Pedimos tantas coisas para Deus e quase sempre não recebemos. E por que isso acontece? A própria palavra vem nos dar a resposta para tal questionamento. Vejamos:
"Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois o que pedis, só quereis esbanjá-lo nos vossos prazeres". Tg 4,3
Isso significa que não recebemos o que pedimos por causa do nosso egoísmo. Pedimos ao pai coisas que nos beneficiam. Peço a saúde do meu pai, da minha mãe, do meu amigo. Peço dinheiro para comprar uma casa, um carro, etc?
Qual o mal de se ter uma casa? Nenhum. Mas analise: Queremos uma casa com piscina, com banheiro no quarto, com uma bela fachada, etc... Que mal a nisso? Nenhum. Mas, sempre tem o más. Será que se eu tivesse uma casa bonita, cheia de conforto, o orgulho não iria me dominar? Não iria querer aparecer? Ser mais do que o outro? Enfim, no fundo quando pedimos para Deus, temos intimimamente um sentimento de posse. Quero para mim, para minha família. Não quero para a coletividade, para o bem comum. Esses são pontos que devemos refletir.
Quando peço pela saúde de alguém. Quase sempre, pedimos com mais amor e fervor para um membro da família ou por nós mesmos. Que mal há nisso? Nenhum. Mas, as vezes pedimos pela nossa saúde, porque não queremos morrer ou por um membro da nossa família porque não queremos ficar sem ele. Há um amor possessivo. Um amor egoísta. Quando peço porque quero cumprir uma missão ou por outros motivos nobres, como a conversão de alguém que está doente e não conheceu o amor de Deus, isso sim, é um clamor sem interesse.
Devemos então, pedir pelos nossos políticos, pois assim beneficia a coletividade. Pelos nossos padres, pois beneficia os fiéis, etc...
Portanto, penso que não obtemos quase nada do que pedimos porque somos egoístas e interesseiros, ao passo que deveríamos amar da forma como Jesus amou.
Augusta Moreira dos Santos