
AUGUSTA MOREIRA DOS SANTOS - Este Blog mostra aquilo que realmente de fato me interessa, a espiritualidade. Registro na minha história de vida espiritual alguns vídeos que gravei e escritos que estou iniciando e não esqueço o que Deus nos disse lá no estado do Maranhão: "O meu povo está com fome, o meu povo está com sede, o que tendes para oferecer?"
terça-feira, 8 de julho de 2014
Pobreza
II Cor 8 (12) De fato, quando existe a boa vontade, ela é bem aceita com aquilo que se tem; não se exige o que não se tem. (13) Não se trata de vos pôr em aperto para aliviar os outros. O que se deseja é que haja igualdade: (14) que, nas atuais circunstâncias, a vossa fartura supra a penúria deles e, por outro lado, o que eles têm em abundância complete o que acaso vos falte. Assim, haverá igualdade, (15) como está escrito: “Quem recolheu muito não teve de sobra, e quem recolheu pouco não teve falta”.
Eclo,11,14: Bens e males, vida e morte, pobreza e riqueza, tudo vem de Deus.
Eclo,18,32: Não te comprazas em muito banquete; porção dobrada é pobreza do outro.
Lc,21,4: Pois todos eles depositaram como oferta parte do que tinham de sobra, mas ela, da sua pobreza, ofereceu tudo que tinha para viver.”
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Sobre a Santíssima Eucaristia no Código de Direito Canônico

Cân. 897 – Augustíssimo sacramento é a santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O Sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam.
Cân. 899 – § 1. A celebração da Eucaristia é ação do próprio Cristo e da Igreja, na qual, pelo mistério do sacerdote, o Cristo Senhor, presente sob as espécies de pão e de vinho, se oferece a Deus Pai e se dá como alimento espiritual aos fiéis unidos à sua oblação.
Cân. 900 – § 1. Somente o sacerdote validamente ordenado é o ministro que, fazendo as vezes de Cristo, é capaz de realizar o sacramento da Eucaristia.
Cân. 904 – Lembrando-se sempre que no mistério do Sacrifício eucarístico se exerce continuamente a obra da salvação, os sacerdotes celebrem freqüentemente; e mais, recomenda-se com insistência a celebração cotidiana, a qual, mesmo não se podendo ter presença de fiéis, é um ato de Cristo e da Igreja, em cuja realização os sacerdotes desempenham seu múnus principal.
Cân. 907 – Na celebração eucarística, não é lícito aos diáconos e leigos proferir as orações, especialmente a oração eucarística, ou executar as ações próprias do sacerdote celebrante.
Cân. 908 – É proibido aos sacerdotes católicos concelebrar a Eucaristia junto com sacerdotes ou ministros de Igrejas ou comunidades que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica.
Cân. 913 – § 1. Para que a santíssima Eucaristia possa ser ministrada às crianças, requer-se que elas tenham suficiente conhecimento e cuidadosa preparação, de modo que, de acordo com sua capacidade, percebam o mistério de Cristo e possam receber o Corpo do Senhor com fé e devoção.
§ 2. Contudo, pode-se administrar a santíssima Eucaristia às crianças que estiverem em perigo de morte, se puderem discernir o Corpo de Cristo do alimento comum e receber a comunhão com reverência.
Cân. 916 – Quem está consciente de pecado grave não celebre a missa nem comungue o Corpo do Senhor, sem fazer antes a confissão sacramental, a não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; nesse caso, porém, lembre-se que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes.
Cân. 917 – Quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode recebê-la no mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que participa, salva a prescrição do cânon 921 §2.(perigo de morte)
Cân. 918 – Recomenda-se sumamente que os fiéis recebam a sagrada comunhão na própria celebração eucarística; seja-lhes, contudo, administrada fora da missa quando a pedem por causa justa, observando-se os ritos litúrgicos.
Cân. 919 § 1.- Quem vai receber a sagrada Eucaristia abstenha-se de qualquer comida ou bebida , excetuando-se somente água e remédio, no espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão. (exceção para pessoas idosas e enfermas e quem cuida delas, §3)
Cân. 920 – § 1. Todo fiel, depois que recebeu a sagrada Eucaristia pela primeira vez, tem a obrigação de receber a sagrada comunhão ao menos uma vez por ano.
§2. Esse preceito deve ser cumprido no período pascal, a não ser que, por justa causa, seja confortados com a sagrada comunhão como viático.
Cân. 921 – § 1. Os fiéis em perigo de morte, proveniente de qualquer causa, sejam confortados com a sagrada comunhão como viático.
§ 2. Mesmo que já tenham comungado nesse dia, recomenda-se vivamente que comunguem de novo aqueles que vierem a ficar em perigo de morte.
§ 3. Persistindo o perigo de morte, recomenda-se que seja administrada a eles a sagrada comunhão mais vezes em dias diferentes.
Cân. 844 §2. Sempre que a necessidade o exigir ou verdadeira utilidade espiritual o aconselhar, e contanto que se evite o perigo de erro ou indiferentismo, é lícito aos fiéis, a quem for física ou moralmente impossível dirigir-se a um ministro católico, receber os sacramentos da penitência, Eucaristia e unção dos enfermos de ministros não-católicos, em cuja Igreja ditos sacramentos existem validamente.
Cân. 924 – §1. O sacrossanto Sacrifício eucarístico deve ser oferecido com pão e vinho, e a este se deve misturar um pouco de água.
§2. O pão deve ser só de trigo e feito recentemente, de modo que não haja perigo algum de deterioração.
§3. O vinho deve ser natural, do fruto da videira e não deteriorado.
Cân. 925 – Distribua-se a sagrada comunhão só sob a espécie de pão ou, de acordo com as leis litúrgicas, sob ambas as espécies; mas, em caso de necessidade, também apenas sob a espécie de vinho.
Cân. 927 – Não é lícito, nem mesmo urgindo extrema necessidade, consagrar uma matéria sem a outra, ou mesmo consagrá-las a ambas fora da celebração eucarística.
Cân. 929 – Sacerdotes e diáconos, para celebrarem ou administrarem a Eucaristia, se revistam dos paramentos sagrados prescritos pelas rubricas.
Cân. 931 – §1. A celebração eucarística deve realizar-se em lugar sagrado, a não ser que, em caso particular, a necessidade exija outra coisa; nesse caso, deve-se fazer a celebração em lugar decente.
§2. O sacrifício eucarístico deve realizar-se sobre altar dedicado ou benzido; fora do lugar sagrado, pode ser utilizada uma mesa conveniente, mas sempre com toalha e corporal.
Cân. 934 §2. Nos lugares em que se conserva a santíssima Eucaristia deve sempre haver alguém que cuide dela e, na medida do possível, um sacerdote celebre missa aí, pelo menos duas vezes por mês.
Cân. 935 – A ninguém é licito conservar a Eucaristia na própria casa ou levá-la consigo em viagens, a não ser urgindo uma necessidade pastoral e observando-se as prescrições do Bispo diocesano.
Cân. 937 – A não ser que obste motivo grave, a igreja em que se conserva a santíssima Eucaristia seja aberta todos os dias aos fiéis, ao menos durante algumas horas, a fim de que eles possam dedicar-se à oração diante do santíssimo Sacramento.
Cân. 938 – §1. Conserve-se a santíssima Eucaristia habitualmente em um só tabernáculo da igreja ou oratório.
§2. O tabernáculo em que se encontra a santíssima Eucaristia esteja colocado em alguma parte da igreja ou oratório que seja insigne, visível, ornada com dignidade e própria para a oração.
§3. O tabernáculo em que habitualmente se conserva a santíssima Eucaristia seja inamovível, construído de madeira sólida e não- transparente, e de tal modo fechado, que se evite o mais possível o perigo de profanação.
§4. Por motivo grave, é lícito conservar a santíssima Eucaristia, principalmente à noite, em algum lugar mais seguro e digno.
§5. Quem tem o cuidado da igreja ou oratório providencie que seja guardada com o máximo cuidado a chave do tabernáculo onde se conserva a santíssima Eucaristia.
Cân. 939 – Conservem-se na píxide ou âmbula hóstias consagradas em quantidade suficiente para as necessidades dos fiéis; renovem-se com freqüência, consumindo-se devidamente as antigas.
Cân 940 – Diante do tabernáculo em que se conserva a santíssima Eucaristia, brilhe continuamente uma lâmpada especial, com a qual se indique e se reverencie a presença de Cristo.
Cân. 943 – Ministro da exposição do santíssimo Sacramento e da bênção eucarística é o sacerdote ou diácono; em circunstâncias especiais, apenas da exposição e remoção, mas não da bênção, é o acólito, um ministro extraordinário da comunhão eucarística, ou outra pessoa delegada pelo Ordinário local, observando-se as prescrições do Bispo diocesano.
Estas normas são completadas com as disposições definidas pela Sagrada Congregação Para o Sacramento e o Culto Divino, da Cúria Romana, sempre aprovadas pelo Papa, antes de entrar em vigor na vida da Igreja.
Fonte:http://cleofas.com.br/sobre-a-santissima-eucaristia-no-codigo-de-direito-canonico/
domingo, 6 de julho de 2014
O leigo
“Leigos são todos os cristãos, exceto os membros de ordem sacra e do estado religioso.” (Constituição dogmática Lumen Gentium, n. 31)
No decreto sobre o apostolado dos leigos, da Santa Sé, diz:
"A todos os fiéis incumbe, portanto, o glorioso encargo de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens em toda a terra".
Diz também no referido decreto: "Esta espiritualidade dos leigos deverá assumir características especiais, conforme o estado de matrimónio e familiar, de celibato ou viuvez, situação de enfermidade, actividade profissional e social. Não deixem, por isso, de cultivar assiduamente as qualidades e dotes condizentes a essas situações, e utilizar os dons por cada um recebidos do Espírito Santo.
Além disso, aqueles leigos que, seguindo a própria vocação, se alistaram em alguma das associações ou institutos aprovados pela Igreja, devem de igual modo esforçar-se por assimilar as características da espiritualidade que lhes é própria".
Regra de ouro em relação aos animais
Sempre ouço as pessoas dizerem: Animal não tem alma. E com isso não se importam com eles. Fico a pensar: Por que na época do dilúvio, Deus mandou separar um casal de cada animais e aves? Eles não tem alma, é verdade, mas sentem fome, sede, frio e dor. Ficar indiferentes à realidade deles, é discordar do projeto de Deus. Na verdade, tenho lutado para utilizar a regra de ouro na minha vida, que é colocar no lugar do meu próximo, seja ele gente ou animal. Ele é um irmão inferior mas é criação de Deus. Se eu tivesse no lugar de um animal, mesmo não tendo a inteligência de um humano, o que gostaria que fizessem para mim? Assim a gente descarta a injustiça. Augusta Moreira dos Santos
quinta-feira, 26 de junho de 2014
O querer de Deus
O que tanto busco, insisto e sonho é vontade de Deus ou é apenas a minha vontade? Uma forma de discernir a resposta é perceber os frutos desta espera. O que é de Deus traz paz e edifica, mesmo que passe pelo sofrimento . Já o que é apego humano não produz bons frutos, torna a pessoa amarga, sem brilho, sem vida.
Madre Teresa de Calcutá, quando percebia alguém triste, logo pensava: “O que será que esta pessoa está negando a Deus?”
sábado, 21 de junho de 2014
O que é Filotéia?
Filo = amizade
Teia = Teos = Deus
FILO+ TEO= Amizade com Deus
É uma fase dentro do processo de conversão que passa pelas seguintes etapas:
1)-Querígma.
2)-Filotéia.
3)-Catequese.
4)- "Koinonya" que significa "comunhão" em grego.
5)-Diaconia que diz respeito ao serviço feito por e com amor, sem constrangimento e em perfeita consonância com o ensinamento de Cristo.
6)-Martiria(Martírio)
Teia = Teos = Deus
FILO+ TEO= Amizade com Deus
É uma fase dentro do processo de conversão que passa pelas seguintes etapas:
1)-Querígma.
2)-Filotéia.
3)-Catequese.
4)- "Koinonya" que significa "comunhão" em grego.
5)-Diaconia que diz respeito ao serviço feito por e com amor, sem constrangimento e em perfeita consonância com o ensinamento de Cristo.
6)-Martiria(Martírio)
Fontes diversas.
sábado, 7 de junho de 2014
Atos 26,16-18
Jesus diz a Paulo:
Mas agora, levanta-te e fica de pé. O motivo pelo qual te apareci é este: eu te estabeleci para que sejas meu servo e testemunha desta visão e de outras ainda nas quais te aparecerei. Eu te livrarei das mãos deste povo e também dos pagãos, aos quais eu te envio para que lhes abras os olhos e para que se convertam das trevas para a luz, da autoridade de Satanás para Deus. Assim, eles receberão o perdão dos pecados e participarão da herança com os santificados, pela fé em mim’.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Segunda Conversão
Quem experimenta a 2ª conversão como São Paulo, Santo Agostinho, Tereza D’avila e tantos outros santos entendem a plenitude destas passagens:
“ Não Julgueis para não seres Julgados ...” ( Mateus 7,1)
“ Aquele que está de pé, cuide para não cair...” ( I Cor. 10,12)
“O melhor de mim não está no meu passado, mas no presente e no melhor vinho que Deus tem guardado para servir...”
(extraído da internet)
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Renovação Carismática tem encontro com Papa Francisc
Em seu pronunciamento, o Pontífice definiu a Renovação Carismática “uma corrente de graça na Igreja e para a Igreja”

Uma multidão em festa acolheu na tarde deste domingo o Papa Francisco no Estádio Olímpico de Roma, para celebrar os 37 anos da Renovação Carismática italiana.
O Presidente do Movimento, Salvatore Martinez, deu as boas-vindas ao Pontífice, afirmando que o Olímpico hoje não é palco de um jogo de futebol, com os times da Roma, da Lácio ou do São Lourenço (da Argentina). Mas há sempre uma equipe, a dos discípulos de Jesus, cujo técnico é o Espírito Santo e o capitão é o Papa Francisco. “A estratégia de jogo é maravilhosa. Colocando em campo a fé, a vitória de Jesus está garantida”, disse ele.
Tomaram a palavra representantes dos sacerdotes, dos jovens, da família e dos enfermos, que deixaram seu testemunho, intercalados por palavras do Santo Padre, que porém fez notar aos organizadores que faltava um representante dos avós.
“Aos sacerdotes, me vem uma única palavra: proximidade. Proximidade a Jesus Cristo, na oração. Próximos ao Senhor. E proximidade às pessoas, ao povo de Deus que lhes é confiado. Amem sua gente”, disse Francisco.
Aos jovens, suas palavras foram: “Seria triste um jovem que protege sua juventude num cofre. Assim, esta juventude se torna velha, no pior sentido da palavra. Torna-se pano velho. Não serve para nada. A juventude serve para arriscar: arriscar bem, com esperança. Apostá-la em coisas grandes. Deve ser doada para que outros conheçam o Senhor. Não a poupem para vocês, avante!
Para as famílias presentes, o Pontífice recordou que são a Igreja doméstica, onde Jesus cresce, cresce no amor dos cônjuges, na vida dos filhos. Por isso o inimigo a ataca tanto: o demônio não a quer! E tenta destrui-la. “O Senhor abençoe a família e a fortifique nesta crise na qual o diabo quer destrui-la.”
Em seu pronunciamento, Francisco definiu a renovação carismática “uma corrente de graça na Igreja e para a Igreja”. Como em uma orquestra, nenhum movimento pode pensar em ser mais importante ou maior que o outro. “Quando isso acontece, a peste tem início. Ninguém pode dizer: eu sou o chefe. Como toda a Igreja, há um só chefe, um único Senhor: Jesus.”
Como na entrevista que concedeu voltando do Brasil, Francisco repetiu que não amava muitos os “carismáticos”, mas depois se tornou o assistente espiritual da Renovação Carismática, nomeado pela Conferência Episcopal Argentina. “Trata-se de uma força”, afirmou o Papa, pedindo que renovem o amor pela palavra, carregando no bolso o Evangelho.
E advertiu: “Cuidado para não perder a liberdade que o Espírito Santo nos doou. O perigo para a Renovação é a da excessiva organização. Sim, ela é necessária. Mas não percam a graça de deixar Deus ser Deus. Não há graça maior que deixar-se guiar pelo Espírito Santo”.
O Pontífice identificou ainda outro perigo, que é se tornar controlador da graça de Deus. “Muitas vezes, os responsáveis (gosto mais da denominação ‘servidores’) por alguma comunidade se tornam, sem querer, administradores da graça, decidindo quem pode recebê-la. Vocês são dispensadores, não controladores. Não sejam a alfândega ao Espírito Santo”. E indicou três obras como guias seguros para não errar o caminho, sendo uma delas “Renovação Carismática e serviço ao homem”, escrita pelo Card. Suenens e por Dom Hélder Câmara. “Este é o percurso, sintetizou: evangelização, ecumenismo espiritual, cuidado pelos pobres e necessitados e acolhida dos maginalizados. E tudo isto baseado na adoração!”
Por fim, Francisco disse o que espera da Renovação. Em primeiro lugar, a conversão ao amor de Jesus. “Espero de vocês uma evangelização com a Palavra de Deus que anuncia que Jesus está vivo e ama todos os homens.” Em segundo lugar, dar testemunho de ecumenismo espiritual, de permanecer unidos no amor que Jesus pede a todos os homens. A seguir, a aproximação aos pobres e aos necessitados, para tocar em sua carne a carne ferida de Jesus. “Aproximem-se, por favor.”
O Pontífice concluiu com um apelo: “Busquem a unidade da Renovação, porque a unidade vem do Espírito Santo. A divisão vem do demônio. Fujam das lutas internas, por favor.”
Fonte: Rádio Vaticano
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Caminho de conversão
Disponibilizo um excelente texto do padre e teólogo Réginald Garrigou-Lagrange, O. P., sobre a vida espiritual. O excerto foi retirado do livro 'As Três Vias e as Três Conversões' (4ª Edição. Editora Permanência. P. 46-48.), em que se trata sobre as três vias ou idades da vida espiritual, que tem seu cume na via unitiva, a via dos perfeitos, daqueles que gozam do início da vida eterna ainda aqui na Terra, como Santa Teresa de Ávila e Santa Catarina de Sena, e sobre as três conversões necessárias para chegar a cada uma. Desnecessário explicar que tal assunto é fundamental na vida de todo cristão, como um processo de análise da caminhada e de busca pela perfeita Caridade.
Em breve e rasa explanação, a primeira conversão é aquela pela qual a alma passa do estado de dissipação ou de indiferença ao estado de graça, levando à via purgativa, à luta contra os pecados, vícios e más inclinações, os quais, consciente ou inconscientemente, afastam do caminho de Deus e dEle mesmo. Já na segunda conversão, a alma passa do estado imperfeito à profunda resolução de daí em diante tender real e generosamente para a perfeição cristã, entrando na via iluminativa, na vida virtuosa, porém ainda necessitada de uma terceira conversão, uma verdadeira transformação da alma.
Tal doutrina não pode significar para nós apenas um conhecimento livresco e teórico, mas deve consistir em busca de uma vida inteira. Ouçamos, pois, a Cristo, no Sermão da Montanha:
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons e cair a chuva sobre justos e injustos. Com efeito, se amais aos que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem também os publicanos a mesma coisa? E se saudais apenas os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem também os gentios a mesma coisa? Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito. (Mt 5, 43-48)”
Deus os abençoe e Maria os proteja!
"Santa Catarina mostra em seu Diálogo (caps. 60 e 63), que aquilo que se passou com os Apóstolos, nossos modelos formados diretamente por Nosso Senhor, de certo modo deve reproduzir-se também em nós. Antes, é preciso que se diga que se os Apóstolos tiveram necessidade de uma segunda conversão, com muito maior razão dela precisamos nós. A santa insiste particularmente sobre as imperfeições que tornam necessária esta segunda conversão, especialmente sobre o amor próprio. Nas almas imperfeitas, ele susbsiste em graus diversos, apesar do estado de graça, e é a fonte de um grande número de pecados veniais, de defeitos habituais, que se tornam como os traços do caráter das pessoas e fazem necessária uma verdadeira purificação da alma, mesmo naqueles que, de certo modo, já estiveram no Tabor ou que frequentemente participam do banquete eucarístico, como os Apóstolos na Ceia.
No capítulo 60 de seu Diálogo, ela nos fala deste amor próprio, descrevendo o amor mercenário dos imperfeitos que, sem perceberem, servem a Deus por interesse, pelo apego às consolações, quer temporais quer espirituais, e que ao serem delas privados choram lágrimas de ternura por eles mesmos.
Trata-se de mistura bem estranha mas, de fato, muito frequente em nós: a de um amor a Deus, que tem sua sinceridade, com um amor desordenado de nós mesmos. Não se pode negar que tal pessoa ama a Deus, com um amor de estima, mais do que a si mesma, sem o que não estaria em estado de graça e teria perdido a caridade, mas ela se ama a si mesma ainda de um modo desordenado.
(...)
'Entre aqueles que se tornaram meus servos de confiança, há os que me servem com fé, sem temor servil. Não é apenas o temor do castigo, é o amor que os liga ao meu serviço [como Pedro antes da Paixão]. Mas este amor não deixa de ser imperfeito, porque eles buscam a si mesmos [pelo menos em boa parte], é sua própria utilidade, sua própria satisfação, ou o prazer que encontram em Mim. A mesma imperfeição também se encontra no amor que eles tem ao próximo. Sabes o que demonstra a imperfeição deste amor? Já que são privados das consolações que encontravam em mim, este amor não lhes é suficiente e não pode mais sobreviver . Este amor definha e frequentemente vai esfriando cada vez mais, quando para exercitar as almas na virtude e arrancá-las da imperfeição, eu lhes retiro estas consolações espirituais e lhes envio lutas e contrariedades. Mas ajo assim somente para levá-las à perfeição, para ensiná-las a melhor se conhecer, para que tomem consciência de que não são nada e que por elas mesmas não possuem nenhuma graça. A adversidade deve levá-las a buscar refúgio em mim, a me reconhecer como seu benfeitor, a se apegarem a mim somente por uma verdadeira humildade...'
(...)
É importante, pois, superar o amor mercenário que às vezes continua subsistindo, ainda que ignorado. Neste mesmo capítulo 60 está dito:
'Era com este amor imperfeito que São Pedro amava o bom e doce Jesus, meu filho único, quando provava tão deliciosamente a doçura de sua intimidade [no Tabor]. Mas, apenas veio o tempo da tribulação, toda a sua coragem o abandonou. Não somente faltaram-lhe forças para sofrer com Ele, como, à primeira ameaça, o mais baixo dos temores venceu sua fidelidade e Pedro renegou a Cristo jurando nunca tê-lo conhecido.'
Santa Catarina mostra que a alma imperfeita, que ama o Senhor com um amor ainda mercenário, deve imitar o que fez Pedro depois da negação. Não é raro que a Providência, a qualquer momento, também nos permita incidir em alguma falta bem visível, para nos humilhar e obrigar-nos a entrar em nós mesmos.
(...)
Catarina observa que a alma que se move apenas por um amor mercenário corre inúmeros perigos. 'São as almas, diz ela, que querem ir ao Pai sem passar por Jesus Crucificado e que se escandalizam da cruz, que lhes é dada para salvá-las'. (Cap. 75)"
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