Não há na maioria das vezes, pessoas preparadas nas paróquias, para direção espiritual, com maturidade, conhecimento e discrição, e indicar um caminho para aqueles que sentem uma inquietação interior no tocante à sua vocação. É visível a falta de experiências neste setor e investimentos neste sentido.
Por certo há aquele pastoreio indireto mas é muito pouco, pois visa interesses individuais de congregações, comunidades e institutos e, não o discernimento propriamente dito do carisma individual e coletivo do próprio vocacionado.
Refletindo sobre vocação, vejo o quanto falta suporte nas paróquias. Daí a gente vê a falta de produção religiosa, por haver padres que fazem do sacerdócio uma profissão e não uma vocação. Religiosas, que as vezes têm vocação, mas estão no local errado, leigos que têm interesse em servir mas estão perdidos, pessoas certas em lugares errados.
A bíblia nos orienta, mas é preciso muito mais. É preciso pessoas engajadas, pessoas que assumam a missão de orientar principalmente os jovens.
Um dia tive um sonho com Nossa Senhora, como se fosse uma transfiguração, dela em mim e eu nela e dizia: "Ajude os Jovens".
No diálogo de amizade com Jesus podemos ouvir a sua voz que chama: “vem e segue-me” (Lc 18,22); ou a voz do Senhor dizendo: “volta a tua casa e conta tudo o que Deus te fez” (Lc 8,39).
Tem pessoas que possuem vocação para o matrimônio e não se conformam em servir no seu lar, em ser uma boa mãe, uma boa esposa, uma boa dona de casa e fogem do chamado fazendo de suas famílias um "inferno" e indo servir na Igreja e Jesus diz volta para tua casa.
Analisando a minha história posso questionar: por qual caminho Deus me leva? Quais os acontecimentos mais importantes que ocorreram na minha vida? Em que, quero me dedicar? Como posso perceber os sinais na minha vida?
Preciso saber onde Deus quer que eu o sirva. Penso que é uma dúvida na maioria daqueles que se sentem chamados.
Me sinto bem servindo o Senhor em que? é ouvindo as pessoas? Dando um direcionamento? É pregando retiros? É nos meios de comunicação que me realizo? Gosto de estar é com as crianças? É com jovens? É indo aos hospitais?
Esses questionamentos são necessários para chegar ao discernimento e achar o local certo e as pessoas certas. É preciso perceber quem faz parte do meu DNA espiritual, quem faz parte da minha identidade, do meu carisma.
Sinto-me atraída é para a vida religiosa, ou como leiga? Qual é o estilo de vida que me satisfaz?
Quero viver como eles vivem e fazer o que eles fazem, ou não?
Será que você não é chamado a ser um fundador ou uma fundadora e não sabe disso?
Certo dia saiu essa palavra para mim:
“Quem dentre vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a concluir? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, não a podendo acabar, todos os que virem comecem a troçar dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não pôde acabar’” Lc 14, 28-30.
A vocação é algo sério e preciso pensar sobre esse texto acima. Não posso brincar com o meu chamado.
Quais os sinais concretos em que me baseio para pensar que Deus me chama? Quais os prós e contras que tenho para seguir esse caminho?
O Senhor não nos fala claramente Ele dá sinais e cabe a nós discernir.
Tem uma passagem biblica que diz:“Seguir-te-ei para onde quer que vás”. Lc 9, 57
A decisão é um passo na fé.
Continuemos refletindo:
“Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no” Mt 4, 21-22.
É preciso tomar a decisão e ir adiante! Não podemos deixar que o medo nos vença.
Vejo que um diretor espiritual pode nos ajudar e muito, mas onde encontrá-lo?
“Que haverei de fazer, Senhor? O Senhor respondeu-me: Levanta-te, vai a Damasco, e lá te dirão o que se determinou que fizesses” At 22,10.
O diretor espiritual pode nos ajudar a perceber os sinais da vontade de Deus; a indicar onde obter informaçoes, etc. No momento da decisão o diretor espiritual se afasta para que a gente tome a decisão.
Jesus, depois de ter aparecido a Paulo no caminho de Damasco, disse-lhe que fosse ter com Ananias para este lhe indicar qual era a vontade de Deus. Embora Cristo pudesse ter dito a Paulo o que queria dele, preferiu servir-se de Ananias para lhe fazer descobrir a sua vocação (cfr. At 22, 10-15)
É chegado o momento de pararmos para refletir e entender que o matrimônio é uma vocação. Que ser freira é uma vocação. Que há solteiros que podem viver a vocação de solteiro, servindo o senhor na forma que for chamado.
Portanto, a conclusão é de que a vocação é abrangente e necessita de maiores cuidados.
Vazante, 15 de novembro de 2013
Augusta Moreira dos Santos
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