequentemente generosas e não
se doem, mas quando se entregam a uma atividade homossexual, elas reforçam
dentro delas mesmas uma inclinação sexual desordenada, caracterizada em si
mesma pela auto-complacência.




Como
acontece com qualquer outra desordem moral, a atividade homossexual impede a
auto-realização e a felicidade porque contrária à sabedoria criadora de Deus.
Refutando as doutrinas erróneas acerca do homossexualismo, a Igreja não limita,
antes pelo contrário, defende a liberdade e a dignidade da pessoa,
compreendidas de um modo realista e autêntico.









8. O
ensinamento da Igreja de hoje encontra-se, portanto, em continuidade orgânica
com a visão contida na Sagrada Escritura e com a constante tradição. Embora o
mundo de hoje seja, sob diversos pontos de vista, realmente mudado, a
comunidade cristã é consciente do vínculo profundo e duradouro que a une às
gerações que a precederam « no sinal da fé ».









No
entanto, um número cada vez mais largo de pessoas, mesmo dentro da Igreja,
exerce fortíssima pressão para levá-la a aceitar a condição homossexual como se
não fosse desordenada e a legitimar os atos homossexuais.









Os que,
no interior da Igreja, pressionam nesta direção, frequentemente mantêm estreita
ligação com os que agem fora dela. Ora, tais grupos externos são movidos por
uma visão oposta à verdade acerca da pessoa humana, verdade que nos foi
revelada plenamente no mistério de Cristo. Embora de modo não de todo consciente,
eles manifestam uma ideologia materialista, que nega a natureza transcendente
da pessoa humana bem como a vocação sobrenatural de cada indivíduo.









Os
ministros da Igreja devem agir de tal modo que as pessoas homossexuais
confiadas aos seus cuidados não sejam desencaminhadas por estas opiniões, tão
profundamente opostas ao ensino da Igreja. Contudo o risco é grande e existem
muitos que procuram criar confusão quanto à posição da Igreja e aproveitar-se
de tal confusão em favor de seus próprios objetivos.









9. Mesmo
dentro da Igreja formou-se uma corrente, constituída por grupos de pressão com
denominações diferentes e diferente amplitude, que tenta impôr-se como
representante de todas as pessoas homossexuais que são católicas.









Na
realidade, seus adeptos são, na maioria dos casos, pessoas que, ou desconhecem
o ensinamento da Igreja, ou procuram subvertê-lo de alguma maneira. Tenta-se
reunir sob a égide do catolicismo pessoas homossexuais que não têm a mínima
intenção de abandonar o seu comportamento homossexual. Uma das táticas usadas é
a de afirmar, em tom de protesto, que qualquer crítica ou reserva às pessoas
homossexuais, à sua atitude ou ao seu estilo de vida, é simplesmente uma forma
de injusta discriminação.




Em
algumas nações funciona, como consequência, uma tentativa de pura e simples
manipulação da Igreja, conquistando-se o apoio dos pastores, frequentemente em
boa fé, no esforço que visa mudar as normas da legislação civil.









Finalidade
de tal ação é ajustar esta legislação à concepção própria de tais grupos de
pressão, para a qual o homossexualismo é, pelo menos, uma realidade
perfeitamente inócua, quando não totalmente boa.




Embora
a prática do homossexualismo esteja ameaçando seriamente a vida e o bem-estar
de grande número de pessoas, os fautores desta corrente não desistem da sua
ação e recusam levar em consideração as proporções do risco que ela implica.









A
Igreja não pode despreocupar-se de tudo isto e por conseguinte mantém firme a
sua posição clara a respeito, posição que não pode, certamente, modificar-se
sob a pressão da legislação civil ou da moda do momento.









Ela se
preocupa também, sinceramente, pelos muitos que não se sentem representados
pelos movimentos pró-homossexuais e por aqueles que poderiam ser tentados a
crer em sua propaganda enganadora.









Ela é
consciente de que a opinião segundo a qual a atividade homossexual seria
equivalente à expressão sexual do amor conjugal ou, pelo menos, igualmente
aceitável, incide diretamente sobre a concepção que a sociedade tem da natureza
e dos direitos da família, pondo-os seriamente em perigo.









10. É
de se deplorar firmemente que as pessoas homossexuais tenham sido e sejam ainda
hoje objeto de expressões malévolas e de ações violentas. Semelhantes
comportamentos merecem a condenação dos pastores da Igreja, onde quer que
aconteçam.









Eles
revelam uma falta de respeito pelos outros que fere os princípios elementares
sobre os quais se alicerça uma sadia convivência civil. A dignidade própria de
cada pessoa deve ser respeitada sempre, nas palavras, nas ações e nas legislações.









Todavia,
a necessária reação diante das injustiças cometidas contra as pessoas
homossexuais não pode levar, de forma alguma, à afirmação de que a condição
homossexual não seja desordenada. Quando tal afirmação é aceita e, por
conseguinte, a atividade homossexual é considerada boa, ou quando se adota uma
legislação civil para tutelar um comportamento ao qual ninguém pode reivindicar
direito algum, nem a Igreja nem a sociedade em seu conjunto deveriam
surpreender-se se depois também outras opiniões e práticas distorcidas ganham
terreno e se aumentam os comportamentos irracionais e violentos.









11.
Alguns afirmam que a tendência homossexual, em certos casos, não é fruto de uma
opção deliberada e que a pessoa homossexual não tem outra alternativa, sendo obrigada
a se comportar de modo homossexual. Por conseguinte, afirma-se que, em tais
casos, ela agiria sem culpa, não sendo realmente livre.









A este
propósito, é necessário referir-se à sábia tradição moral da Igreja, que alerta
para as generalizações no julgamento dos casos individuais. De fato, em um
determinado caso, podem ter existido no passado, e podem subsistir ainda,
circunstâncias tais que reduzem ou até mesmo eliminam a culpa do indivíduo;
outras circunstâncias, ao contrário, podem agravá-la.









Em todo
caso, deve-se evitar a presunção infundada e humilhante de que o comportamento
homossexual das pessoas homossexuais esteja sempre e totalmente submetido à
coação e, portanto, seja sem culpa.









Na
realidade, também às pessoas com tendência homossexual deve ser reconhecida
aquela liberdade fundamental que caracteriza a pessoa humana e lhe confere a
sua particular dignidade. Como em toda conversão do mal, graças a tal
liberdade, o esforço humano, iluminado e sustentado pela graça de Deus, poderá
permitir-lhes evitar a atividade homossexual.









12. Que
deve fazer, então, uma pessoa homossexual que procura seguir o Senhor?
Substancialmente, tais pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua
vida, unindo ao sacrifício da cruz do Senhor todo sofrimento e dificuldade que
possam experimentar por causa da sua condição.









Para
quem crê, a cruz é um sacrifício frutuoso, pois daquela morte derivam a vida e
a redenção. Ainda que se possa prever que qualquer convite a carregar a cruz ou
a compreender de tal forma o sofrimento do cristão será ridicularizado por
alguns, é preciso recordar que é este o caminho da salvação para todos aqueles
que seguem o Cristo.









Não é
outro, na realidade, o ensinamento transmitido pelo apóstolo Paulo aos Gálatas,
quando diz que o Espírito produz na vida do fiel « amor, alegria, paz,
paciência, benevolência, bondade, fidelidade, mansidão e auto-domínio » e, mais
adiante: «Não podeis pertencer a Cristo sem crucificar a carne com as suas
paixões e os seus desejos » (Gal 5, 22. 24).









Todavia,
este convite é facilmente mal interpretado, se é considerado apenas como um
inútil esforço de auto-renegação. A cruz é, sem dúvida, renegação de si mesmo,
mas no abandono à vontade daquele Deus que da morte faz brotar a vida e
habilita os que nele depositam a sua confiança a praticarem a virtude em lugar
do vício.









Só se
celebra autenticamente o Mistério Pascoal quando se deixa que ele impregne o
tecido da vida cotidiana. Recusar o sacrifício da própria vontade na obediência
à vontade do Senhor é, de fato, opor obstáculo à salvação.









Exatamente
como a Cruz é o centro da manifestação do amor redentor que Deus tem por nós em
Jesus, assim o fato de conformarem a negação de si mesmos ao sacrifício do
Senhor constituirá para homens e mulheres homossexuais uma fonte de auto-doação
que os salvará de uma forma de vida que continuamente ameaça destruí-los.









As
pessoas homossexuais, como os demais cristãos, são chamadas a viver a
castidade. Dedicando-se com assiduidade a compreender a natureza do chamado
pessoal que Deus lhes dirige, serão aptas a celebrar mais fielmente o
sacramento da Penitência e a receber a graça do Senhor que, neste mesmo
sacramento, se oferece para generosamente poderem converter-se mais plenamente
ao seu seguimento.









13. É
evidente, por outro lado, que uma clara e eficaz transmissão da doutrina da
Igreja a todos os fiéis e à sociedade no seu conjunto depende em grande parte
do ensinamento correto e da fidelidade daqueles que exercem o ministério
pastoral. Os Bispos têm a responsabilidade particularmente grave de
preocupar-se que seus colaboradores no ministério e, sobretudo, os sacerdotes,
sejam corretamente informados e pessoalmente bem dispostos a comunicar a todos
a doutrina da Igreja na sua integridade.









São
dignas de admiração a particular solicitude e a boa vontade demonstradas por
muitos sacerdotes e religiosos, no atendimento pastoral às pessoas
homossexuais; esta Congregação espera que tal solicitude e boa vontade não
diminuam.









Estes
zelosos ministros devem nutrir a certeza de que estão seguindo fielmente a
vontade do Senhor quando encorajam a pessoa homossexual a levar uma vida casta
e relembram a dignidade incomparável que Deus lhe deu também.









14.
Considerando tudo o que precede, esta Congregação deseja pedir aos Bispos que
sejam particularmente vigilantes com relação aos programas que, de fato, tentam
exercer pressão sobre a Igreja a fim de que ela mude a sua doutrina, embora às
vezes, verbalmente neguem que seja assim.









Um
estudo atento das declarações públicas neles contidas e das atividades que
promovem revela uma calculada ambiguidade, através da qual procuram desviar
pastores e fiéis. Por exemplo, costumam citar o ensinamento do Magistério, mas
somente como uma fonte facultativa na formação da consciência; sua autoridade
peculiar não é reconhecida.









Alguns
grupos costumam até mesmo qualificar de « católicas » as suas organizações ou
as pessoas às quais pretendem dirigir-se, mas, na realidade, não defendem nem
promovem o ensinamento do Magistério; ao contrário, às vezes, atacam-no
abertamente.









Mesmo
reafirmando a vontade de conformar sua vida ao ensinamento de Jesus, de fato os
membros desses grupos abandonam o ensinamento da Sua Igreja. Este comportamento
contraditório de forma alguma pode receber o apoio dos Bispos.









15.
Esta Congregação encoraja, pois, os Bispos a promoverem, nas suas dioceses, uma
pastoral para as pessoas homossexuais, plenamente concorde com o ensinamento da
Igreja.









Nenhum
programa pastoral autêntico poderá incluir organizações em que pessoas
homossexuais se associem entre si, sem que fique claramente estabelecido que a
atividade homossexual é imoral.









Uma
atitude verdadeiramente pastoral incluirá a necessidade de evitar, para as
pessoas homossexuais, as ocasiões próximas de pecado.









Devem
ser encorajados os programas em que tais perigos sejam evitados. Mas é
necessário deixar bem claro que afastar-se do ensino da Igreja ou fazer
silêncio em torno dele, sob o pretexto de oferecer um atendimento pastoral, não
é forma legítima nem de autêntica atenção nem de pastoral válida.









Em
última análise, somente aquilo que é verdadeiro pode ser também pastoral.
Quando não se tem presente a posição da Igreja, impede-se a homens e mulheres
homossexuais de receberem o atendimento de que necessitam e ao qual têm
direito.









Um
programa pastoral autêntico ajudará as pessoas homossexuais em todos os níveis
da sua vida espiritual, mediante os sacramentos e, particularmente, a frequente
e sincera confissão sacramental, como também através da oração, do testemunho,
do aconselhamento e da atenção individual. Desta forma, a comunidade cristã na
sua totalidade pode chegar a reconhecer sua vocação de assistir estes seus
irmãos e irmãs, evitando-lhes tanto a desilusão como o isolamento.









16.
Desta abordagem diversificada podem advir muitas vantagens, entre as quais não
menos importante é a constatação de que uma pessoa homossexual, como, de resto,
qualquer ser humano, tem uma profunda exigência de ser ajudada
contemporaneamente em vários níveis.









A
pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, não pode definir-se
cabalmente por uma simples e redutiva referência à sua orientação sexual. Toda
e qualquer pessoa que vive sobre a face da terra conhece problemas e
dificuldades pessoais, mas possui também oportunidades de crescimento,
recursos, talentos e dons próprios.









A
Igreja oferece ao atendimento da pessoa humana aquele contexto de que hoje se
sente a exigência extrema, e o faz exatamente quando se recusa a considerar a
pessoa meramente como um « heterossexual » ou um « homossexual », sublinhando
que todos têm uma mesma identidade fundamental: ser criatura e, pela graça,
filho de Deus, herdeiro da vida eterna.









17
Apresentando à atenção dos Bispos esses esclarecimentos e orientações
pastorais, esta Congregação deseja ajudar os seus esforços no sentido de
assegurar que o ensinamento do Senhor e da Sua Igreja acerca deste importante
tema seja transmitido integralmente a todos os fiéis.









À luz
do que se acaba de expor, os Ordinários locais são convidados a avaliar, no
âmbito da própria competência, a necessidade de particulares iniciativas. Além
disso, se julgarem útil, poder-se-á recorrer a uma ação mais extensa, coordenada
a nível das Conferências episcopais nacionais.




Os
Bispos serão particularmente solícitos em apoiar com todos os meios à sua
disposição, o desenvolvimento de formas especializadas de atendimento pastoral
às pessoas homossexuais. Isso poderia incluir a colaboração das ciências
psicológicas, sociológicas e médicas, mantendo-se sempre na plena fidelidade à
doutrina da Igreja.




Os
Bispos, sobretudo, não deixarão de solicitar a colaboração de todos os teólogos
católicos, os quais, ensinando o que a Igreja ensina e aprofundando com as suas
reflexões o significado autêntico da sexualidade humana e do matrimônio cristão
no plano divino, como também das virtudes que este comporta, poderão desta
forma oferecer um válido auxílio neste campo específico da atividade pastoral.









Particular
atenção deverão ter os Bispos, além disso, ao escolher os ministros a serem
encarregados desta delicada tarefa, de modo que estes, graças à sua fidelidade
ao Magistério e ao seu elevado grau de maturidade espiritual e psicológica, possam
ser de real ajuda às pessoas homossexuais, de forma que elas alcancem o seu bem
integral. Tais ministros rechaçarão as opiniões teológicas que são contrárias
ao ensinamento da Igreja e que, portanto, não podem servir como diretrizes no
campo pastoral.









Será
conveniente além disso promover adequados programas de catequese, baseados na
verdade acerca da sexualidade humana, na sua relação com a vida da família, tal
como é ensinada pela Igreja. Tais programas, com efeito, fornecem um ótimo
contexto, dentro do qual pode ser abordada também a questão do homossexualismo.









Esta
catequese poderá ajudar inclusive as famílias em que se encontrem pessoas
homossexuais, a enfrentar um problema que as atinge tão profundamente.









Deve
ser retirado todo apoio a qualquer organização que procure subverter o
ensinamento da Igreja, que seja ambígua quanto a ele ou que o transcure
completamente. Tal apoio, mesmo só aparente, pode dar origem a malentendidos
graves.









Uma
atenção especial deveria ser dedicada à programação de celebrações religiosas e
ao uso, por parte desses grupos, de edifícios de propriedade da Igreja,
inclusive a possibilidade de dispor das escolas e dos institutos católicos de
estudos superiores. Para alguns, tal permissão de utilizar uma propriedade da
Igreja pode parecer apenas um gesto de justiça e de caridade, mas, na
realidade, ela contradiz as finalidades mesmas para as quais aquelas
instituições foram fundadas, e pode ser fonte de malentendidos e de escândalo.









Ao
avaliar eventuais projetos legislativos, dever-se-á pôr em primeiro plano o
empenho na defesa e promoção da vida da família.









18. O
Senhor Jesus disse: « Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará » (Jo 8,
32). A Sagrada Escritura manda-nos realizar a verdade na caridade (cfr. Ef 4,
15). Deus, que é ao mesmo tempo verdade e amor, chama a Igreja a pôr-se ao
serviço de cada homem, mulher e criança, com a solicitude pastoral do nosso
Senhor misericordioso. 









É com este espírito que a Congregação para a Doutrina da
Fé endereça a presente Carta aos Bispos da Igreja, na esperança de que lhes
sirva de ajuda no atendimento pastoral a pessoas cujos sofrimentos só poderão
agravar-se por doutrinas erróneas, enquanto que a palavra da verdade os
aliviará.









O Sumo
Pontífice João Paulo II, no decurso da Audiência concedida ao Prefeito
abaixo-assinado, aprovou e ordenou a publicação da presente Carta, decidida em
reunião ordinária desta Congregação.









Roma,
da sede da Congregação para a Doutrina da Fé, 1º de outubro de 1986.




Joseph
Card. Ratzinger







Prefeito







+ Alberto Bovone







Arcebispo Tit. de Cesaréia de Numídia







Secretário









Dependência afetiva é uma doença? Dra.Machela Pensavalli









Entrevista com Dra. Michela
Pensavalli, Psicóloga-Psicoterapeuta, Professora e Coordenadora Acadêmica SCint
(Escola de Especialização em Psicoterapia Cognitivo – Interpessoal), membro da
CeDic (Centro para a pesquisa e a terapia do Dep. Comportamental), Investigadora
junto à ITCI (Instituto de Terapia Cognitivo – Interpessoal) e Membro do Comitê
editorial da revista Modelli per la Mente e Idee in Psicoterapia.





 Quando é que uma pessoa deve
pedir ajuda psicológica no campo afetivo? dependência afetiva é uma doença?





(...) Na sua opinião, quando é
que uma pessoa deve pedir ajuda psicológica no campo afetivo?





Dra. Michela Pensavalli: Quando
se busca contínua e incessantemente a felicidade, uma realização de si mesmo,
uma paz interior através de uma relação com um objeto ou com um evento ou com
uma pessoa e esta busca entra na cotidianidade no âmbito sentimental,
profissional e relacional, então pode ser útil confiar num tratamento
psicoterapêutico. Por meio desta ajuda, a pessoa experimenta novas atitudes e
retoma, passo a passo, o domínio da própria vida e a direção escolhida para ser
perseguida nos vários âmbitos da vida cotidiana.





O que é a dependência afetiva? é
uma doença? É algo normal hoje?





Dra. Michela Pensavalli:
Define-se “doença das emoções”. O objeto da dependência é um relacionamento.
Designa uma necessidade geral e excessiva de ser acudidos, necessidade que leva
a um comportamento submisso e a uma angústia de separação. É a antítese do amor
a si mesmos.





O dependente afetivo não consegue
desenvolver o amor próprio nem a auto-estima.





Na sociedade atual, onde é dada
uma grande importância à estética e à beleza externa, o dependente afetivo vive
constantemente no medo de não ser aceito e aceita fazer qualquer coisa para
mostrar-se complacente com o outro ainda que este seja contrário aos seus
valores e ao seu código moral.





As pessoas sentem medo de ficar
na solidão, mas ao mesmo tempo não têm a coragem de tomar a sério uma relação
porque é muito difícil. É realmente assim? Por quê?





Dra. Michela Pensavalli: Solidão
significa entrar em contato consigo mesmos e com a própria alma, significa, às
vezes, terror de viver na dor do abandono.





As pessoas têm medo da solidão,
porque naquele momento encontram-se diante de si mesmas. Ao mesmo tempo, no
entanto, têm medo de estreitar laços fortes porque não se sentem capazes de
mantê-los e gerenciá-los no tempo.





A psicoterapia pós-moderna
encaminha-se na direção de sustentar a pessoa enquanto busca o equilíbrio entre
os excessos de extrema solidão e busca complacente e contínua do outro.
Michela, junto com Tonino Cantelmi, você escreveu um livro sobre o assunto:
“Scusa se non ti chiamo piu amore”.





Qual é a mensagem que você daria
para os jovens de hoje que se deparam com a escolha de se casar ou não casar,
que se encontram diante das dificuldades psicológicas de seus parceiros?





Dra. Michela Pensavalli: Uma
justa premissa que deve ser sublinhada é saber que o amor pode transformar-se
numa dependência afetiva mas a dependência não se transforma jamais em amor.
Isso explica porque em muitos casos uma relação amorosa transformada em uma
história de dependência recíproca pode ser curada por meio do compromisso ativo
dos parceiros, enquanto que uma relação que se destacou como dependência desde
o início está destinada a acabar de um modo ou de outro, quando não termina
destruindo as pessoas envolvidas.





No entanto, investir no amor é
sempre a direção certa e a solução. Isto quando o amor é saudável e não
vinculativo, quando se vive de forma independente e recíproca sem excluir o
amor para si mesmos.





A união no matrimônio não
significa dependência afetiva, mas o oposto.





Uma sadia relação baseia-se na
liberdade e na autonomia, na pura necessidade de ser amados. Num matrimônio
cada um manifesta o seu amor ao seu modo, e cada um ama o outro como acha melhor:
isso é o amor humano.





Amar significa aceitar o desafio
de suportar e acolher sobretudo os defeitos do outro.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Deus está no controle da sua vida.









Deus tem um projeto na nossa vida e ele pode ser
comunicado até mesmo por situações que ocorrem conosco. Podemos olhar, por
exemplo, para a vida de José, filho de Jacó, que foi vendido como escravo ao
Egito, e Ele próprio viu essa realidade como um direcionamento de Deus.
(Gêneses).





Ele depois das aflições, provações e
tribulações que passou, disse aos irmãos que o haviam traído :





“Entretanto, não vos aflijais, nem vos
atormenteis por me terdes vendido a este país, pois foi para conservar-vos a
vida que Deus me enviou à vossa frente. De fato este é o segundo ano de fome no
país, e durante outros cinco não haverá semeadura nem colheita. Deus me enviou
à vossa frente para assegurar-vos a sobrevivência no país e preservar-vos as
vidas para uma libertação grandiosa. Portanto não fostes vós que me enviastes
para cá, mas Deus. Ele me constituiu tutor do faraó, administrador de todo o
palácio e governador de todo o Egito. Voltai depressa para dizer a meu pai:
‘Assim diz teu filho José: Deus me constituiu administrador de todo o Egito.
Desce, pois, para junto de mim sem tardar.” (Gênesis 45.5-9).





Portanto, José não condenou seus irmãos,
não ficou remoendo o passado, não focou no problema ocorrido e sim olhou para
frente, percebeu que os acontecimentos na sua vida foram necessários para que o
projeto de Deus acontecesse.





Veja as tribulações ocorridas na vida de
José: Foi desprezado e abandonado pelos irmãos, depois é vendido como escravo.
A esposa daquele que o comprou tentou seduzi-lo para que traísse seu amigo e
tivesse com ela relações sexuais e não conseguindo o intento, simula uma
situação para que José fosse preso e perdesse tudo.





Mesmo sem perceber a presença de Deus na
sua vida naquelas situações angustiantes, Deus estava tomando o controle de
tudo. E cada fato, foi necessário, para que José chegasse a administrar o
Egito.





Foi necessário ser vendido, como também
ser preso.





José, na sua maturidade espiritual,
entendeu muito bem isso. Ele compreendeu que se os irmãos dele não o tivessem
traído o projeto de Deus não teria ocorrido. Entendeu também, que se aquela
mulher não tivesse mentido ele não teria sido preso e assim não teria conhecido
o faraó.





Está aí a beleza da vida. José ordenou o
seu passado para o amor. José teve uma experiência triste, mas não ficou
remoendo as situações. Ele não teve dó de si mesmo e nem ficou culpando sicrano
ou beltrano por ter feito isso ou aquilo com ele.





José foi muito mais além, ele olhou para o
que ele era na atualidade e percebeu que Deus não estava dormindo. Que Deus
tinha o controle de tudo.





O mais bonito de toda essa situação, meus
irmãos, é que José se tornou livre e quis estender essa liberdade a todos.
Inclusive aos seus irmãos. Ele além de não ter raiva, nem ressentimento deles,
explicou o ocorrido, para que seus irmãos não sentissem culpa do que fizeram.
Ele quis que seus irmãos perdoassem a eles mesmos.





Quantos hoje em dia não deixam o projeto
de Deus acontecer nas suas vidas, porque ficam remoendo o passado. Não perdoam
os seus malfeitores. Quantos ao fazerem o mal para alguém após o arrependimento
ficam culpando e punindo a si próprios, olhando o mal que fizeram e não
percebendo que suas vidas podem tomar uma nova direção.





Vejam meus irmãos, que através das dos
fatos sobre as quais José não tinha nenhum controle pessoal, ele foi usado por
Deus para salvar as vidas de milhares de pessoas em um tempo de fome severa.





Nós temos uma promessa maravilhosa de Deus
com respeito à esses fatos:









“Sabemos que todas as coisas cooperam para
o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo os seus
desígnios” (Romanos 8.28).





Que Deus nos conceda a graça de termos o
entendimento em todas as situações da nossa vida e, que não fechemos o nosso
coração. 





Augusta Moreira dos Santos










É uma profecia para você.











Augusta Moreira dos Santos




O Senhor fala especialmente para você. É uma profecia na sua vida.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Coração de Jesus, abrigo da solidão













“Só o
coração de Jesus curará nossos males”, disse papa Pio IX. 





Se você está passando
por uma situação difícil o único remédio é Jesus Cristo. Deus tem algo especial
para você, e Ele quer se revelar a você.





Não foi à toa que a lança rasgou a
costela de Jesus, isto é sinal de que Ele quer profundidade, saia portanto, da
superfície que hoje você se encontra.







O coração de Jesus é portador de uma graça
poderosa, capaz de curar a nossa vida. O peito aberto dele é remédio para nossa
alma, os remédios que a sociedade nos oferece tem efeitos colaterais, mais em
Jesus, que é remédio para a alma, o único efeito colateral é o desejo de Céu,
de santidade. 





Hoje, o Senhor quer tomar o volante da sua vida e dar uma guinada, permita-se
guiar por Ele. O nosso desejo é de amar alguém que nunca morre, que deseja
ficar perto de nós... Se você ainda não encontrou esse amor e está por aí
procurando, saiba que este Alguém já existe, é Cristo. 





A tecnologia de hoje é formidável, pois ela tem a capacidade de manter o
contato com as pessoas, mesmo elas estando em lugares diferentes, mas como
nunca antes, as pessoas vivem de forma solitária. Existe um vazio interior
muito grande na sociedade e Deus quer curar esses corações. Mesmo que você, por
confiar muito nas pessoas, acabou se decepcionando, Jesus quer resgatar o valor
da confiança em sua vida. 





Você não sofre sozinho, existem pessoas que estão sofrendo como você, ou ainda
mais que você. Assim como uma criança que não chora nem com o passado e com o
futuro, elas reconhecem o valor do presente, precisamos aprender com elas, pois
muitos de nós sendo adultos, se comportam pior do que elas.









"Pela
força do Sagrado Coração, sejamos fortes em meio às tribulações."







O
coração de Jesus lhe ensina a viver o presente. Quando adoramos o coração de
Jesus deve brotar o desejo de imitá-lo, pois o passado não pode te prender e
você não pode sofrer pelo que não aconteceu. 





Você precisa abraçar a tua Cruz, não fuja dela, pois em Jesus aprendemos a agir
com maturidade, pois somente Ele pode revelar-se pela Cruz. A centralidade do
coração de Jesus te ajuda a encontrar seu equilibro. 





Nas tribulações em que você vive saiba que existe uma graça especial para este
tempo, ou seja a mesma desgraça pode lhe tornar um derrotado ou um vencedor,
tudo vai depender da maturidade que você vive em mio ao problema, é você quem
escolhe e decide o que quer viver. 







Precisamos ter coragem de enfrentar os
problemas. “Ainda se vier noites traiçoeiras, se a cruz pesada for, Cristo
estará contigo, o mundo pode até fazer você chorar, mas Deus lhe quer
sorrindo”. 










Deus precisa ocupar o centro de nossas vidas, mas a humanidade está colocando o
ser humano no centro de suas próprias vidas. Existe uma extração de homem na sociedade
e ele está colocando a si mesmo no centro. 





Quando rezamos ao coração de Jesus, pedimos que a vontade dele acontece em nós.
O reino de Jesus precisa acontecer em nossas vidas. A nossa espiritualidade não
pode ser desorbitada, mas ela precisam me levar a transformação do ambiente.














Não se deixe levar pela conveniência, ao que é mais fácil. Saiba que Jesus quer
que sejamos perseverantes até o fim, pois é dessa forma que seremos salvos.
Pela força do Sagrado Coração, sejamos fortes em meio às tribulações. 





Se você coloca confiança na estrutura da sociedade, excluímos a nossa
responsabilidade. Você pode fazer algo se abandonar ao Coração de Jesus, pois é
“nEle que precisamos colocar a nossa confiança”.